10 de Março, Dia da Classe Obreira Galega. Piloto, Amador, Daniel assassinados polo fascismo que hoje nos ameaça

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10 de Março, Dia da Classe Obreira Galega

Piloto, Amador, Daniel assassinados polo  fascismo que hoje nos ameaça

A classe trabalhadora galega estamos pagando as consequências da devastadora crise sanitária e económica provocada pola deliberada negligência na errática gestom da pandémia.

A burguesia está aproveitando a oportunidade que lhe brinda a pandemia global, para acelerar os seus planos depredadores contra a imensa maioria do povo trabalhador, para ir ensaiando o modelo de capitalismo do século XXI que sonha implantar.

Nom nos podemos deixar arrastar por nengum dos bandos da pugna caníbal entre as duas fraçons da burguesia, que pretendem impor o seu específico modelo de mais exploraçom e dominaçom. A queda da taxa de acumulaçom e lucro obriga a oligarquia no seu conjunto a adotar mudanças de fundo para salvar o sistema.

A crise estrutural do modo de produçom capitalista na sua fase senil, exige endurecer a exploraçom e dominaçom. “Globalistas” e “nacionalistas”, Biden ou Trump, Pedro Sánchez ou Santiago Abascal -como capatazes e papagaios de ambas fraçons, coincidem no essencial: há que assegurar a toda custa a perpetuaçom do sistema.

O Covid-19 tem facilitado a estratégia de caos controlado. O Capital necessita mediante o uso do medo, impor todo tipo de restriçons em liberdades e direitos, um povo trabalhador desvertebrado, confinado, incapaz de reagir perante as agressons a que se vé submetido.

Nestes últimos 365 dias temos assistido a um processo involucionista sem praticamente resistências, a um reforçamento do fascismo em todos os ámbitos.

Nem o reacionário governinho de Feijó, nem o fraudulento governo “progre” de PSOE-Unidas Podemos, nada tenhem feito para evitar que a crise sanitária e económica nom seja paga pola classe obreira e o conjunto do povo trabalhador.

Enquanto destacados segmentos da nossa classe seguem em ERTE permanente, enquanto se incrementa o desemprego e a precariedade laboral, enquanto se cortam direitos e liberdades básicas, enquanto se condena à ruína setores inteiros da economia, as grandes empresas do Ibex 35 nom param de acumular fortunas a custa da nossa miséria.

Os mais de 140 mil milhons de euros destinados pola UE ao Estado espanhol para “paliar” os efeitos da crise pandémica, vam ser absorvidos na sua imensa maioria polos monopólios e as grandes empresas. Nom vam ser investidos em ajudar os setores mais golpeados pola crise, para salvar empregos, para combater os efeitos demoledores da pobreza, exclusom social e depauperaçom em curso.

Chegarám migalhas disfarçadas de “ajudas”, simples políticas assistencialistas visadas para amortecer as contradiçons.

Mas Pedro Sánchez e Feijó entregarám fabulosas ajudas a Zara Inditex, Ence, Coren, Iberdrola, Acciona, Cepsa, Ferrovial, Naturgy, Telefónica, El Corte Inglés … reproducindo a operaçom de 2008 quando o governo de M. Rajói resgatou a banca.

Perante este cenário, é urgente e necessário vertebrar umha resposta ampla e unitária hegemonizada pola classe operária. Do contrário caminhamos inexoravelmente para um modelo de capitalismo altamente repressivo, onde logrem comodamente a plena voadura das conquistas laborais, dos direitos e liberdades.

NEM GOVERNO “PROGRE” NEM ALTERNATIVA FASCISTA, REVOLUÇOM SOCIALISTA

Após um ano de governo de Pedro Sánchez e Pablo Iglesias, voltamos a constatar que nom se materializárom nengumha das promessas de revogar a reforma laboral, a lei mordaça e a LOMCE. Mais alá de gestos e formas, é simplesmente mais do mesmo! É um governo social-liberal com incustraçons socialdemócratas, carente de ambiçom transformadora, que incumpre o seu morninho programa neokeynesiano. Um governo obediente aos diktados da UE e submisso ao patronato, Ibex 35 e grande Capital.

Enquanto é detido Pablo Hasél por exercer a liberdade de expressom, enquanto as forças policiais repremem as mobilizaçons populares, enquanto o governo permite homenagens nazis e carta branca ao fascismo, o fugado bourbóm segue desfrutando em Abu Dhabi da colossal fortuna que roubou, e o seu filho mantem sepulcral silêncio perante as constantes apelos a encabeçar um golpe de estado, tal como lhe solicitam estamentos militares, políticos, judiciais e mediáticos.

Nada podemos aguardar das promessas das “esquerdinhas”, nada podemos esperar das ilusons eleitorais que só provocam frustraçon, desencanto e desmobilizaçom, facilitando o caldo de cultivo do fascismo. Dessas forças instaladas no eleitoralismo, hipotecadas polo cretinismo parlamentar, obssesionadas por gerir as migalhas institucionais que o sistema permite, alimentando irresponsavelmente a falsa “normalidade democrática”, o interclassismo e o cidadanismo que facilita a ofensiva burguesa contra nós, o povo trabalhador galego.

A LUITA OPERÁRIA E POPULAR É O ÚNICO CAMINHO

Neste 10 de Março, a esquerda revolucionária galega articulada em Agora Galiza-Unidade Popular, reafirma o apelo a constituir um Bloco Popular Antifascista de genuíno caráter anticapitalista e de libertaçom nacional. Necessitamos construir um pólo classista e patriótico para abrir um ciclo de luita que permita organizarmos a contraofensiva.

Sem forças genuinamente operárias na sua composiçom, linha discursiva, intervençom e orientaçom, a classe trabalhadora galega seguirá esterilizada para fazer frente à ofensiva do Capital, e à ameaça fascista. A dramática carência de umha força política operária com influência de massas, permit1e obreira galega.

A memória histórica do mundo do Trabalho custódia e ratifica que todas as conquistas e avanços, sem exceçom, fôrom atingidos na luita nas fábricas, nos centros de trabalho e nas ruas. Som resultado do sacrifício, do suor, das lágrimas e do sangue operário. Nada nos foi regalado em balde! Nom fôrom concessons gratuítas do nosso inimigo irreconciliável.

Nom podemos pois alimentar o ilusionismo eleitoral, nem falsas expetativas. As mudanças e profundas transformaçons que a classe trabalhadora galega demanda, serám resultado de um processo revolucionário, e nom derivará de aritméticas parlamentares do sistema eleitoral burguês. Nom é possível implementar políticas ao serviço do povo trabalhador sem tombar o regime postfranquista e a ditadura do Capital.

RESGATAR A MEMÓRIA OPERÁRIA E ANTIFACISTA GALEGA

Neste 10 de Março nom só queremos lembrar e honrar a luita operária de Ferrol de 1972, Daniel Niebla e Amador Rei, assassinados pola polícia por reivindicar direitos para o proletariado galego.

Neste Dia da Classe Obreira Galega reivindicamos a figura e a vigência da causa de José Castro Veiga, ícone do comunismo e do antifascismo combatente galego. “Piloto” -abatido a traiçom pola Guarda Civil a carom do regato das Andorinhas, em Chantada em 1965-, representa a coerência e persistência da resistência político-militar ao fascismo.

Neste novo 10 de Março cumpre recuperar o rol dirigente do proletariado galego no combate anticapitalista e antifascista.

Ou bem renunciamos à luita, e portanto assumimos submissamente a depauperaçom, ou bem optamos pola rebeliom. Nom existem caminhos intermédios. Nós temos claro qual é a resposta a esta disjuntiva: a luita é o único caminho.

Piloto, Amador, Daniel, a luita continua!

Viva a classe obreira galega!

Viva a Revoluçom Galega!

Independência e Pátria Socialista!

Na Pátria, 10 de março de 2021