1º de Maio, Dia do Internacionalismo Proletário. Classe Obreira em Pé!

Padrão

Publicamos editorial do Rebeliom Popular n°4.

1º de Maio, Dia do Internacionalismo Proletário

Classe Obreira em Pé!

O êxito eleitoral do novo reformismo tem contribuído para a desmobilizaçom popular. As ruas, as empresas e os centros de trabalho, voltárom a ficar em silêncio. A conflituosidade em ascenso da altura deu passo à pax social das promessas, declaraçons para a galeria sem percurso algum.

As grandes manifestaçons da mudança de década, estavam fraguando umha nova geraçom militante na luita de classes, movimentado amplos setores sociais na defesa dos direitos e conquistas atingidas, incrementando o nível de consciência socialmente compartilhado. O lento, mas tangível processo de radicalizaçom popular às políticas neoliberais do governo de Zapatero primeiro, e posteriormente de Rajói, foi substituido polo inofensivo parlamentarismo e os debates televisivos de sensacionalismo banal.

Porque o relato da “nova política” é um simples déjà vu, que sintetiza o mais adulterado discurso da socialdemocracia, fundido com as metafísicas modas imperantes post daquelas correntes de fachada esquerdista que negam os princípios medulares da causa obreira.

A classe trabalhadora como sujeito da transformaçom foi substituída polo inócuo e asséptico “cidadanismo” que nega a contradiçom antagónica entre proletariado/classe obreira/povo trabalhador e burguesia.

A organizaçom classista em espaços genuinamente operários e populares, foi substituída por falsas “unidades populares” que aglutinam as diversas fraçons das camadas intermédias e os aparelhos burocráticos desses microespaços políticos.

A estratégia a longo prazo de luita e confrontaçom com o inimigo, apoiada numha rede de estruturas que combinem o seu caráter aberto e de massas, com a existência de um partido revolucionário de vanguarda, foi substituída polo ilusionismo eleitoral que alimenta o imediatismo e a falsa normalidade democrática.

Porque embora tentem aparentar ser qualitativamente diferentes, tanto a nova política como o tradicional reformismo coincidem no essencial. Para ambos a mobilizaçom social é um mero recurso inserido numha estratégia de simples competência eleitoral que possibilite aceder à gestom das instituiçons burguesas e espanholas, para que as suas elites implementem umhas mornas políticas que remendem e paliem aquelas aristas mais agressivas do capitalismo. Simples alternáncia política sem questionar o quadro jurídico-político. Estratégia que só consolida a dominaçom e afasta a alternativa de ruptura com o regime de 78.

As consequências desta tendência tenhem sido nefastas para o povo trabalhador galego e para o projeto de libertaçom nacional da Galiza.

Debilidade do movimento operário

A crise do capitalismo senil, fundida com a multicrise do Estado espanhol, nom tem sido aproveitada como umha magnífica oportunidade polas organizaçons revolucionárias para alargarmos a nossa base de apoio, para crescer e desputarmos aos reformismos influência e hegemonias.

Mais bem todo o contrário, a crise tem golpeado a esquerda revolucionária galega, provocando o seu retrocesso até o residualismo atual. Negá-lo ou maquilhá-lo nom vai contribuir para a nossa recomposiçom e o processo de reconstruçom.

Somos conscientes que na Galiza de 2018 nom existe umha alternativa política anticapitalista de classe com capacidade de intervençom. Mas para avançar com êxito neste objetivo estratégico, cumpre evitar reproduzirmos alguns dos erros da nossa génesse há vinte anos, responsáveis pola posterior implosom.

Sabemos que nom existem atalhos, nem fórmulas mágicas. Devemos sermos um projeto genuinamente de classe, crescer entre o proletariado, as mulheres e a juventude operária e popular. Só alimentando-nos de classe operária, recrutando povo trabalhador para as nossas fileiras, estaremos em condiçons para evitarmos ser devorados polo vírus das políticas conciliadoras e pactistas que historicamente acompanham o desenvolvimento e intervençom do movimento obreiro.

Tarefas imediatas

Neste 1º de Maio temos que reafirmar sem complexos os princípios fundacionais do marxismo na aposta pola luita operária e popular como espaço prioritário de acumulaçom de forças, na alternativa socialista frente ao caos capitalista, na defesa intransigente do direito de autodeterminaçom.

Sem conquistarmos a República Galega, sem abandonarmos o Estado imperialista espanhol, sem um coerente feminismo de classe frente o poder patriarcal, nom é possível emancipar-nos, libertar-nos, sentar as bases para edificar umha nova sociedade.

Só a classe operária pode salvar-se a sim mesma. Organizada em forças políticas e sindicatos de classe. A nossa independência frente os difusos espaços interclassistas é umha necessidade indiscutível, umha reivindicaçom inegociável. Nom podemos delegar na pequena-burguesia “progressista”, nem nas suas castas burocráticas que levam décadas esterilizando o movimento popular galego em troques de perpetuar os seus privilégios.

Confrontar e deslindar com a “velha” e a “nova política” reformista é imprescindível para abrir caminho. A persistência e os princípios som as nossas melhores armas para inverter a resignaçom, o derrotismo e o marasmo da classe operária.

Até a vitória sempre!