Comunicado nº 89 de Agora Galiza: 17 de Maio, Dia das Letras. Na Galiza SÓ em galego

Padrão

17 de Maio, Dia das Letras

Na Galiza SÓ em galego

O período compreendido entre 17 de Maio de 2017 e 2018 caraterizou-se polo agravamento das tendências assimilacionistas espanholas. A perda de galego-falantes -com destaque nas franxas etárias mais jovens-, e a quebra da transmissom intergeracional do idioma, é umha dramática realidade da língua própria da Galiza, o GALEGO.

A estratégia normalizadora promovida nas últimas quatro décadas polo movimento em defesa do galego nom tem atingido nengum dos objetivos marcados. Ano após ano retrocede o uso do idioma entre o nosso povo e o espanhol abafa-o todo.

Todos os acordos “normativos” e “ortográficos” assinados polas forças do nacionalismo galego com os inimigos da Pátria, e portanto da nossa única língua, nom só nom tenhem invertido o processo desgaleguizador, tenhem sido negativos para avançar na recuperaçom de falantes e utentes, para ganharmos espaços e alterarmos a estratégia desnacionalizadora que leva séculos promovendo o imperialismo espanhol.

A esquerda independentista galega leva denunciando incansavelmente que som basicamente duas as razons do fracasso das entidades “normalizadoras”.

Umha prática de isolacionismo linguístico que evita a confluência com o tronco comum, com o resto dos países do mundo que usam o galego-português. A negaçom da premissa de que somos um idioma internacional, que nom somos umha língua que só se emprega dentro das fronteiras da Galiza, conduze-nos inevitavelmente à derrota.

O reintegracionismo é a única possibilidade de evitarmos a hibridaçom a que o nosso idioma está submetido polo espanhol. O reintegracionismo é a única hipótese de alargar o número de falantes, de recuperar o seu uso, de prestigiar o galego, de depurá-lo da crioulizaçom que padecemos a comunidade galego-falante pola contaminaçom léxica, fonética, morfosintática do espanhol.

A segunda causa som os complexos e timoratismos das forças políticas maioritárias de direçom galega, instaladas na simples reclamaçom teórica do direito de autodeterminaçom e na contraditória indecisom à hora defender com firmeza e factos constatáveis a soberania e independência nacional da Galiza.

O futuro do galego está indisoluvelmente ligado à conquista deum Estado galego plenamente independente e soberano.

Mas no seio do movimento normalizador aparecem novas ameaças. O reintegracionismo de vocaçom pinheirista e lóxica liberal, instalado no folclorismo ridiculista e na defesa do padrom de Lisboa, portanto contrário à forma autótone do galego reintegrado, vem de dar mais um erróneo passo.

A defesa do binormativismo que promove a direçom da AGAL, quer dizer,a procura da convivência entre o galego isolacionista e o português, evita deliberadamente abordar o cerne da ameaça em curso, a hegemonia do espanhol como arma de destruiçom maciça do idioma que nos define como povo e naçom.

O galego como parte do tronco comum galego-português possui umha norma própria, patriótica, que devemos conservar como sinal medular da nossa idiossincrasia nacional. Renunciar a ela é claudicar e facilitar o processo de espanholizaçom.

A pequena-burguesia empoleirada no que até há bem pouco era a academia galega reintegracionista, age em base aos mesquinhos interesses mercantis, seguindo as lógicas neoliberais e post, desagregando a luita pola normalizaçom do galego da opressom nacional da Galiza.

Claro que lograrám o aplauso, colaboraçom e prémio das forças espanholizadoras. Nom existem razons para que o PP e Feijó se oponham ao português na Galiza como língua opcional estrangeira no ensino, ou à difusom das TV portuguesas, pois nom questiona a hegemonia do espanhol e distrai a defesa do galego como idioma próprio da Galiza.

Agora Galiza, como organizaçom reintegracionista que segue a tradiçom e legado da esquerda independentista galega que nunca contemporizou nem colaborou com os inimigos do galego e da Galiza, nom se vai somar a nengumha nova manobra de confusom.

Nom vamos aplaudir iniciativas estéreis e absurdas nem participar em entroidadas que nada contribuem para normalizar e defender o idioma de Mendinho, Rosalia de Castro, Jorge Amado, Bento da Cruz, Luisa Vilalta e Mia Couto .

Estamos plenamente conscientes que até que as forças agrupadas à volta da entidade convocante da manifestaçom deste 17 de Maio nom abandonem a estratégia de procurar acordos institucionais que sabem vam ser incumpridos polas hipócritas forças espanholistas [PP, PSOE, C´s, Podemos, IU], caminharemos inexoravelmente face o nosso suicídio como povo com cultura e língua milenária.

Só um amplo movimento popular de base em todos os ámbitos e espaço sociais, fundamentado na defesa intransigente do monolinguísmo social e o reintegracionismo lingüístico, visado para a conquista da nossa plena emancipaçom nacional, logrará evitarmos o que Espanha e a UE tenhem traçado para aniquilar a língua e cultura do país dos dez mil castros e dos mil rios.

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 11 de maio de 2018