Comunicado nº 90 de Agora Galiza: Assalto mineiro das multinacionais contra a Galiza

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Assalto mineiro das multinacionais contra a Galiza

A divisom internacional do trabalho, clasificaçom mundial dos países dentro do marco do sistema capitalista, segundo a sua produçom e especializaçom de determinados bens de consumo, tém como objeto especializar a Galiza numha ”regiom” [espanhola e europeia] fornecedora de matérias primas.

Madrid e Bruxelas fieis aos interesses da oligarquia permitem a constante sobre-exploraçom dos recursos e materias primas da nossa naçom. Um exemplo é a substituiçom descontrolada do bosque autótone por eucaliptos e outras espécies fóraneas. Mais de metade da madeira cortada no Estado espanhol provém do monte galego, o impacto sobre o ecossistema é tal, que nom é de extranhar que sejamos umha das naçons da Península Ibérica com maiores taxas de lumes.

O des-governo de Feijó, servil ao Capital espanhol e autótone, conta com total impunidade para reordenar o nosso território, destruir definitvamente os nossos setores produtivos, e mal-vender a nossa pátria.

A finais do ano 2017 o PP aprovou em solitário na Junta no parlamentinho a denominada “Lei de Fomento de Implantación de Iniciativas Empresariais -LFIIE-“, popularmente conhecida como “Lei de depredaçom da Galiza”, que deixa via livre às empresas estrangeiras para compra a um preço muito baixo matérias primas, através da desregulaçom ambiental e da desproteçom do património.

No referente à exploraçom da riqueza mineral do nosso solo, fornecemos umha parte importante do quartzo explorado por Espanha, situamo-nos como sexta potência mundial em exportaçom de granito e produzimos a maioria da lousa que se consome no mundo.

Nom é coincidência que desde a chegada do Partido Popular à Junta se tenham multiplicado os direitos mineiros outorgados, já que a sua intençom é permitir as exploraçons mineiras em qualquer tipo de solo do território galego, seja zona protegida, monte comunal ou exploraçom agrícola.

A megamineraçom provoca um grave impacto mediombiental como deflorestaçom, contaminaçom, alteraçom da água e destruçom do hábitat. Ademais, também nom devemos esquecer que neste plano de assalto com lógica colonial à Galiza permite-se o emprego de técnicas extractivas proibidas na própria UE, como é o caso do cianeto.

O despovoamento do rural é outras das causas contribui para a megamineraçom. A concentraçom populacional nas urbes e a desertizaçom demográfica facilita a instalaçom de novas exploraçons mineiras no rural, já que a resistência popular é menor nas áreas despovoadas. Perto de um milhar e meio de aldeias estám despovoadas na Galiza interior e muitas estám condenadas à desapariçom. A juventude vive de forma maioritária nas cidades.

Outro problema é a opacidade da atividade mineira na Galiza. A multinacionais interessadas em saqueiar os nossos recursos tenhem ao do seu lado a “democracia” burguesa que nega constantemente a participaçom popular nos assuntos fundamentais, como a planificaçom económica, territorial, cultural, etc…

Quem defende os interesses mineiros necessita manter o povo na ignoráncia, negar-lhe o seu direito à informaçom. Nom querem que saibamos que os últimos governos fôrom excessivamente permissivos com esta indústria polos “acordos” e “mordidas” aos que chegam com as empresas interessadas em explorar os recursos mineiros.

Um exemplo é o da multinacional canadiana Edgewater, quem teima em extraer ouro numha megamina em Corcoesto. A empresa multinacional, tras a negativa final do Governo da Junta, denunciou que um intermediário solicitou 1,5 milhons de euros a repartir entre Feijó e altos cargos em troques de que se lhe permitisse levar a cabo o macroprojeto.

Para justificar o saqueio também necessitam das falácias e da demagogia, um falso argumento que empregam tanto a indústria mineira como a Junta é o de que a megaminaçom cria postos de trabalho. Oferece-se como oportunidade económica às famílias e às mancomunidades de montes como alternativa ao desemprego, mas a megamineraçom privatiza o monte comunal e liquida amplas zonas agrícolas e pecuárias do nosso território.

Seguindo os dados ofrecidos pola empresa Edgewater para o projeto de Corcoesto, dos 277 empregos que prometiam criar, incluiam-se na sua maioria postos diretivos, restando só 100 postos operários. À criaçom destes poucos postos de trabalho, há que restar a destruiçom dos empregos da zona, coma as exploraçons agropecuárias.

Por outra parte, a transformaçom das matérias primas, que é a parte do processo produtivo que mais valor comercial e postos de trabalho cria, fica reservada a zonas de fora da Galiza. Estamos pois perante umha estratégia claramente colonial.

Agora Galiza manifesta o seu apoio a todas os movimentos populares que em diferentes lugares da nossa geografia nacional [Touro/O Pino, Corcoesto, A Límia, Terra Chá] se estám confrontando com as multinacioniasi mineiras e o governo bandido do PP, para defender o território, o meio ambiente e a saúde da populaçom das comarcas afectadas.

Queiramos ou nom, a luita popular contra a megamineraçom é essencialmente umha luita nacional anti-imperialista!

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 13 de maio de 2018