Comunicado nº 52: 8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. Só com feminismo de classe se logrará a emancipaçom

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8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

Só com feminismo de classe se logrará a emancipaçom

Umha das expressons mais nocivas da abafante hegemonia pequeno-burguesa nos movimentos sociais é a permanente maquilhagem política e ocultaçom histórica que imprimem à memória coletiva da luita popular.

A luita pola emancipaçom da mulher trabalhadora da dominaçom, opressom e exploraçom que padece pola aliança simbiótica entre patriarcado e capitalismo é um dos exemplos desta falsificaçom.

Lamentavelmente a manipulaçom das origens de 8 de Março e a adulteraçom dos verdadeiros objetivos desta jornada mundial reivindicativa tem sido progressivamente assumida polo feminismo galego.

Primeiro suprimírom o seu conteúdo eminentemente de classe eliminando “trabalhadora” da designaçom da data, para agora desvirtuar a jornada reivindicativa pola postmoderna formulaçom “Dia da luita feminista”.

Sob o manto do unitarismo dotado de um programa minimalista que permite a cómoda presença de forças como o PSOE, contrárias à plena emancipaçom da mulher trabalhadora e responsável direto pola sua situaçom, o feminismo galego dirigido pola pequena burguesia mesocrática e funcionarial renuncia a definir com precisom a alternativa revolucionária, empregando eufemismos e malabarismos que alimentam o ilusionismo de poder atingir as reivindicaçons no marco do capitalismo e o patriarcado.

Eis polo que Agora Galiza, como organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional, vemo-nos na obrigaçom de denunciar esta deturpaçom da jornada que o feminismo pequeno-burguês tem acunhado.

8 de Março foi proclamado como Dia Internacional da Mulher Trabalhadora em 1910 pola II Conferência Internacional de Muheres Socialistas reunida em Copenhague. A proposta da dirigente marxista Clara Zetkin foi apoiada unanimemente polas mais de cem mulheres que representavam 17 países.

Fôrom pois as mulheres comunistas como Rosa Luxemburgo, Alexandra Kollontai, Nadezhda Krupskaya, Inessa Armand, além da própria Clara Zetkin, quem impulsionárom há mais de um século esta data fundamental no calendário reivindicativo da luita operária e popular contra o capitalismo.

É necessário recordar perante tanta amnésia imposta que foi durante a Revoluçom Bolchevique de 1917 quando por primeira vez na história as mulheres trabalhadoras atingírom plenos direitos e conquistas em todas os ámbitos: igual trabalho igual salário, divórcio, aborto, discriminalizaçom da homossexualidade e do adultério, cuidado e educaçom das crianças, etc.

8 de Março é umha jornada reivindicativa e de luita para exigir a plena igualdade de direitos em todos os espaços. Umha data com eminente conteúdo de classe pois som as mulheres trabalhadoras as que padecem no ámbito laboral, familiar, social a sobre-exploraçom e discriminaçom do capitalismo.

As mulheres trabalhadoras recebem 25% menos de salário que os homens por jornadas laborais idênticas. Som as mulheres trabalhadoras as que padecem com mais virulência a precariedade laboral, o desemprego, a pobreza e a exclusom social. Som as mulheres trabalhadoras as que recebem pensions mais baixas tendo que trabalhar 10 anos mais que um trabalhador para atingir similar reforma. Som as mulheres trabalhadoras as que tenhem sido mais golpeadas pola crise estrutural do capitalismo, polas contínuas reformas laborais promovida polo PSOE e o PP e as suas consequências à hora de relegá-las ao cuidado das crianças, de familiares doentes e pessoas idosas.

O feminicídio e a violência estrutural do terrorismo machista continua a ser umha lacra que longe de diminuir aumenta perante a falta de medidas concretas no ámbito laboral, educativo, cultural, social e político, e que golpeia basicamente as mulheres trabalhadoras.

Os direitos sexuais e reprodutivos como o aborto livre e gratuíto, a infomaçom sexual nos centros educativos, as revisons ginecológicas anuais na rede sanitária pública, o acesso gratuíto da juventude aos métodos anticonceptivos, etc nom se garantem no sistema capitalista.

O mesmo em matéria de erradicaçom da linguagem machista nos ámbitos públicos, nomeadamente nos meios de comunicaçom e no sistema educativo.

Eis polo que nom se pode deslindar luita feminista da luita anticapitalista. Eis polo que devemos denunciar a institucionalizaçom da data, a sua assimilaçom polo sistema capitalista e patriarcal.

Eis polo que temos que construir um movimento feminista galego com umha composiçom e orientaçom claramente socialista e comprometido com a plena liberdade da nossa Pátria, a Galiza.

Corresponde pois às mulheres trabalhadoras resgatar o caráter de classe do 8 de Março, deslocar mediante a açom teórico-prática a hegemonia pequeno-burguesa do movimento feminista galego, tomar as ruas, mobilizar-se, confrontar com o machismo e o patriarcado.

Por um feminismo de classe e galego!

Viva a luita das mulheres trabalhadoras galegas!

Direçom Nacional e Agora Galiza

Na Pátria, 3 de março de 2017