Comunicado nº 154 É LUITA DE CLASSES. Nom é confinamento.

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É LUITA DE CLASSES. Nom é confinamento.

Ao novo confinamento adotado esta semana polo governo bipartido espanhol, impondo um toque de recolher entre as 23 e 6h até a primavera, une-se-lhem os confinamentos perimetrais das sete grandes cidades da Galiza e parte das suas áreas metropolitanas, que entrárom em vigor às 15h de hoje, 30 de novembro de 2020.

Ambas decisons nom respondem a critérios científicos e epidemiológicos, som basicamente decisons políticas que aparentam vontade de querer combater e vencer a pandemia do Covid-19.

Nom se permitem reunions de mais de seis pessoas convivintes, nem interatuarmos nas ruas e nos centros de ócio, mas as crianças sim podem assistir a aulas com dúzias de nenos. A classe operária e o conjunto do povo trabalhador aos seus centros de trabalho, compartilhando espaços com dúzias, centenares e milhares de companheiros. Deslocando-nos no transporte público ateigado, que incumpre todas as recomendaçons e a cada vez mais asfixiante regulamentaçom.

Estamos quiçás assistindo ao maior experimento de controlo social de massas da História da humanidade.

Nem os sonhos distópicos mais aberrantes se atreveriam a atingir um cenário como o que atualmente estám logrando impor, sem praticamente oposiçom. De forma voluntária, sem uso da violência física, sem resistência organizada, estám logrando que bairros e cidades, que praticamente a totalidade da populaçom operária e popular respeite as restrinçons de mobilidade.

Após meses inoculando o medo paralisante mediante a manipulaçom informativa, as meias verdades, a demagogia populista, que facilita malear ao seu antolho umha sociedade desorganizada, conseguírom um elevado grau de autodisciplina social, inimaginável há umhas décadas.

As consequências psico-sociais da doutrina do shock para fazer frente a um inimigo invisível que falsamente afetaria todos, à margem da classe social e país, segue condicionando a carência de umha reaçom coletiva perante o corte e restriçons de liberdades fundamentais.

A gravidade do que estamos padecendo é que estám sentando as bases para adoutrinar as novas geraçons mediante o aparelho educativo -as atuais crianças e adolescentes-, na normalizaçom da obediência cega, no endurecimento do conformismo alienante e da resignaçom. Discrepar, criticar, disentir, pensar sem limitaçons, nom só está mal visto, está-se criminalizando.

Após fechar a hotalaria e a cultura mediante umha campanha de intoxicaçom deliberadamente planificada, passárom a criminalizar a juventude, apresentando as “festas” em incontrolados focos de contágio.

Pretendem converter cada indivíduo num polícia e num delator, em depositar na “responsabilidade individual” a garantia da saúde coletiva.

A covarde posiçom adotada polas esquerdinhas -seguidistas do discurso hegemónico polo seu já de por si medo congénito, agravado pola capitulaçom ideológica-, só contribui para o branqueamento dos planos da oligarquia para perpetuar o capitalismo crepuscular.

Nestes nove meses, na Galiza, a oligarquia e os seus capatazes nada figérom por investir e melhorar o sistema público de saúde e os geriátricos. Todo segue praticamente igual que em março. Privatizaçons encobertas, falta de recursos humanos e materiais, carência de meios, desproteçom do pessoal sanitário, ausência de planificaçom. Eis a realidade dos hospitais e centros de saúde geridos polo SERGAS. Nestes momentos nom só nom existe atençom médica primária, nom há nem suficientes vacinas para fazer frente à gripe estacionária.

As elites nom só incumprem as medidas impostas, tal como vimos há uns dias na gala do jornal reacionário “El Español”. Em pleno início do toque de recolher, mais de 150 membros da oligarquia e os dirigentes das suas fraçons de apoio, assistem a umha luxuosa festa.

Estes nove meses constatam que o capitalismo nom tem vontade real para combater e derrotar a pandemia em curso. Que as suas erráticas e negligentes decisons tenhem provocado na Galiza mais de 1.000 mortes, na sua imensa maioria claramente evitáveis.

Todos os indicadores ratificam que estám dilatando deliberadamente o final dumha pandemia da que nem explicam as suas origens, nem os seus vínculos com a crise ecológica derivada do depredador modo de produçom capitalista.

A burguesia pretende controlar a multicrise do capitalismo impondo um caos controlado global.

O cenário previamente desenhado, e que agora achou umha oportunidade imelhorável para implementar sem grandes resistências os planos que garantam a acumulaçom e expansom de capital, contemplam a depauperaçom acelerada de amplíssimos segmentos operários e populares, mas também de grandes contingentes pequeno-burgueses. Mas sem restriçons, amputaçons, cortes e eliminaçom de liberdades básicas e direitos laborais, nom seria possível.

Havia décadas que nom se apresentávam tam magníficas condiçons para facilitar de forma encoberta o endurecimento da ditadura da burguesia.

A nova fase do capitalismo senil alicerzará-se sobre o binómio mais exploraçom/menos liberdades.

Perante este cenário tam adverso para a causa do Trabalho e a emancipaçom da classe operária e dos povos, e tam ótimo para o desenvolvimento e avanço do fascismo, cumpre passar à ofensiva.

Nom podemos deixar que mexem por nós e dizer que chove! Há que reagir!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 30 de outubro de 2020

Comunicado nº 153: Novo estado de alarma e toque de recolher, novo engano para salvaguadar a reproduçom do Capital sacrificando a saúde e o futuro do povo trabalhador

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Novo estado de alarma e toque de recolher, novo engano para salvaguadar a reproduçom do Capital sacrificando a saúde e o futuro do povo trabalhador

Após oito meses de pandemia, o capitalismo espanhol opta por declarar um novo “estado de alarma”, aplicando um toque de recolher noturno.

Assistimos a mais de meio ano perdido para adotar as medidas imprescindíveis para fazer frente com êxito ao Covid-19.

Após a desescalada precipitada de junho, promovida polo governo de Pedro Sánchez e Pablo Iglesias, imposta pola pressom do Ibex 35 e das forças fascistas e de extrema dereita, o resultado som cerca de 1.000 pessoas falecidas na Galiza, e 50.000 no conjunto do Estado espanhol.

Nom só estamos perante a incompetência e negligência da Junta da Galiza e do governo espanhol, estamos perante a lógica perversa e criminosa da ecomomia de mercado, que sacrifica vidas para salvar os interesses do Capital.

Novamente para frear a expansom da pandemia opta-se por restringir e cortar liberdades e direitos básicos, por militarizar as ruas.

Mais de meio ano perdido para reforçar o sistema público de saúde e de residências geriátricas. Todo segue igual e mesmo pior que no mês de março.

Privatizaçons encubertas, deterioramento do sistema, carência de pessoal sanitário, de hospìtais e centros de saúde, de meios, …

O governo “progre” do PSOE-Unidas Podemos opta mais umha vez por repetir os erros da passada primavera, por facilitar o incremento da reproduçom do Capital, nom age em base a critérios epidemiológicos e sanitários. A suas decisons som as que demanda o Ibex 35 e o capitalismo monopolista.

Voltamos a lembrar que durante o estado de alarma vigorante entre março e maio, as 23 maiores fortunas do Estado espanhol incrementárom obscenamente a su riqueza em 14.000 milhons de euros.

As novas medidas adotadas serám devastadoras para o setor da hotalaria, sacrificando na Galiza milhares de postos de trabalho diretos e indiretos. Aparentando que se adotam medidas para frear o desenvolvimento da pandemia, o governo espanhol e o autonómico utilizam este setor como simples cabeça de turco.

Nem umha só medida para evitar contágios no transporte público, nas grandes fatorias, nos centros de trabalho.

A estratégia do medo pretende disciplinar-nos ainda mais, criminalizar a juventude e evitar a toda custa paralisar o incremento dos lucros do capital.

Pretende responsabilizar os individuos no combate à pandemia, de confrontar o povo trabalhador entre si, quando nom se adotam as medidas imprescindíveis para controlar o Covid-19.

Agora Galiza-Unidade Popular solicita à Junta da Galiza e ao governo espanhol:

  1. Imediata blindagem da Galiza, restringindo a mobilidade nas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, do nosso país.

  2. Paralisaçom imediata de todos os setores económicos prescindíveis, carentes de releváncia estratégica, até atingirmos os rátios de contágio de 25 infetados por cada 100.000 pessoas.

  3. Proibiçom e substituiçom dos ERTEs por umha prestaçom universal do Estado que cubra 100% do salário das trabalhadoras e trabalhadores.

  4. Congelamento do pagamento dos serviços básicos [eletricidade, água, gâs, telefonia] para todas as famílias com membros em ERTE.

  5. Imposto progressivo às grandes fortunas. Os ricos devem pagar a crise.

  6. Plano integral de resgate do setor serviços, para garantir os postos de trabalho de asalariados e autónomos, proibindo despedimentos e reduçom salarial.

  7. Cancelaçom do pagamento das hipotecas e alugueres durante a crise sanitária, a todos os trabalhadores e trabalhadoras com dificuldades económicas.

  8. Aplicaçom dos protocolos de aforos e desinfeçom no transporte público para garantir a saúde das trabalhadoras e trabalhadores. Controlo estrito e clausura dos centros de trabalho que incumpram a normativa de prevençom, segurança, higiene e saúde laboral.

  9. Reforçamento da vigiláncia e controlo da inspeçom de Trabalho para evitar a implementaçom fraudulenta de ERTEs.

  10. Prestaçom de desemprego a todos os trabalhadores e trabalhadoras que perdérom os seus postos de trabalho pola crise sanitária e económica vigorante.

  11. Fortalecimento dos serviçps públicos. Dotar o pessoal sanitário, de limpeza, bombeiros e proteçom civil com os meios, EPIs e material necessário para realizar tarefas de desinfeçom e atençom de enfermos.

  12. Incautaçom dos laboratórios privados e nacionalizaçpm do sistema sanitário e das residências privadas, para fazer frente à crise sanitária e garantir a saúde dos setores mais vulneráveis do povo trabalhador.

  13. Nacionalizaçom de setores estratégicos da economia: companhias elétricas, água, gâs, transportes, telecomunicaçons, indústria farmaceútica, AP-9.

    A classe obreira galega e o conjunto do povo trabalhador e empobrecido deve luitar polos nossos direitos, por evitar que em base a demagógicas e falsas alternativas para superarmos a pandemia, se conculquem e suprimam.

    Unidos venceremos, divididos pereceremos!

    Viva o povo trabalhador galego!

    Só a clase obreira salva a classe obreira!

    Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

    Na Pátria, 26 de outubro de 2020


Comunicado nº 151: ALICERÇAR O REGIME DE 78 É A MELHOR ESTRATÉGIA PARA AFORTALAR O FASCISMO

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ALICERÇAR O REGIME DE 78 É A MELHOR ESTRATÉGIA PARA AFORTALAR O FASCISMO

É umha evidência que a moçom de censura promovida por Vox contra o governo espanhol carece de percorrido tático, pois nom conta com os apoios suficientes para tombar a coaligaçom PSOE-Unidas Podemos.

Porém, do ponto de vista estratégico, é um movimento eficaz para afortalar o processo de acumulaçom de forças no novo fascismo. Para ganhar adeptos mediante um delirante relato tam aparente como falsamente “antisistémico”, que vai calando entre setores pequeno-burgueses e camadas populares asustadas polo acelerado processo de depauperaçom e empobrecimento.

Desviando as responsabilidades diretas das políticas económicas desenhadas polo capitalismo monopolista espanhol e a UE, desqualificando estridentemente as mais retóricas que reais políticas “progressistas” do governo de Pedro Sánchez/Pablo Iglesias, o fascismo a cara descuberta que hoje representa a escória de Vox, vai calando entre um povo trabalhador tam desestruturado organicamente como frustrado polas falsas expetativas e promessas governamentais.

Subestimar os efeitos reais da iniciativa promovida por Abascal, só contribui para alimentar a suicida prática autista na que está instalada a “esquerdinha”.

Vox segue implementando a sua folha de rota visada para desputar a hegemonia “ideológica” a umhas forças progressistas e reformistas cada dia mais timoratas e acovardadas, uns partidos incapazes de despreender-se desse discurso politicamente correto inçado de eufemismos e malabarismos, do conforto institucional que hoje desfrutam.

Seguirmos de braços cruzados, infravalorizando o avanço fascista no ámbito social, na configuraçom de umha rede de entidades visadas para desputar a supremacia à direita liberal, que movimenta nas ruas cada vez setores mais amplos das camadas intermédias, que envenena com discursos demagógicos e populistas o povo trabalhador mais precarizado e empobrecido, só nos conduz diretamente à derrota frente a involuiçom reacionária.

Resulta indecente o comunicado conjunto assinado por dez forças políticas com representaçom nas Cortes espanholas.

O “Manifesto em favor da democracia” exemplifica a claudicaçom ideológica da “esquerda” institucional.

É um lavado de cara do Regime de 78, que emana diretamente do golpe fascista de 18J de 1936, umha maquilhagem da deleznável restauraçom monárquica imposta polo franquismo e das mudanças cosméticas da institucionalidade franquista travestida em democracia burguesa.

Perante o avanço do fascismo, a socialdemocracia espanhola e as socialdemocracias das naçons oprimidas, assinam um grotesco manifesto conjunto com forças reacionárias e liberais, cuja centralidade discursiva radica na defesa da democracia ameaçada pola “extrema-direita”.

A desmemória histórica carateriza um texto carregado de eufemismos. A renúncia a aplicar dialeticamente as leiçons emanadas da República de Weimar, “tentando” conter o avanço da barbárie nazista conciliando com as forças burguesas “moderadas” que o promoviam, renunciando portanto a tecer umha sólida aliança entre as organizaçons operárias, define a filosofia de um documento sucrito por três espaços políticos afins -BNG, CUP, e EH Bildu- por um lado, ERC, Compromís, Más Pais e Podemos por outro-, mais PNB, JxC e PSOE.

Todos unidos em “amor e companhia” denunciando que os “discursos racistas, xenófobos, machistas que temos escuitado no que vai de legislatura por parte da extrema-direita e a direita extrema som incompatíveis com os valores próprios de um sistema democrático e suponhem um perigo para a convivência”.

Rejeitamento à “extrema-direita, especialmente quando afete a governabilidade das instituiçons, já for por ativa ou passiva”.

O documento evita denunciar que o fenómeno em curso é consequência direta dos ignominiosos acordos da “Transiçom”. Que a fascistizaçom é promovida diretamente por umha fraçom do bloco de classes oligárquico, empregando os aparelhos de Estado que nom fôrom depurados, alimentada por essa imensa cloaca que configura as Salas de bandeiras militares, as organizaçons gremiais policiais, o poder judicial, os meios de [des]informaçom, a hierarquia católica, boa parte da Administraçom.

O auge do fascismo que mostra sem rubor as suas gadoupas, emana diretamente da atual “democracia” bourbónica. Nom é um fenómeno alheio, nom é um corpo estranho ao entramado institucional do Estado espanhol.

Ao uso das modas imperantes postmodernas, a crítica ao discurso de Vox plasmado no manifesto evita questionar o cerne que justifica a sua existência.

Vox e o conjunto do fascismo orgánico inerente ao aparelho estatal, está promovido polos banqueiros e os magnates do Ibex 35, polos grandes monopólios, basicamente para disciplinar a classe trabalhadora, para agir de eficaz ariete e grupo de choque contra as luitas que derivarám da crise económica do capitalismo senil, multiplicada pola pandemia em curso.

Vox e as forças aliadas que organicamente ainda continuam no PP e C´s, tem como principal tarefa reativar e alimentar o chauvinismo espanhol. Mediante este demagógico instrumento populista do nacionalismo espanhol logram desviar a atençom das massas trabalhadoras, fragmentando-as e confrontando-as, assegurando assim manter a unidade de mercado denominada Espanha, sem a qual o bloco oligárquico nom poderá perpetuar a acumulaçom e expansom de capital blindada polos pactos plasmados na Constituiçom de 1978.

O fascismo é a ditadura terrorista do Capital. Aparece e age nas etapas de profundas crises sistémicas para disciplinar ainda mais a classe trabalhadora. É a ferramenta empregue pola burguesia para dissuadir as luitas do movimento operário e derrotar as demandas do povo trabalhador e empobrecido.

Reduzir a ameaça de Vox ao simplista discurso do “ódio”, que alimenta o racismo, a xenofobia e o machismo, é desenfocar o verdadeiro caráter de classe do fascismo. É concentrar-se nos órgaos prescindíveis e nom disparar ao coraçom.

Alimentando esta falsa “normalidade democrática”, lavando a cara ao PSOE como principal peça da bóveda postfranquista, ocultando as suas responsabilidades diretas no terrorismo de Estado e articulaçom dos grupos parapoliciais, no infame amparo e proteçom do fascismo invernado durante mais de três décadas, as esquerdinhas socialdemocratas seguem facilitando o seu desenvolvimento. Alicerçar o Regime de 78 é a melhor estratégia para afortalar o fascismo.

A Vox, os fascistas do PP e C´s, a toda a laia fascista presente nos diversos estamentos estatais, nom se lhe combate com manifestos ligths, com inofensivas posses estéticas em defesa do regime de 78!

O fascismo só pode ser derrotado com contundência, firmeza e coragem, desenvolvendo um “cordom sanitário” real. Isolando-o, nom flertando com ele, expulsando-o das mobilizaçons populares, negando-se a debater com normalidade com os seus vozeiros. Mas basicamente combatendo-o sem trégua, expulsando-os das ruas e dos centros de trabalho e ensino.

A unidade antifascista é umha necessidade urgente. O conjunto das forças políticas e sociais antifascistas temos o dever histórico de construir um muro infranqueável que derrote esta ameaça, mas nom para defendermos as tímidas e cada vez mais raquíticas liberdades e direitos da reforma postfranquista que o neoliberalismo leva progressivamente aniquilando.

Há que combaté-lo e derrotá-lo desde posiçons anticapitalistas, porque o fascismo é umha expressom política extrema que emprega a burguesia nas etapas de crise, nom é um fenómeno alheio à ditadura burguesa denominada democracia liberal.

Cumpre avançar na configuraçom de Bloco Popular Antifascista alicerçado na unidade e no pluralismo, afastado do falso dilema democracia burguesa versus fascismo.

O dilema é Socialismo versus barbárie fascista.

Na Pátria, 22 de outubro de 2020

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Comunicado nº 150: AGORA GALIZA-UNIDADE POPULAR CONDENA A CRIMINALIZAÇOM DE CAUSA GALIZA E CEIVAR

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AGORA GALIZA-UNIDADE POPULAR CONDENA A CRIMINALIZAÇOM DE CAUSA GALIZA E CEIVAR

A reabertura do processo político pola Fiscalia da “Audiência Nacional” contra duas forças independentistas do nosso país, é mais umha expressom do processo de fascistizaçom do atual regime da terceira restauraçom bourbónica.

Os herdeiros do Tribunal de Ordem Pública franquista solicitam 102 anos de prisom para os 12 ativistas de Causa Galiza e Ceivar detidos em 2015, acusados de “pertença a organizaçom criminosa para a comissom de delitos de enaltecimento do terrorismo”.

Assistimos à vulneraçom dos mais básicos direitos democráticos pola casta judicial postfranquista, que age com absoluta impunidade para restringir as raquíticas liberdades que ainda desfrutamos.

Que podemos aguardar destas camarilhas empoleiradas nos altos tribunais que levam meses tentando promover um lawfare contra o governo progressista do PSOE-Unidas Podemos?

A conculcaçom de direitos básicos carateriza o agir do Estado espanhol, à margem de quem administre o seu governo.

A justiça espanhola é basicamente umha justiça burguesa. Benévola com os ricos e poderosos, e brutal com os pobres e oprimidos.

A involuiçom reacionária dos aparelhos repressivos do Estado espanhol nom só provoca indefensom nos setores operários e populares agredidos polas suas políticas ao serviço do Ibex 35, pretende injetar medo e dissuadir o povo trabalhador galego de luitar polos direitos e liberdades negados polo capitalismo e o projeto imperialista espanhol.

Agora Galiza-Unidade Popular manifesta a solidariedade da esquerda revolucionária galega com todas as pessoas encausadas, e denunciamos a tentativa de ilegalizar organizaçons independentistas galegas.

Combatemos idêntico inimigo, a criminal oligarquia que administra como umha empresa o regime de 78 a consequência da vitória militar da guerra de classes de 1936-1939, e dos posteriores ignominosos pactos da “Transiçom” que maquilhárom a ditadura numha pseudo democracia parlamentar.

Som horas de incrementar e radicalizarmos os protestos operários e populares, gerando condiçons para desbordar a maquinária repressiva da oligarquia espanhola e a sua alternativa fascista.

Agora Galiza-Unidade Popular apoia a manifestaçom convocada para as 12h do domingo 18 de outubro em Compostela para solicitar a absoluçom dos 12 encasuados na Operaçom Jaro.

A rebeldia é um direito e umha necessidade!
A luita é o único caminho!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 13 de outubro de 2020

Comunicado nº 149: “LEI DA MEMÓRIA DEMOCRÁTICA”, NOVA ESTAFA DA “ESQUERDINHA” PARA LEGITIMAR O REGIME DE 78

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LEI DA MEMÓRIA DEMOCRÁTICA”, NOVA ESTAFA DA “ESQUERDINHA” PARA LEGITIMAR O REGIME DE 78

A aprovaçom 15 de setembro do “Anteprojeto de Lei da Memória Democrática” polo Conselho de Ministros do governo espanhol, tem provocado umha reaçom histriónica polas organizaçons situadas no campo do fascismo.

A desmesura retórica habitual empregue polos herdeiros do terrorismo falangista responsáveis polo holocausto galego nos mais de 40 anos de longa noite de pedra, contribui para maquilhar de “progressista” o atual governo social-liberal do PSOE e a sua associada incrustraçom social-democrata de Unidas-Podemos.

Assim devemos interpretar a disparatada sobreatuaçom mediante diversas declaraçons de Vox, denunciando a vulneraçom de direitos fundamentais, apelando para a defesa da “Santa Cruz do Val dos Caidos”, ameaçada por um governo “liderado polos comunistas que perdeu umha guerra civil após sequestrar e destruir a democracia”. Ou afirmando “Querem ganhar o que perdérom no campo de batalha”.

Em linha similar, há que entender as do general na reserva Juan Chicharro Ortega, atual presidente da fundaçom “Francisco Franco”, apelando demagogicamente ao “exercício da liberdade de expressom” verteu graves acusaçons contra o governo “comunista”.

Nestes cada dia menos anómalos parámetros que caraterizam a democracia burguesa postfranquista, devemos avaliar o “Anteprojeto de Lei da Memória Democrática”, como um tímido avanço respeito à Lei da Memória Histótrica vigorante [Lei 52/2007 publicada no BOE 310 de 27 de dezembro de 2007].

Porém, tal como caraterizou a esquerda independentista e socialista galega na altura, se a lei de Zapatero era “limitada, insuficiente e procura reforçar a lógica institucional do postfraquismo”, o atual anteprojeto segue hipotecado às limitadas margens dos pactos ignominiosos da arquitetura jurídica-política que vernizou o regime de 1936 na atual monarquia parlamentar.

Treze anos após a sua entrada em vigor, poucas cousas tenhem mudado. A simbologia fascista segue inçando os espaços públicos perante a calculada ambigüidade da sua redaçom, que nom obriga a sua retirada em determinados casos pontoais, aos que se acolhe o franquismo que particamente está presente em quase todos os partidos do arco institucional.

Milhares de compatriotas assassinados polo pistoleirismo franquista seguem em fossas comuns.

A apologia do franquismo em particular, e do fascismo em geral, segue permitida num Estado no que umha boa parte dos meios de [desinformaçom] realizam com total impunidade lavado de cara do fascismo.

Entidades fascistas, com destaque para as fundaçons Francisco Franco, José Antonio Primo de Rivera, Yagüe, Pro-Infancia Queipo de Llano, Blas Piñar, Serrano Suñer, Ramiro Ledesma Ramos, Las Hijas de Millan Astray y Capitán Cortés, seguem legalizadas, e mesmo subsidiadas e financiadas polas instituiçons do regime de 78.

Seguem funcionando nos quarteis de forma semiclandestina, organizaçons fascistas como a UME [Unión Militar Española], que logrou a adesom em 2018 de mais de 1.000 oficiais das Forças Armadas espanholas a um manifesto intitulado “Declaraçom de respeito e desagravo ao general Francisco Franco Bahamonde”.

Associaçons gremiais, incorretamente definidas como sindicais, de caráter fascista, som hegemónicas no seio das forças policiais e da Guarda Civil, corpos repressivos que nunca fôrom depurados, e muito menos dissolvidos nos pactos da “Transiçom”.

O partido fascista Vox, mas também vozes destacadas do PP e de C´s, tenhem apelado nos últimos meses, de forma implícita, mas também explícita, para o golpe de estado contra o governo de Pedro Sánchez, sem que tenha intervido a Fiscalia Geral do Estado. Há uns dias um mamarracho como Abascal, qualificou desde a tribuna das Cortes -e nom desde a prisom na que deveria estar encarcerado-, o governo de Pedro Sánchez como “o pior dos últimos 80 anos”. A sua obscena apologia do fascismo nom tivo consequências penais de tipo algum!

Nesta excecional conjuntura, onde a crise sanitária e económica derivada da Covid-19, mantém o povo trabalhador anestesiado e atemorizado pola pánico inoculado deliberadamente polos meios de comunicaçom burgueses, o governo PSOE/Unidas-Podemos, aprova o “Anteprojeto de Lei da Memória Democrática”.

À margem da clara intencionalidade de recuperar credibilidade “progressista” entre os cada vez maiores setores populares defraudados, tentar cortar ou polo menos reduzir a hemorragia de desafeçom pola sua polÍtica económica continuista ao serviço da oligarquia e dos monopólios, este anteprojeto ainda tem um longo percorrido no que padecerá amputaçons, até a sua publicaçom definitiva no BOE.

A esquerda revolucionária galega nom pode apoiar um anteprojeto que pretende instaurar 31 de outubro -data da aprovaçom da atual constituiçom postfranquista, como o “dia da lembrança e homenagem a todas as vítimas”. Estamos pois perante umha nova burla da farsa da “Transiçom”, promovida quatro décadas depois polas mesmas forças políticas [PSOE e PCE/IU] que atraiçoárom o combate contra o franquismo, que renunciárom a reinstaurar a lelgaidade republicana, pactuando com a oligarquia esta falsa democracia cujo cerne é a corruta e criminal monarquia bourbónica imposta por Franco.

É um deleznável insulto às geraçons de antifascistas que desde os centros de trabalho e as montanhas, durante décadas luitárom pola justiça social e a liberdade da Galiza. É umha mofa contra os perto de dez mil galegos vítimas da repressom, contra as dezenas de milhares de torturados e encarcerados, instaurar este dia como o da lembrança das vítimas.

A início de 2021, no melhor dos casos, constataremos se realmente se declararám nulas todas as condenas e sançons ditadas polo ilegítimo governo de Burgos e o franquismo; se a Administraçom Geral do Estado buscará os que seguem esquecidos em fossas comuns mediante exumaçons; se poderám ser consultados sem restriçons os arquivos públicos e privados, boa parte dos quais seguem “custodiados” polo Exército vencedor na guerra de 1936-39; se obrigará à eliminaçom de toda a iconografia da ditadura; se retirará os títulos, distinçons, nomeamentos, condecoraçons concedidos polo regime franquista; se proibirá a exaltaçom ou enaltecimento do golpe de estado de 18 de julho, da guerra civil e da posterior ditadura; se dissolverám as fundaçons franquistas; se dotará o sistema educativo de conteúdos antifascistas, …

Nom podemos depositar expetativas democratizadoras e antifascistas num Estado cujo ordenamento jurídico emana diretamente do franquismo. Estamos pois perante um novo episódio do confusionismo programado que só procura um lavado de cara da “esquerdinha” timorata e covarde, que apresenta como grandes avanços um tímido conjunto de medidas tendentes a estabilizar e legitimar a terceira restauraçom bourbónica.

Estamos perante um novo brinde ao sol, de atrativas declaraçons de intençons que nom se implementarám, perante a estafa da venda de água choca como água mineral de máxima qualidade.

O “caminho de justiça para os heróis e heroinas espanholas que luitárom pola nossa democracia”, sintetiza os limites metabólicos consubstanciais a umha legislaçom que nom poderá reparar, dignificar e honrar todas as vítimas do golpe fascista de 18 de julho de 1936 e da posterior ditadura franquista, sem umha rutura com o atual regime.

Agora Galiza-Unidade Popular continuará retirando a simbologia fascistas das nossas praças e ruas, continuaremos contribuíndo para vertebrar um movimento antifascista galego unitário e plural, seguiremos participando nas homenagens populares às vítimas do fascismo, com firmeza e coragem seguiremos fazendo frente à escória fascista, desmascarando os seus verdadeiros objetivos visados para disciplinar a classe obreira.

O fascismo deve ser combatido sem trégua até lograrmos esmagá-lo!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 18 de setembro de 2020

MAIS 4 ANOS DE DESFEITA

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MAIS 4 ANOS DE DESFEITA

A investidura de Nuñez Feijó como presidente da Junta da Galiza, é resultado da maioria absoluta do PP no parlamentinho autonómico.

Os discursos das duas forças da oposiçom institucional na Cámara do Hórreo fôrom mornos, timoratos, inçados de ofertas para atingir consensos e acordos “polo interesse do país”.

A alternativa de pleno desenvolvimento do Estatuto de Autonomia de 1981, de atingir o máximo teito competencial, é umha falsa e enganosa receita.

A única forma de evitar, de frearmos as políticas anti-populares e anti-galegas do governinho de Feijó, dependerá basicamente da capacidade de auto-organizaçom e luita unitária e contundente do povo trabalhador galego.

É nas ruas onde se pode derrotar a plena entrega da Galiza às multinacionais energéticas e mineiras.

É nas ruas onde lograremos frear e reverter o processo de privatizaçom da sanidade e do ensino.

É nas ruas onde conquistaremos mais direitos, melhores condiçons laborais, serviços públicos de qualidade.

É nas ruas onde lograremos fracassar a estratégia de desgaleguizaçom, de assimilaçom espanholista, de destruicom do nosso idioma e cultura.

É nas ruas onde pararemos a involuiçom reacionária, e esmagaremos o fascismo.

É nas ruas onde avançaremos em alargarmos espaços de soberania, em acumular forças visadas na necessidade de lograrmos umha Pátria livre e socialista.

O movimento popular galego deve confiar nas imensas potencialidades de um povo unido, consciente e mobilizado.

A luita e a rebeliom popular é o único caminho!

FASCISMO E FARSA DEMOCRÁTICA ESPANHOLA

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FASCISMO E FARSA DEMOCRÁTICA ESPANHOLA

Todos o ex-presidentes do Governo espanhol vivos, e ex-secretários gerais de COOO UGT, encaminhárom infames cartas públicas de apoio a Rodolfo Martín Villa.

Nom nos deve surpreender esta adesom incondicional a umha das peças chave da repressom fascista e postfascista contra a classe operária e os setores populares.

As principais figuras públicas da casta política e do sindicalismo amarelo, tentam evitar que prospere a querela argentina contra este criminal.

Felipe González, José María Aznar, José Luis Rodríguez Zapatero e Mariano Rajói por umha banda, e Nicolás Redondo, Cándido Méndez, Antonio Gutiérrez e José María Fidalgo, pola outra, exprimem assim a grande farsa sobre o caráter democrático do atual regime bourbónico.

PSOE e PP compartilham o apoio e defesa do regime de 78, tentando maquilhar de “democratas” aos criminais involucrados em delitos de lesa humanidade, apoiando a sua impunidade.

Defender ou tombar este regime é a linha divisória entre as forças antifascistas, republicanas, revolucionárias, democráticas, e as que simplesmente nom o som.

A inaprazável necessidade de vertebrar umha nova internacional anticapitalista

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Ciclo Internacional

A NOSSA AMÉRICA NOS PLANOS DO IMPERIALISMO

Os trabalhadores na unidade anti-imperialista

A inaprazável necessidade de vertebrar umha nova internacional anticapitalista” [Relatório de Carlos Morais]

Galiza, 7 de agosto de 2020

Desde a Pátria de Rosalia de Castro, de Benigno Álvarez e de Moncho Reboiras, mui boa tarde camaradas!

Boa tarde companheiros e companheiras!

Saudaçom revolucionária da Galiza rebelde e combativa a todos os camaradas presentes, aos anfitrions deste importante encontro internacional, a Julio Chávez, a Fernando Rivero, a Ingrid Carmona, aos camaradas do Movimento de Científicos Sociais Simón Bolívar, do PSUV, a Carlos Casanueva, a Narciso Isa Conde, a Néstor Kohan, a Geraldinna Colloti, e ao conjunto das forças e organizaçons que participam nesta nova jornada de reflexom, e a quem acompanho agora neste debate, a Jesús Farías, Martín Guerra, Najeeb Amado e Eduardo Piñata.

É umha enorma satisfaçom poder dar voz à esquerda revolucionária galega, poder intervir desde umha naçom sem Estado, como habitante e militante da causa de um povo que padece a opressom e a dominaçom por parte do imperialismo espanhol, o mesmo que derrotou há mais de 200 anos Simón Bolívar

O apoio claro, sem matizes, nem condicionamentos por razons de estado, nem espúreos interesses táticos e conjunturais, à luita pola autodeterminaçom dos povos, contra toda forma de opressom nacional, contra toda forma de colonialismo, de semicolonialismo, em defesa da independência e a soberania nacional, deve ser um dos eixos centrais do programa internacionalista.

O respeito ao específico quadro nacional de luita, dos povos oprimidos, das naçons carentes de soberania, deve ser pois um dos ingredientes que caraterizem o que estamos promovendo coletivamente: a primeira internacional anti-imperialista do século XXI.

Saudamos e manifestamos a nossa satisfaçom por esta importante, e sobre todo imprescindível, e cada vez mais inaprazável necessidade de vertebrar umha nova internacional anticapitalista.

Contrariamente ao que nos tentárom fazer-nos acreditar desde as universidades, as academias e os aparelhos de propaganda do inimigo, mas também desde as correntes populares que capitulárom, que cedérom às pressons, procurando acomodo e migalhas [migas], após a queda e implosom da URSS em 1991, o imperialismo segue vivo, segue sendo um monstruo que devora os recursos energéticos, minerais, as riquezas dos povos, explorando e dominando a força de trabalho das grandes maiorias sociais, utilizando os golpes de estado, as invasons, as guerras e o terrorismo para atingir os seus objetivos.

Promover umha nova Internacional é umha tarefa hercúlea e complexa. Mas nom partimos de zero.

A classe trabalhadora, os setores populares e empobrecidos, contamos com a experiência de mais de século e meio de espaços internacionalistas de debate, de coordenaçom, de impulso, de acumulaçom de forças e direçom de luitas contra toda forma de exploraçom capitalista e o acionar do imperialismo.

O ano passado comemoramos o cem aniversário da III Internacional, fundada em março de 1919 na Rússia bolchevique.

Mas nom é o único referente no que devemos inspirar-nos, que estudar e avaliar, no que apreender dos seus êxitos e fracassos.

A Tricontinental fundada em janeiro de 1966, e posteriormente a OLAS, também som dous referentes de primeira ordem que devemos incorporar na argamassa sobre a que edificar esta nova internacional anti-imperialista.

Assim como outros espaços mais modestos, e ideologicamente mais definidos, como o EIPCO [Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Obreiros], o Movimento Continental Bolivariano [MCB], ou a recem constituida Conferência Internacional Insurgência Global Proletari.

Contrariamente ao que Francis Fukuyama proclamou em 1992, nom estamos no fim da história. Errárom os teóricos postmodernos. O imperialismo é umha realidade mais brutal hoje que há 30 anos. A tese Toni Negri é um disparate monumental.

Nas jornadas que nos precedérom houvo camaradas que realizárom importantes achegas, acertados diagnósticos, rigurosas análises, sobre a crise estrutural do capitalismo. Estamos no epicentro de umha crise diferente às crises cíclicas que acompanham historicamente este modo de produçom, que fam parte da sua genética.

Esta crise é de caráter estrutural, muito mais profunda, e sobre todo é umha multicrise, nom só económica, é umha crise ecológica, energética, cultural, ideológica, umha crise na que está em perigo a própria supervivência da nossa espécie.

Eis polo que o capitalismo senil, o capitalismo crepuscular, reage de forma muito mais agressiva e depredadora. As elites oligárquicas mundiais e as lumpeburguesias regionais que aplicam obedientemente os seus diktados, estám diispostas a seguir gerando, promovendo um caos semicontrolado que só provoca desigualdades, depauperaçom, miséria, dor, para garantir e perpetuar a sua hegemonia.

Nom descartam recurrir à via fascista tal como se constata no auge da extrema-direita, de forças claramente fascistas, reacionárias e autoritárias. Os fenómenos de Bolsonaro no Brasil ou de Trump nos EUA, nom som versos soltos, exceçons, som altamente funcionais como reaçom desesperada da decadência do capitalismo.

Parte das medidas adotadas, justificadas, no combate à pandemia do Covid-19, cortes de liberdades, restriçom de direitos fundamentais, ataques às conquistas das trabalhadoras e trabalhadores, fam parte desta ofensiva reacionária da oligarquia para disciplinar-nos ainda mais e disuadir-nos de luitar.

Mas o capitalismo este nom vai cair por si só. Necessita ser tombado. E isto só se logra mediante a auto-organizaçom e mobilizaçom do único sujeito capaz de dirigir esta tarefa histórica: a classe trabalhadora.

A construçom de umha nova internacional anti-imperialista tem lugar nunha conjuntura concreta e específica, em que o imperialismo norteamericano, mas também o que representa a UE, pretendem evitar entre grandes contradiçons e convulsons, nom perder a sua atual hegemonia.

Mas a diferença talvez nesta ocasiom, é que a pugna pola hegemonia capitalista é contra umha aliança ainda nom suficientemente configurada de Estados emergentes que pretendem substituí-los como potências mundo.

Mas no que pretendo incidir, desde a nossa humilde opiniom nesta tam importante tribuna que se nos brinda, é apresentar umhas “pinceladas” sobre o caráter, perfil político e ideológico, modelo organizativo, que deve ter a ferramenta internacional que queremos contribuir modestamente para construir.

Acertadamente lembrava ontem o camarada Julio Chávez, o objetivo estratégico é o Socialismo, como horizonte sobre o que construir alianças, tecer amplas redes entre os povos oprimidos e as classes trabalhadoras.

Após o complexo período de euforia do Capital nos anos posteriores à catástrofe que provocou para a causa dos humildes e explorados a queda da Uniom Soviética, tivo lugar um processo de capitulaçons, de abandonos, que salpicárom praticamente o conjunto dos partidos comunistas e organizaçons revolucionárias que se reclamavam do marxismo.

Umha boa parte mudárom de nome, outras alterárom o seu ADN, outras renunciárom aos princípios, deixarom-se fagocitar, arriárom a bandeira vermelha que nos convoca, identifica e une.

O levantamento zapatista de 1 de janeiro de 1994 em Chiapas, contra o Tratado de Livre Comérco da América do Norte, foi o primeiro capítulo que quebrou a falsa estabilidade, a artificial leitura da realidade, que os vozeiros de Wal Street e das multinacionais, nos pretendiam impor.

O movimento antiglobalizaçom ou altermundista que se foi articulando à volta das contracimeiras dos organismos imperialistas [Banco Mundial, FMI, OMC] em Seattle, Génova, Barcelona, etc, logrou parcialmente vertebrar a oposiçom popular às novas formas que adotava o imperialismo no mundo unipolar postsoviético.

Mas era um movimento deliberadamente indefinido ideologicamente, que se movimentava sob a imprecisa palavra de ordem “um outro mundo é possível”, mas que carecia de um programa e basicamente de umha alternativa ao caos capitalista.

Nessa altura, foi basicamente a Cuba revolucionária liderada luzidamente por Fidel, quem mantinha em alto, de forma heroica e admirável, com orgulho e dignidade, a bandeira vermelha do Socialismo, negando-se a entrar no caminho do aggiornamento que lhe recomendavam os falsos amigos, e que como bem sabemos só conduz à derrota estratégica.

A insurgência colombiana, comandada polos legendários Manuel Marulanda e Jacobo Arenas, também fôrom umha das mais destacadas exceçons à hora de manter firme o leme [timón] na luita pola Pátria Grande e o Socialismo, da síntese criadora entre a doutrina bolivariana e o leninismo.

Mas foi o comandante Hugo Chávez, quem armado de coragem e audácia, nessa conjuntura de confusom, traiçons e renúncias, resituou o Socialismo no centro de gravidade das agendas populares, quebrando os planos do oportunismo, e injetando assim luz nos desmoralizados partidos operários e movimentos de libertaçom nacional.

Esta é a grande achega de Chávez e da Revoluçom Bolivariana à causa do amor e da beleza, a sua contribuiçom para a emancipaçom dos que nada temos que perder, a nom ser as nossas cadeias.

Nom devemos renunciar a aplicar criativamente neste século XXI a indivisível equaçom Independência/Socialismo como eixo central que caraterize a nova internacional.

Defendemos unidades amplas, dotadas de programas avançados, nom acordos estreitos como programas minimalistas e curtoprazistas.

Amplas unidades de açom que logrem tecer sólidas confluências, acordos, alianças e integraçons nas que o necessário pluralismo do campo operário e popular, nom questione o seu caráter indiscutivelmente:

ANTICAPITALISTA por tanto, ANTI-IMPERIALISTA, o que acarreta umha coerente açom teórico-prática ANTIFASCISTA, para defender a única alternativa válida para fazer frente à barbárie e ao caos do Capitalismo, a perspetiva do SOCIALISMO/COMUNISMO.

A batalha de ideias que acunhou Fidel, deve ser umha das principais prioridades. Deslindar com as falsas e adulteradas alternativas que só procuram remendar o capitalismo, que agem como muro de contençom das rebeldias populares, tem que ser umha tarefa permanente.

Nom podemos desdebuxar-nos, diluir-nos em vaguidades, seguir dispersando-nos na fragmentaçom de objetivos, abraçarmos os amórficos e grotescos modismos que promovem os laboratórios académicos e os think tank do imperialismo, maquilharmos os princípios. O rearme, o estudo e a formaçom ideológica deve ser umha das nossas prioridades.

O capitalismo nom se pode reformar, o imperialismo nom se pode suavizar nem superar mediante boas palavras e bons desejos. A insurgência global que devemos promover está intrinsicamente ligada à reivindicar a atualidade e plena vigência da via insurrecional, da rua como epicentro da luita, tal como nos ensinárom recentemente os povos trabalhadores do Equador, do Chile, da França, da Catalunha, dos Estados Unidos. A luita é o único caminho, camaradas!

Na génese da nova internacional a firmeza nos princípios tem que ser umha das suas caraterísticas frente a outros espaços já existentes.

A nova internacional deve ter plena soberania frente aos Estados e governos, deve configurar umha imponente orquestra sinfónica, bem afinada e ensamblada, que incorpore harmonicamente a rica diversidade dos diversos instrumentos e melodias que procuram um mundo novo.

Nom pode estar subordinada aos legítimos interesses dos Estados e Governos vinculados a partidos e organizaçons integradas nos seu seio.

Apreendamos das leiçons históricas das internacionais vermelhas, de outras experiências posteriores e mais recentes, nom cometamos os mesmos erros.

Evitarmos ser basicamente umha superestrutura burocrática, com pouca agilidade, rapidez e operatividade, deve ser outra das nossas preocupaçons. Com as suas limitaçons de segurança, tal como agora estamos comprovando, as novas teconologias permitem resolver muitas das dificuldades logísticas e organizativas das internacionais que promovérom Marx, Lenine e o Che, mas também José Carlos Mariátegui, Miguel Enríquez ou Rober Santucho, com os quais nos identificamos, reclamamos e defendemos com insumos que devem estar sempre presentes na nossa mochila revolucionária de combate.

A defesa e legitimidade de todos os meios de luita deve ser outra da nossa identidade como Internacional Anti-imperialsita. A rebeliom é um direito e umha necessidade.

Para ir concluindo, um último apontamento. Cada dia que passa aproxima-se mais o cenário prognosticado por José Martí, em dezembro de 1891, “É a hora dos fornos, no que nom se há de ver mais que a luz”. Antecipemo-nos à fúria devastadora do imperialismo. Unamo-nos antes de que seja demasiado tarde!

Novamente obrigado, por esta oportunidade que nos permitiu realizar este conjunto de sugestons, esta modesta contribuiçom para edificar a Internacional Anti-Imperialista.

Novamente saudaçons revolucionárias galegas!

Enlace de youtube:https://youtu.be/1TrWOeqkgPc

ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA GALEGA REITEROU NO DIA DA PÁTRIA CONSTITUIR UM BLOCO POPULAR ANTIFASCISTA

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ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA GALEGA REITEROU NO DIA DA PÁTRIA CONSTITUIR UM BLOCO POPULAR ANTIFASCISTA

Agora Galiza-Unidade Popular realizou por quarto ano consecutivo em Compostela umha concentraçom-ato político para comemorar o Dia da Pátria.

Desenvolvido na praça 8 de Março, entre um enorme despregamento policial, intervírom Paulo Vila e Carlos Morais.

Num contundente discurso, o camarada Paulo Vila manifestou que só a classe operária pode “dirigir a luita pola independência e o socialismo. Isto só e possível mediante a via revolucionária, mediante um partido de vanguarda que tenha como objetivo a toma do poder por assalto”.

Respeito ao incremento da atividade fascista, alertou que “Nom podemos olhar cara outro lado perante esta grave ameaça, o fascismo deve ser esmagado empregando qualquer método, inclusive a utilizaçom da violência se for necessário!”.

Sobre a nova maioria absoluta do PP nas eleiçons autonómicas, Carlos Morais afirmou que “após finalizar um processo eleitoral para escolher os deputados de um parlamentinho sem soberania, nom estamos nem em estado de shock, nem tampouco eufóricos. Consciente e inconscientemente, um considerável setor do povo trabalhador e empobrecido da Galiza, ratificou o continuismo em Sam Caetano. Obviamente com este cenário, nom lançamos foguetes, mas tampouco estamos de luto”.

O porta-voz nacional de Agora Galiza-Unidade Popular manifestou que “nom esqueçamos que as grandes conquistas nom se atingírom nunca nas instituiçons do inimigo, nos templos da falsa democracia burguesa. E no caso concreto da Galiza, a carência de soberania nacional por sermos um pais oprimido polo Estado imperialista espanhol e a UE, ter maioria aritmética no parlamentinho colonial do Hórreo, é como querer fazer umha grande viagem num automóvel sem combustível”.

Neste 25 de Julho a esquerda revolucionária galega insistiu na necessidade ineludível de situar a classe operária no tabuleiro político, de superar o amorfismo e a disgregaçom que impossibilita defender os seus direitos, descartando participar nas falsas alternativas interclassistas e cidadanistas.

Comunicado nº 147. ESPERADA VITÓRIA ESMAGADORA DE FEIJÓ E RECOMPOSIÇOM ELEITORAL DA “ESQUERDINHA”

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ESPERADA VITÓRIA ESMAGADORA DE FEIJÓ E RECOMPOSIÇOM ELEITORAL DA “ESQUERDINHA”

Os resultados das eleiçons autonómicas de 12 de julho, constatam as trágicas carências estruturais que acompanham a realidade da imensa maioria do povo trabalhador galego.

A ausência de auto-organizaçom operária e popular, a desmobilizaçom, o amorfismo e marasmo do povo explorado e empobrecido, nom podem por arte de mágia gerar umha superaçom da alienaçom a que nos vemos submetidos.

Os discursos hegemónicos na “esquerdinha”, alimentando o ilusionismo eleitoral, a falta de coragem discursiva para por meio do debate ideológico quebrar as lógicas do consenso e a concilaçom, só contribuem para reforçar a lógica sistémica.

Os resultados de ontem, nom som positivos para o povo trabalhador e empobrecido da Galiza, nem para o futuro da nossa naçom.

A esquerda revolucionária galega nom está satisfeita polo adverso panorama resultante, caraterizado pola vitória da reaçom, a recomposiçom da correlaçom eleitoral da oposiçom institucional, e um parlamentinho carente de umha força revolucionária, sem um partido comprometido com a classe trabalhadora e a liberdade da Galiza, sem ataduras nem compromissos com o regime postfranquista.

Mas tampouco estamos surpreendidos polo veredito das urnas. Levamos meses alertando que nom se davam as mais mínimas condiçons democráticas para poder realizar um processo eleitoral, que estava viciado. E agora, a dia 13, já é tarde para lamentar-nos. Simplesmente as forças que pretendiam derrrotar Feijó deveriam ter optado polo “plantom”, por forçar um adiamento eleitoral. O estado de shock derivado do postconfinamento e o medo ao Covid-19, a férrea censura e manipulaçom goebbeliana, impossibilitárom umhas eleiçons com as “mínimas condiçons democráticas” na lógica do parlamentarismo burguês.

Tal como manifestamos umha e outra vez, eram umhas eleiçons amanhadas polo PP, nas que a partida já está garantido que Feijó revalidará a maioria absoluta atual.

A grandes rasgos os resultados de ontem constatam:

1- A contundente vitória de Feijó, logrando revalidar umha quarta maioria absoluta consecutiva do PP. Por surpreendente que poda parecer, nom foi um resultado inesperado. A conhecida, mas também a invisível maquinária de dominaçom da direita reacionária, empregou todos os meios possíveis para movimentar o eleitorado, recurrindo a todos os mecanismos inimagínáveis. A sua maquinária estava perfeitamente operativa e mais que preparada. Tam só perdeu pouco mais de 50 mil votos, passando dos 676.676 atingidos em setembro de 2016 [47.53%], a 625.182 [47.98%].

2- O BNG nom só certificou a quebra da sua longa agonia e hemorragia eleitoral iniciada há dias décadas. Tal como já se tinha manifestado timidamente em novembro recuperando representaçom nas Cortes espanholas, concentrou o voto útil contra o PP, absorvendo e engolindo o desgastado espaço da desacreditada “nova política”. Logrou praticamente triplicar os 118.982 sufrágios [8.36%] de 2016. Os 310.137 votos [23.8%] som um recorde histórico numhas eleiçons autonómicas, logrando novamente o sorpasso sobre o PSOE atingido em 1997.

3- Um PSOE com candidato anodino, e sem vontade real de derrotar Feijó, mantém praticamente intato o seu quarto de milhom de apoios eleitorais, freando a curva descendente, retrocedendo tam só 2.000 sufrágios, passando dos 254.552 [17.88%] a 252.537 [19.38%].

4- “Galicia en Común”, a nova marca do espaço de “confluência” entre Anova com o postcarrilhismo e Podemos, fracassou estrepitosamente. A catastrófica fuga de mais de 220 mil votos, fecham um ciclo mais artificial que real no sistema político institucional galego. O canibalismo interno e as deserçons que tem caraterizado a legislatura, a carência de um liderado carismático e um projeto definido, dérom como resultado transitar dos 271.418 votos [19.07%] de 2016 a tam só atingir 51.223 [3.93%], ficando fora do parlamentinho de cartom.

5- Descalabro do matonismo fascista, perdendo mais do 75% dos apoios eleitorais atingidos nas eleiçons legislativas de 10 de novembro de 2019. Os exíguos 26.485 votos [2.03%] de Vox, constatam a enorme capacidade da maquinária do PP autonómico, e a carência de umha fraçom destacada da burguesia nacional interessada em alimentar a representaçom institucional do terrorismo fascista. As singularidades da estrutura de classes galega provoca que simplesmemte nom tenha a dia de hoje a mais mínima funcionalidade.

6- C´s passa dos 48.303 votos [3.38%] de apoios atingidos em 2016, a obter uns resultados residuais, nom atingindo os cinco dígitos, com tam só 9.719 votos [0.75%].

7- Marea Galeguista assinou a sua ata de defunçom com 2.863 votos [0.22%], após umha grande projeçom mediática, e um investimento económico completamente desproporcionado para os resultados obtidos.

8- A abstençom subiu significativamente, passando de 817.702 [36.25%] em 2016 a 918.799 [41.12%], tendo em conta a queda de meio milhom de pessoas no censo, como resultado da sangria demográfica.

9- Os resultados constatam que o ilusionismo eleitoral alentado polas duas expressons do reformismo atuante na Galiza voltou a fracassar. Que as políticas da reaçom burguesa e do imperialismo espanhol nom se podem derrotar facilmente nas urnas. A pax social, derivada da desmobilizaçom operária e popular, e do vírus do fetichismo parlamentar, som fatores importante à hora de compreender os acontecimentos em curso.

10- Feijó e o que representa só poderá ser derrotado na rua, após um processo de combate e formaçom ideológica, de auto-organizaçom operária e popular, que permita iniciar um ciclo de luitas permanentes, de mobilizaçom constante e encadeada, sob umha estratégia de ruptura para a conquista do poder real. Enquanto as castas que dominam as forças da esquerda maioritária continuem enganando o povo com imaginárias vitórias eleitorais, partidos telemáticos, configurados para e pola pequena-burguesia, o Ibex 35 continuará implementado as suas políticas depredadoras contra nós e contra a nossa Pátria.

11- O atronador silêncio das ruas desertas na noite de ontem som a melhor fotografia de um País desafeto com a miserável política existente, de um povo resignado polo mal menor, carente de um projeto ilusionante que aglutine e ative as maiorias.

Os resultados devem ser relativizados. O PP nom representa nem muito menos a maioria deste País. Só 1 de cada 4 galeg@s votárom Feijó: 625.182 de 2.258.589 compatriotas da Comunidade Autónoma com direito a voto.

12- Agora Galiza-Unidade Popular, organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional, acreditamos no potencial revolucionário do nosso povo. Nem desprezamos nem muito menos culpabilizamos as camadas populares que continuam alimentando eleitoralmente a estrutura de dominaçom do PP mediante o seu respaldo eleitoral. Sabemos quais som as múltiplas razons que nos permitem explicar e entender os resultados de hoje.

Seguir construíndo novas ferramentas de organizaçom, mobilizaçom e combate popular, é a nossa razom de ser. Aqui estamos e aqui seguiremos. Som tempos de tecer umha muralha antifascista que prepare o povo trabalhador para um cenário de endurecimento da exploraçom e dominaçom que tem desenhada a folha de rota do Capital e que Feijó implementará de forma obediente.

Devemos prepararmos política, ideológica e psicologicamente a classe operária e o povo trabalhador e empobrecido para a confrontaçom. Os tempos serám duros. É necessário agir com persistência, coragem e coerência para resistir e vencer.

Contrariamente à falácia difundida polas “esquerdinhas”, é nas ruas, nom nas instituiçons, com o povo trabalhador mobilizado e unido sob um programa genuinamente antifascista de caráter anticapitalista, como se pode derrotar a oligarquia.

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 13 de julho de 2020