Comunicado nº 12. Constituiçom espanhola: via morta para a Galiza.

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Constituiçom espanhola: via morta para a Galiza.

A prática totalidade dos partidos sistémicos espanhóis contemplam -em maior ou menor medida, de forma mais clara ou oportunista-, realizar mudanças na constituiçom do 78, o texto pactuado entre o franquismo e as forças progressistas que atraiçoárom a rutura democrática com a longa noite de pedra, com os perto de 40 anos de regime fascista.

Estas propostas que aparentam democratizar um texto que até há pouco tempo se considerava intocável, que exigia obrigatória veneraçom, é um novo engano para que todo continue exatamente na mesma.

No caso do PP e do PSOE nom passam de mornos posicionamentos táticos ou simples reclamos eleitorais derivados da adversa conjuntura que atravessa a credibilidade de um regime enfraquecido, minado polas receitas ultraliberais que empobrecérom as camadas populares, e pola corruçom geralizada que enriqueceu de forma obscena a casta governante.

Nos partidos “emergentes” promovidos polo regime [Podemos e Ciudadanos] e na esquerda reformista [IU] a modificaçom constitucional que demandam, no melhor dos casos só pretende atingir mediante umha reatualizaçom e um novo consenso a legitimaçom popular desta cárcere de povos chamada Espanha. Som promessas eleitorais que nunca se vam cumprir porque na essência som forças pactistas, regeneracionistas e legitimadoras do sistema capitalista e do paradigma imperialista espanhol.

A soluçom dos problemas do povo trabalhador e do povo empobrecido da Galiza nom som viáveis no quadro da dependência nacional.

Sem instrumentos e mecanismos de decisom nunca poderemos avançar para a nossa emancipaçom como classe, povo e género. Isto só é possível com soberania, e a soberania emana da prévia independência nacional.

Agora Galiza manifesta a sua oposiçom à arquitetura jurídico-política do postfranquismo, estampantada na constituiçom do 78 e no posterior Estatuto de Autonomia de 1981.

Por este motivo 6 de dezembro nada temos que celebrar e sim muito que denunciar e reclamar, pois a constituiçom espanhola é simplesmente umha via morta para a Galiza. No seu quadro seguiremos caminhando face mais precariedade, desemprego, pobreza, emigraçom, destruiçom da nossa língua e cultura, controlo social, perda de direitos e liberdades, em definitiva mais dependência.

Agora Galiza manifesta a firme oposiçom da esquerda independentista galega a qualquer reforma constitucional, pois o ADN da II restauraçom bourbónica é nitidamente antidemocrático e imperialista.

Nem Espanha, nem os seus partidos, chamem-se PP, PSOE, C´s, Podemos ou IU nunca vam permitir o exercício do direito de autodeterminaçom em base à vontade soberana do povo galego.

Só procuram umha reatualizaçom do consenso em chaves reacionárias ou em chaves “progressistas” que facilitem umha nova redistribuiçom do bolo para um melhor acomodo das suas elites.
Perante a grave crise estrutural que padece o projeto nacional galego nom nos cansaremos de reclamar ao conjunto dos agentes políticos e sociais do nosso país a urgente necessidade de nom seguir perdendo mais tempo.

Defendemos um Pacto por Galiza, como primerio passo para o Pólo Patriótico ruturista que contribue para a criar as condiçons subjetivas para a recomposiçom integral do movimento de libertaçom nacional galego.

Lamentamos que este ano a denúncia da constituiçom espanhola nom tenha sido possível mediante umha resposta unitária e abrangente de todas as forças soberanistas e independentistas galegas.

Lamentamos que nom tenha sido possível até o presente reativar e reimpulsionar a escala nacional a plataforma suprapartidária Galiza pola Soberania (GpS).

Porém, Agora Galiza nom cessará de trabalhar por construir esse cenário que altere as tendências disgregadoras em curso, que freie o desencanto, otimice recursos e energias dispersas e recupere as esperanças entre milhares de militantes e ativistas sociais.

Sem a superaçom do taticismo eleitoral e a visom curtoprazista em que seguem instalados os setores hegemónicos da esquerda soberanista galega, nom será viável a reorganizaçom que sente as bases para podermos coletivamente converter a esquerda patriótica na ferramenta para a rutura democrática e o processo constituinte galego visado na proclamaçom da República Galega.

Estamos plenamente convencid@s que após 20 de dezembro novas condiçons políticas facilitarám avançarmos nesta direçom.
Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 30 de novembro de 2015