Governo PSOE-Unidas Podemos, mais do mesmo!
O acordo entre PSOE e Unidas Podemos para conformar governo abre um novo capítulo na crise política-institucional do regime postfranquista.
O novo governo presidido por Pedro Sánchez, com presença de cinco ministros das duas expressons orgánicas da socialdemocracia [Podemos e IU/PCE], tem provocado umha dupla reaçom errónea.
Por um lado, amplos setores populares depositam expetativas e umha ingénua confiança no novo governo, acreditando na sua “vontade” transformadora, ou polo menos reformadora, fazendo táboa rasa do passado recente dos governos do PSOE.
No Estado espanhol o eixo ideológico está tam escorado para a extrema-direitra, que boa parte dos meios de [des]informaçom de massas, e as três expresons políticas do fascismo espanhol [PP, Vox e C´s], cinzelam umha falsa caraterizaçom sobre o governo de coaligaçom, definindo-o de frentepopulista ou socialcomunista, debuxando um panorama apocalíptico guerracivilista.
Ambas perceçons som falsas e disparatadas. O governo do tandem Pedro Sánchez-Pablo Iglesias é um governo social-liberal com incrustraçons socialdemocratas, carente de ambiçom transformadora, dotado de um morninho programa neokeynesiano que vai incumprir, obediente aos diktados da Uniom Europeia, e submisso ao patronato e grande Capital.
O acordo assinado 30 de dezembro polos dous máximos dirigentes do PSOE e Unidas-Podemos, está mui afastado dos interesses e das necessidades imediatas do povo trabalhador e empobrecido.
A imensa maioria dos pontos que configuram o conteúdo programático pactuado nas 50 páginas da “Coaligaçom Progressista. Um novo acordo para Espanha”, nom passam de ser inconsistentes declaraçons de intençons vernizadas de “direitos sociais, liberdades e toleráncia”, ao gosto da pequena-burguesia progre e da aristocracia operária.
Porém, a realidade é bem diferente. O novo governo nom vai cumprir praticamente nengumha das principais reivindicaçons que tem movimentado nas ruas de forma maciça o povo trabalhador no último quinquénio. Embora prometa derrogar a reforma laboral, a lei mordaça, a Lomce, nada disso vai fazer.
Nem quer, nem pode fazé-lo sem confrontar diretamente com os poderes fácticos. Nem Pedro Sánchez nem Pablo Iglesias vam colidir com a Banca, a CEOE e a Igreja Católica. Nom passarám de artificiais escaramuças dialéticas que beneficiam a imagem “progressista” do governo e a sesgada e manipulada caraterizaçom que deliberadamente desenha dele a reaçom.
Agora Galiza-Unidade Popular nom deposita a mais mínima expetativa no novo inquilino da Moncloa, e desde o primeiro minuto após a investidura, manifestamos que nom daremos trégua no combate a um governo que só contribuirá para desmovimentar ainda mais a classe operária, que provocará umha profunda frustraçom popular que só beneficiará o avanço do fascismo.
A recente experiência da catastrófica gestom da Syriza na Grécia, atraiçoando integramente o seu programa de governo, é o melhor espelho para entender o que vai acontecer no Estado espanhol com o governo de colaigaçom PSOE-Unidas Podemos.
Nestas poucas semanas de gestom, já estamos assistindo à monumental fraude e engano que nos pretendem impor, tanto por parte da oposiçom fascista, como por parte do conjunto da “esquerdinha” institucional que apoiou a sua investidura.
Nem o miserável incremento de 0,9% das pensons [oscilando entre um aumento de 1,8€ a 23.94€ na jubilaçom mais alta], nem do SMI de 900 a 950€, pactuado de forma fulgurante com o patronato e o sindicalismo amarelo de CCOO e UGT, servirá para paliar a perda de poder aquisitivo e a depauperaçom progressiva de boa parte do povo trabalhador, com destaque para a juventude, pensionistas e mulheres trabalhadoras.
É pura propaganda e apariência, que contrastada com as selvagens políticas neoliberais dos governos de Manriano Rajói, semelham “grandes” avanços, quando nom passam de esmolinhas para satisfazer conformistas e paliar a desesperaçom popular.
Nom podemos deixar-nos enganar polas boas palavras, gestos agradáveis e atitudes “progressistas”. As apariências e talantes dialogantes que conformam a folha de rota comunicacional, ocultarám que as suas maquilhadas políticas macroeconómicas, serám continuidade das implementadas polo PP, do agrado dos representantes do grande capital com a que os falsos ministros postcomunistas afirmam manter um bom feeling pessoal.
O governo social-liberal com incrustraçons socialdemocratas, nom vai reconhecer o direito de autodeterminaçom da Galiza, nem contribuir para reverter o processo de destruiçom planificada das bases materiais da Naçom Galega. O processo de assimilaçom espanholista que padece a nossa pátria continuará mediante sofisticados, sibilinos e menos agressivos métodos, mas continuará com este governo.
Perante este novo cenário, nom som horas de dar cheques em branco, conceder cem dias de graça, nem deixar-se arrastar pola ingenuidade, por ilusons e pola fantasia. Som horas de preparar-se para contribuir para desmascarar a farsa em curso, mediante pedagogia de massas e rigorosas análisies concretas da situaçom concreta, evitarmos que os setores populares se deixem abduzir polo populismo fascista.
Sabemos, porque a experiência dos governos de Zapatero, ou de Tourinho/Quintana assim o confirmam, que nada se pode aguardar dos governos falsamente progressistas, mais alá de palavrório.
A alternância política reforça a ditadura burguesa denominada democracia, e neste caso concreto é altamente funcional para criar as condiçons subjetivas que permitam posteriomente poder implementar as agressons pendentes que exige o Ibex 35 e o Banco Central Européu, imprescindíveis para manter e multiplicar a taxa de ganho da burguesia.
Perante este cenário, a esquerda revolucionária galega manifestamos a nossa radical oposiçom ao governo do PSOE-Unidas Podemos.
Sabemos que a “esquerdinha” domesticada, implicada diretamente, ou apoiante do novo Governo, mais os corrutos aparelhos burocráticos sindicais e a aristrocracia operária, cumprirám o rol de muro de contençom dos legítimos e necessários protestos populares, criminalizando a nossa insubornável posiçom em defesa da classe trabalhadora e do projeto nacional galego.
Nom podemos facilitar que a extrema-direita capitalice a frustraçom e a indignaçom popular que nos vindouros meses gerará este governo. Agora Galiza-Unidade Popular apela para os setores mais avançados da classe operária e do povo trabalhador a configurar um pólo patriótico e classista que combata o fascismo e desenmascare o fraudulento governo do tandem Pedro Sánchez/Pablo Iglesias.
A luita é o único caminho!
Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular
Na Pátria, 30 de janeiro de 2020