Comunicado nº 118: Avaliaçom dos resultados das eleiçons municipais e europeias de 26 de maio

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Avaliaçom dos resultados das eleiçons municipais e europeias de 26 de maio

Na atual “democracia” burguesa postfranquista som quatro as grandes forças políticas que representam os interesses da oligarquia, os monopólios e as multinacionais: PSOE, PP, C´s e Vox.

Nom se sostém, carece da mais mínima credibilidade e rigor, a extendida caraterizaçom de demarcaçom do cada vez mais artificial e inconsistente eixo “esquerda-direita”, entre um trifachinho representado polo PP, C´s e Vox, e o “progressismo” do PSOE.

Umha análise de classe das formaçons políticas hegemónicas, deve caraterizar PSOE de Pedro Sánchez e da família Caballero, como um partido de centro-direita maquilhado de progressismo, funcional para alimentar o ilusionismo da alternância eleitoral por concentrar umha substancial parte do voto sociologicamente de “esquerda”. A experiência histórica das cinco décadas de postfranquismo constatam e reafirmam, umha e outra vez, que é umha força reacionária tingida de vermelho descorido.

Só a partir desta equaçom poderemos realizar umha leitura correta dos resultados eleitorais do passado domingo.

ELEIÇONS MUNICIPAIS

Sem lugar a dúvidas o grande vencedor foi o PSOE, que logrou um inequívoco avanço eleitoral em boa parte dos concelhos da Galiza, com destaque nos grandes núcleos urbanos, a custa de recuperar o espaço que em 2015 tinha ocupado a mal denominada “nova política”.

Aproveitando o vento de “cola” das legislativas conseguiu situar-se em termos absolutos como segunda força, com praticamente um empate técnico com o PP [9 mil votos menos], mas logrando revalidar umha esmagadora maioria absoluta em Vigo, e recuperando as alcaldias de Compostela, Corunha e Ferrol, e com possibilidades de governar Ourense, assim como as principais cabeceiras de comarca e grandes núcleos urbanos da Galiza ocidental.

PP, sendo a força mais votada com algo mais de meio milhom de votos, continua com a tendência à baixa. Embora conserva um indiscutível poder territorial na Galiza despovoada e subsidiada do rural, progressivamente também tem requado no seus feudos tradicionais.

Sendo a candidatura mais votada em Ferrol, porém, à partida nom vai gerir nengum dos Concelhos de núcleos urbanos de mais de 25.000 habitantes.

O espaço aglutinado à volta das Mareas, Podemos, IU e as confluências locais, foi o grande derrotado neste 26 de maio. Perdeu praticamente todo o poder territorial que tinha atingido em 2015, com destaque para as cidades de Compostela, Corunha e Ferrol. Salvo Sada e a Póvoa do Caraminhal, onde experimenta um destacado incremento de votos e representaçom, mais Teo e Val do Dubra com possíveis pactos, nom conservará mais alcaldias, retrocedendo em praticamente todos aqueles municípios nos que se apresentou sob diversas nomes, inclusive competindo entre si.

A socialdemocracia autonomista logrou um minúsculo incremento eleitoral plasmado no exíguo 0.5%, passando de 11.74 a 12.47%, tam só 14.059 votos mais, mui por baixo das expetativas.

BNG conservando similar poder territorial recuperou presença em Ourense e Vigo. Este facto, mais do ámbito simbólico, unido a terem duplicado votos nas eleiçons europeias, passando dos 80.000 a 179.000, é erronemante interpretado como umha mudança de ciclo. Mas nom desconsideremos que a candidatura europeia na que ia coaligado, aglutinou votos da solidariedade galega com o causa da República catalana.

Embora duplique o número de concelheiros, passando dos 16 em 2015 aos 33 atuais, com menos de trinta mil votos o neofalangismo laranja de C´s segue sendo a nível municipal umha força testemunhal, tam só com presença na Corunha, Lugo, Ourense e Ponte Vedra.

Também fracassárom estrepitosamente as 13 candidaturas do fascismo espanhol sem complexos. Vox na Galiza é um partido residual, nom logrou atingir os 10 mil votos, situando-se em menos de 2%, salvo em Baiona onde logrou 4%.

ELEIÇONS EUROPEIAS

A abstençom que propugnamos como Agora Galiza-UP, passou do 54.56% [1.249.010 votos] de 2015 a 34.66%, mais de 777.000 galegas e galegos. A coincidência eleitoral com as municipais provocou um importante incremento da participaçom.

O grande vencedor foi o PSOE com 507.690 votos [35.05%], seguido do PP com 431.782 [29.81%].

BNG-Agora Repúblicas atingiu 171.500 [11.84%] e Podemos/IU 117.592 [8.12%].

As forças situadas no campo do neofalangismo e fascismo sem complexos, lográrom um resultado percentualmente mui superior ao que tinham logrado em 2015, e do colheitado nas municipais, onde por carecer de implantaçom organizativa territorial, nom conseguírom confecionar suficientes candidaturas eleitorais.

Deste jeito C´s passou de 1.62% de 2015 a 6.67% [96.590 votos] e Vox de 0.77% a 2.58% [37.335 votos].

BALANÇO E PERSPETIVAS

Ciclo eleitoral de abril-maio confirma a progressiva tendência à recuperaçom do monobipartidarismo PSOE/PP com as suas peculariedades.

Agudizaçom da crise de representaçom da nova socialdemocracia, que passou de pretender “tomar o céu por assalto” mediante um sonhado e irreal sorpasso ao PSOE, a querer ser parceiro no governo de Pedro Sánchez, para agora unicamente tentar influir na sua política.

A debilidade eleitoral de Podemos e a vontade do PSOE de procurar acordos com C´s, seguindo os ditados da oligarquia e recomendaçons do Ibex 35, situa os de Pablo Iglesias à beira do fora de jogo do taboleiro institucional do III restauraçom bourbónica.

Tal como na Comunidade Autónoma Galega a imprensa regionalista galega leva meses promovendo, o sócio “natural” do PSOE para configurar governos alternativos aos do PP, é reeditar os bipartidos urbanos PSOE/BNG, ensaiados com “êxito” nas Deputaçons. Esta é a opçom pola que se inclinam os poderes fácticos, que frente à beligerância extrema exibida contra os governos municipais das Mareas, mantivérom umha outra atitude com os alcaides do BNG.

O quadro nacional de luita nestas eleiçons municipais voltou a confirmar-se, pois ao contrário que em Espanha, aqui C´s é umha força marginal, e Vox umha organizaçom residual, de momento sem capacidade real de inicidência.

O descalabro eleitoral da nova política, a incapacidade da socialdemocracia autonomista para recuperar o corpo eleitoral e institucional perdido, a carência de ambas de vontade política para agir como um movimento ruturista, os resultados testemunhais das candidaturas de organizaçons revolucionárias e anticapitalistas, reafirma a posiçom adotada por Agora Galiza-UP. No atual ciclo histórico, de avanço da reaçom e da contrarrevoluçom a escala mundial, a frente eleitoral nom é prioritária para contribuir à reconstruçom da esquerda revolucionária.

Como organizaçom marxista, socialista e revolucionária galega nom defendemos umha doutrina abstencionista, mas consideramos que as tarefas prioritárias som a dia de hoje continuar com a batalha ideológica para deslindar campos frente às fraudes reformistas e populistas, e procurar acordos que permitam unir energias contra o principal inimigo que atualmente temos que combater: o rearme político, ideológico e social do fascismo.

Agora Galiza-Unidade Popular consideramos que a tarefa prioritária segue sendo erguer umha muralha antifascista, pois nom se pode subestimar a dimensom eleitoral/institucional das forças da extrema direita e fascistas.

Nos vindouros meses a classe operária e o povo trabalhador vai ter que ativar-se novamente para fazer frente à nova reforma laboral e medidas involucionistas que vai implementar o governo de Pedro Sánchez.

Apostarmos pola luita operária e popular, de orientaçom e direçom classista, pola complementaçom de todos os métodos de luita, subordinando o institucional/eleitoral à luita de massas, por promover e organizar a conflituosidade nas ruas e centros de ensino e trabalho, por construir cultura rebelde, segue sendo o melhor antídoto contra o avanço da reaçom e para sentar bases sólidias visadas para construir um movimento socialista de libertaçom nacional.

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 28 de maio de 2019