Comunicado nº 127: Feliz 2020! Luitando há vitórias

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Feliz 2020!

Luitando há vitórias

Os resultados dos diversos processos eleitorais que sucedérom ao longo do ano que finaliza, constatam a grave situaçom de desmobilizaçom operária e popular, e os avanços na recomposiçom do regime de 78.

Contrariamente ao falso triunfalismo da “esquerda” sistémica, o cenário de um provável governo encabeçado polo PSOE com ministros da nova socialdemocracia, nom vai mudar substancialmente as condiçons de vida da nossa classe, nem reverter a crise estratégica que padece o projeto nacional galego.

2019 foi novamente um ano negativo para as condiçons de vida da maioria social, para o povo trabalhador e empobrecido da Galiza. Afirmarmos o contrário seria falsear a realidade. E a verdade sempre é revolucionária!

Mas 2019 também foi um ano de retrocessos das cada vez mais precárias bases materiais e imateriais da Naçom galega, submetida polo Estado imperialista espanhol e a UE.

Lamentavelmente o ano no que comemoramos o centenário da fundaçom da III Internacional, foi mais umha vez desaproveitado pola classe trabalhadora galega, para articular um bloco operário e popular socialista, patriótico e feminista.

Carentes de umha vanguarda consistente e preparada, com capacidade de liderato, direçom e intervençom, seguiremos desarmados e instalados na derrota.

Sem darmos passos tangíveis para avançarmos na reorganizaçom da esquerda revolucionária galega nom poderemos fazer frente à ofensiva do Capital e do projeto imperialista da oligarquia espanhola. É pois urgente e necessário proseguir nesta tarefa.

O ilusionismo eleitoral promovido polo reformismo autótone e o foráneo, só contribui para reforçar o postfranquismo e a bloquear a imprescindível ofensiva de luita sem a qual só seguiremos retrocedendo em direitos, conquistas e liberdades.

Seguir acreditando em inofensivas maiorias aritméticas ao PP, depositar esperanças em governos alternativos a Feijó, é a mais eficaz receita para esterilizar as imensas potencialidades e capacidade de combate e vitória da classe operária.

Governe quem governe, ocupe quem ocupe a Moncloa ou Sam Caetano, apliquem políticas mais reacionárias ou mais progressistas, só derruvando o regime de 78 se podem sentar as bases da emancipaçom.

Nada pois devemos aguardar do tandem PSOE-Podemos, mais alá de remendinhos, maquilhagens, atrativas declaraçons, brindes ao sol e gestos para a galeria desprovistos de conteúdo. No cerne, seguirám as políticas continuistas das últimas quatro décadas, agravadas pola ausência de ferramentas defensivas e pola plena claudicaçom da esquerdinha sistémica.

Frente aos silêncios cúmplices e os calculados oportunismos, prognosticamos que o possível Governo PSOE-Podemos, vai ser umha estafa, um monumental engano.

A carência de entusiasmo popular exprime o que se pode aspirar de umha falsa alternativa às políticas do PP. Mais alá da retórica e de mornas medidas neokeynesianas, nom derrogará a reforma laboral, a lei mordaça, a LOMCE, nom cessará no reforçamento do chauvinismo espanhol frente ao legítimo e necessário exercício da autodeterminaçom.

Sob formas e estilos mais suaves, implementarám sob discurso progre aquelas medidas exigidas polo Ibex 35 e a UE para dar novas voltas de porca visadas para disciplinar o movimento operário.

Aqui encontramos a chave que nos permite compreender o avanço e recomposiçom do fascismo sem complexos, cada dia mais reforçado, e portanto mais perigoso. Em vez de fazer frente a esta ameaça, a “esquerdinha” opta por branqueá-lo, por alternar com ele.

Deste jeito reforça o confusionismo que facilita o desencanto e a frustraçom, caldo de cultivo do avanço da demagogia populista fascista.

A pequena-burguesia covarde e pactista, empoleirada na direçom da pseudoesquerdinha, segue alimentando expetativas sobre a falsa via para conquistarmos a nossa emancipaçom.

Mas o capitalismo nom se pode reformar, nem a democracia burguesa serve para poder sentar as bases de umha nova sociedade, presidida pola igualdade e a liberdade.

Mas frente às alternativas promovidas polo sistema, frente o capitalismo verde e o capitalismo lilás, a única alternativa ao caos no que estamos instalados, e à cada vez mais imediata catástrofe ecológica a que nos conduz a depredaçom da burguesia, só há umha saída: a Revoluçom Socialista.

Mas esta nom será resultado de urnas, de post, de tuiters ou relatos edulcorados e politicamente corretos, de exercer normalidade democrática. As grandes transformaçons no século XXI serám resultado das barricadas, dos confrontos diretos com as forças repressivas do Capital, de insurreiçons e rebelions populares, do exercício do poder operário e popular, da expropriaçom dos meios de produçom, do lume purificador … da luita organizada e unitária do povo trabalhador e empobrecido.

A segunda metade de 2019 mostrou-nos no Equador, no Chile, na Catalunha, na França a sua viabilidade, e o terror que provoca nos poderosos. Mas também novamente os sucessos da Bolívia nos ensinárom a incapacidade da via progressista para poder consolidar avanços e conquistas, e qual é o verdadeiro rostro do terror imperialista.

Conscientes das dificuldades e do cenário adverso nom nos resignamos nem claudicamos

Em Agora Galiza-Unidade Popular temos claro que em 2020, continuaremos a travessia polo deserto, com escasas margens de manobra e intervençom, sem aliados nem perspetivas de avanços destacados.

Só contamos com a companhia e o arroupe das bandeiras da rebeliom, com a firmeza nos princípios e o optimismo da vontade. Porém, seguiremos estando presentes nas luitas e batalhas da nossa classe, defendendo com coragem e decisom que a única alternativa frente a tanto falabarato, é o horizonte estratégico da Revoluçom Socialista Galega.

A independência de classe e a firmeza ideológica som os únicos antídotos para evitar desviaçons e mutaçons em difusos apêndices ou triviais satélites do reformismo.

Com todas as dificuldades inimagináveis, seguiremos trabalhando na configuraçom de um bloco popular antifascista. Porque tal como nos ensina a memória da luita de classes, o fascismo deve ser denunciado e combatido sem contemplaçons nem panos quentes, com unidade, coragem, firmeza e determinaçom.

Continuaremos defendendo a necessidade de organizar a insurgência global, de promover o internacionalismo prolétário, combatendo sem trégua toda tentativa de confrontar as classes trabalhadoras dos diferentes povos submetidos polo Estado espanhol.

Frente a este cenário ou claudicamos ou resistimos. Agora Galiza-Unidade Popular nom duvida qual é a única alternativa. Eis polo que apelamos à juventude trabalhadora galega a implicar-se ativamente na tarefa histórica de reconstruir as ferramentas de combate e vitória que necessita a nossa classe e a nossa naçom.

Sabemos que sem conquistarmos a independência e a soberania nacional nom é possível construir umha Galiza sem exploraçons nem opressons, que sem umha estratégia política de organizaçom e mobilizaçom social permanente e encadeada, empregando a rua e a combinaçom de todas as formas le luita, nunca se poderá disputar ao Capital a conquista do futuro que nos nega.

Queremos ser como aqueles vagalumes que ainda resistem nos muros. Embora mermados e cada vez mais difíceis de encontar, seguem emanando luz entre a oscuridade.

Nom queremos despedir-nos sem transmitir umha sincera saudaçom revolucionária a todas as pessoas que com diferentes graus de implicaçom e compromisso tenhem permitido avançar na reconstruçom do projeto revolucionário da esquerda independentista que Agora Galiza-Unidade Popular representa.

Também queremos saudar o conjunto da Galiza que acredita no povo galego, a classe obreira, a juventude, as mulheres trabalhadoras, o povo empobrecido que participou nas luitas para conquistar um futuro mehor.

Saudar os presos e presas políticas galegas, tod@s @s represaliad@s, as organizaçons galegas e estrangeiras amigas, o movimento popular galego e os povos que em 2019 nom cedérom perante os embates do imperialismo, com destaque para o povo equatoriano, chileno, sírio, catalám, palestiniano, colombiano, iraquiano, afgao, venezuelano, iemeni, do Dombass … a todos eles a nossa solidariedade internacionalista.

Até a vitória sempre!

Denantes mort@s que escrav@s!

Independência e Pátria Socialista! Venceremos!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 30 de dezembro de 2019