Comunicado nº 137: Governo espanhol “progre” incrementa controlo social e repressom

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Governo espanhol “progre” incrementa controlo social e repressom

A oligarquia aproveita a pandemia mundial do coronavírus para estabelecer medidas visadas para endurecer mais a exploraçom, a dominaçom, aumentar o controlo e a obediência social do conjunto da populaçom.

Na Galiza a crise do coronavírus desmascara as grandes desigualdades existentes entre classe. As carências, negligência, improvisaçom, inéficacia e erratismo do Governo de Madrid e da Junta de Galiza para fazer frente à pandemia, e a supeditaçom às diretrizes da oligarquia, só agravam as consequêncais da divisom classista, a fenda entre ricos e pobres.

Estas semanas de confinamento obrigatório, estám sendo acompanhadas pola aprovaçom de umha série de medidas decretadas polo governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos, medidas que principalmente beneficiam a oligarquia. A agilizaçom dos ERTES promovidos polo patronato, os despedimentos, feches de empresas e a falta de medidas de proteçom sociais e econômicas de longo alcance, só contribuem para agravar mais a situaçom da classe trabalhadora.

Sob o pretexto de combate à pandemia, a brutal ofensiva da oligarquía contra o proletariado e o conjunto do povo trabalhador continua. O incremento progressivo da intoxicaçom mediática, de cortes nas liberdades e direitos, o lavado de imagem das forças repressivas, as arengas fascistas dos militares nos meios de des-informaçom, o aumento do controlo social e da repressom policial, som algumhas das medidas visadas para preparar o terreno para a crise socio- económica em curso.

Este novo cenário, consequência da alerta sanitária, junto com os problemas já existentes, despedimentos, despejos, extrema-pobreza e desemprego, privatizaçons e deterioramento dos serviços públicos promovidos polo PP e PSOE, brutal exploraçom, submissom dos diferentes governos perante o patronato e o IBEX 35, terrorismo machista, o conflito na Catalunha ou os continuos escándalos da corruta monarquia postfranquista, podem converter-se em caldo de cultivo para novas luitas obreiras, nacionais e populares.

Eis polo que o Estado espanhol recorre aos novos “Pactos da Moncloa” promovidos polos partidos burgueses e as élites empresariais, como saída para evitar luitas, controlar a populaçom e salvaguardar os privilêgios do grande capital.

Mas também está a armar-se até os dentes, por se é necessário exercer a repressom contra todos aqueles setores mais conscienciados e organizados da nossa classe.

Neste últimos dias o governo espanhol em vez de fortalecer os serviços públicos e assim fazer mais efectiva a luita contra a pandemia, anuncia que vam a empregar maiores recursos e investimento para reforçar ainda mais o aparelho repressivo.

Prova disto é o enorme e desproporcionado dispositivo policial e militar despregado nestes dias sob a justificaçom de garantir a segurança da populaçom durante o confinamento. Som cada vez mais numerosas as denúncias populares perante as atitudes injustificadas, intimidaçons, agressons e violência das forças repressivas.

O Ministério do Interior dirigido polo ex-juiz da “Audiência Nacional” Fernando Grande-Marlaska, condenado seis vezes polo Tribunal de Estrasburgo por nom investigar torturas, anunciou perante a reclamaçom dos corpos policiais, a intençom de dotar a Policía Nacional e a Guarda Civil com 1.200 pistolas elétricas, um carregamento que nom é precisamente para combater o vírus.

Além do reforçamento do aparelho policial, o Estado também incrementa o controlo das massas com medidas como a geolocalizaçom de dispositivos, anunciada há umhas semanas pola Vicepresidenta Nadia Calviño, um passo mais face à deriva autoritária.

O ministro Grande-Marlaska também assegurou que o Governo nom descarta a implementaçom da geolocalizaçom com fins policiais, para controlar os deslocamentos e manter-se alerta perante “possíveis aglomeraçons ou situaçons de tensom”.

Todas estas medidas implementadas nom vam ser de caráter temporârio. A oligarquia é consciente de que esta nova crise socio-económica que, somada à crise institucional e política que o regime do 78 leva anos arrastando, pode agir como mecanismo de reativaçom das luitas e protestos das camadas populares nas ruas.

Eis polo que incidem no aumento da repressom, necessária para implementar futuras medidas visadas para salvaguardar os seus privilêgios, em base a exploraçom, apropiaçom de mais-valia e depauperaçom da imensa maioria da populaçom.

A esquerda revolucionária galega apela ao povo trabalhador galego a nom deixar-se intimidar, a estar alerta perante este novo cenário.

Após o confinamento devemos exigir responsabilidades pola falta de medidas eficaces, polo elevado número de mortos. Temos que defender os postos de trabalho, os direitos e liberdades, uns serviços públicos de qualidade e combater com firmeza o fascismo e a deriva reacionária.

Organizemos-nos e luitemos, denunciemos e exijamos o restabelecimento dos nossos direitos e liberdades restringidos. Após a superaçom do estado de alarma chega a hora de luitar sem trégua contra os inimigos da nossa classe, do nosso povo e da nossa naçom.

A luita é o único camino!

Só o povo trabalhador salva o povo trabalhador!

Por umha saída operária e popular, patriótica e socialista!

Na Pátria, 16 de abril de 2020