Comunicado nº 169: POR UM 2022 DE INSURGÊNCIAS PROLETÁRIA

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POR UM 2022 DE INSURGÊNCIAS PROLETÁRIAS

O flagelo da pandemia global que seguimos padecendo condicionou o ano que finaliza, facilitando o desenvolvimento da ofensiva burguesa contra a nossa classe e o conjunto dos setores populares.

O medo deliberadamente inoculado polos meios de [des]informaçom burgueses sobre a Covid-19, continuou sendo altamente eficaz para endurecer a disciplina social que facilitou voluntariamente a implementaçom de medidas restritivas nas condiçons de trabalho, direitos e na amputaçom de liberdades democráticas.

O Capital leva aproveitando esta oportunidade para aumentar e perpetuar a sua taxa de lucro, e alongar a vida do capitalismo crepuscular.

O estado shock no que seguem instalados importantes segmentos sociais tem favorecido o aumento e desenvolvimento do fenómemo do fascismo. O populismo tem penetrado entre os setores populares mais golpeados pola crise económica, facilitando que a depauperaçom em curso seja a melhor aliada para que a demagogia fascista incremente seguidores.

O estrepitoso fracasso da ‘nova política’, o incumprimento das promessas eleitorais polo governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos, e a ausência dumha alternativa obreira galega com caráter de massas, é umha oportunidade para que a esquerda revolucionária de orientaçom obreira, avance no seu processo de recomposiçom e reagrupamento.

Temos que gerar com factos tangíveis que é necessário, mas também possível, resistir com êxito a ofensiva burguesa. Para podermos lográ-lo é imprescindível organizaçom, formaçom e luita consequente.

2021, ANO NEGATIVO PARA A CLASSE OBREIRA GALEGA E A GALIZA

O ano que esmorece tem sido novamente nocivo para as condiçons de vida da maioria social, para o povo trabalhador e empobrecido da Galiza. O incremento da eletricidade, dos combustíveis e produtos alimentares, tem disparado a inflaçom. A burla do aumento do SMI em 16€ é umha estafa que nem logrou aliviar o aumento da cesta da compra e as cada vez maiores dificuldades para chegar a fim de mês de centenares de milhares de trabalhadores e trabalhadoras galegas.

Os contratos precários, as elevadas taxas de desemprego, a carência de alternativa para as geraçons mais jovens -mais alá da emigraçom ou os salários de miséria-, caraterizam a crua realidade da maioria social galega.

O retrocesso nas condiçons de vida e laborais do povo trabalhador tem caraterizado o ano 2021, por muito que a propaganda glamourosa do governo tente maquilhar a realidade. O anunciados planos de privatizaçom do sistema público de pensions e aumento da idade da jubilaçom, ou a pretensom de impor taxas de circulaçom nas autovias, definem as políticas económicas que denunciamos.

Mas também tem sido um ano de retrocessos das cada vez mais precárias bases materiais e imateriais da Naçom galega, submetida ao endurecimento da opressom nacional de rasgos coloniais polo Estado imperialista espanhol e a UE, com destaque para o ameaçante espólio eólico.

FALSA DISJUNTIVA GOVERNO “PROGRESSISTA” VS OPOSIÇOM FASCISTA

No 2021 que agora finaliza, constatamos dia a dia a acertada caraterizaçom que realizamos sobre os inquilinos da Moncloa.

O engano sobre a derrogaçom da reforma laboral é a mais recente destacada falácia de um governo de fachada “progressista”, ao serviço dos interesses da oligarquia.

Nom podemos entrar no viciado e perverso jogo de termos que optar por escolher entre o fraudulento governo do PSOE-Unidas Podemos e a alternativa fascista.

A classe trabalhadora galega deve deixar de depositar a mais mínima confiança e esperança neste governo, deixar de acreditar nas mentiras das forças fascistas e reacionárias [PP, Vox e C´s], que tenhem desfigurado a sua caraterizaçom de simples governo burguês ao serviço dos planos do Capital e submetido aos ditados do imperialismo.

Nom nos cansaremos de repetir que por mor do eixo de gravidade “político-ideológico” estar tam escorado para a extrema-direita, este governo neoliberal do posfranquismo permite ser apresentado sem pudor algum como o “mais progressista da história de Espanha”.

Que um conjunto de morninhas medidas neokeynesianas visadas para amortecer a luita de classes, para estabilizar a crise estrutural da III restauraçom bourbónica, sigam contando com o apoio explícito e implícito do conjunto das “esquerdinhas” social-demócratas periféricas, nom só manifesta o seu oportunismo genético, exprime a profunda crise de identidade e perspetiva. É também resultado da dramática carência de ferramentas defensivas operárias e populares na atual fase da luita de classes e de libertaçom nacional.

Por muito que o fascismo mediático, militar e orgánico, o definida como um “governo social-comunista-bolivariano”, a esquerda revolucionária galega segue-o caraterizando como um governo social-liberal com incrustraçons social-democratas no que nom depositamos as mais mínimas expetativas e confiança.

Há dous anos, prognosticamos que frente aos silêncios cúmplices e os calculados oportunismos, o Governo PSOE-Unidas Podemos, ia ser umha estafa, um monumental engano. 2021 certificou a acertada análise.

Nom derrogárom a reforma laboral, nem a lei mordaça, seguem instalados no chauvinismo espanhol negador do legítimo e necessário exercício da autodeterminaçom. Pactuárom com o Ibex 35 o “botim” do resgate “europeio”, que novamente vai ser absorvido polas grandes empresas a custa de alongar os ERTE, incrementar o desemprego, a precariedade laboral, a pobreza e a miséria de um povo trabalhador desorganizado e desarmado ideologicamente.

Mantenhem as linhas estratégicas de caráter colonial sobre o rol do nosso país na divisom internacional do trabalho, agudizando a assimilaçom da nossa identidade nacional e inçando a naçom de milhares de eólicos, que só provocarám mais despovoaçom e abandono do rural, mais destruiçom do nosso património natural e histórico, mais pobreza e dependência.

A LUITA É O ÚNICO CAMINHO

Enquanto isto acontece, a oposiçom institucional nom parou de propor acordos ao PP de Feijó. Com esta ineficaz política conciliadora e pactista a rua recobra a sua trascendência. Nom existe mais alternativa que luitar fora das instituiçons do regime de 78. A luita é pois o único caminho, tal como o constatou o proletariado de Gamesa, Alcoa, de Vestas, dos estaleiros vigueses, na sua exemplar defesa dos postos de trabalho.

Sem luita contundente seguiremos retrocedendo em direitos, conquistas e liberdades.

Depositarmos esperanças em espetrais governos “alternativos” ao PP, em oportunistas operaçons políticas cujo estrepitoso fracasso ainda ecoa, é a mais eficaz receita para esterilizar as imensas potencialidades e capacidade de combate e vitória da classe operária.

Deslindar e confrontar com os discursos edulcorados dos “partidos de esquerda” pequeno-burgueses e as organizaçons satelitais, mas também promovendo alianças amplas em base a programas avançados derivados de acordos poliédricos, segue sendo hoje a folha de rota sobre a que devemos avançar na reconstruçom da esquerda revolucionária galega.

IMENSAS CAPACIDADES E POTENCIALIDADES DA NOSSA CLASSE E DO NOSSO POVO

É tarefa dos revolucionários galegos fazer frente, com firmeza e rigor, às constantes manobras de distraçom que só tenhem contribuído para desviar a atençom sobre as tarefas e necessidades, para dividir-nos ainda mais, incidindo em preocupaçons banais, supérfluas e intrascendentes que nos fam mais vulneráveis.

A contradiçom Capital-Trabalho é o eixo central sobre a que articular um programa e umha prática dirigida ao conjunto dos segmentos e camadas que conformamos o povo trabalhador galego.

Para fazer frente ao estado geral de descrédito, resignaçom e desmobilizaçom, é imprescindível que os modestos destacamentos organizados atualmente existentes, procuremos espaços unitários de luita, visados para gerar condiçons de superaçom do marasmo que impossibilita passar à ofensiva.

Ninguém sobra, todo o mundo deve contribuir à refundaçom do partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego, guiado e inspirado pola açom teórico prática insurgente dos fundamentos do marxismo. Marx, Lenine, Che, Benigno Álvarez e Moncho Reboiras som as nossas bússolas.

A conquista da nossa emancipaçom como classe, povo e naçom, só se atingira com o triunfo da Revoluçom Socialista Galega, a nossa particular e singular contribuiçom à Revoluçom mundial.

Mas esta nom será resultado de urnas, de post, de tuiters ou ingeniosos relatos, de exercer normalidade democrática. As grandes transformaçons no século XXI seguirám sendo resultado das barricadas, dos confrontos diretos com as forças repressivas do Capital, de insurreiçons e rebelions populares, do exercício do poder operário e popular, da expropriaçom dos meios de produçom, do lume purificador … da luita organizada e unitária do povo trabalhador e empobrecido. De lograrmos organizar com êxito a Revoluçom Socialista

CONFRONTAR MONARQUIA E FASCISMO

A casta institucional “progressista” som simples capataces que carecem de firmeza e decisom política para confrontar o fascismo e o grande Capital, optando por morninhas e inofensivas condenas, que só envalentonam ainda mais os seguidores da monarquia imposta por Franco.

A peça angular do regime emanado da maquilhagem franquista som os inquilinos do palácio da Zarzuela.

Juan Carlos I e Felipe VI representam a continuidade institucional do genocida regime militar imposto a sangue e fogo. Nem o capitalismo se pode reformar, nem a monarquia pode ser “democratizada”. Ambas som falazes ilusons dos falabaratos da “esquerdinha”, que só desviam a atençom de setores operários e populares na tarefa principal: tombar o regime de 78.

Frente o desencanto e a frustraçom devemos continuar favorecendo a configuraçom de um bloco popular obreiro de caráter antifascista e republicano, hegemonizado pola classe trabalhadora. Eis umha das nossas tarefas principais na alvorada do novo ano que já se divisa no imediato horizonte.

APELOS E DESEJOS

Agora Galiza-Unidade Popular temos claro que em 2022, sempre arroupados e guiados polas bandeiras vermelhas da rebeliom, agindo com a firmeza dos princípios, a independência de classe e o optimismo da vontade, seguiremos avançando.

Continuaremos tecendo e participando nos espaços de coordenaçom e unidade da insurgência global, promovendo o internacionalismo prolétário, combatendo sem trégua toda tentativa de confrontar as classes trabalhadoras dos diferentes povos submetidos polo Estado espanhol mediante discursos chauvinistas.

Apelamos à juventude trabalhadora e estudantil galega, mas também à militáncia veterana que fruto do desencanto e a frustraçom optou polo repregamento, implicar-se ativamente na tarefa histórica de reconstruir as ferramentas de combate e vitória que necessita a nossa classe e a nossa naçom.

Sabemos que sem conquistarmos a independência e a soberania nacional nom é possível construir umha Galiza sem exploraçons nem opressons, que sem umha estratégia política de organizaçom e mobilizaçom social permanente e encadeada, empregando a rua e a combinaçom de todas as formas le luita, nunca se poderá disputar ao Capital a conquista do futuro que nos nega.

Queremos enviar saúdos a quem luita e a quem sem sabé-lo ainda tem que luitar para nom perecer, o conjunto da Galiza que acredita no povo galego, a classe obreira, a juventude, as mulheres trabalhadoras, o povo empobrecido e depauperado que participou nas luitas para conquistar um futuro melhor.

Saudar os presos e presas políticas galegas e do conjunto do Estado espanhol, todos os represaliados, as organizaçons galegas e estrangeiras amigas, o movimento popular galego e os povos que em 2021 nom cedérom perante os embates do imperialismo, com destaque para o povo cubano, saraui, sírio, palestiniano, colombiano, venezuelano, iraquiano, iemeni, do Dombass … a todos eles a nossa solidariedade internacionalista.

Até a vitória sempre!

Denantes mortos que escravos!

Só a classe obreira salva a classe obreira!

Independência e Pátria Socialista! Venceremos!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 29 de dezembro de 2021