Comunicado nº 37. Três farsinhas estivais da grande farsa da democracia burguesa espanhola

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Três farsinhas estivais da grande farsa da democracia burguesa espanhola.

Entre o desinteresse popular finaliza um atípico mês de agosto condicionado polas eleiçons autonómicas de 27 de setembro e os pactos de investidura para conformar o governo espanhol.

  1. Resultaria esperpéntico, de nom ser mais umha mostra do profundo desprezo da oligarquia espanhola polo povo trabalhador, o processo de negociaçom entre PP e C´s para atingir os apoios que facilitem a continuidade de Rajói na Moncloa. É um insulto à inteligência “negociar” um pacto de “regeneraçom democrática e combate à corruçom” quando na equipa de negociaçom do PP há arguídos e este partido é umha organizaçom para delinquir. É como se os lobbys incendiários negociassem um acordo de combate aos lumes ou dous restaurantes veganos negociassem umha ementa em base a carnes.

Umha autêntica fraude dumha casta política sem escrúpulos que pretende perpetuar um governo bandido tutelado pola troika.

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  1. A inexistente oposiçom real ao governo Rajói alimenta esta primeira farsinha.

O PSOE de Pedro Sánchez carece da força suficiente para garantir que nom vai ceder às pressons económicas, institucionais e mediáticas para que facilite mediante a abstençom a investidura do registador da propriedade, natural de Ponte Vedra, que lhe solicita Bruxelas, Berlim e Washington.

Podemos estivo praticamente de férias em agosto, mais preocupado com ver como evitar ser relegado a umha posiçom subsidiária pola Marea a nível autonómico galego, que em articular umha maioria alternativa ao PP de Rajói.

  1. O espetáculo do PSOE supera o patetismo no caso da sua seçom galega. O aparelho que perdeu as primárias, mais os interesses caciquis do alcaide de Vigo estám rebentando literalmente a precampanha de Joaquim Leiceaga. Ao ex-dirigente da UPG nom lhe dam trégua pola composiçom final das candidaturas que deixam fora as vacas sagradas do pacovazquismo e dos posteriores aparelhos. Dia sim e dia também nom ganha para desgostos. Mendez Romeu é responsável pola guerra civil que devora qualquer expetativa sensata de ensombrecer umha doce vitória ao amigo de Marcial Dorado.

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O invento galaico do “partido instrumental” denominado Marea, após meses de tensom permanente entre a “alma nacionalista galega” e a franquícia local da castinha da Complutense, sobre a fórmula de apresentaçom eleitoral que ocultava a distribuiçom de escanos, saldou-se com umhas primárias sobre as que pesam irregularidades onde o grande vencedor foi Podemos.

Em todo este show ninguém apresentou um debate de ideias e/ou projetos diferentes.

@s candidatos do partido mais jacobinista do espanholismo defenestrárom literalmente o beirismo após lograr com cumplicidades internas sacá-lo bruscamente da pista de saída a candidato à Junta.

As diversas fraçons do podemismo provocaróm umha derrota sem paliativos das candidaturas de Anova e IU.

O panorama do futuro grupo parlamentar nom deveria facilitar o sono de Villares, um anódino candidato hipotecado pola sua formaçom e compromisso institucional com a lógica do regime que a retórica da Marea afirmava quere mudar.

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O BNG continua enredado entre o que sempre foi, alguns querem ingenuamente que seja, e o que em realidade é.

O discurso da sua candidata depende do dia da semana. Um domingo pode reclamar prudentemente a soberania nacional como única forma de solucionar os problemas da maioria social, como ao dia seguinte falar de autogoverno. Continua enredado no taticismo eleitoralista para procurar umha soluçom a tantos estómagos agradecidos que temem perder os seus postinhos se continuam em queda livre.

A segunda farsinha do PSOE, Marea e BNG facilita que cada vez Feijó tenha mais fácil continuar ocupando a casa do Monte Pio.

  1. Com este desolador panorama a terceira farsinha que alimenta o negligente e entreguista Feijó e o seu poderoso aparelho de propaganda e rede clientelar, permite que a dia de hoje nom haja muitas possibilidades de desputar a maioria absoluta de que desfruta o PP.

  1. Novamente voltarám os apelos a votar para afastar o PP da Junta. Mas tal como manifestámos em dezembro de 2015 e em junho deste ano, nada variou para que a esquerda independentista, socialista e feminista galega modifique a sua linha abstencionista e apoie a eleitoralmente qualquer das candidaturas que se apresentam.

A classe operária e as camadas populares, o povo trabalhador e empobrecido da Galiza carece da imprescindível ferramenta defensiva e de luita que as circunstâncias objetivas demandam.

A forma de construí-la nom é a da política espectáculo, a da falsa mestizagem e permanente metamorfose que converteu o BNG e a Marea em instrumentos inservíveis para avançar no caminho de recuperar direitos, conquistas e liberdades.

Necessitamos umha esquerda combativa e com coragem, sem servidumes nem ataduras. Que nom alimente a grande farsa do ilusionismo eleitoral desta falsa democracia.

Sem quebrar com o regime de 78 e iniciar um processo constituinte galego visado para a recuperaçom da soberania e a independência nacional que nos permita sentar as bases do Socialismo nom há alternativa ao neoliberalismo selvagem [PP, PSOE, C´s] ou neoliberalismo suave [Podemos/Marea e BNG].

Construí-la é a prioridade do movimento operário e popular.

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 26 de agosto de 2016