COMUNICADO Nº 74 da Direçom Nacional: 20N. ALERTA ANTIFASCISTA. Unidade, firmeza e coerência para derrotar o regime do 78

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20N. ALERTA ANTIFASCISTA

Unidade, firmeza e coerência para derrotar o regime do 78

O atual regime espanhol é herdeiro direto dos 40 anos de ditadura franquista emanados do golpe de estado militar fascista de 18 de julho de 1936.

O lifting do franquismo promovido polas principais fraçons da burguesa espanhola, tuteladas polo imperialismo, permitírom a implementaçom dumha reforma política conhecida como “Transiçom”, reinstaurando a ilegítima monarquia bourbónica, que tinha sido tombada polo povo trabalhador em abril de 1931.

Um pacto consistente num acordo entre os setores do bloco de classes oligárquico espanhol com as forças da esquerda reformista [PCE E PSOE], e os partidos nacionalistas burgueses da Catalunha e o País Basco [CiU e PNB].

A estratégia gatopardista de mudar algo para que todo siga igual, permitiu manter intata a acumulaçom de capital facilitada pola ditadura terrorista durante 4 longas décadas de sobreexploraçom da classe trabalhadora, das mulheres e das naçons oprimidas polo Estado espanhol.

Em troca da legalizaçom do PCE e de garantias de incorporaçom das suas elites e da burocracia sindical às migalhas institucionais, o carrilhismo renunciou à rutura, legitimou o rei nomeado por Franco e permitiu a lei de ponto final de 1977 [lei de “amnistia”] que impossibilitou julgar e condenar os crimes do franquismo. Nom houvo a mais mínima depuraçom dos aparelhos repressivos do regime [Exército, Guarda Civil, polícia, sistema carcelário, aparelho judicial], nem da sua mastodóntica administraçom.

O falangismo inicialmente mutou na UCD e Aliança Popular, tingindo de azul joseantoniano o PSOE. O resultado foi a perpetuaçom do franquismo sem Franco, agora sob a fachada de democracia pluripartidista.

Os pactos da Moncloa hipotecárom e domesticárom o movimento operário, e a limitada descentralizaçom administrativa do “Estado das Autonomias” neutralizou as luitas de libertaçom nacional da Galiza e das naçons oprimidas, incorporando assim as suas elites na distribuiçom da “tarta”.

A repressom foi um ingrediente imprescindível para consolidar o postfranquismo. Centenares de trabalhadores/as, de militantes das forças políticas e sociais que nom se incorporárom aos acordos, fôrom assassinados polos corpos policiais e polos grupos paramilitares.

A operaçom respaldada polos Estados Unidos e as principais potências da Uniom Europeia logrou umha incompleta consolidaçom entre permanentes turbulências, sempre questionada polas dissiências operárias e as esquerdas independentistas.

Porém, o desafio independentista catalám está sendo catalisador do endurecimento repressivo no que está instalado o Estado espanhol.

A possibilidade real de colapso a consequência da combinaçom de múltiplos factores que aceleram a sua multicrise estrutural, a oligarquia opta por agitar o fantasma do fascismo.

Perante o perigo que corre o regime, a oligarquia facilita a eclosom do franquismo sem máscara democrática-burguesa. A ditadura mediática e judicial tenhem gerado um clima social que facilita a involuçom em curso.

A ativaçom do artigo 155 contra a Catalunha dissolvendo a Generalitat, a detençom do Govern, e as ameaças de intervençom militar para esmagar o exercício do direito de autodeterminaçom, com apoio aberto do PP, C´s e PSOE, constatam a natureza autoritária do regime do 78.

O chauvinismo espanhol sobre o que se oculta a brutal ofensiva oligárquica contra os direitos laborais e sociais, que permite a implementaçom de leis de excepçom que recortam ou suprimem liberdades e direitos básicos, só é possível pola desvirtuaçom das forças populares e a sua incorporaçom à lógica sistémica.

O povo trabalhador leva praticamente umha década padecendo as duras consequências das políticas de austeridade e cortes, justificadas sob a coartada da crise capitalista. Temos sido nós, a classe trabalhadora e as camadas populares, as vítimas da ofensiva burguesa contra as conquistas e os direitos adquiridos pola luita organizada do movimento operário.

Porém, a letal combinaçom da dramática ausência de organizaçons revolucionárias com dimensom de massas, e a hegemonia dumha pseudoesquerda de salom, hipotecada no eleitoralismo, tenhem facilitado os planos depredadores da burguesia.

A frustraçom de amplos segmentos populares perante a impossibilidade de cumprimento das promessas derivadas do ilusionismo eleitoral, e a cumplicidade das suas elites com os pactos de Estado sobre os que se construiu o atual regime, facilitam a expansom do fascismo.

É pois necessário vertebrar um frente antifascista que resista a embestida da oligarquia e derrote a ditadura do capital nas ruas e centros de trabalho. Mas nom para defender a democracia burguesa e sim para articular a alternativa socialista. O antifascismo deve ter um inequívoco componente anticapitalista.

Neste novo aniversário da morte de Franco e de José António Primo de Rivera, ícone do fascismo espanhol, a esquerda independentista e socialista galega apela à necessidade de darmos coletivamente passos tangíveis e coerentes para dotar ao povo trabalhador galego de um muro de contençom antifascista.

Galiza, 19 de novembro de 2017

Direçom Nacional de Agora Galiza