ZÉLTIA ENVENENOU DURANTE DÉCADAS COM LINDANO POVO TRABALHADOR DO VAL DA LOURINHA COM CUMPLICIDADE INSTITUCIONAL

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(Comunicado nº 2 de Agora Galiza da Lourinha)

ZÉLTIA ENVENENOU DURANTE DÉCADAS COM LINDANO POVO TRABALHADOR DO VAL DA LOURINHA COM CUMPLICIDADE INSTITUCIONAL

As instituiçons som o motel onde as empresas privadas e a casta política fam os seus suculentos negócios de costas ao povo.

O caso do lindano no Val da Lourinha é umha monstra de este proceder infame e criminal.
Há meses umhas obras desenterrárom parte do perigoso material tóxico, produzido durante décadas [1947-1964], na planta da empresa Zéltia, no polígono de Torneiros, em Porrinho.

Mais de 1.000 toneladas deste pesticida fôrom deliberadamente disseminadas na comarca, enterradas nuns terrenos municipais sobre os que foi construído em 1975 o polígono habitacional de vivendas sociais de Torneiros, e em 1990 um circuito de cicloturismo, tentando assim ocultar o gigatesco depósito de resíduos tóxicos.

A filtración do lindano nas águas também afecta o concelho de Mós.

A desinformaçom provocou que durante anos o lindano tenha sido confundido com caolim e portanto empregue na construçom de vivendas, e que mesmo o Concelho de Porrinho tenha asfaltado caminhos com este pesticida mortal.

Zéltia durante a ditadura fabricou o tóxico que se utilizou nos inseticidas que se comercializárom até praticamente finais da década de setenta, sendo posteriormente proibido o seu uso por ser cancerígeno por indicaçons da Organizaçom Mundial da Saúde [OMS].

É puro terrorismo do Capital ter construido vivendas de proteçom oficial desprezando a saúde do povo trabalhador e o meio ambiente.

Esta barbaridade leva condenando centos de trabalhadoras e trabalhadores que ali vivem à exposiçom de um produto cancerígeno dia após dia, provocando problemas muito graves de saúde. Há incluso famílias inteiras com doenças.

A lamentável situaçom em que vive a classe trabalhadora galega é um impedimento mais para muitos dos afectados na zona, que carecem dos meios económicos suficientes para poder abandonar o lugar e refazer a suas vidas.

Os alcaides Gonzalo Ordonhez Pérez e José Manuel Barros som responsáveis diretos por ter completado o traslado e soterramento deste veneno nos bairros operários do Porrinho e concelhos da contorna.

Mas o silêncio e ocultamento institucional continuou com os máximos responsáveis que ocupárom as Casas do Concelho, com estratagemas próprias de quem nom quere lidar com este problema. Tanto PP, como PSOE e BNG, mantivérom um cúmplice silêncio administrativo, umha prática de negaçom de informes e análises, de infravalorizar e subestimar a dimensom desta catástrofe.

A pataca quente do lindano é um problema que foi passando de corporaçom em corporaçom, e que por falta de valentia política ninguém se atreve a encarar.

Atualmente os respetivos governos municipais, no Porrinho encabeçado por Eva Garcia do PSOE, e em Mós por Nídia Arévalo do PP, nom só nom minimizam o problema, senom que incluso chegam a agravá-lo.

Há escasos dous meses voltou-se a repetir o mesmo sucesso no bairro de “O contrasto”, em Porrinho, quando as obras de saneamento efectuadas numha zona afectada destapárom o lindano, deixando-o ao ar livre, provocando a natural alarma na populaçom.

A alcaldesa solicitou desculpas assegurando que foi umha descoordenaçom do governo, como se isso fosse umha justificaçom suficiente quando está em perigo a saúde do povo trabalhador. Se tivesse um mínimo de decência Eva Garcia demitiria de imediato.

Nom estamos perante um simple despejo, é um envenenamento massivo feito com consciência por umha empresa que aplica a lógica perversa e depredadora do capital: procura do máximo lucro a custa de explorar a classe operária, desprezar a sua saúde e a das suas famílias, e destruir a natureza.

Nom há mais que lembrar o proceder destes criminais: movimento de camions aproveitando a noite, valados de vários metros para ocultá-lo, etc, e todo contando com a proteçom das instituiçons do regime postfranquista.

Este jeito de agir nom é exclusivo do Val da Lourinha, também está constatando que nom é um modo de proceder isolado.

A burguesia sempre encontra nas instituçons ajuda para socializar perdas, receber subsídios, usar terrenos públicos para facilitar os seus negócios, e em troques financiam os partidos sistémicos que agem como simples testaferros dos seus interesses de classe.

Atualmente é a vezinhança quem leva a iniciativa para que se adotem as medidas precisas e se arranje o grave problema de saúde que representa.

Tem que avaliar-se que consequências tivo para saúde dos afetados o contato direto com o pesticida, mas é urgente o encapsulado, retirada e limpeza de todas as zonas contaminadas, mas também determinar as responsabilidades politicas, jurídicas e económicas, evitando que se imponha a impunidade.

Agora Galiza respalda as reivindicaçons da vizinhança de Torneiros e do Contrasto, e exige que se depurem responsabilidades polílticas.

Nom só devemos movimentar-nos no terreno institucional com denúncias, as ruas som determinantes para evitar que a lousa do silêncio, do esquecimento e impunidade ganhe a batalha.

Os protestos populares devem ser protagonistas das luitas porque ja está demonstrado que a pressom é a única linguagem que entendem.

Agora Galiza da Lourinha

Na Lourinha, 28 de julho de 2018