Comunicado nº 155: 6 de dezembro. Abaixo o Regime de 78. INDEPENDÊNCIA E SOCIALISMO

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6 de dezembro . Abaixo o Regime de 78

INDEPENDÊNCIA E SOCIALISMO

Novamente o ruído de sabres acompanha o nefasto aniversário da constituiçom espanhola de 1978.

O “venerado” texto que cristalizou a claudicaçom do “eurocomunismo” e da social-democracia espanhola perante os partidos herdeiros do “Movimiento Nacional” franquista, entrega poderes excepcionais às forças armadas emanadas do golpe de fascista de 1936.

Do artigo 2º que manifesta a “indisolúvel unidade da Naçom espanhola, pátria comum e indivisível”, deriva o artigo 8º, que sem rubor algum afirma que “as Forças Armadas, constituídas polo Exército de Terra, a Armada e o Exército de Ar, tenhem como missom garantir a soberania e independência de Espanha, defender a sua integridade territorial e o ordenamento constitucional”.

Embora nom nos surpreendam, som alarmantes as cartas deliberadamente filtradas com opinions sobre a situaçom política, de generais e coroneis destas forças armadas, que até há nom muito tempo comandavam divisons.

Os apelos a fusilar metade da populaçom do Estado espanhol, a bombardear Barcelona, a solicitar a Felipe VI que encabece um golpe de estado contra o atual governo de Pedro Sánchez, som consequência dos ignominiosos pactos da Transiçom e da maquilhagem do fascismo, que mantivo intacto o aparelho estatal franquista, e nom depurou os corpos repressivos.

A delirante caraterizaçom que realiza o fascismo civil ou militar sobre o atual governo social-liberal com inscrustraçons social-democratas, só contribui para deformar a sua verdadeira natureza, e mascarar o falso governo “progre”.

Governo que até o momento, perante a gravidade das declaraçons militares, só tem optado por “sacar ferro” ao assunto, por nom adotar medidas contundentes, por seguir incementando os gastos em armamemto e os privilégios da casta militar.

Nom só Vox aplaude os apelos ao golpe de estado e o fusilamento de milhons de trabalhadores e trabalhadoras.

A corruta e ilegítima monarquia bourbónica imposta por Franco em 1969 segue instalada no silêncio cúmplice. Quem cala outorga Felipe?

Mas, até que ponto estamos perante umha operaçom perfeitamente calculada para relegitimar, como no 23F de 1981, a cada vez mais desprestigiada monarquia?

Neste cenário recobra máxima atualidade e vigência, a necessidade de tecer a grande aliança antifascista que vimos teimudamente defendendo.

Agora Galiza-Unidade Popular apela para os setores mais avançados da nossa classe e do nosso povo a quebrar com as lógicas políticas sistémicas e a dar passos firmes na articulaçom de um bloco popular antifascista, nom para defender e restaurar os fundamentos da democracia burguesa “ameaçada”, e sim para avançar na articulaçom de um movimento operário e popular com direçom e linha genuinamente ruturista e socialista.

A ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA GALEGA NADA TEM QUE CELEBRAR ESTE 6D

A constituiçom espanhola e burguesa de 1978 é ilegítima, pois nom foi aprovada nem muito menos, pola maioria do povo trabalhador galego. No referendo realizado há 4 décadas, apenas 44.70% do recenseamento eleitoral galego votou afirmativamente numha consulta na que a abstençom atingiu 49.79%.

Espanha e o atual regime oligárquico é irreformável. Nom existe possibilidade algumha de mudá-lo. Só pode ser transformado pola via revolucionária.

Portanto, qualquer proposta de reformar a chave da abóbada da arquitetura jurídico-política vigente, ou releituras constitucionais “progressistas” perante a “ameaça fascista”, está inevitavelmente condenada a reforçar o sistema.

Em plena involuiçom e deriva reacionária do regime de 78, perante as ilusons sobre o falso governo “progressista”, perante o avanço do fascismo, é necessário e urgente construir ferramentas defensivas e combativas, articuladas à volta de umha alternativa estratégica, que só é possível fora de Espanha, da UE e da NATO.

Tanto a estratégia que promove o autonomismo socialdemocrata galego de conquistar mais transferências, de tentar mudar o sistema de financiamento autonómico, mediante negociaçons com Espanha, como mudar o modelo de estado monárquico por umha república federal que perpetua o projeto chauvinista espanhol, é simplesmente umha via morta.

Só a luita independentista e socialista, sob direçom e orientaçom obreira e popular, logrará a imprescindível rutura do regime postfranquista que permitirá a nossa emancipaçom como classe e libertaçom como naçom.

A luita é o único caminho!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 5 de dezembro de 2020