Comunicado nº 171: CONTRA AS GUERRAS PROMOVIDAS POLA OTAN, CONTRA O GOVERNO PRONAZI UCRANIANO E POLO DIREITO DE AUTODETERMINAÇOM DOS POVOS

Padrão

 

CONTRA AS GUERRAS PROMOVIDAS POLA OTAN, CONTRA O GOVERNO PRONAZI UCRANIANO E POLO DIREITO DE AUTODETERMINAÇOM DOS POVOS

Os acontecimentos em curso no leste do continente europeu devem ser avaliados no quadro do agravamento do confronto interimperialista que carateriza a atual fase do capitalismo agónico.

Os Estados Unidos pretendem frear o seu inexorável declive para perpetuar a toda custa a sua letal hegemonia global.

A OTAN é responsável direta por ter impossibilitado umha soluçom diplomática, baseada no direito de autodeterminaçom do Dombass e da neutralidade da Ucránia.

Washington e Bruxelas levam anos procurando um cenário favorável para seguir expandindo a NATO, cercando Rússia, e permitindo que o governo de Kiev incumpra sistematicamente os acordos de Minsk, tentando recuperar militarmente Lugansk e Donetsk.

Repúblicas Populares que exercérom a sua autodeterminaçom em maio de 2014, após um desigual e sangrento confronto militar com o governo pronazi de Kiev, que após o golpe de estado do Maidan promovido polas potências ocidentais, converteu a Ucránia num protetorado da OTAN, num país lacaio do imperialismo ianque e da UE.

A esquerda revolucionária galega organizada em Agora Galiza-Unidade Popular nom pode alinhar com o discurso pro-otanista e militarista, que de forma clara ou velada define a posiçom dumha parte das “esquerdinhas”, nem tampouco nesta ocasiom aderir ao metafísico “nom á guerra” que promovem a outra parte das “esquerdinhas”.

A paz em abstrato nom existe mais que como um nilista bom desejo. Materialmente inviável de implementar enquanto o capitalismo siga sendo o modo de produçom dominante, e as relaçons entre os povos estejam impostas pola brutalidade imperialista.

A classe obreira galega nom pode deixar-se arrastar pola manipulaçom dos meios de comunicaçom da burguesia, nem polas hipócritas “condenas” e declaraçons “pacifistas” das “esquerdinhas”.

Devemos afirmar-nos na independência de classe, e na necessidade de interpretarmos da ótica do mundo do Trabalho a quem benefícia os acontecimentos em curso.

Manifestamos a nossa firme oposiçom à política belicista do governo espanhol do PSOE-Unidas Podemos e solicitamos mais umha vez a saída do Estado espanhol da NATO.

Na Pátria, 24 de fevereiro de 2022

Comunicado nº 169: POR UM 2022 DE INSURGÊNCIAS PROLETÁRIA

Padrão

POR UM 2022 DE INSURGÊNCIAS PROLETÁRIAS

O flagelo da pandemia global que seguimos padecendo condicionou o ano que finaliza, facilitando o desenvolvimento da ofensiva burguesa contra a nossa classe e o conjunto dos setores populares.

O medo deliberadamente inoculado polos meios de [des]informaçom burgueses sobre a Covid-19, continuou sendo altamente eficaz para endurecer a disciplina social que facilitou voluntariamente a implementaçom de medidas restritivas nas condiçons de trabalho, direitos e na amputaçom de liberdades democráticas.

O Capital leva aproveitando esta oportunidade para aumentar e perpetuar a sua taxa de lucro, e alongar a vida do capitalismo crepuscular.

O estado shock no que seguem instalados importantes segmentos sociais tem favorecido o aumento e desenvolvimento do fenómemo do fascismo. O populismo tem penetrado entre os setores populares mais golpeados pola crise económica, facilitando que a depauperaçom em curso seja a melhor aliada para que a demagogia fascista incremente seguidores.

O estrepitoso fracasso da ‘nova política’, o incumprimento das promessas eleitorais polo governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos, e a ausência dumha alternativa obreira galega com caráter de massas, é umha oportunidade para que a esquerda revolucionária de orientaçom obreira, avance no seu processo de recomposiçom e reagrupamento.

Temos que gerar com factos tangíveis que é necessário, mas também possível, resistir com êxito a ofensiva burguesa. Para podermos lográ-lo é imprescindível organizaçom, formaçom e luita consequente.

2021, ANO NEGATIVO PARA A CLASSE OBREIRA GALEGA E A GALIZA

O ano que esmorece tem sido novamente nocivo para as condiçons de vida da maioria social, para o povo trabalhador e empobrecido da Galiza. O incremento da eletricidade, dos combustíveis e produtos alimentares, tem disparado a inflaçom. A burla do aumento do SMI em 16€ é umha estafa que nem logrou aliviar o aumento da cesta da compra e as cada vez maiores dificuldades para chegar a fim de mês de centenares de milhares de trabalhadores e trabalhadoras galegas.

Os contratos precários, as elevadas taxas de desemprego, a carência de alternativa para as geraçons mais jovens -mais alá da emigraçom ou os salários de miséria-, caraterizam a crua realidade da maioria social galega.

O retrocesso nas condiçons de vida e laborais do povo trabalhador tem caraterizado o ano 2021, por muito que a propaganda glamourosa do governo tente maquilhar a realidade. O anunciados planos de privatizaçom do sistema público de pensions e aumento da idade da jubilaçom, ou a pretensom de impor taxas de circulaçom nas autovias, definem as políticas económicas que denunciamos.

Mas também tem sido um ano de retrocessos das cada vez mais precárias bases materiais e imateriais da Naçom galega, submetida ao endurecimento da opressom nacional de rasgos coloniais polo Estado imperialista espanhol e a UE, com destaque para o ameaçante espólio eólico.

FALSA DISJUNTIVA GOVERNO “PROGRESSISTA” VS OPOSIÇOM FASCISTA

No 2021 que agora finaliza, constatamos dia a dia a acertada caraterizaçom que realizamos sobre os inquilinos da Moncloa.

O engano sobre a derrogaçom da reforma laboral é a mais recente destacada falácia de um governo de fachada “progressista”, ao serviço dos interesses da oligarquia.

Nom podemos entrar no viciado e perverso jogo de termos que optar por escolher entre o fraudulento governo do PSOE-Unidas Podemos e a alternativa fascista.

A classe trabalhadora galega deve deixar de depositar a mais mínima confiança e esperança neste governo, deixar de acreditar nas mentiras das forças fascistas e reacionárias [PP, Vox e C´s], que tenhem desfigurado a sua caraterizaçom de simples governo burguês ao serviço dos planos do Capital e submetido aos ditados do imperialismo.

Nom nos cansaremos de repetir que por mor do eixo de gravidade “político-ideológico” estar tam escorado para a extrema-direita, este governo neoliberal do posfranquismo permite ser apresentado sem pudor algum como o “mais progressista da história de Espanha”.

Que um conjunto de morninhas medidas neokeynesianas visadas para amortecer a luita de classes, para estabilizar a crise estrutural da III restauraçom bourbónica, sigam contando com o apoio explícito e implícito do conjunto das “esquerdinhas” social-demócratas periféricas, nom só manifesta o seu oportunismo genético, exprime a profunda crise de identidade e perspetiva. É também resultado da dramática carência de ferramentas defensivas operárias e populares na atual fase da luita de classes e de libertaçom nacional.

Por muito que o fascismo mediático, militar e orgánico, o definida como um “governo social-comunista-bolivariano”, a esquerda revolucionária galega segue-o caraterizando como um governo social-liberal com incrustraçons social-democratas no que nom depositamos as mais mínimas expetativas e confiança.

Há dous anos, prognosticamos que frente aos silêncios cúmplices e os calculados oportunismos, o Governo PSOE-Unidas Podemos, ia ser umha estafa, um monumental engano. 2021 certificou a acertada análise.

Nom derrogárom a reforma laboral, nem a lei mordaça, seguem instalados no chauvinismo espanhol negador do legítimo e necessário exercício da autodeterminaçom. Pactuárom com o Ibex 35 o “botim” do resgate “europeio”, que novamente vai ser absorvido polas grandes empresas a custa de alongar os ERTE, incrementar o desemprego, a precariedade laboral, a pobreza e a miséria de um povo trabalhador desorganizado e desarmado ideologicamente.

Mantenhem as linhas estratégicas de caráter colonial sobre o rol do nosso país na divisom internacional do trabalho, agudizando a assimilaçom da nossa identidade nacional e inçando a naçom de milhares de eólicos, que só provocarám mais despovoaçom e abandono do rural, mais destruiçom do nosso património natural e histórico, mais pobreza e dependência.

A LUITA É O ÚNICO CAMINHO

Enquanto isto acontece, a oposiçom institucional nom parou de propor acordos ao PP de Feijó. Com esta ineficaz política conciliadora e pactista a rua recobra a sua trascendência. Nom existe mais alternativa que luitar fora das instituiçons do regime de 78. A luita é pois o único caminho, tal como o constatou o proletariado de Gamesa, Alcoa, de Vestas, dos estaleiros vigueses, na sua exemplar defesa dos postos de trabalho.

Sem luita contundente seguiremos retrocedendo em direitos, conquistas e liberdades.

Depositarmos esperanças em espetrais governos “alternativos” ao PP, em oportunistas operaçons políticas cujo estrepitoso fracasso ainda ecoa, é a mais eficaz receita para esterilizar as imensas potencialidades e capacidade de combate e vitória da classe operária.

Deslindar e confrontar com os discursos edulcorados dos “partidos de esquerda” pequeno-burgueses e as organizaçons satelitais, mas também promovendo alianças amplas em base a programas avançados derivados de acordos poliédricos, segue sendo hoje a folha de rota sobre a que devemos avançar na reconstruçom da esquerda revolucionária galega.

IMENSAS CAPACIDADES E POTENCIALIDADES DA NOSSA CLASSE E DO NOSSO POVO

É tarefa dos revolucionários galegos fazer frente, com firmeza e rigor, às constantes manobras de distraçom que só tenhem contribuído para desviar a atençom sobre as tarefas e necessidades, para dividir-nos ainda mais, incidindo em preocupaçons banais, supérfluas e intrascendentes que nos fam mais vulneráveis.

A contradiçom Capital-Trabalho é o eixo central sobre a que articular um programa e umha prática dirigida ao conjunto dos segmentos e camadas que conformamos o povo trabalhador galego.

Para fazer frente ao estado geral de descrédito, resignaçom e desmobilizaçom, é imprescindível que os modestos destacamentos organizados atualmente existentes, procuremos espaços unitários de luita, visados para gerar condiçons de superaçom do marasmo que impossibilita passar à ofensiva.

Ninguém sobra, todo o mundo deve contribuir à refundaçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, guiado e inspirado pola açom teórico prática insurgente dos fundamentos do marxismo. Marx, Lenine, Che, Benigno Álvarez e Moncho Reboiras som as nossas bússolas.

A conquista da nossa emancipaçom como classe, povo e naçom, só se atingira com o triunfo da Revoluçom Socialista Galega, a nossa particular e singular contribuiçom à Revoluçom mundial.

Mas esta nom será resultado de urnas, de post, de tuiters ou ingeniosos relatos, de exercer normalidade democrática. As grandes transformaçons no século XXI seguirám sendo resultado das barricadas, dos confrontos diretos com as forças repressivas do Capital, de insurreiçons e rebelions populares, do exercício do poder operário e popular, da expropriaçom dos meios de produçom, do lume purificador … da luita organizada e unitária do povo trabalhador e empobrecido. De lograrmos organizar com êxito a Revoluçom Socialista

CONFRONTAR MONARQUIA E FASCISMO

A casta institucional “progressista” som simples capataces que carecem de firmeza e decisom política para confrontar o fascismo e o grande Capital, optando por morninhas e inofensivas condenas, que só envalentonam ainda mais os seguidores da monarquia imposta por Franco.

A peça angular do regime emanado da maquilhagem franquista som os inquilinos do palácio da Zarzuela.

Juan Carlos I e Felipe VI representam a continuidade institucional do genocida regime militar imposto a sangue e fogo. Nem o capitalismo se pode reformar, nem a monarquia pode ser “democratizada”. Ambas som falazes ilusons dos falabaratos da “esquerdinha”, que só desviam a atençom de setores operários e populares na tarefa principal: tombar o regime de 78.

Frente o desencanto e a frustraçom devemos continuar favorecendo a configuraçom de um bloco popular obreiro de caráter antifascista e republicano, hegemonizado pola classe trabalhadora. Eis umha das nossas tarefas principais na alvorada do novo ano que já se divisa no imediato horizonte.

APELOS E DESEJOS

Agora Galiza-Unidade Popular temos claro que em 2022, sempre arroupados e guiados polas bandeiras vermelhas da rebeliom, agindo com a firmeza dos princípios, a independência de classe e o optimismo da vontade, seguiremos avançando.

Continuaremos tecendo e participando nos espaços de coordenaçom e unidade da insurgência global, promovendo o internacionalismo prolétário, combatendo sem trégua toda tentativa de confrontar as classes trabalhadoras dos diferentes povos submetidos polo Estado espanhol mediante discursos chauvinistas.

Apelamos à juventude trabalhadora e estudantil galega, mas também à militáncia veterana que fruto do desencanto e a frustraçom optou polo repregamento, implicar-se ativamente na tarefa histórica de reconstruir as ferramentas de combate e vitória que necessita a nossa classe e a nossa naçom.

Sabemos que sem conquistarmos a independência e a soberania nacional nom é possível construir umha Galiza sem exploraçons nem opressons, que sem umha estratégia política de organizaçom e mobilizaçom social permanente e encadeada, empregando a rua e a combinaçom de todas as formas le luita, nunca se poderá disputar ao Capital a conquista do futuro que nos nega.

Queremos enviar saúdos a quem luita e a quem sem sabé-lo ainda tem que luitar para nom perecer, o conjunto da Galiza que acredita no povo galego, a classe obreira, a juventude, as mulheres trabalhadoras, o povo empobrecido e depauperado que participou nas luitas para conquistar um futuro melhor.

Saudar os presos e presas políticas galegas e do conjunto do Estado espanhol, todos os represaliados, as organizaçons galegas e estrangeiras amigas, o movimento popular galego e os povos que em 2021 nom cedérom perante os embates do imperialismo, com destaque para o povo cubano, saraui, sírio, palestiniano, colombiano, venezuelano, iraquiano, iemeni, do Dombass … a todos eles a nossa solidariedade internacionalista.

Até a vitória sempre!

Denantes mortos que escravos!

Só a classe obreira salva a classe obreira!

Independência e Pátria Socialista! Venceremos!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 29 de dezembro de 2021

Padrão

Declaraçom de Agora Galiza-Unidade Popular no Dia da Galiza Combatente de 2021

Ha 21 anos, aesquerda revolucionária independentista e socialista galega, instauramos esta efemérede no calendário político galego.

Nom foi fruto de um capricho, nem umha decisom irreflexiva. Pretendiamos recuperar do esquecimento e a maquilhagem imposta, aqueles episódios da melhor tradiçom de luita e combate do nosso povo.

Um projeto político revolucionário, de caráter integral e globalizante, deve contar com um imaginário coletivo próprio.

Também deve desputar no campo da história, no da épica, a superioridade da hegemonia obreira sobre as leituras pequeno-burguesas.

Nestas duas décadas fomos apreendendo das leiçons do passado que levam décadas furtando-nos.

Nestes vinte anos fomos dotam-nos dumha cosmovisom cultural própria, diferenciada da elaborada polas diversas expressons social-democratas, antagónica a do inimigo de classe e do seu imperialista projeto nacional.

Fomos divulgando as biografias, as trajetórias, as luitas, as achegas e exemplos, das estrelas que nos guiam, dessas bússolas que contribuem a nom desviar-nos do caminho da Revoluçom Galega, que nos dias de fel e ferro injetam força e energia militante.

Nesta XXI ediçom do Dia da Galiza Combatente, queremos realizar um apelo para construirmos ferramentas organizativas obreiras, imprescindíveis para a emancipaçom da nossa classe e da Naçom Galega, causa a que temos consagrada a nossa vida.

Sem um partido proletário galego, que exerça de motor e locomotiva do conjunto do povo trabalhador galego, seguiremos instalados na derrota, seguiremos cada vez mais desarmados política e ideologicamente, condenados a derrota perpétua.

Sem um partido proletário galego, continuaremos alimentando a resignaçom, as falsas esperanças do ilusionismo eleitoral e do cretinismo parlamentar, que carateriza o acionar das ‘esquerdinhas’.

Um partido obreiro galego, que combine dialeticamente a defesa intransigente das condiçons laborais e de vida das imensas maiorias sociais que conformamos o povo trabalhador e empobrecido, com a necessidade de derrubar a forma que a ditadura do Capital adota na Galiza: o putrefacto regime monárquico e oligárquico pósfranquista.

Na XXI ediçom do Dia da Galiza Combatente reivindicamos, com toda solenidade, a Benigno Álvares, Piloto, Moncho Reboiras, Abelardo Collazo e Henriqueta Outeiro. Fazémo-lo porque som os nutrintes que nos alimentam.

Ambos fam parte indissociável da nossa mochila de combate.

Som cinco nomes -que em diversas etapas da nossa mais recente história contemporánea-, destacárom do anonimato heroico das massas, formando parte por méritos próprios do mais aperfeiçoado frontispício da Pátria do Trabalho que nunca se resignou a ser submissa e servil.

Cinco exemplos da arte insurrecional, sublimes insumos para o êxito da Revoluçom Galega.

Fazemo-lo afastados de leituras folclóricas e adulteradas polo “politicamente correto”.

Com a firme decisom de apreender das suas achegas para construirmos um movimento revolucionário galego, dirigido pola classe obreira, com programa e direçom obreira, sintetizando a luita pola emancipaçom de classe com a libertaçom nacional desta parte do universo chamado Galiza.

Só a clase obreira salva a classe obreira!

Independência e Pátria Socialista!

Antes mortos que escravos!

Venceremos!

Na Pátria, 11 de outubro de 2021

Declaraçom final da II Conferência Internacional. TECENDO A INSURGÊNCIA GLOBAL

Padrão

Declaraçom final da II Conferência Internacional

TECENDO A INSURGÊNCIA GLOBAL

No dia de hoje, 24 de julho de 2021, desenvolveu-se em Compostela [Galiza] a II Conferência Internacional, com a participaçom de delegados e delegadas de Agora Galiza-Unidade Popular, Herritar Batasuna e Nación Andaluza, assim como com a presença de ativistas das causas do povo trabalhador.

Durante o transcurso da II Conferência Internacional foi homenajeado o comandante guerrilheiro insurgente colombiano Jesús Santrich. acordando incorporá-lo a título póstumo como membro permanente do Comité Executivo da Conferência Internacional.

Os principais acordos e orientaçons emanadas do debate e reflexons realizadas na II Conferência Internacional som os seguintes:

Ratificar a necessidade de aprofundar na coordenaçom tática e estratégica das nossas respetivas organizaçons, para contribuir ao desenvolvimento da resistência e o combate contra a dominaçom imperialista.

Nos dous anos transcorridos entre a nossa fundaçom e a atualidade, constatamos como a crise estrutural do capitalismo agónico, tem agravado a depauperaçom e miséria da imensa maioria das massas proletárias.

O ‘caos’ controlado extende-se no conjunto da periferia do centro capitalista, provocando desolaçom e miséria, guerras de rapina e repressom, mas também golpeia cada vez com mais virulência entre o povo trabalhador das metrópoles capitalistas e imperialistas.

Esta fase imperialista do capitalismo está conducindo o Planeta a umha crise ecológica de incalculáveis consequências que pom em perigo a nossa espécie.

Perante a gravidade da crise estrutural do modo de produçom mais letal da história da humanidade, a burguesia opta por promover a alternativa terrorista de dominaçom. Medida dissuasória e preventiva ante as ainda tímidas luitas de resistência e de caráter ofensiva dos povos e as suas vanguardas obreiras e campesinhas. O fascismo é já umha realidade em boa parte do globo.

Seguem sendo um fiasco as variadas alternativas eleitorais promovidas polas diversas ‘esquerdas institucionais’. As suas reformas som incapaces de solucionar os desafios em curso, frear as agressons que padece a classe obreira e o conjunto do povo trabalhador, contribuíndo a gerar falsas ilusons entre os oprimidos, altamente funcionais para perpetuar a ditadura burguesa.

Frente os modismos impostos polos think tank do imperialismo, tentando substituir a contradiçom de classe pola de género, desviando a atençom com justas causas que ocultam a origem e as suas responsabilidades nas múltiplas dominaçons que padecemos, ratificamos que é a contradiçom Capital-Trabajo o eixo central que permitirá a genuína emancipaçom das mulheres trabalhadoras e dos povos submetidos.

Só as luitas obreiras, populares e de libertaçom nacional de orientaçom proletaria, logrará elevar o nível de consciência das massas, movimentar e luitar de forma organizada e unitária contra a exploraçom e as múltiplas dominaçons e opressons que padecemos polo modo de produçom capitalista.

A necessidade de reorganizar todas e cada umha das ferramentas de luita e combate que historicamente empregou a classe obreira e o conjunto do povo trabalhador e empobrecido, com as quais logrou as conquistas e direitos que o capitalismo tem desmantelado progressivamente nas últimas décadas, e com as que atingiu vitoriosas revoluçons de caráter anti-imperialista e socialista ao longo de todo o século XX.

As rebelions que durante este biénio tenhem protagonizado os povos trabalhadores e empobrecidos do Equador, Chile, Colômbia, as luitas do povo afroamericano contra o racismo no coraçom da besta ianque, a resistência do povo palestiniano e saaraui, marcam qual é o caminho a seguir.

O triunfo das rebelions populares, facilitando que podam transitar face processos insurrecionais, estám intrinsicamente vinculados à existência de vigorosas organizaçons revolucionárias de orientaçom socialista/comunista dotadas dumha estratégia subversiva, superadora da esterilizada e inofensiva açom teórico-prática que carateriza a imensa maioria dos partidos e organizaçons que se declaram inspirar na imensa obra teórica de Marx, Engels, Lenine e o Che.

No 150 aniversário da Comuna de Paris, -a primeira experiência de governo obreiro da Hstória-, a II Conferência Internacional manifesta:

A nossa solidariedade com o heroico povo cubano, o nosso incondicional apoio a sua soberanía e independência nacional, frente o endurecimento do bloqueio e a brutal arremetida que está padecendo polo imperialismo.

Continuar contribuíndo mediante a nossa revista teórica Insurgencia Global- Proletari a restaurar os fundamentos teórico-práticos do marxismo.

Proseguir sentando as bases que permitam promover umha nova Internacional Proletária, que aglutine o maior número de organizaçons, forças e partidos, cujo objetivo seja organizar a Revoluçom Socialista/Comunista nas suas específicas formaçons sociais, como parte indivisível da Revoluçom Socialista/Comunista mundial.

Compostela, Galiza, 24 de julho de 2021

Comunicado nº 163. SANTRICH VIVIRÁ ETERNAMENTE NO CORAÇOM INSURGENTE DOS POVOS

Padrão

SANTRICH VIVIRÁ ETERNAMENTE NO CORAÇOM INSURGENTE DOS POVOS

Com profunda dor, informamos ao povo trabalhador e empobrecido da Galiza, da triste notícia da morte do camarada Jesús Santrich.

Foi abatido quando percorria o seu amado território da mágica serrania do Perijá, entre árvores colossais, palmas, fentos, pumas, cóndores, vagalumes e colibris multicores, sempre traçando horizontes de liberdade e justiça social.

Comandos do regime narcoterrorista colombiano, violando a soberania nacional da Venezuela, seguindo instruçons da “Casa Branca”, emboscárom e executárom 17 de maio um dos mais destacados dirigentes da insurgência comunista colombiana e da Pátria Grande latino-americana e caribenha.

Desde a naçom de Rosalia de Castro, Benigno Álvarez, Henrique Líster e Moncho Reboiras, transmitimos ao povo trabalhador colombiano, que leva semanas nas ruas confrontando o regime oligárquico, as condolências da esquerda revolucionária galega.

O nosso mais sincero pésame aos seus camaradas de armas, aos familiares e amizades, ao conjunto das organizaçons revolucionárias colombianas por esta perda irreparável.

Nom som horas de lágrimas, nem de abatimento, som horas de combate. A melhor homenagem ao comandante guerrilheiro do Exército Popular de Marulanda, Jacobo Arenas e Alfonso Cano, ao brilhante pensador e teórico marxista, ao investigador e etnógrafo erudito, ao sublime debuxante, ao poeta, ao músico, ao fascinante conversador, ao estratega insurrecional, é continuarmos sem trégua a luita, até atingirmos a vitória sobre o imperialismo e as lumpemburguesias.

Hoje é um dia de luto para os povos do mundo que nom claudicamos, é um dia de pesar para a causa da Revoluçom Socialista Colombiana, a quem Jesús Santrich consagrou toda umha vida de talento e sacrifício pola redençom dos humildes e excluídos, pola soberania e plena independência frente Washington.

A nossa tristeza reconforta-se porque sabemos que seguirá sendo fonte de inspiraçom para que nom se resigna a viver eternamente de joelhos, para quem nom se conforma a padecer um presente de miséria e violência.

Camarada comandante Santrich das FARC-EP Segunda Marquetália, inclinamos as nossas bandeiras, a vermelha da classe obreira e a tricolor branca-azul-rubra republicana galega, fundida com as luminosas cores da bandeira bolivariana, pola tua inesperada partida.

Que a música celestial da frauta andina e o brilho dourado do saxofone te acompanhe eternamente.

Por méritos próprios, já formas parte do frontispício da emancipaçom desse imenso território que se extende do Rio Grande à Terra de Fogo, acompanhando Simón Bolívar, Farabundo Martí, César Augusto Sandino, Camilo Torres, Tánia, Che Guevara, Miguel Enríquez, Robi Santucho, Haydée Santamaría, Manuel Marulanda, Fidel, … entre tantos outros.

Até a vitória sempre camarada Trichi!

Honra e glória comandante!

Independência e Pátria Socialista!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 19 de maio de 2021

10 de Março, Dia da Classe Obreira Galega. Piloto, Amador, Daniel assassinados polo fascismo que hoje nos ameaça

Padrão

10 de Março, Dia da Classe Obreira Galega

Piloto, Amador, Daniel assassinados polo  fascismo que hoje nos ameaça

A classe trabalhadora galega estamos pagando as consequências da devastadora crise sanitária e económica provocada pola deliberada negligência na errática gestom da pandémia.

A burguesia está aproveitando a oportunidade que lhe brinda a pandemia global, para acelerar os seus planos depredadores contra a imensa maioria do povo trabalhador, para ir ensaiando o modelo de capitalismo do século XXI que sonha implantar.

Nom nos podemos deixar arrastar por nengum dos bandos da pugna caníbal entre as duas fraçons da burguesia, que pretendem impor o seu específico modelo de mais exploraçom e dominaçom. A queda da taxa de acumulaçom e lucro obriga a oligarquia no seu conjunto a adotar mudanças de fundo para salvar o sistema.

A crise estrutural do modo de produçom capitalista na sua fase senil, exige endurecer a exploraçom e dominaçom. “Globalistas” e “nacionalistas”, Biden ou Trump, Pedro Sánchez ou Santiago Abascal -como capatazes e papagaios de ambas fraçons, coincidem no essencial: há que assegurar a toda custa a perpetuaçom do sistema.

O Covid-19 tem facilitado a estratégia de caos controlado. O Capital necessita mediante o uso do medo, impor todo tipo de restriçons em liberdades e direitos, um povo trabalhador desvertebrado, confinado, incapaz de reagir perante as agressons a que se vé submetido.

Nestes últimos 365 dias temos assistido a um processo involucionista sem praticamente resistências, a um reforçamento do fascismo em todos os ámbitos.

Nem o reacionário governinho de Feijó, nem o fraudulento governo “progre” de PSOE-Unidas Podemos, nada tenhem feito para evitar que a crise sanitária e económica nom seja paga pola classe obreira e o conjunto do povo trabalhador.

Enquanto destacados segmentos da nossa classe seguem em ERTE permanente, enquanto se incrementa o desemprego e a precariedade laboral, enquanto se cortam direitos e liberdades básicas, enquanto se condena à ruína setores inteiros da economia, as grandes empresas do Ibex 35 nom param de acumular fortunas a custa da nossa miséria.

Os mais de 140 mil milhons de euros destinados pola UE ao Estado espanhol para “paliar” os efeitos da crise pandémica, vam ser absorvidos na sua imensa maioria polos monopólios e as grandes empresas. Nom vam ser investidos em ajudar os setores mais golpeados pola crise, para salvar empregos, para combater os efeitos demoledores da pobreza, exclusom social e depauperaçom em curso.

Chegarám migalhas disfarçadas de “ajudas”, simples políticas assistencialistas visadas para amortecer as contradiçons.

Mas Pedro Sánchez e Feijó entregarám fabulosas ajudas a Zara Inditex, Ence, Coren, Iberdrola, Acciona, Cepsa, Ferrovial, Naturgy, Telefónica, El Corte Inglés … reproducindo a operaçom de 2008 quando o governo de M. Rajói resgatou a banca.

Perante este cenário, é urgente e necessário vertebrar umha resposta ampla e unitária hegemonizada pola classe operária. Do contrário caminhamos inexoravelmente para um modelo de capitalismo altamente repressivo, onde logrem comodamente a plena voadura das conquistas laborais, dos direitos e liberdades.

NEM GOVERNO “PROGRE” NEM ALTERNATIVA FASCISTA, REVOLUÇOM SOCIALISTA

Após um ano de governo de Pedro Sánchez e Pablo Iglesias, voltamos a constatar que nom se materializárom nengumha das promessas de revogar a reforma laboral, a lei mordaça e a LOMCE. Mais alá de gestos e formas, é simplesmente mais do mesmo! É um governo social-liberal com incustraçons socialdemócratas, carente de ambiçom transformadora, que incumpre o seu morninho programa neokeynesiano. Um governo obediente aos diktados da UE e submisso ao patronato, Ibex 35 e grande Capital.

Enquanto é detido Pablo Hasél por exercer a liberdade de expressom, enquanto as forças policiais repremem as mobilizaçons populares, enquanto o governo permite homenagens nazis e carta branca ao fascismo, o fugado bourbóm segue desfrutando em Abu Dhabi da colossal fortuna que roubou, e o seu filho mantem sepulcral silêncio perante as constantes apelos a encabeçar um golpe de estado, tal como lhe solicitam estamentos militares, políticos, judiciais e mediáticos.

Nada podemos aguardar das promessas das “esquerdinhas”, nada podemos esperar das ilusons eleitorais que só provocam frustraçon, desencanto e desmobilizaçom, facilitando o caldo de cultivo do fascismo. Dessas forças instaladas no eleitoralismo, hipotecadas polo cretinismo parlamentar, obssesionadas por gerir as migalhas institucionais que o sistema permite, alimentando irresponsavelmente a falsa “normalidade democrática”, o interclassismo e o cidadanismo que facilita a ofensiva burguesa contra nós, o povo trabalhador galego.

A LUITA OPERÁRIA E POPULAR É O ÚNICO CAMINHO

Neste 10 de Março, a esquerda revolucionária galega articulada em Agora Galiza-Unidade Popular, reafirma o apelo a constituir um Bloco Popular Antifascista de genuíno caráter anticapitalista e de libertaçom nacional. Necessitamos construir um pólo classista e patriótico para abrir um ciclo de luita que permita organizarmos a contraofensiva.

Sem forças genuinamente operárias na sua composiçom, linha discursiva, intervençom e orientaçom, a classe trabalhadora galega seguirá esterilizada para fazer frente à ofensiva do Capital, e à ameaça fascista. A dramática carência de umha força política operária com influência de massas, permit1e obreira galega.

A memória histórica do mundo do Trabalho custódia e ratifica que todas as conquistas e avanços, sem exceçom, fôrom atingidos na luita nas fábricas, nos centros de trabalho e nas ruas. Som resultado do sacrifício, do suor, das lágrimas e do sangue operário. Nada nos foi regalado em balde! Nom fôrom concessons gratuítas do nosso inimigo irreconciliável.

Nom podemos pois alimentar o ilusionismo eleitoral, nem falsas expetativas. As mudanças e profundas transformaçons que a classe trabalhadora galega demanda, serám resultado de um processo revolucionário, e nom derivará de aritméticas parlamentares do sistema eleitoral burguês. Nom é possível implementar políticas ao serviço do povo trabalhador sem tombar o regime postfranquista e a ditadura do Capital.

RESGATAR A MEMÓRIA OPERÁRIA E ANTIFACISTA GALEGA

Neste 10 de Março nom só queremos lembrar e honrar a luita operária de Ferrol de 1972, Daniel Niebla e Amador Rei, assassinados pola polícia por reivindicar direitos para o proletariado galego.

Neste Dia da Classe Obreira Galega reivindicamos a figura e a vigência da causa de José Castro Veiga, ícone do comunismo e do antifascismo combatente galego. “Piloto” -abatido a traiçom pola Guarda Civil a carom do regato das Andorinhas, em Chantada em 1965-, representa a coerência e persistência da resistência político-militar ao fascismo.

Neste novo 10 de Março cumpre recuperar o rol dirigente do proletariado galego no combate anticapitalista e antifascista.

Ou bem renunciamos à luita, e portanto assumimos submissamente a depauperaçom, ou bem optamos pola rebeliom. Nom existem caminhos intermédios. Nós temos claro qual é a resposta a esta disjuntiva: a luita é o único caminho.

Piloto, Amador, Daniel, a luita continua!

Viva a classe obreira galega!

Viva a Revoluçom Galega!

Independência e Pátria Socialista!

Na Pátria, 10 de março de 2021

Comunicado nº 158: 8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. AS TRABALHADORAS DEVEMOS PROTAGONIZAR A NOSSA EMANCIPAÇOM

Padrão

As origens do 8 de Março nom emanam das “sufragistas” burguesas. 8 de Março nom é o “dia das mulheres”, nem o “dia da mulher”, é o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora.

As suas origens derivam da luita das mulheres bolcheviques. Foi adotado em 1910 em Copenhaga, na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas. Está indissoluvelmente ligado a Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo, Alexandra Kollontai, Nadezhda Krupskaya, Inessa Armand, todas elas pioneiras no impulso desta data fundamental no calendário reivindicativo contra o capitalismo.

8 de Março é umha jornada reivindicativa e de luita, onde nom se pode deslindar o combate pola emancipaçom das trabalhadoras da luita anticapitalista.

A atual adulteraçom da efeméride fai parte da desvirtuaçom e fagocitaçom que o pensamento burguês imprime nas luitas, para impossibilitar as transformaçons revolucionárias.

Tampouco os seus objetivos podem ser circunscritos ao que brilhantemente denunciou há mais de cem anos a primeira mulher ministra da História, Alexandra Kollontai. “Qual é o objetivo das feministas burguesas? Conseguir as mesmas vantagens, o mesmo poder, os mesmos direitos na sociedade capitalista que possuem agora os seus maridos, pais e irmaos.

Qual é o objetivo das operárias socialistas? Abolir todo tipo de privilêgios que derivem do nascimiento ou da riqueza. À mulher obreira é-lhe indiferente se o seu patrom é homem ou mulher”.

Foi precisamente a Revoluçom Bolchevique de 1917, quem após a tomada do poder implementou políticas visadas para atingir plenos direitos e liberdades para as mulheres trabalhadoras, suprimindo a legislaçom que os negava. Direitos que formalmente na atualidade estám contemplados no Estado espanhol, mas que na realidade nom passam de umha quimera na vida diária da imensa maioria das mulheres trabalhadoras que vendem a sua força de Trabalho.

Foi durante a Revoluçom Bolchevique quando se conquistou iguais jornadas laborais e salário entre trabalhadoras e trabalhadores. Quando se logra o direito de sufrágio, quando se mudam as relaçons sociais e de género, aprovando o aborto e o divórcio. Quando é abolida a ilegitimidade dos filhos, suprimindo disposiçons penais contra o incesto, o adultério e a homossexualidade.

Som aprovadas um conjunto de leis de proteçom da maternidade e da infância, instituindo a educaçom mista nas escolas. Por meio da nova legalidade revolucionária assistimos pois à via jurídica do início do processo de destruiçom do poder patriarcal

A conquista de benefícios sociais mediante salários de maternidade, jardins de infância, comedores, lavandarias, fogares para as crianças, possibilitárom um salto de gigante na emancipaçom real das trabalhadoras.

Do Primeiro Congresso Panrusso de Mulheres Trabalhadoras, de 1919 nasce o Zhenotdel [Departamento da Mulher], o primeiro organismo público estatal dedicado a promover a participaçom das mulheres na vida pública, projetos sociais como a erradicaçom do analfabetismo feminino. Fôrom criados os alicerces para o surgimento da mulher nova, livre e emancipada.

FEMINISMO FUNCIONAL PARA O CAPITALISMO

A apropriaçom polo capitalismo da reivindicaçom de “igualdade de direitos”, contrariamente à percepçom generalizada de que tem sido um grande passo pola libertaçom “das mulheres”, também tem sido letal para acumular forças rebeldes. Pois o único horizonte possível onde poderemos atingir como trabalhadoras a nossa plena e real emancipaçom é o Socialismo.

Eis polo que o seu discurso é divulgado polos meios de [des]informaçom sistémicos “progres”, perfeitamente conhecedores da sua funcionalidade para amortecer a contradiçom antagónica entre Capital-Trabalho.

O feminismo liberal e burguês, atualmente hegemónico no seio das organizaçons de mulheres, tem sido, e é, plenamente funcional para reforçar o amorfismo, o marasmo e a fragmentaçom nas luitas operárias e populares. Introduzindo o vetor da contradiçom de “género” completamente desligado da contradiçom Capital-Trabalho, só contribui para esterilizar as luitas.

Gerando a falsa ilusom da existência de interesses comuns entre o conjunto das mulheres, nega no seu acionar teórico-prático a contradiçom antagónica de classe.

Para este feminismo, existem similares interesses como mulheres entre Ana Botín -presidenta do Banco Santander-, e o proletariado feminino dumha conserveira da ria de Arouça, dumha operária têxtil do empório da família Ortega, ou dumha trabalhadora da limpeza.

O seu relato incide na contradiçom de género desligada da de classe, elaborando umha ilusom carente de qualquer fundamento: acreditar que o feminismo é em si mesmo umha alternativa emancipadora. Substituindo a luita de classes pola de género, nom só dividem a classe trabalhadora, quebram o potencial revolucionário anticapitalista do proletariado como classe social, objetivamente interessada em acabar com a exploraçom e dominaçom a que nos vemos submetidas como mulheres e homens.

Transformando os “homens” em inimigos, tecendo umha política de alianças com as mulheres burguesas, que só procuram paridade nas instituiçons capitalistas, nos conselhos de administraçom das empresas, em todos aqueles espaços públicos e privados que simplesmente devem ser derrubados pola Revoluçom Galega. Revoluçom que deve ser de caráter socialista, antipatriarcal e de libertaçom nacional.

O feminsimo burguês desvia a atençom, fende a comum luita entre mulheres e homens trabalhadores. Paradoxalmente a sua cosmovisom é altamente eficaz para perpetuar este sistema patriarcal. Razom pola que boa parte do seu programa é assumido polas forças políticas sistémicas, tanto as social-liberais como as social-democratas, pois nom tem como objetivo dar xaque mate ao capitalismo.

A esquerda revolucionária galega tem sido pioneira na luita pola específica marginalizaçom, opressom e dominaçom que padecem as mulheres trabalhadoras no capitalismo. Quando praticamente ninguém assumia esta luita, nós mantinhamos com firmeza a necessidade de introduzir a reivindicaçom antipatriarcal nas luitas operárias e populares.

POR UM MOVIMENTO CLASSISTA DE MULHERES TRABALHADORAS CONTRA O CAPITAL E O PATRIARCADO

Frente ao politicamente correto e inofensivo discurso “feminista” do pensamento progressista, é imprescindível sentar as bases para construir um movimento de trabalhadoras, de estudantes e jovens de extraçom operária e popular, que o desmascare mediante a luita ideológica e umha coerente açom teórico-prática.

Só mediante a mobilizaçom, só empregando todo tipo de mecanismos e métodos de luita, se pode lograr avançar na conquista de direitos laborais e sociais realmente inexistentes.

Cumpre combater com contundência a falsa ilusom de acreditar na viabilidade de construirmos umha sociedade igualitária de mulheres e homens na sociedade capitalista.

Só avançaremos na nossa emancipaçom deslindando a luita das mulheres trabalhadoras daquelas mulheres da aristocracia operária e da pequena burguesia funcionarial.

Somos nós, as mulheres do poivo trabalhador galego quem padecemos nas nossas carnes a exploraçom do Capìtal, as taxas mais elevadas de desemprego, de precariedade laboral, as que recebemos um salário mui inferior realizando idêntico trabalho que os homens, as que devemos realizar umha dupla ou tripla jornada laboral assumindo as tarefas do cuidado e manutençom das nossas famílias, as que nom podemos exercer plenamente os direitos sexuais e reprodutivos, as liberdades, as que sofremos a violência machista.

O género nom define a luita pola emancipaçom e a exploraçom capitalista. Porque as mulheres em abstrato nom somos um sujeito potencialmente revolucionário. É a classe, e portanto as mulheres trabalhadoras, o eixo e sujeito articulador do movimento pola plena emancipaçom das mulheres que vendem a sua força de Trabalho.

Corresponde às mulheres trabalhadoras dirigirmos o combate às contradiçons, ao machismo e ao patriarcado instalado no seio do conjunto do povo trabalhador e empobrecido, e nas suas organizaçons políticas e sociais.

Mas só umha sociedade superadora do capitalismo, umha sociedade Socialista, pode sentar as bases para erradicar o patriarcado das relaçons sociais, das mentalidades e das inércias de milhares de anos.

Nom apoiamos o feminismo pequeno-burguês e liberal-“progressista”, que reproduz acriticamente o discurso postmoderno tam do gosto do Capital, que convoca inofensivas “greves gerais” interclassistas, apoiadas polas mulheres da burguesia e da oligarquia, que só distrai as mulheres trabalhadoras da contradiçom principal, colaborando consciente ou inconscientemente com a desmobilizaçom, divisom e amorfismo no que está instalado o movimento operário.

Frente a este feminismo, as mulheres trabalhadoras que somos exploradas polas mulheres da burguesia, nas suas fábricas, nos seus centros de trabalho, nas tarefas domésticas das suas casas e mansions, temos que hastear a bandeira da emancipaçom de classe.

Viva a luita das mulheres trabalhadoras galegas!

Viva a luita pola emancipaçom das mulheres trabalhadoras galegas!

Na Pátria, 8 de março de 2021

ILEGALIZAR VOX

Padrão

ILEGALIZAR VOX

A formaçom fascista espanhola promovida por umha fraçom da oligarquia, mas também taticamente polos interesses eleitorais do PSOE, a partir de 2019 logrou transitar da marginalidade política extraparlamentar, a converter-se a escala estatal num sujeito importante no taboleiro político institucional e mediático.

Vox tem um programa genuinamente ultraliberal, que aposta na drástica reduçom do gasto público e dos impostos para os ricos, pola liberalizaçom dos mercados e serviços.

Baixo grossas camadas de maquilhagem populista, e doses da pior demagogia goebbeliana, empregando o falaz mantra da Escola de Chicago, justifica estas medidas para eliminar o défice e reduzir a dívida.

A realidade é que Vox, como grupo de choque da burguesia, defende sem maquilhagens nem lipossucçons um programa depredador contra os direitos e as conquistas fundamentais atingidas pola classe operária em décadas de luita. O seu acionar político e social é umha declaraçom de guerra contra o mundo do Trabalho.

Vox assume como próprio o programa de máximos da oligarquia, dos monopólios, elogia as reforma laborais, definindo o sistema de proteçom por desemprego vigorante como “um dos mais generosos” e dos “mais prolongados dos países da UE e da OCDE”.

O programa económico de Vox é de neoliberalismo selvagem, pois “o Estado acionista há de desaparecer do panorama empresarial espanhol”.

VOX, BRAÇO TERRORISTA DA OLIGARQUIA

Vox é o instrumento da grande burguesia que durante os quarenta anos de franquismo atingiu umha das suas maiores acumulaçons da sua história. Da criminal élite económica que por mor da sobre-exploraçom à que era submetido o proletariado industrial e rural, logrou fabulosas fortunas.

Vox é fruto das necessidades da voraz oligarquia que tutela a atual ditadura burguesa espanhola, que dirige na sombra a imensa maioria dessas forças políticas institucionais que som simples capatazes dos seus interesses de classe. Para compreendermos o que está acontecendo devemos partir do seguinte axioma: o regime de 78 é filho legítimo do regime de 36.

Vox enquadra-se na fraçom chauvinista e protecionista da burguesia mundial que disputa a hegemonia do capitalismo à fraçom globalista.

Representa o grupo de choque contra os direitos e as conquistas da classe operária, e do conjunto do povo trabalhador, que necessita a burguesia na atual fase de agudizaçom da crise económica estrutural do capitalismo senil iniciada em 2008.

É altamente funcional para desviar a atençom, para confundir amplos setores da classe obreira e das camadas populares, de quem som os verdadeiros e únicos responsáveis da cada vez maior depauperaçom e miséria que padecemos.

Alimentando o mais agressivo e supremacista chauvinismo espanhol, oculta com manipulaçons, demagogia e mentiras, o seu verdadeiro objetivo de defender exclusivamente os interesses dos ricos e poderosos, da insaciável oligarquia que nesta pandemia incrementa os seus obscenos lucros.

O seu discurso asenta-se sobre dous eixos fundamentais. Defesa da unidade de Espanha e oposiçom radical aos fluxos migratórios.

Aponta demagogicamente contra os trabalhadores imigrantes e as reivindicaçons de liberdade nacional, como responsáveis e causantes das cada vez maiores taxas de desemprego, precarizaçom laboral, empobrecimento e miséria, a que nos condena o capitalismo crepuscular.

Ao longo do ano 2020, Vox, como expressom política do fascismo hegemónico em boa parte dos aparelhos repressivos do Estado, nas forças armadas, nas castas judiciais, nas direçons das grandes corporaçons de [des]informaçom de massas, na hierarquia católica, nos conselhos de administraçom das empresas do Ibex 35, defende e promove diversas fórmulas golpistas.

Age com absoluta impunidade nas suas declaraçons na defesa do terrorismo, na apologia, exaltaçom e justificaçom do franquismo.

MEMÓRIA E FUTURO

Como temos memória, sabemos como se desenvolveu na década dos anos trinta do passado século o fascismo, das analogias com o presente.

Cumpre nom esquecer e sim lembrar as origens do franquismo, como a oligarquia mediante um despiadado golpe de estado e guerra civil logrou derrotar as aspiraçons da classe trabalhadora e de liberdade nacional da Galiza, impondo durante mais de quatro décadas umha criminal ditadura militar.

Agora Galiza-Unidade Popular

considera Vox umha força indiscutivelmente fascista, similar ao pistoleirismo falangista, ao esquadrismo joseantoniano.

Frente à amnésia que seguem impondo-nos, sabemos que ao fascismo nom se lhe pode fazer a mais mínima concessom.

Que o fascismo deve ser combatido sem trégua nas ruas, nos centros de trabalho e ensino. Que na atual conjuntura nacional e internacional esta tarefa é umha prioridade para a classe trabalhadora.

VONTADE E DECISOM PARA ESMAGAR O FASCISMO

As “esquerdinhas” carecem de vontade e valentia real para confrontá-lo, mais alá de intermitentes e inofensivas declaraçons retóricas.

O branqueamento do fascismo chega a obscenidade quando 3 de fevereiro, Pedro Sánchez afirmou sem pudor que Santiago Abascal, “mostra mais responsabilidade de Estado que o líder da oposiçom” -o presidente do PP, Pablo Casado-, pola abstençom de Vox na votaçom que permitiu a convalidaçom do decreto sobre os fundos europeus que dotarám a oligarquia espanhola de 140.000 milhons de euros para “fazer frente à pandemia”. Com estas declaraçons o PSOE lava-lhe a cara, normalizando-o como mais um partido homologável ao resto das forças institucionais, facilitando o seu desenvolvimento.

Cumpre combater Vox com determinaçom e coragem, tecendo amplas unidades à volta de um programa nitidamente anticapitalista e de libertaçom nacional.

A esquerda revolucionária galega nom combatemos Vox para defender as já de por si tímidas liberdades e direitos ameaçados polos principais partidos da burguesia “democrática”.

Agora Galiza-Unidade Popular combate Vox como umha das principais expressons do terrorismo fascista, consciente que a alternativa frente o fascismo é a Revoluçom Socialista.

Sabemos que só a unidade, a mobilizaçom e luita tenaz e organizada da classe trabalhadora logrará derrotá-lo.

DESERÇOM DO MINISTRO ILLA, EXEMPLO DE TERRORISMO BURGUÊS

Padrão

DESERÇOM DO MINISTRO ILLA, EXEMPLO DE TERRORISMO BURGUÊS


À burguesia nunca lhe interessou a saúde da classe trabalhadora.
O atual estado de abandono e precarizaçom que padece a rede sanitária pública na Galiza e no conjunto do Estado espanhol, exemplifica, em plena pandemia, o absoluto desprezo da oligarquia pola vida do povo trabalhador e empobrecido.
Após 11 meses de pandemia, em plena devastadora terceira onda, o máximo responsável político no combate ao Covid-19, abandona o barco porque aspira a presidir a Generalitat da Catalunha.
Como qualificar esta injustificável deserçom?
O fraudulento governo “progressista” espanhol, ao igual que a Junta da Galiza presidida polo reacionário Alberto N. Feijó, leva quase um ano aparentando adotar medidas eficaces para controlar a pandemia. Mas a realidade desmascara as autoridades sanitárias e a casta política que gire o capitalismo no Estado espanhol.
Perto de 2.000 vítimas mortais na Galiza e mais de 80 mil no conjunto estatal, som o balanço provisório da ausência de medidas reais para reduzir a letalidade do Covid.
Na Galiza, mais de 20.000 desempregados, dezenas de milhares de trabalhadores em ERTE recebendo só 70% dos já de por si baixos salários, umha parte considerável de autónomos e microempresas à beira da ruína, e o ministro Salvador Illa abandona o barco?
Nom podemos deixar-nos arrastar pola resignaçom e o derrotismo.

Nem Governo “progre”, nem alternativa fascista: Revoluçom Socialista!

Só a classe trabalhadora salva a classe trabalhadora!

Comunicado nº 155: 6 de dezembro. Abaixo o Regime de 78. INDEPENDÊNCIA E SOCIALISMO

Padrão

6 de dezembro . Abaixo o Regime de 78

INDEPENDÊNCIA E SOCIALISMO

Novamente o ruído de sabres acompanha o nefasto aniversário da constituiçom espanhola de 1978.

O “venerado” texto que cristalizou a claudicaçom do “eurocomunismo” e da social-democracia espanhola perante os partidos herdeiros do “Movimiento Nacional” franquista, entrega poderes excepcionais às forças armadas emanadas do golpe de fascista de 1936.

Do artigo 2º que manifesta a “indisolúvel unidade da Naçom espanhola, pátria comum e indivisível”, deriva o artigo 8º, que sem rubor algum afirma que “as Forças Armadas, constituídas polo Exército de Terra, a Armada e o Exército de Ar, tenhem como missom garantir a soberania e independência de Espanha, defender a sua integridade territorial e o ordenamento constitucional”.

Embora nom nos surpreendam, som alarmantes as cartas deliberadamente filtradas com opinions sobre a situaçom política, de generais e coroneis destas forças armadas, que até há nom muito tempo comandavam divisons.

Os apelos a fusilar metade da populaçom do Estado espanhol, a bombardear Barcelona, a solicitar a Felipe VI que encabece um golpe de estado contra o atual governo de Pedro Sánchez, som consequência dos ignominiosos pactos da Transiçom e da maquilhagem do fascismo, que mantivo intacto o aparelho estatal franquista, e nom depurou os corpos repressivos.

A delirante caraterizaçom que realiza o fascismo civil ou militar sobre o atual governo social-liberal com inscrustraçons social-democratas, só contribui para deformar a sua verdadeira natureza, e mascarar o falso governo “progre”.

Governo que até o momento, perante a gravidade das declaraçons militares, só tem optado por “sacar ferro” ao assunto, por nom adotar medidas contundentes, por seguir incementando os gastos em armamemto e os privilégios da casta militar.

Nom só Vox aplaude os apelos ao golpe de estado e o fusilamento de milhons de trabalhadores e trabalhadoras.

A corruta e ilegítima monarquia bourbónica imposta por Franco em 1969 segue instalada no silêncio cúmplice. Quem cala outorga Felipe?

Mas, até que ponto estamos perante umha operaçom perfeitamente calculada para relegitimar, como no 23F de 1981, a cada vez mais desprestigiada monarquia?

Neste cenário recobra máxima atualidade e vigência, a necessidade de tecer a grande aliança antifascista que vimos teimudamente defendendo.

Agora Galiza-Unidade Popular apela para os setores mais avançados da nossa classe e do nosso povo a quebrar com as lógicas políticas sistémicas e a dar passos firmes na articulaçom de um bloco popular antifascista, nom para defender e restaurar os fundamentos da democracia burguesa “ameaçada”, e sim para avançar na articulaçom de um movimento operário e popular com direçom e linha genuinamente ruturista e socialista.

A ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA GALEGA NADA TEM QUE CELEBRAR ESTE 6D

A constituiçom espanhola e burguesa de 1978 é ilegítima, pois nom foi aprovada nem muito menos, pola maioria do povo trabalhador galego. No referendo realizado há 4 décadas, apenas 44.70% do recenseamento eleitoral galego votou afirmativamente numha consulta na que a abstençom atingiu 49.79%.

Espanha e o atual regime oligárquico é irreformável. Nom existe possibilidade algumha de mudá-lo. Só pode ser transformado pola via revolucionária.

Portanto, qualquer proposta de reformar a chave da abóbada da arquitetura jurídico-política vigente, ou releituras constitucionais “progressistas” perante a “ameaça fascista”, está inevitavelmente condenada a reforçar o sistema.

Em plena involuiçom e deriva reacionária do regime de 78, perante as ilusons sobre o falso governo “progressista”, perante o avanço do fascismo, é necessário e urgente construir ferramentas defensivas e combativas, articuladas à volta de umha alternativa estratégica, que só é possível fora de Espanha, da UE e da NATO.

Tanto a estratégia que promove o autonomismo socialdemocrata galego de conquistar mais transferências, de tentar mudar o sistema de financiamento autonómico, mediante negociaçons com Espanha, como mudar o modelo de estado monárquico por umha república federal que perpetua o projeto chauvinista espanhol, é simplesmente umha via morta.

Só a luita independentista e socialista, sob direçom e orientaçom obreira e popular, logrará a imprescindível rutura do regime postfranquista que permitirá a nossa emancipaçom como classe e libertaçom como naçom.

A luita é o único caminho!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 5 de dezembro de 2020