Comunicado nº 58: O inimigo do povo trabalhador som todas as burguesias. Posiçom de Agora Galiza frente aos orçamentos do Estado espanhol de 2017.

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O inimigo do povo trabalhador som todas as burguesias

Posiçom de Agora Galiza frente aos orçamentos do Estado espanhol de 2017

Tal como vem realizando nos últimos 150 anos a burguesia nacionalista basca acaba de pactuar com a oligarquia espanhola a estabilidade do regime em troca de 4.000 milhons de euros visados para financiar a construçom de infraestruturas estratégicas.

Assim os cinco deputados do Partido Nacionalista Basco [PNB] nas Cortes espanholas salvárom o governo de Rajói tombando todas as emendas à totalidade na primeira tramitaçom parlamentar prévia à aprovaçom dos “Orçamentos Gerais do Estado”. É a contrapartida à abstençom da seçom regional do PP na votaçom no parlamento bascongado que possibilitou em março a aprovaçom dos orçamentos da Comunidade Autónoma Basca, garantindo assim a estabilidade económica que reclamava o regionalismo.

O acordo anunciado entre a burguesia basca e espanhola é quantificável em cerca de 6.000 milhons de euros, consistente numha substancial rebaixa do “cupo”, a devoluçom de 1.400 milhons de euros e 4.000 milhons adicionais para financiar basicamente grandes obras de infraestruturas, excluindo assim as necessidades e reivindicaçons em matéria social e laboral do povo trabalhador basco.

Concretamente o governo do PP rebaixará a tarifa elétrica das empresas, apoia a construçom de plataformas logísticas, umha terminal intermodal conetada com os portos, além dum compromisso de calendário para concluir o comboio de alta velocidade.

Mas também, entre outros temas, o reforçamento do aparelho repressivo regionalista mediante o incremento do quadro de pessoal da Ertzaintza e facilitar a sua incorporaçom nas estruturas policiais europeias.

Este acordo é o balom de oxigênio que Mariano Rajói neccesitava para respirar perante a sua debilidade pola corrupçom geralizada que o converte no presidente de um governo bandido. É um quid pro quo entre a mesma classe, embora de formaçons sociais diferentes!

A burguesia nacionalista basca salva assim o governo do PP da ferida de morte que poderia provocar a sua queda se nom lograsse aprovar os orçamentos.

Nada do acontecido resulta surpreendente, como tampouco a posiçom do nacionalismo galego laiando-se de que a carência dum grupo parlamentar galego nas Cortes espanholas explica o agravo e a marginalizaçom da Galiza nos orçamentos estatais que ve reduzido o investimento em 442 milhons de euros.

Assim o BNG “contrasta o resultado de ter um Governo que exerce para defender os seus interesses, -Euskadi-, e un Feijó “marioneta” de Rajói”. Desta delirante posiçom do BNG deriva-se que estaria disposto a apoiar os orçamentos do governo anti-popular, anti-operário e anti-galego de Rajói em troques de incrementar os orçamentos do Estado espanhol na Galiza.

Que estaria disposto a alongar o calvário que padece a maioria social pola aplicaçom das duríssimas receitas económicas de cortes, “austeridade”, reformas laborais, repressom e involuiçom em direitos e liberdades que aplica o PP seguindo os diktados do Ibex 35 e da Uniom Europeia.

Novamente se constata que a classe operária e o conjunto do povo trabalhador e empobrecido da Galiza necessita dotar-se de ferramentas próprias para defender os seus interesses.

Novamente se constata que nas forças nacionalistas das naçons oprimidas polo imperialismo espanhol, incluindo as que se reivindicam de “esquerda”, prevalece a defesa dos interesses das suas respetivas burguesias e elites.

Novamente se constata a necessidade de construir um projeto revolucionário galego autónomo, equidistante do chauvinismo da “esquerda” espanhola com centro de gravidade em Madrid que nega o quadro galego da luita de classes, e do nacionalismo étnico e essencialista carente de um projeto coerente ao serviço do povo trabalhador.

Um projeto visado para a ruptura com o capitalismo, o patriarcado e a opressom nacional, um projeto socialista e feminista de libertaçom nacional, dirigido por e para o povo trabalhador, com a rua e os centros de trabalho como espaço preferencial de luita.

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 4 de maio de 2017