INTERVENÇONS DE PAULO VILA E CARLOS MORAIS NO ATO POLÍTICO DO DIA DA PÁTRIA

Padrão

INTERVENÇOM DE PAULO VILA NO ATO POLÍTICO DO DIA DA PÁTRIA

Praça 8 de Março, Compostela, Galiza, 25 de Julho de 2019

Mais um ano mais desde a esquerda revolucionária e patriótica galega organizamos este ato, na Praça 8 de Março, para reivindicar e luitar polo cumprimento dos nossos objetivos: A Independência Nacional e o Socialismo.

De Agora Galiza-Unidade Popular insistimos na necessidade de que tem que ser o povo trabalhador quem dirija a luita com o objetivo de construir umha Galiza antifascista, livre e vermelha.

A única alternativa a este Estado mafioso que vulnera constantemente os direitos e as liberdades democráticas mais elementares, é a República Socialista Galega.
Somos conscientes da nefasta situaçom na que se acha a esquerda revolucionária, nom só na Galiza, também no resto do Estado espanhol. A farsa do parlamentarismo burguês e o jogo institucional som mecanismos mui eficaces com os que a burguesia controla a populaçom e legitima o regime de 78.

O reformismo, espanholista e autonomista galego, é umha ferramenta burguesa altamente funcional para adormecer o povo trabalhador e eliminar toda consciência de classe. Sem o reformismo, à burguesia nom lhe seria tam fácil exercer a sua dominaçom e exploraçom sobre a classe trabalhadora.
A crise pola que atravessa o reformismo, tanto na Galiza como no resto do Estado espanhol, demonstra a ineficácia de estas forças políticas para defender os interesses da classe trabalhadora e lograr tombar o atual regime postfranquista.

É necessário reconstruir a esquerda revolucionária galega.

Umha esquerda para luitar e combater, umha esquerda sem complexos, afastada das práticas conciliadoras e pactistas.
Eis a razom pola que reafirmamos a nossa linha tática: Confrontar, deslindar, organizar e acumular.

Confrontar o sistema, mediante umha açom teórico-prática que permita deslindar com forças que só procuram reformar o Estado. Só assim poderemos organizar o povo trabalhador para acumular forças que nos permitam tomar o poder.

Descartamos a nossa integraçom nas frentes interclassistas. Essa mistura de forças chauvinistas espanholas, socialdemocratas, trotskistas, autonomistas galegas, é um auténtico fiasco.

As frentes como En Marea, articuladas num espaçom comum institucional, carentes de umha linha anticapitalista e de classe, nom só nom confrontárom o PP nem denunciáron a natureza reacionária do Estado, ademais maquilhárom o PSOE convertendo-o num aliado.

O PSOE, contrariamente ao que afirma a esquerda domesticada, nom é mais que direita revestida com umha carcaça progressista. Umha organizaçom afim aos interesses do IBEX 35 que efetuou privatizaçons, políticas contra a classe trabalhadora, nega o direito de autodeterminaçom, apoia invasons imperialistas e o terrorismo de estado.
Nom existe diferença substâncial entre o PSOE de Pedro Sánchez e o do terrorista Felipe González.

Seja o governo do PP ou do PSOE, a deriva reacionária do Estado continua. O avanço e impunidade do fascismo, o chauvinismo espanhol presente em todas as forças do regime, as políticas de cortes em direitos, a repressom contra o povo trabalhador ou as detençons, torturas e montagens policiais contra ativistas políticos som umha prova de todo isto.

Há uns meses o independentismo galego sofreu de novo a repressom por parte do Estado com novas detençons injustificadas sob o pretexto de pertença a umha organizaçom armada inexistente.

Eis polo que reclamamos mais um ano o fim do encadeamento d@s militantes independentistas galeg@s, o fim das políticas terroristas de dispersom e exigimos a sua imediata posta em liberdade.

A péssima situaçom na que vive a juventude galega, a emigraçom, o terrorismo machista, o desemprego, ou o saqueio dos nossos recursos, som conseqûencia da opressom que padece Galiza por parte do Estado Espanhol, pola UE e polo capitalismo.

Camaradas, companheiras e companheiros, nom podemos deixar-nos enganar polo fetichismo eleitoral, nem na via institucional que promove a esquerda domesticada. Estes partidos nom suponhem nengum perigo para o Estado, já que nom estám dispostos a quebrar com o atual quadro jurídico-político do regime de 78.

Perante esta situaçom também consideramos necessário o estabelecimento de relaçons com outras organizaçons anticapitalistas e revolucionárias para poder chegar a acordos e alianças táticas. A Conferência Internacional que ontem promovimos e à que assistirom várias das organizaçons aqui presentes, foi encaminhada a contribuir na tarefa de restaurar e de defender a causa dos fundamentos do marxismo e do anticapitalismo.

A saída nunca poderá chegar unicamente desde as instituçons burguesas, senom luitando nos nossos centros de trabalho e nas ruas. Nom está na reforma de esta cárcere de povos chamada Estado espanhol, nem em sacar do governo o PP ou o PSOE.

A alternativa está em derrubar a unidade de Espanha, unidade de mercado que só beneficia a oligarquia, oprimindo, saqueando e explorando os trabalhadores das diferentes naçons do Estado.

Desde a esquerda revolucionária galega defendemos a criaçom de um bloco popular antifascista e anticapitalista para confrontar com contundência o fascismo e o regime postfranquista.

É necessário tombar este regime putrefacto e o sistema capitalista que o sustenta para podermos construir umha sociedade justa e igualitária para a classe trabalhadora galega.

A rebeliom popular é o caminho!
Viva Galiza antifascista, livre e vermelha!
Viva a República Socialista Galega!

INTERVENÇOM DE CARLOS MORAIS NO ATO POLÍTICO DO DIA DA PÁTRIA


Dim que à terceira vai a vencida. Novamente, e vam já três ediçons!, este modesto destacamento militante da causa nacional e de classe, organizamos este ato político no Dia da Pátria desta milenária naçom trabalhadora chamada Galiza, para reivindicar sem matizes a Independência Nacional e o Socialismo.

Nom somos independentistas de fim de semana! Nom passeamos a estrela vermelha, a fouce e o martelo, símbolos imperecedeiros da emancipaçom operária, nas jornadas litúrgicas!

Agimos exatamente como o que somos e procuramos construir: umha Galiza antifascista, livre e vermelha!

Há exatamente 365 dias, deste esta mesma tribuna, afirmávamos que somos expressom organizativa de umha corrente sociopolítica cujas origens emamam das três derrotas concatenadas, padecidas nas últimas décadas, pola classe obreira e o conjunto do povo trabalhador.

Mas nem a derrota na guerra de classes de 1936-39 perante o fascismo. Nem a capitulaçom do reformismo perante a maquilhagem do franquismo na segunda metade da década de setenta, nem a definitiva implosom em 1991 da Uniom Soviética e simultánea vitória do imperialismo a escala mundial, nos conduzírom a arriar bandeiras, transitando face o amável e inofensivo espaço das patéticas “esquerdinhas” lights que tanto gosta o Ibex 35 e os donos do mundo.

Era a opçom mais fácil e cómoda!, mas temos princípios e ética revolucionária, polo que optamos polo que a consciência exigia, polo caminho tortuoso e minado, o único que nos conduz à emancipaçom e a libertaçom.

Afastados de derrotismos e claudicaçons, tam só queríamos, como seguimos querendo, transmitir com honradez a nossa leitura do presente. Nom queremos enganar o nosso povo, nem embelezar a realidade.

Eis polo que longe dos discursos triunfalistas dos partidos sistémicos e das forças que tam só pretendem remendar o postfranquismo, colocando esparadrapo nas profundas desigualdades sociais e injustiças inerentes ao capitalismo, temos o dever revolucionário de reconhecer que novamente se divisa umha nova derrota no horizonte.

O regime de 78 tem logrado avançar na sua estabilizaçom política, incorporando à sua lógica sistémica boa parte das forças que aparentemente pretendiam a sua superaçom.

O elo fraco da sua principal contradiçom irresoluta, -a reivindicaçom de liberdade nacional- segue intacto. Porém, logrou domesticar os brios independentistas da burguesia catalana, quebrar o bloco pequeno-burguês falsamente ruturista, catapultar às suas instituiçons a umha força genuinamente fascista visada para ameaçar e dissuadir a reorganizaçom da classe operária, agir de muro de contençom deste cárcece de povos chamado Espanha, cujo pedra angular é a monarquia bourbónica imposta por Franco.

Atiçando a ameaça do fascismo, o principal partido do regime logrou conjunturalmente superar a sua crise interna que ciclicamente o situa num período de turbulências que facilita a alternância política com o PP, eixo desta falsa democracia.

Umha parte considerável do povo trabalhador galego voltou a deixar-se enganar, reforçando eleitoralmente o PSOE da família Caballero, vulgar sucursal e franquícia autótone da fraçom oligárquica espanhola que representa o fraudulento Pedro Sánchez e o aparelho de Ferraz.

O longo ciclo eleitoral no que seguimos instalados, é o mais útil e eficaz mecanismo da ditadura burguesa sob a forma de democracia parlamentar, para manter adormecidas as potencialidades revolucionárias da classe operária e do povo trabalhador.

Na atual fase da luita de classes e de libertaçom nacional da Galiza, a frente eleitoral nom é umha prioridade para a esquerda revolucionária galega. As nossas principais tarefas e reptos som combater a desmobilizaçom, o desarme ideológico, o abandono do imaginário simbólico, sem as quais nom é viável reconstruir as ferramentas de combate e defesa que a nossa classe e a nossa naçom necessitam, para evitarmos assim transitar inexoravelmente face à derrota final.

Quando em julho de 2015, após a implossom artificialmente inoculada polos que hoje som comparsinhas do autonomismo socialdemocrata, iniciamos a reconstruçom da esquerda independentista e socialista galega, sabíamos que era um objetivo mui difícil.

O punhado de militantes que nom claudicamos nem abraçamos a derrota, nem optamos polos cómodos refúgios do neopinheirismo reintegracionista, ou por susbtituir a contradiçom Capital-Trabalho polo disparatada confrontaçom de género promovida polos think tanks do imperialismo, sabíamos que era umha tarefa complexa, para a que era necesssário combinar doses de paciência, perserverância e habilidade. Figemos balanço autocrítico, mas também intervirmos com coragem e decisom, despreendendo-nos de falsos complexos.

A dia de hoje, podemos afirmar que estamos perto de lograrmos consolidar-nos como um modesto e coeso núcleo militante revolucionário, conseguindo basicamente atingir os dous objetivos prioritários que traçamos:

1-Situar-nos como um projeto socio-político revolucionário, autónomo e independente do regime, evitando sermos satélite ou apêndice de nengum dos dous pólos reformistas que pugnam pola hegemonia eleitoral da margem “esquerda” da partitocracia.

2- Avançarmos na depuraçom ideológica que com urgência necessita a esquerda que nos reclamamos do marxismo e pretendemos cumprir um rol destacado e protagónico na organizaçom e triunfo da Revoluçom Socialista/Comunista.

A Conferência Internacional que onte promovimos, para contribuirmos para a tarefa de restaurar os fundamentos basilares do anticapitalismo socialista/comunista, deve ser avaliada positivamente e analisada com perspetiva histórica.

Logramos um grau de elevado acordo com organizaçons amigas peninsulares sobre a necessidadade de expurgar a teoria científica alicerçada por Marx e Engels, das leituras amórficas e práticas antagónicas com o seu caráter subversivo.

Contamos com destacadas contribuiçons teóricas de camaradas da América Latina insurgente.

Avançamos na demostraçom de que é possível e necessário gerar pensamento próprio na Galiza, afastado do patético papanatismo e seguidismo mesetário de uns, e das parciais e inofensivas leituras identitárias de prática folclorizante que carateriza o acionar político da pequena-burguesia autonomista.

Reafirmamos que a nossa luita deve ser travada prioritária, mas nom exclusivamente, nesta trincheira que denominamos Galiza, mas sempre fazendo parte de umha causa a escala mundial. Somos umha força patriótica galega, mas também somos umha organizaçom genuinamente internacionalista. Nom o praticamos desde a abstraçom metafísica, e sim desde umha realidade material concreta e determinada.

Só combinando ambas concepçons poderemos contribuir para a causa que há agora 100 anos deu lugar à fundaçom em Moscovo da III Internacional, de cujo espírito profundamente insurrecional nos reclamamos e com orgulho reivindicamos.

* * *

Camaradas, companheiras e companheiros: aqui estamos e aqui seguimos!!

Frente à mal denominada “normalidade institucional” que carateriza o agir da “esquerdinha” covarde e acomplexada desta gigantesca cloaca denominada Estado espanhol, dessa “esquerdinha” que só aspira situar as suas elites nas instituiçons do inimigo, a razom da nossa existência é reorganizarmos a esquerda revolucionária galega, formar e enssamblar a nova geraçom militante que tem a responsabilidade histórica de conduzir com êxito a luita por umha Galiza livre e vermelha, onde o patriarcado seja plenamente abolido.

Somos conscientes das nossas limitaçons conjunturais, mas também sabemos que só é questom de tempo a eclosom das potencialidades de um projeto revolucionário como o nosso.

Eis polo que para superarmos o estado de amorfismo e disgregaçom no que se acha instalado o povo trabalhador e empobrecido da Galiza, é necessário fugir de leituras acarameladas, de prometer soluçons fáceis, de alimentar ilusons, de falsas expetativas.

Todo o que as geraçons que nos precedérom lográrom, todas as conquistas atingidas em direitos e liberdades, fôrom resultado de suor, sangue e lágrimas, vertidas pola classe operária, os povos oprimidos e as mulheres trabalhadoras.

Sabemos bem que só tomando o poder lograremos ensaiar esse mundo novo que a imensa maioria da humanidade sonhou nalgum momento da sua vida. Essa sociedade presidida pola felicidade, harmonia e paz que hoje semelha ser umha utopia, mas que algum dia a espécie humana logrará fazé-la realidade.

E o caminho para lográ-lo nom o vamos achar nos parlamentinhos nem apresentando moçons, queixas e alternativas seguindo a perversa logica das instituiçons dos que nos oprimem e exploram.

Apreendemos as leiçons históricas, nom esquecemos que ao igual que na Rússia de 1917, na Cuba de 1959, no Portugal de 1974, na Nicarágua de 1979, ou na Venezuela de 1992, o céu só se toma por assalto.

Bem sabemos que nom podemos pretender que os que hoje convertérom o planeta num lugar apocalíptico para centenares de milhons de trabalhadores e trabalhadoras, nos abram amigavelmente as portas do seu particular paraíso e nos convidem hospitalariamente a compartilhar os seus privilégios, pois estes emanam diretamente da nossa miséria.

A III restauraçom bourbónica nom se pode reformar nem democratizar, este regime nom é possível regenerá-lo e democratizá-lo, o capitalismo nom se pode remendar. Há que construir um mundo novo sobre as cinzas do atual. Todo parto é doloroso. É pura lei de vida!

* * *

Camaradas, companheiras e companheiros:
Nunca cansaremos de repetir que nom podemos reduzir o inimigo às três expressons do tripartido reacionário e fascista representado polo PP, C´s e Vox.

O PSOE, contrariamente ao que afirma a sua casta burocrática, os sus meios de [des]informaçom, e basicamente polo aval que lhe concedem os partidos da “esquerdinha” sistémica, nom é umha força progressista. Aqui radica umha das falácias mais funcionais da arquitetura jurídico-política do postfranquismo: lavar a cara do PSOE, alimentar o seu falso perfil de partido de “esquerda”.

Gerar expetativas entre a classe obreira no novo governo de Pedro Sánchez, quando os nove meses na Moncloa fôrom continuidade do ciclo reacionário de M. Ponto Rajói, esmolar um governo de coaligaçom, é seguir alimentando o engano das últimas quatro décadas, receitando analgésicos que só paliam momentaneamente a dor, mas nom permitem a cura.

Tal como já prognosticamos no passado Dia da Pátria, mais alá da retórica, dos gestos, do estilo, o governo de Pedro Sánchez é um governo ao serviço do Ibex 35, da UE do Capital, do FMI, pregado ao imperialismo ianque.

Agora Galiza-Unidade Popular rejeita o frentismo anti-PP que só lava a cara do PSOE.

Agora Galiza-Unidade Popular defende a necessidade de constituir entre as forças de caráter operário um bloco popular antifascista, dotado de um programa anticapitalista e anti-imperialista. Levantar umha muralha antifascista segue sendo a dia de hoje a principal prioridade da classe operária e do povo trabalhador galego.

Queremos derruvar o regime de 78, construir na Galiza umha sociedade socialista de mulheres e homens livres e emancipados, um país sem machismo nem patriarcado, solidário com todos os povos do mundo.

Até a vitória sempre!
Viva Galiza ceive e socialista!
Viva a Revoluçom Galega!