Comunicado nº 96: O “Valle de los caidos” deve ser dinamitado

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O “Valle de los caidos” deve ser dinamitado

A iniciativa de exumar os restos do genocida Francisco Franco, depositados no mausuleu fascista do “Valle de los caidos”, nas proximidades de Madrid, que promove o governo de Pedro Sánchez, é um novo engano do postfranquismo “progre”.

Apelando às emoçons e sentimentos, o PSOE com esta operaçom pretende vertebrar à sua volta a desorganizada maioria social antifascista, e reforçar no aspeto do imaginário simbólico o irreal eixo esquerda-direita com PP e C´s.

A operaçom mediática tem como fim último reforçar-se eleitoralmente, recuperando assim a sua desencantada base social migrada a Podemos ou à abstençom.

Nom existe motivaçons antifascistas neste calculado gesto propagandístico que basicamente pretende desmascarar o caráter franquista do PP de Pablo Casado e Alberto Nuñez Feijó, e de C´s de Albert Rivera e Inés Arrimadas.

Porém, após 43 anos da morte do ditador na cama de um hospital, o PSOE tam só pretende exumar os seus restos e entregá-los a sua família.

A fraude da operaçom está clara quando descarta desmontar e desfascistizar o val de Cuelgamuros. A infame construçom inaugurada em 1958 e edificada com a mao de obra escrava dos presos políticos, é um mostra palpável do caráter reacionário e ilegítimo do atual regime de 78, como continuador dos quarenta anos de franquismo emanados do golpe de estado de 18 de julho de 1936.

Caraterizar ao fundador de Falange como “vítma da guerra civil” exprime que o PSOE é umha das pedras angulares do regime continuador do franquismo. José Antonio Primo de Rivera era o chefe de umha organizaçom terrorista e criminal que inçou de milhares de cadáveres as valetas da Galiza, sementando dor, desolaçom e miséria no nosso país. Os seus restos nom pode estar num panteom, num lugar de culto para ser honrado polos seus seguidores.

A única alternativa democrática é exumar e entregar às suas famílias todos os restos de cadáveres depositados neste monumento, e posteriormente dinamitá-lo.

Mas de momento isto nom vai acontecer pois o franquismo segue sendo hegemónico nos poderes fácticos do Estado espanhol, nas forças policiais, no exército, no poder judicial, nos meios de desînformaçom, nas universidades, entre as poderosas fraçons da oligarquia que orientam e condicionam o agir dos partidos sistémicos que representam os seus intereses de classe. E o PSOE conforma parte desta engranagem.

Mas também polo timoratismo e temor no combate ao renovado fascismo que define o agir das incorretamente denominadas forças de “esquerda”.

Só movimentos populares auto-organizados e ativos, com iniciativa e capacidade de pressom, com presença nos diversos povos do Estado espanhol, de caráter republicano e antifascista, poderá forçar a rutura com o regime de 78 que possibilite a desfascistizaçom pendente.

Num cenário de involuçom política e ideológica, de descomplexado deslizamento fascista do establishment e da casta cleptocrática dos profissionais da política institucional, nom se pode olhar para outro lado, cair na inaniçom e parálise, subestimar os contínuos gestos e movimentos das organizaçons franquistas e neofranquistas como se nada se passasse. É hora de agir com coragem e contundência.

Hoje o novo fascismo, de cara amável e branqueados sorrisos, de formas suaves de comunicaçom, encabeça o discurso do supremacismo e chauvinismo espanholista da bandeira franquista e bourbónica, e o falso “patriotismo” dos que saqueam arcas públicas, desviam as suas fortunas a paraísos fiscais e nom pagam impostos, no relato xenófobo e o racista do “combate” à emigraçom.

É necessário adotar um conjunto de medidas políticas democráticas e antifascistas:

1- Desfascistizar a Galiza eliminando dos espaços públicos até o último vestígio simbólico e iconográfico da ditadura.

2- Nacionalizaçom de todo o património da família Franco, resultado do acumulado no saqueio praticado na ditadura.

3 Ilegalizaçom de todas os partidos e organizaçons que nom condenam o franquismo e reivindicam a ditadura: PP, C´s, Vox, as diversas Falanges, as fundaçons Francisco Franco, José Antonio Primo de Rivera, Yagüe, Pro-Infancia Queipo de Llano, Blas Piñar, Serrano Súñer, Ramiro Ledesma Ramos, Millán Astray, a UME [Uniom Militar Espanhola], etc.

4– Proibiçom da exibiçom de qualquer simbologia fascista.

5- Clausura de todas as publicaçons, editoras e meios de “comunicaçom” [emissoras de rádio e TV] que realizam apologia do franquismo.

6- Criaçom de um Instituto Nacional de Recuperaçom da Memória Histórica, centrada no estudo da opressom do Povo Galego ao longo da história, visada para reabilitar e dignificar todas as vítimas dessa repressom, começando polas vítimas da guerra de classes de 1936-39 e o franquismo.

7- Derrogaçom de todas as leis que perseguem e limitam a liberdade de expressom, assim como aqueles artigos do Código Penal que colidem frontalmente com os princípios democráticos básicos, concretamente o de humilhaçom [artigo 578] reformado pola LO 2/2015, e o de ódio (artigo 510), aprovado pola LO 1/2015, ambas de 30 de março.

A pouco mais de um mês, no Dia da Pátria, Agora Galiza manifestou a sua disponibilidade a construir um espaço de luita visado para dar xaque ao regime de 78, levantando umha muralha antifascista, nom para defender a democracia liberal burguesa e sim a alternativa da República Socialista Galega, sabe que estamos prontos para contribuir a dar-lhe forma e conteúdo.

Hoje, após a publicaçom ao longo de agosto dos manifestos fascistas de militares e figuras das diversas esferas do ámbito académico, judicial, político, jornalístico, apelamos para sentar as bases para levantar um bloco popular antifascista, dotado de um programa anticapitalista e anti-imperialista. Esmagarmos o fascismo é umha tarefa histórica!

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 5 de setembro de 2018