Agora Galiza deseja feliz 2018 e República Socialista Galega
Lamentavelmente o balanço do ano que agora finaliza nom pode ser positivo para o nosso povo e para a nossa classe. Em 2017 assistimos mais umha vez, a umha bateria de agressons e retrocessos nas conquistas e direitos do povo trabalhador e empobrecido da Galiza. A ofensiva contra as bases materiais e imateriais da Naçom galega, promovidas polo Estado imperialista espanhol e a UE, fôrom umha constante nos 365 dias que nos precedem.
Paralelamente a estes golpes, o ano do que agora nos despedimos foi desaproveitado polo povo trabalhador galego para avançar na reorganizaçom operária e popular, sem a qual estamos hipotecados a seguir sendo vítimas desarmadas e reféns da burguesia, carne de canhom da oligarquia.
Até que a Galiza do Trabalho supere o estado de marasmo, até que o povo trabalhador galego nos despreendamos da abduçom coletiva que nos paralisa mediante o medo e os mais variados métodos invisíveis de alienaçom, e optemos por constituir verdadeiras ferramentas defensivas com vocaçom de vencer, seguiremos sofrendo um após outro, os golpes das depredadoras receitas neoliberais dos cortes e da austeridade, impostas polo capitalismo senil para que sigamos sendo nós, entre suor e sangue, quem paguemos a sua crise.
2017 reafirmou umha constataçom empírica, constatou que a via do ilusionismo eleitoral promovido polo reformismo no nosso país [Marea e BNG], visada para articular maiorias aritméticas ao PP, nom só é umha via morta. Cada vez gera menos entusiasmo, e tem imensas responsabilidades em contribuír a desmovimentar o povo trabalhador por retirar o conflito dos centros de trabalho e ensino, das ruas, substituindo o protagonismo dos setores populares pola delegaçom nos cargos institucionais hegemonizados pola pequena-burguesia.
Sem superarmos as limitaçons congénitas da via institucional e a renúncia permanente da “esquerda” eleitoral à batalha ideológica, que obstaculiza e freia podermos abrir um novo ciclo de organizaçom e mobilizaçom social, 2018 será no melhor dos casos um ano similar ao que agora finalizamos.
O desencanto e a frustraçom popular gerada polos governos da “nova política” por nom implementar medidas progressistas perante os enormes obtáculos objetivos, mas também pola sua covardia intrínseca, está facilitando o avanço das alternativas populistas de natureza fascista.
O capitalismo nom se pode reformar, nem na democracia burguesa é viável que as forças populares podam ganhar umhas eleiçons ou de lograr desenvolver o seu programa. Nom temos que retrotraer-nos a 1936 ou ao Chile de Salvador Allende. Os sucessos em curso nas Honduras assim o confirmam. A vigência desta lei da luita de classes a escala internacional continua intata, onde às mais mornas e inofensivas alternativas socialdemocratas nom se lhes permite gerir o capitalismo.
O espírito e as limitadas iniciativas das comemorçaons do 100 aniversário da Revoluçom bolchevique, assim como dos atos de homenagem ao Che a meio século do seu assassinato polo imperialsimo na Bolívia, verificam a derrota estratégica na qual nos achamos. É urgente e necessário superarmos as práticas erróneas que nos conduzírom ao atual estado de esterilizaçom do movimento operário e popular.
Só a Catalunha tem contribuído para abrir umha profunda fenda no regime postfranquista. A proclamaçom da República catalana tem servido para retirar a máscara democrática que maquilhou durante décadas a reforma do fascismo, e a sua substituiçom por esta ditadura democrática sob fachada de monarquia constitucional.
Mas também tem servido para constatar que a “nova” e velha “esquerda” espanhola está esterilizada para luitar contra o capitalismo, pois compartilha boa parte do seu ADN chauvinista. Umha “esquerda” “republicana” que condena a República catalana e defende a monarquia bourbónica imposta por Franco, resume com nitidez o panorama que facilita a recomposiçom política do regime à volta de 4 patas: os dous partidos centrais da oligarquia [PSOE e PP], mais Podemos e C´s como forças substitutas ou de apoio das suas versons progressista e reacionária.
Perante este cenário tam adverso, Agora Galiza tem claro que em 2018 seguiremos na travessia polo deserto, só com a companhia e o arroupe das bandeiras da rebeliom. Porém, seguiremos agindo com coerência tática, mas sem renunciarmos ao horizonte estratégico da Revoluçom Galega, ao projeto socialista e feminista de libertaçom nacional que é a essência da nossa constituiçom como força política em julho de 2015.
Em Agora Galiza estamos plenamente conscientes que só assim, sem arriar bandeiras nem aggiornar o nosso programa, será possível alicerçar bases sólidas que permitam reconstruir e reimpulsionar o independentismo socialista e feminista galego.
A firmeza ideológica permite-nos nom claudicar, seguirmos agindo como vagalumes nas noites sem lua. Sem este feixe de luz brilhante, embora ainda muito débil, nom poderíamos deslindar politicamente, preâmbulo para organizar povo trabalhador e acumular forças rebeldes.
Tal como acertadamente afirmavamos o ano passado, “neste contexto convulso de profunda crise do regime de 78, de crise estrutural do modo de produçom capitalista, de caos e guerra global imperialista, é onde vamos que ter que continuar a agir”.
O atual refluxo da luita de massas permite entender que sigamos contribuindo a fazer multimilionários os donos de Audasa mediante o saqueio das portagens na AP-9; permite compreender que as elétricas mantenham umha estratégia de incrementos permanentes das tarifas; que calemos perante a burla do “incremento” de 28.7€ do SMI; que nom incendiemos as ruas contra o desemprego e os salários de miséria, o aumento das taxas de precariedade, da pobreza, exclusom social e emigraçom juveni; que vivamos com “normalidade” termos as taxas de sinistralidade mais elevadas do Estado com umha vítima semanal; que nom radicalizemos os protestos contra o deterioramento da sanidade e educaçom, derivada da sua privatizaçom; que nos resignemos a seguir governados pola casta cleptocrática instalada na impunidade da corrupçom e do saqueio dos bens públicos; que nom nos rebelemos perante as informaçons nunca desmentidas de que o PP esvaziou as reservas das pensions e nom esteja garantido o seu pagamento a meio prazo; que o terrorismo machista siga agindo com impunidade; que os sinais medulares da Naçom sigam em queda livre com a perda de galegofalantes emanada da estratégia assimilacionista provocada pola dupla pressom do projeto imperialista espanhol e da UE contra a Galiza; que o nosso território se siga degradando polos incêndios florestais consubstancias à eucaliptizaçom e ao despovoamento do mundo rural traçado pola franquícia regional espanhola dirigida polo presidente Feijó; que nom nos rebelemos perante a perda de populaçom, o trágico galicídio que observamos mês a mês; que nom reajamos com contundência contra a involuiçom nos direitos e liberdades, frente o incremento da repressom, a censura, o controlo social e o avanço do estado policial e a ditadura mediática e judicial; que se permitam o luxo de informar que vam incrementar em mais de 80% os gastos militares, tal como solicita a NATO.
O golpe do 155 contra a Catalunha e as ameaças de intervençom financieira contra as mornas políticas keynesianas de governos municipais, evidência que ou bem há umha mudança radical de rumo, ou estamos facilitando que o reino da Espanha do ibex 35 e de Felipe VI se convirta na Turquia da Península Ibérica.
Mas perante este cenário de excepcionalidade, a “normalidade democrática” preside o agir das forças políticas da “esquerda” institucional, que seguem assistindo aos eventos, foros, entrega de prémios e homenagens, promovidas polos oligopólios, as grandes empresas, a imprensa fascista, ou bem polo próprio regime como o aniversário da constituiçom postfranquista, que cinicamente afirmam querer derrubar. Semelha que à política espetáculo pretende conviver sem grandes turbulências com a deriva autoritária da monarquia bourbónica .
A atual evoluiçom política estatal confirma que o regime do 78 pretende religitimar-se envolto nas cores vermelha e “gualda” da bandeira franquista, desse ultrareacionário relato chauvinista tam útil para disciplinar @s oprimid@s, desviando-@s das suas verdadeiras tarefas e prioridades, tam eficaz para confrontar as classes trabalhadoras dos diferentes povos submetidos ao Estado espanhol, ocultando assim as práticas gansteris das elites políticas.
A oligarquia espanhola pretende a curto prazo aproveitar esta conjuntura para acelerar o processo de recentralizaçom administrativa, recuperar boa parte das transferências cedidas às Autonomias, religitimar o seu projeto imperialista, continuar com o plano de ajustamentos e reformas laborais que solicita o FMI e o Banco Central Européu, esmagar a Catalunha rebelde, e domesticar definitivamente as forças enquadradas na “nova política”.
Frente a este dilema, nom cabe mais opçom que ou claudicar ou resistir. Nós, com toda modéstia revolucionária seguimos insistindo que a imensa maioria dos problemas que padecemos como povo trabalhador e empobrecido, derivam do atraso e dependência que o capitalismo nos tem asignado na divisom internacional do Trabalho.
Sem conquistarmos a independência e a soberania nacional nom é possível construir umha Galiza sem exploraçons nem opressons.
E sem umha estratégia política de organizaçom e mobilizaçom social, empregando a rua e a combinaçom de todas as formas le luita, nunca se poderá desputar ao Capital a conquista do futuro que nos nega.
Nom queremos despedir 2017 sem denunciar e lembrar as três compatriotas brutalmente assassinadas polo terrorismo machista.
Queremos transmitir umha sincera saudaçom socialista e patriótica a todas as pessoas que com diferentes graus de implicaçom e compromisso tenhem permitido avançar na reconstruçom do projeto revolucionário da esquerda independentista que Agora Galiza representa.
Também queremos saudar o conjunto da Galiza que acredita no povo galego, a classe obreira, a juventude, as mulheres trabalhadoras, o povo empobrecido que participou nas luitas para conquistar um futuro mehor.
Saudar os presos e presas políticas galegas, familiares e amizades, tod@s @s represaliad@s pola lei mordaça, as organizaçons galegas e estrangeiras amigas, o movimento popular galego e os povos que em 2017 nom cedérom perante os embates do imperialismo, com destaque para o povo sírio, catalám, palestiniano, curdo, iraquiano, afgao, hondurenho, venezuelano, iemeni, do Dombass … a todos eles a nossa solidariedade internacionalista.
No novo ano que agora finaliza seguiremos construindo caminho na luita sob a estela e o legado da Revoluçom Bolchevique e do comandante Che Guevara. Para Agora Galiza a Revoluçom de Outubro e o exemplo guevarista som fonte permanente de inspiraçom na luita de libertaçom nacional galega porque os seus objetivos e fins seguem mais vigentes que nunca neste século XXI.
Até a vitória sempre!
Denantes mort@s que escrav@s!
Independência e Pátria Socialista! Venceremos!
Direçom Nacional de Agora Galiza
Na Pátria, 29 de dezembro de 2017