Comunicado nº 152: REGIME DE 78 É O GRANDE VENCEDOR DA MOÇOM DE CENSURA

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REGIME DE 78 É O GRANDE VENCEDOR DA MOÇOM DE CENSURA

É umha deliberada miragem o construto unánime de tertulianos, analistas e editoriais da imensa maioria dos meios de [des]informaçom burgueses à hora de diagnosticar o resultado da moçom de censura apresentada por Vox contra o governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos.

Fica praticamente reduzido a um aplauso “unánime” à “viragem” do PP a posiçons de centro-direita.

Mas a imprevista “soidade” vivida ontem nas Cortes por Abascal e a sua bancada de hooligans nazi-franquistas, contribuirá para reforçar o pólo do fascismo sem complexos, em seguir erosionando a base franquista do PP.

Pois a moçom foi concebida por Vox como umha jogada tática que só pretendia aproveitar o alto-falante mediático da iniciativa institucional para erodir a base social do PP e do governo bipartido, para reforçar a sua base eleitoral atraíndo face os seus postulados demagógicos e populistas os cada vez maiores segmentos sociais decepcionados com a gestom do governo progre.

A rutura do PP com Vox, veementemente cenificada por Casado, contribui para procurar passeninhamente o restabelecimento do monopartidarismo bicéfalo, estabilizando assim o regime postfranquista.

Eis o principal objetivo do bloco oligárquico para poder assim aplicar as novas agressons contra as conquistas e os direitos do povo trabalhador, e poder lucrar-se em gerir os mais de 70 mil milhons de euros em “ajudas” da UE.

Paradoxalmente, facilitar a incorporaçom do PP a um grande acordo, exigia teatralizar o seu aparente, mas nom real e muito menos imediato, afastamento das posiçons “extremistas”.

Embora C´s, com muito menor peso institucional, já leva meses implemententando essa estratégia, o PP nom pode abandonar com tanta facilidade o seu flanco direito, pola pressom eleitoral a que o submete Vox.

O outro grande vencedor é o PSOE, sempre cómodo na cenificaçom da antítese do que realmente opiniam, pensam e aplicam os seus dirigentes.

O oportunista relato “antifascista” de Adriana Lastra, é funcional para ocupar. e paulatinamente ir reduzindo o cada vez mais vaporoso espaço podemita.

O discurso da porta-voz do PSOE nas Cortes é mui hábil para converter as socialdemocracias periféricas em simples forças seguidistas, imprescindíveis hoje, mas das que cumpre despreender-se a meio prazo, tal como tem formulada a folha de rota do inquilino da Moncloa.

A ausência de umha voz contundente, com um discurso genuinamente classista, anticapitalista, defensor dumha alternativa ruturista sem matizes nem timoratismos, constata que o debate ajustou-se exatamente aos parámetros sistémicos.

O Manifesto emitido simultaneamente polas forças socialdemocratas do País Basco, Catalunha, País Valencià e a Galiza, assinado por Unidas Podemos e Más Pais, rubricada polo social-liberal PSOE e as forças políticas da burguesias catalana e basca, confirmam a lamentável ausência da voz da classe obreira no Hemiciclo madrileno, da alternativa socialista e revolucionária.

Ontem ganhou Vox, ganhou o PP e ganhou Pedro Sánchez, ganhou portanto o Regime de 78.

Tecer um grande bloco popular antifascista desde postulados anticapitalistas é o dever histórico da classe trabalhadora para frear a cada vez mais poderosa ameaça a que estamos submetidos como classe e como povo oprimido.

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 23 de outubro de 2020