Comunicado nº 41 25S: Ganhou o PP de Feijó e perdeu o povo trabalhador galego

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25S: Ganhou o PP de Feijó e perdeu o povo trabalhador galego

  1. Os resultados das eleiçons autonómicas de 25 de setembro nom som positivos para o povo trabalhador e empobrecido da Galiza, nem a para o futuro da nossa naçom.

A esquerda independentista, feminista e socialista galega nom está satisfeita polo adverso panorama resultante, caraterizado pola vitória da reaçom, a recomposiçom da correlaçom eleitoral da oposiçom, e um parlamentinho carente de umha força revolucionária, sem um partido comprometido com a classe trabalhadora e a liberdade da Galiza, sem ataduras nem compromissos com o regime postfranquista.

  1. A contundente vitória do PP revalidando umha terceira maioria absoluta consecutiva, por surpreendente que poda parecer, nom foi um resultado inesperado. A conhecida, mas também a invisível maquinária de dominaçom da direita espanhola, empregou todos os meios possíveis para movimentar o eleitorado recurrindo a todos os mecanismos inimagínáveis. A sua maquinária estava perfeitamente operativa como constatam esses 676.676 votos atingidos [47.53%], mais de 1 ponto e médio e por volta de algo mais de 15.000 votos respeito a 2012.

  1. A Marea logrou ficar como principal força da oposiçom. Mas o empate em deputad@s com o PSOE está mui afastado do sorpasso que asseguravam atingir.

O “partido instrumental” continua perdendo apoios respeito às eleiçons de 20 de dezembro de 2015 e de 26 de junho deste ano, embora o espaço que representam avança respeito a experiência de AGE de 2012 quando a aliança entre Anova e IU logrou 200.828 votos [13.91%] e 9 deputad@s.

Os 271.418 votos da candidatura encabeçada por Luís Villares [19.07%]nem lográrom derrotar a maioria de Feijó, nem superar com claridom o PSOE, nem um grupo parlamentar mais afim à linha do beirismo. As diversas fraçons podemitas -hegemónicas entre os 14 representantes-, prognosticam um futuro similar ao de AGE na legislatura 2009-2012: permanente instabilidade e possíveis deserçons.

  1. O PSOE continua com a sua curva descendente, retrocedendo cerca de 50.000 votos, passando dos 297.584 [20.61%]de 2012 a 254.552 [17.88%]. A boicotagem do velho aparelho representado hoje polo cacique viguês Abel Caballero tem enormes responsabilidades na hemorragia de votos.

  1. O BNG também retrocede respeito a 2012, perdendo mais de 25.000 votos, embora fosse alterada a sensaçom subjetiva perante o panorama catastrofista dos inquéritos e a tendência face a marginalidade política derivada das últimas duas eleiçons às Cortes espanholas.

Com 118.982 sufrágios [8.36%]e 6 deputad@s o BNG logra manter grupo parlamentar assegurando a viabilidade económica que lhe permite manter a estrutura burocrática vital para sobreviver politicamente e perpetuar umha linha taticista, corresponsável pola crítica situaçom em que se acha o projeto nacional galego.

  1. O estrepitoso fracasso do neofalangismo representado por C´s é consequência da sua inutilidade na Galiza como partido dobradiça que facilite a governabilidade do PP, tal como foi concebido pola grande banca. 3.38% de apoios nas quatro circunscriçons eleitorais da Comunidade Autónoma representam 48.303 votos, um resultado que pola lei eleitoral fraguista impossibilita estar presente no parlamentinho do Hórreo.verdades-y-mentiras-del-debate-electoral-en-galicia

  2. A abstençom, opçom que Agora Galiza promoveu perante a impossibilidade de promover umha candidatura de esquerda ruptutrista com possibilidades reais de atingir um resultado digno, foi a opçom de 817.702 galegos e galegas. Este 36.25% é inferior substancialmente ao de 2012 quando a abstençom foi secundada por 45.09% do censo.

Consideramos que a opçom adotada foi e é a correta, pois apoiar o nacional-autonomismo impossibilita criar as condiçons subjetivas para dotar a Galiza e o seu povo trabalhador de umha alternativa revolucionária com apoio de massas.

  1. Os resultados constatam que o ilusionismo eleitoral alentado polas duas expressons do reformismo atuante na Galiza voltou a fracassar. Que as políticas da reaçom burguesa e do imperialismo espanhol nom se podem derrotar nas urnas. Constatam a incapacidade do conjunto da esquerda, tanto da reformista, como da revolucionária por ganhar o povo trabalhador.

  1. A “nova política” gerada nos laboratórios da burguesia do planalto hispano para evitar, ou polo menos atrasar umha crise institucional e política, para salvar o regime postfranquista, é responsável direta pola atual pax social, pola desmobilizaçom operária e popular, polo fetichismo parlamentar que penetrou entre a juventude galega, fatores importante à hora de compreender os acontecimentos em curso.

Esta campanha eleitoral foi expressom desta inoperante via institucional defendida polo reformismo: o narcopresidente e a sua camarilha gansteril realizárom umha campanha eleitoral sem praticamente serem alterados polos setores mais avançados e combativos da maioria social atingida polas suas políticas de precariedade laboral, perda de direitos, deterioramente e privatizaçom dos serviços públicos, miséria e exclusom social, emigraçom juvenil, destruiçom da nossa língua e cultura nacional.

  1. Feijó e o que representa só poderá ser derrotado na rua, após um processo de combate e formaçom ideológica, de auto-organizaçom operária e popular, que permitam iniciar um ciclo de luitas permanentes, de mobilizaçom constante e encadeada, sob umha estratégia de ruptura para a conquista do poder real.

Enquanto as castas que dominam as forças da esquerda maioritária continuem enganando ao povo com imaginárias vitórias eleitorais, partidos telemáticos, configurados para e pola pequena-burguesia, o Ibex 35 continuará implementado as suas políticas depredadoras contra nós e contra a nossa Pátria.

  1. Enquanto quem cobra um salário de miséria com jornadas laborais extenuantes, o que tem as suas filhas emigradas em Londres, Barcelona ou Berlim ou vendendo a sua força de trabalho aqui em condiçons decimonónicas, enquanto quem é desatendido na sanidade pública com um serviço deficiente, enquanto quem cobre umha pensiom que só atinge para chegar dignamente à metade do mês, siga sendo incapaz de discernir quem son os responsáveis diretos da sua situaçom, o PP na Galiza continuará a ter um poder eleitoral sobredimensionado.

  1. Agora Galiza, organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional, acreditamos no potencial revolucionário do nosso povo. Nem desprezamos nem muito menos culpabilizamos as camadas populares que continuem alimentando eleitoralmente a estrutura de dominaçom do PP mediante o seu respaldo eleitoral. Sabemos quais som as múltiplas razons que nos permitem explicar e entender os resultados de hoje.

  1. O atronador silêncio das ruas desertas na noite de ontem som a melhor fotografia de um País desafeto com a miserável política existente, de um povo resignado polo mal menor, carente de um projeto ilusionante que aglutine e ative as maiorias.

Esses mais de dous milhons e médio de galegas e galegos que ou bem optárom por votar nalgumha das mais de 20 forças que concorrérom onte, ou bem optárom pola abstençom, é a razom da existência de Agora Galiza. Construir a nova ferramenta de organizaçom, mobilizaçom e combate é a nossa razom de ser. Aqui estamos e aqui seguiremos.

Os resultados de ontem devem ser relativizados. O PP nom representa nem muito menos a maioria deste País. Só 1 de cada 4 galeg@s votárom Feijó: 676.676 de 2.701.837 compatriotas da Comunidade Autónoma com direito a voto.

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 26 de setembro de 2016