INTERVENÇOM DE CARLOS MORAIS NO ATO POLÍTICO DO DIA DA PÁTRIA.

Padrão

INTERVENÇOM DE CARLOS MORAIS NO ATO POLÍTICO DO DIA DA PÁTRIA.


Era umha obrigaçom estarmos hoje aqui, nesta praça da capital da Naçom, reivindicando a liberdade da nossa Pátria.

A diferença doutras iniciativas, a nossa, a do independentismo socialista e feminista galego, é modesta, mas fazemo-la com o coraçom, sem timoratismos, com sinceridade e honestidade.

Enganariamos-vos a quem hoje nos acompanháis, nom seria sincero com o conjunto do povo trabalhador galego, se afirmasse que nom nos importa ser poucos. A verdade sempre é revolucionária!

Lamentavelmente Agora Galiza ainda é umha organizaçom fraca, umha força emergente, que está dando os seus primeiros passos, atravessando o tórrido deserto da capitulaçom política e da involuiçom ideológica que carateriza a esquerda política e social galega. Mas nom esqueçamos que isto é um fenómeno de ámbito mundial.

Avançamos mais lentamente do que desejamos, logo de superarmos o traumático processo de implossom que padeceu há um par de anos a esquerda independentista, socialista e feminista galega.

Parafraseando Lenine -máximo arquiteto da Revoluçom Bolchevique de 1917 que nos inspira, “nom tem havido nem umha só grande Revoluçom que nom tenha atravessado um penoso período de contratempos”.

Há 2.500 anos, Sófocles, um poeta grego do século V antes da nossa era, afirmou acertadamente que “para quem tem medo, todo som barulhos”. Quanta verdade sintetizam estas palavras.

Sabemos que muita gente coincide connosco, simpatiza em privado, mas nom se dá ainda atrevido a somar-se a esta praça. Estamos convencidos que é mera questom de tempo!

Mas o fundamental a dia de hoje nom é o vetor quantidade, e sim as coordenadas ideológicas, o programa político de que nos dotamos e defendemos, para chegarmos a ser umha ferramenta útil, umha arma eficaz, para a luita da nossa classe, do nosso povo, da nossa naçom, para atingir a liberdade e a emancipaçom sonhada, cada dia mais necessária e urgente.

Porque companheiras, companheiros, camaradas, amigas e amigos, delegaçons internacionais convidadas, a nossa luita é para vencer!

Agora Galiza nom tem vocaçom de ser umha força residual. Nom pretendemos sermos um clube de discusom, tampouco um elemento folclórico mais no taboleiro político galego, nem aguardar que as condiçons subjetivas amadureçam por arte de magia. Queremos intervir para transformar o presente e conquistarmos o futuro!! Eis polo que estamos aqui!

Há dous anos ninguém dava um peso por nós!, e já vedes!!, novamente voltamos a estar nas ruas da Pátria com as bandeiras rebeldes, defendendo com firmeza e alegria, sempre com muita alegria!!, que os graves problemas que padecemos quem vivemos do nosso suor e do nosso trabalho, nom se resolvem nas instituiçons desta ditadura de fachada democrática.

A involuçom reacionária, o retrocesso progressivo em direitos e liberdades que padecemos, nom se soluciona delegando nos profissionais da política burguesa, essa singular casta para a qual o nosso idioma tem um adjetivo perfeito: trapalheiros.

Só um povo ativo, auto-organizado, mobilizado nas ruas, nos seus centros de trabalho e ensino, poderá mudar o curso da história que nos tem asignado os inimigos da nossa classe e da nossa Pátria.
Sim inimigos! Nós, nom empregamos eufemismos, chamamos as cousas polo seu nome.

Ou que é o amigo do narcotraficante Marcial Dourado?, o presidente da franquícia denominada Junta da Galiza SL, o senhor Nuñez Feijó, quando aplica cortes e privatiza a sanidade e a educaçom, desmantela os serviços sociais, quando entrega os nossos recursos e riquezas energéticas e minerais às multinacionais e às empresas predadoras dos seus amigos como Villar Mir, quando despreza e condena o nosso idioma a desaparecer, nom é mais que um inimigo da Galiza e da sua maioria social.

Feijó e a sua banda criminal chamada PP, é umha maquinária de dominaçom especializada na destruiçom paulatina das bases materiais e imateriais da Galiza. Nom é outra cousa mais que um presidentinho ilegítimo!!

E confiai na história. Algum dia este povo fará contas, e os Feijós, os Baltar, os Rueda, e toda essa camarilha que se burla do povo trabalhador, de todas nós, toda essa casta cleptocrática que nos condena à miséria, será julgada e condenada por vendepátrias.

A seçom galega do PSOE nom fica atrás. Se a dia de hoje o seu acionar nom é tam letal como os corruptos e os delinquentes do PP, é simplesmente porque carece do suficiente poder institucional, e nem eles mesmos sabem quem manda no seu seio, se o tránsfuga de Noia, a caladinha de Lugo ou o ex-carrilhista envolto no pior localismo viguês.

Porque companheiras e companheiras, o independentismo revolucionário nom se deixa arrastar polo frentismo anti-PP que alimenta a falsa esquerda institucional. Porque os problemas da classe obreira, das mulheres, da juventude, nom descansam na alternáncia eleitoral. Confiar em alterar o estado das cousas polas urnas, restringindo os objetivos a deslocar o PP das instituiçons, é um monumental engano, simples ilusionismo.

Se nom agimos diretamente sobre a raíz dos nossos problemas, questionando o capitalismo, o regime autoritário espanhol filho do franquismo, o sistema patriarcal, qualquer proposta aparentemente progressista, dotada dum simples programa regeneracionista e democraticista, é umha alternativa inofensiva, carece de percorrido algum.

Os problemas das galegas, os desafios e reptos da Galiza, emanam do rol dependente da nossa Naçom, da carência de soberania nacional, de sermos um país tutelado por Espanha e pola Uniom Europeia.

Sem conquistarmos a independência nacional nom é fatível implementarmos políticas ao serviço do nosso povo. Que nom nos enganem!! Espanha é a nossa ruína!!

O capitalismo, o Estado imperialista espanhol, o patriarcado, nom se podem reformar. Só se podem sentar as bases para edificar umha sociedade nova, de mulheres e homens livres e emancipados, mandando-os para o lixo da história. Este processo só se pode abrir mediante umha Revoluçom, a festa dos oprimidos, tal como a definia Lenine.

As maiorias aritméticas eleitorais, o cretinismo parlamentar, a conciliaçom de classes, que definem as políticas das forças reformistas, da nova e da velha socialdemocracia disfarçada de “ruturista”, nom passa de ser umha distraçom que amortece a luita, que desvia atençom, que atrasa a organizaçom da rebeliom popular. Nós nom luitamos por reformas, nem remendos, nem farrapos de gaitas!

Porque novamente parafraseando Lenine, fazemos nossa a sua lúcida aseveraçom de que a democracia burguesa “é umha forma de governo na que cada 4 anos se muda de tirano”.

Eis polo que nom somos parte de acomplexadas frente patrióticas de prática neoautonomista, nem nos integramos em caldeiradas autodenominadas “unidades populares”, instaladas no canibalismo, seguidistas do populismo elaborado nos laboratórios metropolitanos.

Nom abraçamos o “unitarismo” que só serve para bloquear a revoluçom operária e feminista de libertaçom nacional.

O nosso é um independentismo vermelho e lilás. Um independentismo classista e feminista. Afastado desse independentismo etnicista e essencialista, motor auxilar do nacionalismo interclassista.

Queremos constribuir à edificaçom da nova Galiza, dumha República Socialista, e este objetivo só é viável tendo como centralidade o povo trabalhador e empobrecido.

Nas ultimas semanas temos assistido a um incremento do imprescindível confronto Capital-Trabalho plasmado nas greves do proletariado de Citroën, das trabalhadoras e trabalhadores do transporte de autocarros, do 061, do setor do metal, …. Temos assistido à mobilizaçons contra a repressom, contra a ocupaçom policial desta cidade pola UIP, do feminismo contra as agressons e o terrorismo machista, … Esta é a Galiza rebelde, a de infinitas potencialidades para conquistar o seu futuro.

Marx afirmou que “quem conheça algo de história nom ignora que as grandes comoçons sociais som impossíveis sem o fermento feminino”. Eis polo que nos definimos e pretendemos agir coerentemente como organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional!!

Nós, nom queremos ficar a meio caminho, queremos atingir o objetivo dumha Galiza vermelha, lilás, soberana, solidária, internacionalista e comprometida com os povos do mundo e todas as causas justas.

E sabemos que só mediante o conflito, empregando a batalha de ideias, a mobilizaçom obreira e popular, confrontando com a burguesia autótone, com a oligarquia espanhola, com as elites da UE, com o Ibex 35, com o imperialismo, com a NATO, só assim podemos avançar. Exercendo o direito à Rebeliom!!

Nesta luita nom existem atalhos, tal como nos transmitem os charlatans da falsa esquerda, tanto a de ámbito autonómico, como a espanholista. Nom existem receitas milagrosas.

Nós nom prometemos nada mais que um posto de combate e a satisfaçom de contribuirmos a umha causa nobre, à causa da liberdade.

Neste ano no que celebramos a gesta épica do Che, queremos honrar humildemente o guerrilheiro heroico seguindo o seu exemplo de perserveráncia, constáncia e fé na Revoluçom.
Sim, companheiras e companheiros, camaradas, na Revoluçom com maiúsculas. Essa locomotora da História que definira Marx.

E a Revoluçom anticapitalista, feminista e de libertaçom nacional nom se improvisa, nom é fruto dum levantamento espontáneo. A Revoluçom socialista deve ser organizada e só as forças revolucionárias podem fazê-lo.

Nom quero finalizar sem lembrar dous bons amigos da causa galega que lamentavelmente este ano nos deixárom. Para os camaradas Justo de la Cueva e para o Miguel Urbano Rodrigues nem um minuto de silêncio, toda umha vida de combate. Honra e glória!!

Companheiras e companheiros da Pátria de Rosalia, da Naçom de Benigno Álvares e Luís Soto, do País de Henriqueta Outeiro, da Galiza de Líster, O Piloto e Moncho Reboiras, hoje, aqui e agora, neste 25 de Julho, comprometemo-nos a a avançar com audácia e coragem nesta luita até vencer!

Com Espanha nunca mais!
Até a vitória sempre!
Viva Galiza ceive!
Viva Galiza feminista!
Viva Galiza Socialista!