Comunicado nº 144. Nem Juan Carlos nem Felipe VI, pola II República Galega

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Nem Juan Carlos nem Felipe VI, pola II República Galega

A constituiçom postfranquista de 1978, e o conjunto da arquitetura jurídica vigorante, procurou deixar todoatado y bien atado”, tal como sinalou o ditador meses antes de morrer na cama de um hospital.

A Lei de Amnistia impossibilita julgar os crimes do franquismo, e o execrável artigo 56 da Constituiçom, concede “inviolabilidade jurídica” aos Borbons.

Juan Carlos I amassou umha imensa fortuna de mais de 2.000 milhons de dólares segundo a revista Forbes, mediante cobro ilegal de comissons, presentes de magnates e grandes empresas, operaçons financieiras de fundaçons opacas e sociedades ‘off shore’ como Lucum e Zagatka, e todo tipo de negócios ilícitos. A maioria deste património está a nome de testaferros [amigos íntimos e familiares como o seu primo Álvaro de Orleans] em paraísos fiscais ou em contas no estrangeiro, com destaque para a Suiça.

Desde 2014, o Estado espanhol asignou-lhe umha obscena pensom vitalícia de 187.356 euros anuais, em qualidade de “rei emérito”.

Com a sua abdicaçom forçada em junho de 2014, o regime pretendeu aparentar que implementava mudanças “democráticas” visadas para estabilizar a profunda crise de legitimidade, e evitar que a indignaçom transsitasse face a rebeliom.

Juan Carlos de Bourbom perdeu a imunidade da que goçou durante décadas. Mas também a sua impunidade e negócios criminais começárom a ser deliberada e parcialmente conhecidos e divulgados. Ensujar Juan Carlos I para branquera Felipe VI. Eis a arriscada equaçom sobre a que gira a estratégia do regime.

As “provas” que possui um fiscal suiço, dos delitos fiscais e branqueio de capitais, poderiam abrir um inédito processo de investigaçom contra a peça chave da bóveda do regime postfranquista.

Centos de milhons de dólares cobrados em comissons polas obras do Ave na Arábia Saudita, poderiam provocar o seu julgamento. Porém, os delitos tivérom lugar em 2008 quando ainda gozava da proteçom e impunidade constitucional.

Mas nom prescreveu a obrigaçom do pagamento de impostos polas milionárias somas, nem a o seu branqueamento e corruçom mediante as transaçons comerciais internacionais da burguesia que pagou comissons para lograr a ajudicaçom das obras públicas com o governo feudal saudita.

Só calculados interesses de “Estado” facilitarám que o “Tribunal Supremo” espanhol investigue o caçador de elefantes por branqueio e delito fiscal. A Fiscalia da Suiça indaga uma “doaçom” de 100 milhons de dólares a uma fundaçom panamenha cujo primeiro beneficiário é Juan Carlos, realizada 8 de agosto de 2008 polo rei saudita Abdullah bin Abdulaziz Al Saud.

Um consórcio de empresas espanholas [ADIF, Renfe Operadora, INECO, Talgo, Cobra, Consultrans, Copasa, Dimetronic, Inabensa-Abengoa, Imathia, Indra e OHL], e sauditas [Al Shoula Group e Al Rosan Contracting] lográrom, mediante umha rebaixa de 30% do custo da oferta, o concurso da construçom do Ave de Medina à Meca frente aos ferrocarris estatais franceses [SNCF] e à multinacional Alstom.

Operaçom para salvar a monarquia postfranquista

A prioridade da operaçom de Estado em curso, procura salvar Felipe VI a custa de sacrificar ao seu pai, mediante umha soluçom que evite o julgamento e condena, e um apanho mediante um exílio dourado na República Dominicana que facilite retirá-lo “discretamente” do cenário.

Para evitar um maior desligitimaçom da monarquia, quando se divulgou na imprensa internacional os negócios sujos dos Borbons, 15 de março Felipe VI usou umha argúcia sobre os seus vínculos económicos com o seu pai: emitiu um comunicado renunciando à herdança. Mas segundo a legislaçom espanhola vigorante, toda renúncia é nula até o falecimento de Juan Carlos I.

O palácio da Zarzuela mentiu descaradamente. A pandemia do Covid 19 e os meios de [de]informaçom de massas, contribuírom temporariamente a amortecer o engano.

Polas características criminais do Estado espanhol, todo pode ficar resolvido mediante umha grotesca e estrambólica sentença dos tribunais inçados de fascistas, combinadas cumhas hipócritas declaraçons televisivas entre falsas lágrimas de arrependimento. “Lo siento, me he equivocado y no volverá a ocurrir”.

A imensa maioria dos partidos com representaçom institucional nas Cortes espanholas, tanto os “progressistas” como as fascistas, farám todo o possível por salvar Juan Carlos I e Felipe VI. Por salvar aos parásitos e corrutos Bourbons.

A classe obreira galega e o conjunto do povo trabalhador deve ligar a luita polas conquistas sociais e os direitos laborais que nos querem arrebatar, à mudança de regime e de sistema.

Nom é possível conquistarmos um país com justiça social e amplas liberdades, sem tombar o regime de 78, e portanto sem a queda da monarquia bourbónica e o sistema capitalista.

Seguirmos instalados no ilusionismo eleitoral, no amorfismo, só perpetua o sofrimento, depauperaçom e miséria à que nos condena o bloco de classes oligárquico espanhol, profundamente monárquico e franquista.

Basta de conformismo e resignaçom, basta de acreditarmos em falsas promessas e esperanças, som horas de organizaçom,mobilizaçom e luita.

Só a classe obreira salva a clase obreira!

Unidos venceremos, divididos pereceremos!

Viva o povo trabalhador galego!

A luita é o único caminho!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 10 de junho de 2020