Comunicado nº 171: CONTRA AS GUERRAS PROMOVIDAS POLA OTAN, CONTRA O GOVERNO PRONAZI UCRANIANO E POLO DIREITO DE AUTODETERMINAÇOM DOS POVOS

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CONTRA AS GUERRAS PROMOVIDAS POLA OTAN, CONTRA O GOVERNO PRONAZI UCRANIANO E POLO DIREITO DE AUTODETERMINAÇOM DOS POVOS

Os acontecimentos em curso no leste do continente europeu devem ser avaliados no quadro do agravamento do confronto interimperialista que carateriza a atual fase do capitalismo agónico.

Os Estados Unidos pretendem frear o seu inexorável declive para perpetuar a toda custa a sua letal hegemonia global.

A OTAN é responsável direta por ter impossibilitado umha soluçom diplomática, baseada no direito de autodeterminaçom do Dombass e da neutralidade da Ucránia.

Washington e Bruxelas levam anos procurando um cenário favorável para seguir expandindo a NATO, cercando Rússia, e permitindo que o governo de Kiev incumpra sistematicamente os acordos de Minsk, tentando recuperar militarmente Lugansk e Donetsk.

Repúblicas Populares que exercérom a sua autodeterminaçom em maio de 2014, após um desigual e sangrento confronto militar com o governo pronazi de Kiev, que após o golpe de estado do Maidan promovido polas potências ocidentais, converteu a Ucránia num protetorado da OTAN, num país lacaio do imperialismo ianque e da UE.

A esquerda revolucionária galega organizada em Agora Galiza-Unidade Popular nom pode alinhar com o discurso pro-otanista e militarista, que de forma clara ou velada define a posiçom dumha parte das “esquerdinhas”, nem tampouco nesta ocasiom aderir ao metafísico “nom á guerra” que promovem a outra parte das “esquerdinhas”.

A paz em abstrato nom existe mais que como um nilista bom desejo. Materialmente inviável de implementar enquanto o capitalismo siga sendo o modo de produçom dominante, e as relaçons entre os povos estejam impostas pola brutalidade imperialista.

A classe obreira galega nom pode deixar-se arrastar pola manipulaçom dos meios de comunicaçom da burguesia, nem polas hipócritas “condenas” e declaraçons “pacifistas” das “esquerdinhas”.

Devemos afirmar-nos na independência de classe, e na necessidade de interpretarmos da ótica do mundo do Trabalho a quem benefícia os acontecimentos em curso.

Manifestamos a nossa firme oposiçom à política belicista do governo espanhol do PSOE-Unidas Podemos e solicitamos mais umha vez a saída do Estado espanhol da NATO.

Na Pátria, 24 de fevereiro de 2022

Comunicado nº 170. REFORMA LABORAL: SIMPLES MAQUILHAGEM E ENGANO DO PSOE E UNIDAS-PODEMOS

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REFORMA LABORAL: SIMPLES MAQUILHAGEM E ENGANO DO PSOE E UNIDAS-PODEMOS

A aprovaçom in extremis nas Cortes espanholas de leves mudanças da reforma laboral do PP, é um exemplo da fraudulento agir do governo “progressista”.

O texto mantém intato o cerne das reformas laborais promovidas polos governos de Zapatero em 2010, e Mariano Rajói em 2012, que facilitam e embaratecem o despedimento polo patronato.

Tampouco foi derrogada a reduçom das indenizaçons no despedimento improcedente de 45 dias a 33, e o límite de 42 a 24 mensualidades.

Contrariamente às promessas eleitorais do social-liberalismo e da socialdemocracia espanhola de derrogar integramente a reforma laboral vigorante, o negociado e pactuado por Yolanda Díaz com o patronato e o sindicalismo amarelo, nom alterou nengum dos aspectos mais lesivos para a classe trabalhadora.

O núcleo duro do que foi umha derrota obreira, e portanto um novo retrocesso dos direitos e das condiçons laborais da nossa classe, seguem plenamente vigentes: facilidades e embaratacimento do despedimento, perpetuaçom da supressom de autorización administrativa prévia para os EREs, prevalência dos convênios de empresa sobre os do setor, dos estatais sobre os provinciais e autonómicos, mesmo permitindo que as empresas nom se submetam ao convênio ou incumpram os seus termos, eliminaçom dos salários de tramitaçom nos despedimentos improcedentes, faculdade das empresas para alterar as condiçons laborais e impor mobilidade geográfica coletiva.

O único que se modificou fôrom os tipos de contrato e a prevalência dos convenios de setor em relaçom aos salários, assim como a recuperaçom da ultra-atividade dos convênios.

Estamos pois perante um monumental incumprimento das promessas eleitorais e do acordo de governo pactuado polo PSOE com Unidas Podemos.

Mas também assistimos a umha colossal manipulaçom, a umha falsa interpretaçom do aprovado.

Os dirigentes do PSOE mintem. Os de Podemos e IU-PCE mintem.

Os aplausos da CEOE e resto de organizaçons patronais, da Confebask, da FAES de Aznar, de C´s, dos partidos da burguesia basca e catalana, som a mais clara constataçom das falácias da casta política “progressista”.

O PP de Casado e Feijó, e os fascistas de Vox, nom apoiárom o texto por simples taticismo eleitoral. Mas a quem representam, a fraçom mais reacionária da oligarquia, deu o “visto e prace” ao texto aprovado.

A eliminaçom da precariedade contratual à que se agarra Yolanda Díaz para apresentar o texto como um “avanço” para os direitos da nossa classe, é simplesmente consequência dumha imposiçom da UE para que Espanha poda aceder aos suculentos fundos Next Generation, que só engordarám os obscenos lucros da burguesia.

Nom se logrou arrancar nengum direito à burguesia. O seu apoio às epidémicas mudanças introduzidas à reforma de 2012 som interessadas concessons da burguesia para favorecer a “pax social”, imprescindível para multiplicar a acumulaçom de lucro.

As pírricas migalhas que a ministra de Trabalho apresenta como umha grande vitória obreira, e as delirantes e patéticas declaraçons do secretário geral do PCE como resultado da “luita de classes”, nom emanárom da inexistente pressom sindical, que deliberadamente renunciou a informar e movimentar a classe obreira.

A reforma laboral nom foi derrogada pola absoluta falta de vontade política de ambos sócios de governo, submetidos aos interesses da oligarquia de promover o “diálogo social”, perverso mecanismo que só favorece a nossa exploraçom e dominaçom.

Estamos pois perante umha nova burla contra a classe obreira por parte das “esquerdinhas”. Os seus incumprimentos eleitorais, as suas constantes mentiras e enganos, só favorecem o desenvolvimento da demogagia fascista e o incremento do descrédito da luita coletiva da classe trabalhadora.

CCOO e a UGT pactuárom com a CEOE e o Governo o seu respaldo ao texto, porque som parte do aparelho de dominaçom desta ditadura do Capital denominada “democracia espanhola”.

O sindicalismo amarelo negociou o seu apoio a câmbio de milionários subsídios estatais para perpetuar os privilégios das suas corrutas castas dirigentes e manter no amorfismo e na permanente desmobilizaçom a nossa classe.

Mas tampouco o denominado “sindicalismo alternativo e nom pactista” tentou organizar umha contundente resposta obreira a este atropelo. As suas mobilizaçons fôrom meramente administrativas, declaraçons de intençons e simples fumo. Aparentar que se quer fazer, para reforçar eleitoralmente as suas respetivas expressons políticas.

Nom nos cansaremos de proclamá-lo até lográ-lo fazer realidade: é imprescindível dotar a classe obreira galega de ferramentas defensivas genuinamente classistas. É vital dar passos firmes na construçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego.

Na Pátria, 9 de fevereiro de 2022

1972. 50 aniversário. ORGULHO PROLETÁRIO

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No primeiro dia do novo ano, apresentamos a campanha anual de Agora Galiza-Unidade Popular, centrada no 50 aniversário das luitas obreiras de 1972.

Conhecer o passado do movimento obreiro galego é fundamental para contribuir a dotar ao proletariado e o conjunto do PTG, de ferramentas defensivas e ofensivas, de espaços de auto-organizaçom obreira, alicerçados na independência de classe, na confiança nas imensas potencialidades e capacidade da classe trabalhadora organizada, consciente e em luita polo que nos pertence.

Sem discurso, prática e orientaçom genuinamente obreira, seguiremos instalados na permanente derrota.

1972

50 aniversário

ORGULHO PROLETÁRIO

Em 1972 o proletariado galego demonstrou as imensas capacidades de luita que possuimos os trabalhadores quando mobilizados demandamos os nossos direitos.

Em 1972 a classe obreira galega remexeu os alicerces da ditadura. Constatou com factos tangíveis, as ilimitadas potencialidades revolucionárias dos que vendemos a nossa força de trabalho.

Manifestamos que mediante a luita organizada e unitária contra a ditadura do Capital adquirimos consciência.

1972 está gravado a sangue e lume como o ano no que a classe trabalhadora galega desperta, decide tomar as rédeas do seu destino, supera o medo paralisante, o derrotismo imposto polo terrorismo fascista, e passa à ofensiva.

FERROL, MARÇO DE 1972

Desde finais de 1971 o proletariado da fatoria de construçom naval Bazán de Ferrol estava em luita, solicitando um novo convénio coletivo e a readmissom dos trabalhadores despedidos.

Na manhá de 10 de março de 1972 a empresa impossibilitou a entrada nas instalaçons. Milhares de obreiros ocupárom as ruas solicitando a solidariedade do conjunto do povo trabalhador. O franquismo tentou esmagar o protesto mediante umha selvagem repressom. A Policia Armada [atual CNP] disparou contra a mobilizaçom obreira, causando a morte de dous trabalhadores, Amador Rei e Daniel Niebla, provocando várias dúzias de feridos de bala.

Declarado o estado de sítio, com buques de guerra apontando contra a cidade, os esbirros dos corpos repressivos detivérom perto de douscentos dirigentes e ativistas obreiros, sendo despedidos centos de trabalhadores. Dúzias passárom à clandestinidade ou optárom polo exílio.

Umha vaga solidária precorreu Galiza inteira. As principais fábricas de Vigo parárom e os trabalhadores manifestárom-se nas ruas em solidariedade com Ferrol. O estudantado também paralisou a Universidade e ocupou as ruas de Compostela. Toda Galiza com o Ferrol metalúrgico!

Eclodia assim o primeiro capítulo de um ciclo de luita encabeçado polo proletariado fabril.

Convergiam as reivindicaçons de melhoras salariais e laborais, com demandas antifascistas e democráticas, visadas para a queda da ditadura franquista.

VIGO, SETEMBRO DE 1972

Às mobilizaçons de março solidárias com Ferrol, cumpre destacar a greve de maio que paralisou a comarca viguesa em apoio às demandas de um novo e melhor convénio coletivo no emblemático estaleiro Barreras.

Mas foi o despedimento e sançons contra dirigentes obreiros pola direçom de Citroën, que demandavam melhoras na jornada laboral, o detonante da greve geral que durante quinze dias paralisou Vigo e a sua área de influência.

Entre o 9 e o 26 de setembro o paro geral na indústria, transporte e amplos setores económicos, desafiou o patronato e o franquismo, situando o proletariado e a luita de classes no centro do combate contra o fascismo, a forma de dominaçom e exploraçom que naquela altura adotava a ditadura do Capital.

O Setembro vermelho de 1972 constatou que a classe trabalhadora -principal alvo no golpe de estado do verao de 1936-, nom tinha sido esmagada. Umha nova geraçom obreira recolhia o testemunho do fio escarlata condutor da luita de classes.

Embora a greve se saldasse com centenares de detidos, torturados e presos, com milhares de trabalhadores despedidos, este conflito foi o ponto de inflexom da luita antifascista na Galiza.

A greve foi derrotada porque ainda nom estavam madurecidas as condiçons subjetivas para umha vitória proletária. A classe trabalhadora carecia naquele momento de umha poderosa organizaçom revolucionária, de um partido comunista combatente galego, que com umha prática consequente desputasse e erradicasse a hegemonia pactista e claudicante do PCE no movimento obreiro.

Porém, este segundo capítulo do emergente ciclo de luita, contribuiu para o agromar dumha nova geraçom militante obreira, que se dota de novas ferramentas organizativas, afastada do pactismo, abrindo umha nova fase ascendente na luita de classes e de libertaçom nacional.

Das entranhas do Vigo obreiro e metalúrgico emergérom figuras referenciais para a luita do nosso presente. Moncho Reboiras e Abelardo Collazo sintetizam o exemplo dumha geraçom heroica da que muito temos que apreender.

ATUALIDADE E VIGÊNCIA DE 1972

Março e Setembro de 1972 marca um antes e um depois na luita de classes. Som cinco as mais destacadas ensinanças que devemos extrair da experiência de 1972:

1º- A classe obreira, concretamente o proletariado, emerge como sujeito histórico definido, exercendo o rol de direçom da luita popular.

2º- Necessidade de praticar a democracia obreira mediante o assemblearismo, afastado do atual exercício meramente burocrático caraterístico dos sindicalismo amarelo e pactista.

3º- Combinaçom da luita económica com as reivindicaçons políticas.

4º- Transferir o conflito do interior das fábricas e centros de trabalho aos bairros obreiros e populares, ocupando as ruas como espaço essencial de luita e implicando a populaçom na luita.

5º- No caso da greve do setembro viguês, implementa-se a complementaçom das formas e métodos de luita, no que se pode considerar um ensaio espontáneo com rasgos insurrecionais.

A 50 anos desta epopeia, a nossa classe está instalada no amorfismo, resignada, desmobilizada e carente de representaçom política. Para superarmos a longa etapa de derrotas concatenadas que levamos décadas padecendo, é imprescindível reconstruirmos as ferramentas defensivas e de combate imprescindíveis para abandonar a fase de refluxo.

E aprofundar na imprescindível luita ideológica, deslindando com as “esquerdinhas” que promovem o cancro do cidadanismo e da transversalidade, o fraudulento e amórfico espaço do ilusionismo eleitoral, que negam a centralidade da luita de classes substituindo-a por “atrativas” modas das causas periféricas [género, identidade] fabricadas nos laboratórios burgueses, ou polo mais deleznável chauvinismo.

Março e setembro de 1972 ficárom gravados na memória coletiva de geraçons do povo trabalhador galego. Mas cumpre ativar o espírito adormecido desta gesta, resgatar do esquecimento a memória histórica proletária, divulgar a atualidade do seu exemplo.

50 anos depois seguimos luitando por similares reivindicaçons. Por melhores condiçons salariais e direitos laborais, contra a exploraçom que padecemos, contra a pobreza e depauperaçom, contra a ameaça do fascismo. Mas também contra as patranhas e enganos dos que só se lembram de nós para depositar o voto nas urnas para posteriormente incumprir as suas promessas.

Som horas de organizar-se, de formar-se e preparar-se para participar ativamente com vocaçom hegemónica nas batalhas polo pam, a justiça e a liberdade. De recuperarmos o orgulho de pertencer ao proletariado. De avançar na acumulaçom de forças que desputem a preeminência burguesa e procurem a toma do poder pola classe trabalhadora. O capitalismo é irreformável. Nom existem atalhos nem servem os remendos. A Revoluçom Socialista Galega é a única alternativa!

Para lográ-lo é imprescindível construir um partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, e dotar o conjunto do povo trabalhador galego de espaços genuinamente obreiros em todos os ámbitos sociais, alicerçados na independência de classe.

Agora Galiza-Unidade Popular, como modesto destacamento de vanguarda, tem plena disponibilidade para contribuir ao êxito deste objetivo, sem o qual as explosons sociais e revoltas que se ham de produzir, nunca lograrám transitar da indignaçom à rebeliom.

Só a classe obreira salva a classe obreira!

Independência e Pátria Socialista!

Galiza, janeiro de 2022

Comunicado nº 169: POR UM 2022 DE INSURGÊNCIAS PROLETÁRIA

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POR UM 2022 DE INSURGÊNCIAS PROLETÁRIAS

O flagelo da pandemia global que seguimos padecendo condicionou o ano que finaliza, facilitando o desenvolvimento da ofensiva burguesa contra a nossa classe e o conjunto dos setores populares.

O medo deliberadamente inoculado polos meios de [des]informaçom burgueses sobre a Covid-19, continuou sendo altamente eficaz para endurecer a disciplina social que facilitou voluntariamente a implementaçom de medidas restritivas nas condiçons de trabalho, direitos e na amputaçom de liberdades democráticas.

O Capital leva aproveitando esta oportunidade para aumentar e perpetuar a sua taxa de lucro, e alongar a vida do capitalismo crepuscular.

O estado shock no que seguem instalados importantes segmentos sociais tem favorecido o aumento e desenvolvimento do fenómemo do fascismo. O populismo tem penetrado entre os setores populares mais golpeados pola crise económica, facilitando que a depauperaçom em curso seja a melhor aliada para que a demagogia fascista incremente seguidores.

O estrepitoso fracasso da ‘nova política’, o incumprimento das promessas eleitorais polo governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos, e a ausência dumha alternativa obreira galega com caráter de massas, é umha oportunidade para que a esquerda revolucionária de orientaçom obreira, avance no seu processo de recomposiçom e reagrupamento.

Temos que gerar com factos tangíveis que é necessário, mas também possível, resistir com êxito a ofensiva burguesa. Para podermos lográ-lo é imprescindível organizaçom, formaçom e luita consequente.

2021, ANO NEGATIVO PARA A CLASSE OBREIRA GALEGA E A GALIZA

O ano que esmorece tem sido novamente nocivo para as condiçons de vida da maioria social, para o povo trabalhador e empobrecido da Galiza. O incremento da eletricidade, dos combustíveis e produtos alimentares, tem disparado a inflaçom. A burla do aumento do SMI em 16€ é umha estafa que nem logrou aliviar o aumento da cesta da compra e as cada vez maiores dificuldades para chegar a fim de mês de centenares de milhares de trabalhadores e trabalhadoras galegas.

Os contratos precários, as elevadas taxas de desemprego, a carência de alternativa para as geraçons mais jovens -mais alá da emigraçom ou os salários de miséria-, caraterizam a crua realidade da maioria social galega.

O retrocesso nas condiçons de vida e laborais do povo trabalhador tem caraterizado o ano 2021, por muito que a propaganda glamourosa do governo tente maquilhar a realidade. O anunciados planos de privatizaçom do sistema público de pensions e aumento da idade da jubilaçom, ou a pretensom de impor taxas de circulaçom nas autovias, definem as políticas económicas que denunciamos.

Mas também tem sido um ano de retrocessos das cada vez mais precárias bases materiais e imateriais da Naçom galega, submetida ao endurecimento da opressom nacional de rasgos coloniais polo Estado imperialista espanhol e a UE, com destaque para o ameaçante espólio eólico.

FALSA DISJUNTIVA GOVERNO “PROGRESSISTA” VS OPOSIÇOM FASCISTA

No 2021 que agora finaliza, constatamos dia a dia a acertada caraterizaçom que realizamos sobre os inquilinos da Moncloa.

O engano sobre a derrogaçom da reforma laboral é a mais recente destacada falácia de um governo de fachada “progressista”, ao serviço dos interesses da oligarquia.

Nom podemos entrar no viciado e perverso jogo de termos que optar por escolher entre o fraudulento governo do PSOE-Unidas Podemos e a alternativa fascista.

A classe trabalhadora galega deve deixar de depositar a mais mínima confiança e esperança neste governo, deixar de acreditar nas mentiras das forças fascistas e reacionárias [PP, Vox e C´s], que tenhem desfigurado a sua caraterizaçom de simples governo burguês ao serviço dos planos do Capital e submetido aos ditados do imperialismo.

Nom nos cansaremos de repetir que por mor do eixo de gravidade “político-ideológico” estar tam escorado para a extrema-direita, este governo neoliberal do posfranquismo permite ser apresentado sem pudor algum como o “mais progressista da história de Espanha”.

Que um conjunto de morninhas medidas neokeynesianas visadas para amortecer a luita de classes, para estabilizar a crise estrutural da III restauraçom bourbónica, sigam contando com o apoio explícito e implícito do conjunto das “esquerdinhas” social-demócratas periféricas, nom só manifesta o seu oportunismo genético, exprime a profunda crise de identidade e perspetiva. É também resultado da dramática carência de ferramentas defensivas operárias e populares na atual fase da luita de classes e de libertaçom nacional.

Por muito que o fascismo mediático, militar e orgánico, o definida como um “governo social-comunista-bolivariano”, a esquerda revolucionária galega segue-o caraterizando como um governo social-liberal com incrustraçons social-democratas no que nom depositamos as mais mínimas expetativas e confiança.

Há dous anos, prognosticamos que frente aos silêncios cúmplices e os calculados oportunismos, o Governo PSOE-Unidas Podemos, ia ser umha estafa, um monumental engano. 2021 certificou a acertada análise.

Nom derrogárom a reforma laboral, nem a lei mordaça, seguem instalados no chauvinismo espanhol negador do legítimo e necessário exercício da autodeterminaçom. Pactuárom com o Ibex 35 o “botim” do resgate “europeio”, que novamente vai ser absorvido polas grandes empresas a custa de alongar os ERTE, incrementar o desemprego, a precariedade laboral, a pobreza e a miséria de um povo trabalhador desorganizado e desarmado ideologicamente.

Mantenhem as linhas estratégicas de caráter colonial sobre o rol do nosso país na divisom internacional do trabalho, agudizando a assimilaçom da nossa identidade nacional e inçando a naçom de milhares de eólicos, que só provocarám mais despovoaçom e abandono do rural, mais destruiçom do nosso património natural e histórico, mais pobreza e dependência.

A LUITA É O ÚNICO CAMINHO

Enquanto isto acontece, a oposiçom institucional nom parou de propor acordos ao PP de Feijó. Com esta ineficaz política conciliadora e pactista a rua recobra a sua trascendência. Nom existe mais alternativa que luitar fora das instituiçons do regime de 78. A luita é pois o único caminho, tal como o constatou o proletariado de Gamesa, Alcoa, de Vestas, dos estaleiros vigueses, na sua exemplar defesa dos postos de trabalho.

Sem luita contundente seguiremos retrocedendo em direitos, conquistas e liberdades.

Depositarmos esperanças em espetrais governos “alternativos” ao PP, em oportunistas operaçons políticas cujo estrepitoso fracasso ainda ecoa, é a mais eficaz receita para esterilizar as imensas potencialidades e capacidade de combate e vitória da classe operária.

Deslindar e confrontar com os discursos edulcorados dos “partidos de esquerda” pequeno-burgueses e as organizaçons satelitais, mas também promovendo alianças amplas em base a programas avançados derivados de acordos poliédricos, segue sendo hoje a folha de rota sobre a que devemos avançar na reconstruçom da esquerda revolucionária galega.

IMENSAS CAPACIDADES E POTENCIALIDADES DA NOSSA CLASSE E DO NOSSO POVO

É tarefa dos revolucionários galegos fazer frente, com firmeza e rigor, às constantes manobras de distraçom que só tenhem contribuído para desviar a atençom sobre as tarefas e necessidades, para dividir-nos ainda mais, incidindo em preocupaçons banais, supérfluas e intrascendentes que nos fam mais vulneráveis.

A contradiçom Capital-Trabalho é o eixo central sobre a que articular um programa e umha prática dirigida ao conjunto dos segmentos e camadas que conformamos o povo trabalhador galego.

Para fazer frente ao estado geral de descrédito, resignaçom e desmobilizaçom, é imprescindível que os modestos destacamentos organizados atualmente existentes, procuremos espaços unitários de luita, visados para gerar condiçons de superaçom do marasmo que impossibilita passar à ofensiva.

Ninguém sobra, todo o mundo deve contribuir à refundaçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, guiado e inspirado pola açom teórico prática insurgente dos fundamentos do marxismo. Marx, Lenine, Che, Benigno Álvarez e Moncho Reboiras som as nossas bússolas.

A conquista da nossa emancipaçom como classe, povo e naçom, só se atingira com o triunfo da Revoluçom Socialista Galega, a nossa particular e singular contribuiçom à Revoluçom mundial.

Mas esta nom será resultado de urnas, de post, de tuiters ou ingeniosos relatos, de exercer normalidade democrática. As grandes transformaçons no século XXI seguirám sendo resultado das barricadas, dos confrontos diretos com as forças repressivas do Capital, de insurreiçons e rebelions populares, do exercício do poder operário e popular, da expropriaçom dos meios de produçom, do lume purificador … da luita organizada e unitária do povo trabalhador e empobrecido. De lograrmos organizar com êxito a Revoluçom Socialista

CONFRONTAR MONARQUIA E FASCISMO

A casta institucional “progressista” som simples capataces que carecem de firmeza e decisom política para confrontar o fascismo e o grande Capital, optando por morninhas e inofensivas condenas, que só envalentonam ainda mais os seguidores da monarquia imposta por Franco.

A peça angular do regime emanado da maquilhagem franquista som os inquilinos do palácio da Zarzuela.

Juan Carlos I e Felipe VI representam a continuidade institucional do genocida regime militar imposto a sangue e fogo. Nem o capitalismo se pode reformar, nem a monarquia pode ser “democratizada”. Ambas som falazes ilusons dos falabaratos da “esquerdinha”, que só desviam a atençom de setores operários e populares na tarefa principal: tombar o regime de 78.

Frente o desencanto e a frustraçom devemos continuar favorecendo a configuraçom de um bloco popular obreiro de caráter antifascista e republicano, hegemonizado pola classe trabalhadora. Eis umha das nossas tarefas principais na alvorada do novo ano que já se divisa no imediato horizonte.

APELOS E DESEJOS

Agora Galiza-Unidade Popular temos claro que em 2022, sempre arroupados e guiados polas bandeiras vermelhas da rebeliom, agindo com a firmeza dos princípios, a independência de classe e o optimismo da vontade, seguiremos avançando.

Continuaremos tecendo e participando nos espaços de coordenaçom e unidade da insurgência global, promovendo o internacionalismo prolétário, combatendo sem trégua toda tentativa de confrontar as classes trabalhadoras dos diferentes povos submetidos polo Estado espanhol mediante discursos chauvinistas.

Apelamos à juventude trabalhadora e estudantil galega, mas também à militáncia veterana que fruto do desencanto e a frustraçom optou polo repregamento, implicar-se ativamente na tarefa histórica de reconstruir as ferramentas de combate e vitória que necessita a nossa classe e a nossa naçom.

Sabemos que sem conquistarmos a independência e a soberania nacional nom é possível construir umha Galiza sem exploraçons nem opressons, que sem umha estratégia política de organizaçom e mobilizaçom social permanente e encadeada, empregando a rua e a combinaçom de todas as formas le luita, nunca se poderá disputar ao Capital a conquista do futuro que nos nega.

Queremos enviar saúdos a quem luita e a quem sem sabé-lo ainda tem que luitar para nom perecer, o conjunto da Galiza que acredita no povo galego, a classe obreira, a juventude, as mulheres trabalhadoras, o povo empobrecido e depauperado que participou nas luitas para conquistar um futuro melhor.

Saudar os presos e presas políticas galegas e do conjunto do Estado espanhol, todos os represaliados, as organizaçons galegas e estrangeiras amigas, o movimento popular galego e os povos que em 2021 nom cedérom perante os embates do imperialismo, com destaque para o povo cubano, saraui, sírio, palestiniano, colombiano, venezuelano, iraquiano, iemeni, do Dombass … a todos eles a nossa solidariedade internacionalista.

Até a vitória sempre!

Denantes mortos que escravos!

Só a classe obreira salva a classe obreira!

Independência e Pátria Socialista! Venceremos!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 29 de dezembro de 2021

“Esquerdinha” gominola

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Esquerdinha” gominola

Por Carlos Morais. Porta-voz nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Assistimos a umha das mais duras embestidas da burguesia contra os direitos e conquistas adquiridas pola classe trabalhadora mediante a luita organizada.

As duas fraçons da oligarquia na sua desputa caníbal pola hegemonia, coincidem plenamente em pretender reinstaurar as condiçons laborais de início do século XX, endurecer a exploraçom e dominaçom, esvaziar de conteúdo os tímidos direitos e limitadas liberdades atingidas em décadas de suor, lágrimas e sangue.

A pandemia da Covid-19 está sendo aproveitada polos donos do dinheiro como umha magnífica oportunidade para impor restriçons e limitaçons, injetar temores e gerar incertezas. Os seus meios de [des]informaçom divulgam a doutrina do shock, receitam o analgésico do medo para narcotizar ainda mais os que realmente fazemos que o mundo funcione.

A diferença qualitativa perante ofensivas similares burguesas, é a dramática carência de resistências amplas e combativas por parte dos segmentos sociais que padecemos nas nossas condiçons de trabalho e de vida as medidas depredadoras.

A classe obreira galega está desarmada política e ideologicamente, maioritariamente instalada na resignaçom, o conformismo e o descrédito, abduzida polo ilusionismo elitoral das “esquerdinhas”, ou deixando-se seduzir pola demagogia populista fascista.

Para entender a adversa conjuntura atual, nom podemos obviar a correponsabilidade das organizaçons políticas e sindicais hegemónicas na atual situaçom de derrota subjetiva que levamos décadas padecendo.

Claudicárom perante as migalhas de gestom institucional e representaçom parlamentar oferecidas pola burguesia. Arriárom a bandeira da tomada do poder, suprimírom da sua praxe o caráter subversivo do marxismo do que procedem.

E umha “esquerdinha” gominola. Estas guloseimas som brandinhas, de múltiplas cores, sugerentes formas e agradável sabor, mas nom alimentam e som altamente perjudiciais para a saúde de quem as come.

As “esquerdinhas” parlamentares e as “centrais sindicais” análogas, som como gominolas. Dotadas de programa e prática timorata, acomplexada e covarde, revestidas das inofensivas cores do arco da velha, sempre na procura do glamour que tanto fascina a pequebu, desprezando o popular, o seu acionar esteriliza as imensas capacidades de luita da classe obreira.

Agem de muro de contençom das potencialidades revolucionárias do proletariado. Som portanto, nocivas para a transformaçom.

É imprescindível e urgente descontaminar às organizaçons populares em geral -e as genuinamente operárias em particular-, do discurso posmo da “diversidade” como virtude, da praxe fragmentadora, das causas periféricas como eixo central narrativo. É hora de fazer frente com contundência e firmeza, sem duvidar, a quem insiste em substituir a contradiçom Capital-Trabalho pola nacional ou a de género.

É o proletariado a única classe com capacidade e potencialidades para vertebrar as múltiplas rebeldias, para dirigir a luita popular.

Os comunistas revolucionários galegos devemos contribuir para a reconstruçom de ferramentas defensivas e ofensivas obreiras, acompanhar a classe trabalhadora nas ainda limitadas, mas tangíveis experiências de rutura com as práticas burocráticas do sindicalismo existente.

Paralelamente à reconstruçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, facilitar a criaçom da atmósfera favorável para procurar espaços de organizaçom e luita entre todos os destacamentos revolucionários galegos, sem o qual nom é factível abrir um espaço sociopolítico que fenda a hegemonia reformista e um ciclo de luitas.

O reagrupamento deve ser forjado no combate de rua e no debate ideológico. Temos o dever histórico de contribuir para dotar a classe obreira galega e o conjunto do povo trabalhador dumha alternativa perante o amorfismo do presente. Temos disposiçom para avançar por este caminho!

Avançar na unidade e alternativa obreira

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Avançar na unidade e alternativa obreira

O incremento dos produtos básicos de consumo alimentar, dos carburantes e da eletricidade, estám agravando a depauperaçom que padece umha cada vez maior parte do povo trabalhador.

Os monopólios e as multinacionais, a custa de sobre-explorar as imensas maiorias trabalhadoras e os povos periféricos, estám lucrando-se da multricrise estrutural que carateriza a actual fase do capitalismo crepuscular.

Nada novo nem alheio à lógica depredadora que carateriza o modo de produçom capitalista e que endurece nos períodos de crise sistémica.

A diferença qualitativa com outras etapas similares, é a dramática ausência de resistência obreira e popular, de luitas unitárias, massivas e combativas.

A desorganizaçom e amorfismo na que está instalada a nossa classe facilita este brutal saqueio exercido sem pudor pola oligarquia.

A claudicaçom da prática totalidade das antigas organizaçons de classe, reconvertidas em funcionais maquinárias eleitorais descafeinadas, dirigidas por castas parasitas, por desfigurados sindicatos obreiros transformados em apêndices da burguesia, dirigidos por burocracias que só aspiram a perpetuar os seus privilégios, tenhem conduzido a nossa classe a este cenário de resignaçom e descrédito nas perspetivas de frearmos as agressons mediante a luita organizada, e atingirmos vitórias.

As mobilizaçons convocadas polos “sindicatos” em defesa das pensions ou contra o aumento da fatura elétrica, só aparentam querer fazer, só movimentam as suas paróquias de liberados e militantes. Castas e camarilhas que vivem da marca “esquerda”, mas que na imensa maioria, nom padecem com o mesmo vigor nas suas condiçons materiais as consequências da ofensiva burguesa contra o povo trabalhador e empobrecido da Galiza.

Som mobilizaçons burocráticas, com umha clara intencionalidade eleitoral, visadas para desgastar politicamente o governo de turno. Completamente inofensivas e inúteis para os fins que demagogicamente afirmam perseguir. Servem para bem pouco. Carecem portanto de utilidade para o proletariado.

Este adverso cenário deriva do longo ciclo de refluxo, consequência das três derrotas estratégicas que condicionam a perda paulatina de direitos laborais e retrocessos nas liberdades democráticas.

1936, 1978 e 1991 som os três pontos de inflexom que condicionam o nosso presente. A superaçom destas três derrotas só será possível mediante umha rutura radical com os diversos reformismos. Sem deslindar mediante umha batalha de ideias de caráter pedagógico, desmascarando sem complexos a fraude oportunista do ilusionismo eleitoral, a política transversal e cidadanista, o pacificismo e o vírus do “politicamente correto”, seguiremos avançando face o lugar a que nos estám conduzindo os imensos aparelhos de dominaçom e manipulaçom da burguesia.

A luita de classes deve recuperar a centralidade discursiva na açom teórico-prática das forças e organizaçons obreiras. Há que depurar a narrativa identitária, interclassista e nacionalista da pequena burguesia, expurgar da agenda obreira o feminismo burguês e posmo. Só contaminam e desvirtuam qual é o comum denominador da aliança permanente e unidade de interesses do povo trabalhador e empobrecido. Analgésicos que minam a acumulaçom de forças para a emancipaçom coletiva do género humano.

Sem despreender-nos dos modismos impostos polos laboratórios ideológicos do inimigo, seguiremos hipotecados, confundidos, destinando em balde energias em causas legítimas, mas periféricas, que só contribuem para fragmentar e esterilizar o movimento popular.

As múltiplas rebeldias som parte intrínseca da melhor tradiçom bolchevique, som consubstancias aos objetivos da Revoluçom Socialista Galega. Devemos saber enssamblá-las dialeticamente em cada conjuntura concreta, afastadas de apriorismos e de leituras alheias ao marxismo.

A contradiçom Capital-Trabalho é o eixo medular, o fio condutor da História. Toda luita deve ser encardinada desde esta perspetiva.

As “esquerdinhas” no seu conjunto, mas também boa parte das organizaçons que se consideram “revolucionárias”, alimentam acriticamente o discurso da “diversidade”, do “pluralismo”, da “democracia” abstrata, das metafísicas pós, dos “interesses da gente”, que só contribuem para desviar energias, desorientar as novas geraçons militantes, despistar sobre quem é o inimigo, estarmos entretidos em batalhinhas inofensivas para o Capital.

Estamos na era do insubstancial, do frívolo, do trivial, do brilho da bijuteria e quinquilharia, dos atrativos discursos edulcorados e multicores, mas esvaziados de conteúdo e programa transformador. Se fosse um carro, comprariamos umha linda carroçaria, carente de motor.

Nom podemos continuar assim. É hora de denunciar sem complexos nem timoratismos a capitulaçom das “esquerdinhas”, desmontar o seu discurso fraudulento.

Mas basicamente, som horas de oferecer à classe obreira galega umha alternativa atrativa e crível. Cumpre avançar. Dar pasos tangíveis no reagrupamento obreiro porque é necessário edificar um sólido projeto político completamente alternativo ao presente, dotado de um programa revolucionário.

Isto exige basicamente firmeza nos princípios, flexibidade tática, generosidade e visom estratégica. Exige nutrir-se da única classe potencialmente revolucionária: o proletariado.

Reconstruir o partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, é umha tarefa paralela à convergência em espaços de unidade de açom dos modestos destacamentos obreiros atualmente existentes.

Às portas do 50 aniversário do Março ferrolano, da greve do Setembro vermelho viguês, avançar nesta direçom é a melhor homenagem que lhe podemos fazer ao exemplo manifestado polo proletariado de 1972.

Comunicado nº 168: Acordos da Assembleia Nacional do BNG. MAIS UM PASSO NA INTEGRAÇOM NO REGIME DE 78

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Acordos da Assembleia Nacional do BNG

MAIS UM PASSO NA INTEGRAÇOM NO REGIME DE 78

Nom nos surpreendem os acordos adotados na XVII Assembleia Nacional do BNG, realizada o passado domingo na Corunha. As resoluçons constatam, mais alá da retórica oportunista e das maquilhagens táticas, o progressivo aggioramento que carateriza a evoluçom da frente nacionalista desde a Assembleia do Carvalhinho em 1987, como ponto referencial de inflexom.

Som basicamente duas as decisons dirigidas aos poderes económicos do pósfranquismo e aos seus braços mediáticos: nom queremos um Estado Galego e nom nos opomos à presença da Galiza na Uniom Europeia.

As teses independentistas fôrom contundentemente derrotadas, como já sabiam os seus promotores.

O BNG recupera a patologia anti-independentista que carateriza o projeto político do nacionalismo galego organizado sob estas siglas. Deste jeito é lançada umha mensagem de tranquilidade e estabilidade aos poderes reais do regime de 78. Umha evoluçom similar à realizada há mais de quatro décadas polo PCE, e por Podemos, pouco depois do seu nascimento.

Em segundo lugar, o BNG abandona a sua oposiçom histórica anti-imperialista à Uniom Europeia. Sob o argumento da necessidade de “defesa dos interesses da Galiza”, a pequena-burguesia que dirige o BNG opta por pagar a portagem necessária que facilite ter mais opçons para poder gerir a Junta da Galiza em 2024.

As caraterizaçons de “Europa dos mercaderes”, e de “UE, ruína do povo galego”, som abandonadas polo pragmatismo social-democrata e o ilusionismo eleitoralista.

Em síntese, o BNG sai da XVII Assembleia Nacional como umha alternativa eleitoral mais inofensiva para os interesses da oligarquia.

A esquerda revolucionária galega nada aguardava deste cónclave. A ingenuidade e o autismo político nom fam parte das nossa mochila.

Somos perfeitamente conscientes que a única alternativa viável para a emancipaçom das maiorias sociais da Galiza, está intrinsicamente ligada a umha estratégia de libertaçom nacional.

Independência e Socialismo som a equaçom indivisível para atingirmos a Pátria que sonhamos.

Só a classe obreira tem potencialidades e capacidade para dirigir a sua emancipaçom e a do conjunto do povo trabalhador.

Agora Galiza-Unidade Popular apelamos a todos os núcleos organizados, com ou sem sigla, de caráter nacional ou local, a darmos passos tangíveis para a articulaçom de espaços socio-políticos de unidade obreira, anti-imperialista e antifascista.

Nom temos vocaçom de perdedores. Temos a responsabilidade histórica de contribuirmos a evitar seguir sendo esmagados como classe e como naçom. Depende de todos nós, construirmos a alternativa da que hoje carece o povo trabalhador e empobrecido galego.

Na Pátria, 11 de novembro de 2021

Comunicado nº 167: A ARMA SECRETA DO ÓDIO DE CLASSE

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Desmontando os mantras impostos no movimento operário e popular polos think tank burgueses

A ARMA SECRETA DO ÓDIO DE CLASSE

A organização é a arma dos oprimidos”. Falso. A organização é um instrumento indispensável, mas se fosse essa a nossa arma para vencer os opressores estávamos bem lixados. A arma dos oprimidos é o ódio aos opressores, e não há outra, nem nunca houve”. A arma do ódio de classe, Francisco Martins Rodrigues.

No Estado espanhol, o discurso reacionário dirigido com sanha contra diversos setores do povo trabalhador, é difundido continuamente nos diferentes meios de desinformaçom burgueses. Provocando que aumente a tendência de agressons a determinados coletivos, como a comunidade LGTBI ou os trabalhadores imigrantes. Agressons que, na maioria de casos, ficam impunes pola proteçom que as instituiçons do regime pósfranquista outorgam ao fascismo.

Perante esta grave situaçom, a maioria das organizaçons políticas, a prática totalidade dos partidos do arco parlamentar, as “esquerdinhas”, -inclusive as organizaçons da “extrema-esquerda” socialdemócrata de fachada “marxista”-, à hora de condenar este tipo de agressons despreciáveis, nom duvidam em qualificá-las de “delitos de ódio”, reproduzindo como papagaios o relato emanado nos laboratórios de ideias dos que hoje detentam o poder.

Seguindo a narrativa elaborada pola burguesia, e plasmada no Código Penal, coincidem na utilizaçom dumha linha discursiva na que se descarta o “ódio” de maneira abstracta , descrevendo-o como algo irracional e negativo.

Devemos analisar e interpetar a realidade detidamente, sempre sob o prisma da óptica de classe. Nom podemos repetir como ventríloquos o discurso dos donos do mundo, temos que desputar-lhe no campo das ideias a sua plena hegemonia. Isto exige elaboraçom teórica, mas basicamente coragem e valentia para nadar a contracorrente, conscientes que seremos criminalizados sem piedade pola sua maquinária de manipulaçom de massas.

Razom pola que devemos perguntar-nos: que tipo de ódio é o que fomenta a burguesia e as organizaçons fascistas? É um ódio geralizado? Contra que setores da populaçom vai dirigido? Quais som os interesses de classe que saem beneficiados quando se emprega este discurso?

Efetivamente, Vox é um partido que fomenta o ódio, mas o ódio contra os oprimidos e explorados, contra os pobres e desvalidos. Cumha clara finalidade: fragmentar-nos e confrontar-nos. Divide e vencerás!

Ódio contra os trabalhadores imigrantes para usá-los como mao de obra barata, ódio contra o coletivo LGTBI discriminando e criminalizando a sua orientaçom sexual, ódio contra as identidades nacionais dos diferentes povos oprimidos polo projeto supremacista espanhol, contra os movimentos soberanistas e de libertaçom nacional, utilizando o demagógico discurso chauvinista espanhol, contra os povos que nom se submetem aos diktados imperialistas e a sua desordem mundial.

O fascismo voxiano, como ferramenta funcional dos interesses da fraçom mais chauvinista e terrorista da oligarquia, alimenta e fomenta o ódio dos exploradores, dos ricos, para confundir a classe trabalhadora, para confrontá-la, aprofundando nas suas contradiçons, como estrategia visada para evitar que se organice, rebele e luite unida, como um só punho, contra os nossos verdadeiros inimigos

Mas o ódio é irracional, próprio de gente atrasada, que não sabe o que quer e para onde vai! O ódio não é digno de marxistas que lutam por um mundo melhor!

Este preconceito de que o ódio não é próprio de revolucionários esclarecidos tem vindo a minar o nosso campo e ninguém lhe dá luta. Temos que dizer que o ódio não tem que ser necessariamente irracional, e que o nosso ódio, porque esclarecido e consciente, ódio de classe, é mil vezes mais eficaz do que o ódio irracional de um indivíduo que se rebela isoladamente. Mas é ódio a única conclusão racional que se extrai de um conhecimento da sociedade actual. Se o sistema é irreformável, como já demonstrou mais de cem vezes de forma sangrenta, se os donos do sistema estão dispostos a tudo para prosseguir, porque é essa a sua natureza e não sabem nem podem agir de outra maneira, a única conclusão racional é trabalhar para derrubá-los pela força. E isso ninguém o fará se não for impelido pela arma do ódio de classe”.

Do mesmo jeito que a burguesia emprega o ódio para defender os seus privilégios de classe, o proletariado e o conjunto do povo trabalhador deve fomentá-lo também, mas com a finalidade contrária, assinalar os verdadeiros responsáveis da exploraçom, da miséria, da depauperaçom.

Como acertadamente afirma o revolucionário comunista português, Francisco Martins Rodrigues, o ódio de classe é um ódio racional, ao serviço dos interesses dos setores populares, umha ferramenta fundamental à hora de atingir consciência operária para enfrentarmos aos nossos inimigos, ao patronato, e os seus capatazes que dirigem os partidos burgueses.

Sem ódio de classe é impossível atingir conquistas concretas, frear agressons, articular luitas táticas imbricadas na estratégia de tombar o sistema capitalista, de acumular massa crítica para organizar a Revoluçom Socialsta Galega.

Se a oligarquia fomenta nos meios de desinformaçom o mais arrogante chauvinismo espanhol, um primário anticomunismo, o racismo subliminal, a criminalizaçom do antifascismo e do direito à rebeliom e autodefesa nas luitas e protestos operários e populares, é por que sabe que o ódio é fundamental para preservar os seus privilégios derivados da exploraçom e apropriaçom da maisvalia do povo trabalhador.

A finalidade da narrativa hiperbólica das forças fascistas e reacionárias, forma parte dumha deliberada estrategia inspirada na máxima goebbeliana de que ‘umha mentira repetida mil vezes converte-se em verdade’.

Procura dividir-nos, construindo ‘chivos expiatórios’ no imaginário coletivo dos setores menos conscientes do povo trabalhador e empobrecido, dificultando assim que podam identificar quem som os verdadeiros responsáveis pola sua miséria e exclusom social.

A oligarquia também se serve da claudicaçom política e ideológica das “esquerdinhas”, tanto das naçons oprimidas como da metrópole espanhola, quando fomentam o pacifismo mais exacerbado para adormecer o povo trabalhador, inoculando no seu seio o ilusionismo do jogo parlamentar burguês e o fetichismo da via institucional como o único caminho aceitável e possível.

Devemos retomar o espíritu revolucionário do marxismo, e isso passa necessáriamente por resgatar e fomentar a nossa principal arma, o ódio de classe. Sabemos que o caminho é longo e está cheio de muitas dificuldades, mas sem recuperarmos o projeto emancipador de Marx, Lenine e o Che, é impossível avançarmos.

Nom há hipótese de reconstruirmos a esquerda revolucionária galega, nem possibilidade de que o proletáriado e o conjunto do povo trabalhador poida organizar a Revoluçom Socialista, sem ódio de classe.

Na Pátria, 24 de outubro de 2021

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Declaraçom de Agora Galiza-Unidade Popular no Dia da Galiza Combatente de 2021

Ha 21 anos, aesquerda revolucionária independentista e socialista galega, instauramos esta efemérede no calendário político galego.

Nom foi fruto de um capricho, nem umha decisom irreflexiva. Pretendiamos recuperar do esquecimento e a maquilhagem imposta, aqueles episódios da melhor tradiçom de luita e combate do nosso povo.

Um projeto político revolucionário, de caráter integral e globalizante, deve contar com um imaginário coletivo próprio.

Também deve desputar no campo da história, no da épica, a superioridade da hegemonia obreira sobre as leituras pequeno-burguesas.

Nestas duas décadas fomos apreendendo das leiçons do passado que levam décadas furtando-nos.

Nestes vinte anos fomos dotam-nos dumha cosmovisom cultural própria, diferenciada da elaborada polas diversas expressons social-democratas, antagónica a do inimigo de classe e do seu imperialista projeto nacional.

Fomos divulgando as biografias, as trajetórias, as luitas, as achegas e exemplos, das estrelas que nos guiam, dessas bússolas que contribuem a nom desviar-nos do caminho da Revoluçom Galega, que nos dias de fel e ferro injetam força e energia militante.

Nesta XXI ediçom do Dia da Galiza Combatente, queremos realizar um apelo para construirmos ferramentas organizativas obreiras, imprescindíveis para a emancipaçom da nossa classe e da Naçom Galega, causa a que temos consagrada a nossa vida.

Sem um partido proletário galego, que exerça de motor e locomotiva do conjunto do povo trabalhador galego, seguiremos instalados na derrota, seguiremos cada vez mais desarmados política e ideologicamente, condenados a derrota perpétua.

Sem um partido proletário galego, continuaremos alimentando a resignaçom, as falsas esperanças do ilusionismo eleitoral e do cretinismo parlamentar, que carateriza o acionar das ‘esquerdinhas’.

Um partido obreiro galego, que combine dialeticamente a defesa intransigente das condiçons laborais e de vida das imensas maiorias sociais que conformamos o povo trabalhador e empobrecido, com a necessidade de derrubar a forma que a ditadura do Capital adota na Galiza: o putrefacto regime monárquico e oligárquico pósfranquista.

Na XXI ediçom do Dia da Galiza Combatente reivindicamos, com toda solenidade, a Benigno Álvares, Piloto, Moncho Reboiras, Abelardo Collazo e Henriqueta Outeiro. Fazémo-lo porque som os nutrintes que nos alimentam.

Ambos fam parte indissociável da nossa mochila de combate.

Som cinco nomes -que em diversas etapas da nossa mais recente história contemporánea-, destacárom do anonimato heroico das massas, formando parte por méritos próprios do mais aperfeiçoado frontispício da Pátria do Trabalho que nunca se resignou a ser submissa e servil.

Cinco exemplos da arte insurrecional, sublimes insumos para o êxito da Revoluçom Galega.

Fazemo-lo afastados de leituras folclóricas e adulteradas polo “politicamente correto”.

Com a firme decisom de apreender das suas achegas para construirmos um movimento revolucionário galego, dirigido pola classe obreira, com programa e direçom obreira, sintetizando a luita pola emancipaçom de classe com a libertaçom nacional desta parte do universo chamado Galiza.

Só a clase obreira salva a classe obreira!

Independência e Pátria Socialista!

Antes mortos que escravos!

Venceremos!

Na Pátria, 11 de outubro de 2021

Comunicado nº 166: Contra a depredaçom da oligarquia: nacionalizaçom das companhias elétricas

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Contra a depredaçom da oligarquia: nacionalizaçom das companhias elétricas

O preço dos serviços fundamentais como a eletricidade, gás ou combustível, aumentam ano após ano.

O governo de coaligaçom do PSOE-Unidas Podemos, funcional ao latrocínio legal do Ibex 35, permite estes abusos, facilitando que a oligarquia logre taxas de lucro obscenas, enquanto as condiçons de vida do povo trabalhador, agravadas pola pandemia, empioram diariamente.

O caso mais sangrante é o da eletricidade. Além da nova tarifa que entrou em vigor na Galiza o passado 1 de Julho, o preço da luz sofreu várias subidas nos últimos meses, atingindo o passado 25 de agosto, um novo máximo histórico de 122,76 euros megawatt hora.

O aumento da eletricidade, produze-se polo incremento dos preços doutros tipos de energia, como a nuclear ou o gás, mas também se deve ao sistema de fixaçom de preços. Este sistema, mediante subasta alcista, nom é somente opaco, está concebido para favorecer a especulaçom.

Cada dia, as generadoras prevém a demanda das comercializadoras de energia para a seguinte jornada. A OMIE (o operador de mercado elétrico designado), escolhe as ofertas de energia da mais barata à mais cara, e assim, vam cubrindo a demanda. Se há pouca, o processo cobre-se com as primeiras ofertas, as mais baratas. Porém, se há muita demanda, como no caso do inverno e verao, nom se cobre até chegar às últimas ofertas, as mais caras.

E precisamente, o preço mais caro é o que se fixa definitivamente. Em resumo, a previsom de consumo alto determina a alça do preço da luz.

Um saqueio legal que sofre o povo trabalhador, cada vez mas empobrecido, enquanto aumentam os já elevados benefícios das empresas que formam o oligopólio elétrico.

Este sistema, trata a eletricidade como um bem de mercado mais e nom como un serviço de primeira necessidade.

PSOE e PP som corresponsáveis desta devastaçom que só incrementa a taxa de depauperaçom da classe obreira e do conjunto das camadas populares.

Eis a razom pola que as grandes empresas elétricas som umha das principais “portas giratórias”. O caso mais representativo é o do ex-presidente do governo, Felipe González, integrante do Conselho de Administraçom de Fenosa, hoje Naturgy.

Naturgy, Endesa e Iberdrola controlam 90% do mercado elétrico no Estado espanhol. Isto explica que Iberdrola por exemplo, consegui-se un benefício recorde de 3.600 milhons de euros, e que o seu presidente, Ignacio Sánchez Galán, cobrasse um total de 12,2 milhons de euros no ano 2020.

O governo de Pedro Sánchez, lacaio destas multinacionais, que repetiu cínicamente, umha e outra vez, que durante e após a pandemia nom “iam deixar ninguém atrás”, limita-se a culpar cínicamente ao anterior governo do PP polas privatizaçons, sem tomar umha só medida contundente para frear esta subida.

O Ministério de Consumo dirigido por Alberto Garzón, encarregado de “evitar a especulaçom dos preços e tarifas”, passou de exigir a nacionalizaçom dos setores estratégicos quando estava na oposiçom, a olhar cara outro lado perante a alça do preço da luz.

Na Galiza, 28% da eletricidade produzida segue a exportar-se fora do nosso país. Como naçom oprimida, sobre-explorada e fornecedora de recursos naturais e materias primas, as práticas depredadoras das multinacionais suponhem um saqueio de indiscutível caráter colonial do nosso território.

Eis o caso dos encoros esvaziados na conca Minho-Sil, geridos por Naturgy e Iberdrola. Este deliberado baleirado responde a que estas empresas empregam as centrais hidroelétricas para gerar energia, mas vendendo-a ao preço do gás natural, o que supóm uns custos de produçom muitíssimo menores e exentos de impostos. Eis o caso do pagamento polos direitos de emissom de CO2.

Porém, o suministro à populaçom galega segue a ser um dos mais caros do Estado, e o número de famílias com dificuldades para pagar a fatura da luz, aumenta cada ano.

Perante o incremento do preço da eletricidade e o resto de serviços de primeira necessidade, de nada servem os hipócritas laios do setor social-demócrata do governo espanhol, nem as mornas iniciativas de rebaixar o IVA, ou a retórica criaçom de umha empresa pública de eletricidade.

De pouco serve também, a proposta do reformismo autótone de estabelecer umha tarifa elétrica galega, basicamente concebida para favorecer os interesses das grandes empresas. Nom tenhem intençom de ir a raiz do problema, e fazer frente aos inimigos do nosso povo e da nossa classe!

Cumpre pois denunciarmos e combatermos os gángsters multimilionários que vivem a todo luxo a custa da miséria do povo trabalhador galego. A única soluçom eficaz é nacionalizar a totalidade do setor elétrico e enérgetico, regular o preço e melhorar o seu serviço, altamente deficiente na Galiza rural.

Só mediante a luita organizada e unida do povo trabalhador nas ruas, lograremos frear a insaciável política depredadora da oligarquia.

A luita é o único caminho!

Independência e pátria socialista!

Só a classe obreira salva a classe obreira!

Na Pátria, 28 de agosto de 2021