Comunicado nº 138: 1º de Maio, Dia do Internacionalismo Proletário. Nom aos novos “Pactos da Moncloa”. SÓ A CLASSE OBREIRA SALVA A CLASSE OBREIRA

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1º de Maio, Dia do Internacionalismo Proletário

Nom aos novos “Pactos da Moncloa”

SÓ A CLASSE OBREIRA SALVA A CLASSE OBREIRA

A efeméride internacional da nossa classe tem lugar numha conjuntura terrivelmente adversa para a maioria do povo trabalhador. A pandemia global do coronavírus está facilitando a implementaçom acelerada dos planos mais abjetos e depredadores da burguesia.

Os gansters da CEOE e o conjunto da oligarquia, querem aproveitar o confinamento ao que está submetido umha parte do proletariado e do povo trabalhador, para realizar despedimentos massivos, fechar empresas, reduzir salários, precarizar as condiçons laborais, para disciplinar ainda mais a nossa classe, endurecendo a exploraçom a que nos vemos submetidos polo Capital.

A pandemia está demonstrando que é só a classe trabalhadora quem produz e portanto quem gera riqueza, que somos nós quem fazemos funcionar o país. A burguesia só se apropria da maisvalia da venda da nossa força de trabalho.

É a classe trabalhadora nos hospitais quem está contribuindo para salvar vidas; é a classe trabalhadora quem sementa e recolhe da terra o que comemos; é a classe trabalhadora quem transporta e distribui os alimentos que consumimos nos supermercados.

Neste estado de shock, a burguesia só quer incrementar ainda mais os obscenos lucros que obtém da exploraçom e dominaçom à que estamos submetidos como classe.

Nestas semanas de confinamento, muitas companheiras e companheiros, constatárom como aos ricos, aos patrons, à burguesia em definitiva, a nossa saúde literalmente nom lhes importa nada. O sistema sanitário público, extenuado polas políticas do PSOE e do PP, de cortes e deterioramento das suas infraestruturas, carente de suficiente pessoal, submetido a baixos salários e contratos precários, estivo à beira do colapso e sem meios para impossibilitar centenares de mortes evitáveis.

Nestas semanas de confinamento constatamos como o lucro prevalece sobre a saúde e a vida da classe obreira. Eis polo que seguindo as diretrizes do Ibex 35, o governo de Pedro Sánchez e Pablo Iglesias obrigou o proletariado daqueles setores nom essenciais, ir trabalhar sem meios de proteçom, arriscando as suas vidas e as das suas famílias.

Mas se somos os únicos que fazemos funcionar as fábricas, os portos, a construçom civil, o comércio, o conjunto do setor serviços, o transporte de mercadorias e de trabalhadores, significa que temos umha enorme potencialidade e capacidade para conquistarmos o poder político que os donos do Capital usurpam sob a forma de “democracia parlamentar”.

EVITEMOS CAIR NOVAMENTE NOS HABITUAIS ENGANOS

Os novos “Pactos da Moncloa” que PSOE/Unidas Podemos oferta às social-democracias soberanistas [ERC, EH-Bildu, BNG], às burguesias do PNB e de JxC, mas também às três forças fascistas [PP, Vox e C´s], só pretendem ganhar tempo para estabilizar o regime postfranquista, salvar a monarquia, injetar oxigênio à falsa “normalidade democrática”, consensuar mecanismos eficaces para anestesiar a imensa capacidade de luita operária. A oligarquia quer que a classe trabalhadora paguemos as devastadoras consequências da crise económica e da crise sanitária.

Levamos décadas comprovando empiricamente como os pactos sociais, a política de concessons, de “negociaçons”, “consensos”, e acordos entre as cúpulas burocráticas do sindicalismo entreguista, o patronato e os governos de turno, só se tem traduzido em mais derrotas, mais retrocessos, mais perdas de direitos, liberdades e condiçons laborais.

Nom podemos voltar a permitir o que lográrom em 1977, nom podemos mansamente deixar que os desalmados Amancios Ortegas, Anas Botins, toda essa canalhada sem escrúpulos, de vampiros e sanguesugas, multipliquem ainda mais as suas indecentes fortunas, a custa do nosso suor, das nossas lágrimas e do nosso sangue.

Com o fascismo sem disfarces de Vox, com o neofalangismo de C´s, e com a extrema direita do PP, nada há que dialogar e ainda menos negociar. Simplesmente deve ser isolado, denunciado, ilegalizado e esmagado! Branqueá-lo com o jogo institucional burguês só contribui para reforçá-lo.

A IMENSA FORÇA DA CLASSE OBREIRA

Sem forças genuinamente operárias na sua composiçom, linha discursiva, açom teórico-prática e orientaçom, a classe trabalhadora galega seguirá esterilizada para fazer frente à ofensiva do Capital, e à ameaça fascista.

Afortunadamente a memória histórica do mundo do Trabalho custódia e ratifica que todas as conquistas e avanços, sem exceçom, fôrom atingidos na luita nas fábricas, nos centros de trabalho e nas ruas. Nengum dos grandes avanços históricos da classe operária e dos povos se atingírom defendendo remendinhos nos parlamentos burgueses.

Só vertebrando iniciativas operárias, classistas, poderemos evitar que a indignaçom, o descontentamento, os protestos, as explosons sociais, sejam capitalizadas pola demagogia fascista.

Só promovendo espaços de unidade e luita classista, estaremos em condiçons de pressionar, de evitar mais retrocessos, de frear a anunciada ofensiva do Capital.

Nos vindouros meses um setor mui importante da classe obreira galega, dos setores intermédios, veram-se irremediavelmente arrastados face a depauperaçom relativa e/ou absoluta. A miséria e a fame voltará a ser umha realidade tangível na Galiza de Feijó.

A crise sanitária do coronavírus constata a urgente necessidade de superar o paradigma do modo de produçom capitalista, de abandonar as políticas de remendinhos, das falsas alternativas do “capitalismo humanista” e outros farrapos de gaita similares, nos que segue instalada a “esquerdinha”.

O Socialismo/Comunismo é a única alternativa frente ao caos ao que nos conduz a acumulaçom ilimitada de lucro burguesa. A revoluçom Socialista é umha necessidade ineludível se nom queremos perecer no colapso ecológico ao que transitamos a curto prazo.

HORAS DE LUITAR

Nom podemos seguir instalados na resignaçom e no conformismo. Nom podemos acreditar ingenuamente nas falsas promessas da casta política assalariada da oligarquia, dos capatazes das multinacionais, a banca e o capitalismo monopolista.

Nom podemos confiar, e muito menos conformar-nos, com as insuficientes e curtoprazistas medidas adotadas polo governo “progre”. Nom passam de migalhas concedidas para amortecer as contradiçons entre Capital-Trabalho para atrasar e evitar o estalido social.

Basta de aplausos teledirigidos, basta de seguidismo alienante, basta de participarmos em domesticadas válvulas de escape para reduzir as enormes tensons e ansiedade perante um futuro incerto, acumuladas em semanas de confinamento. Basta de aplaudir os cans que numhas semanas vam malhar-nos nas ruas quando reclamemos trabalho, pam e liberdades.

Som horas de sacudir o marasmo, som horas de despreender-se do amorfismo, som horas de erguer o punho, som horas de alçar a voz, som horas de reclamar, som horas de de exigir, de organizar luitas e batalhas para conquistarmos o futuro e evitarmos que novamente nos imponham o passado. Nom nos podemos deixar enganar. Só a classe trabalhadora salva a classe trabalhadora!

Após o desconfinamento chegou a hora de luitar de verdade, sem concessons, nem timoratismos. As trabalhadoras e trabalhadores que 10 de novembro passado, sem entusiasmo algum, mas alarmados pola ameaçante besta fascista, favorecérom um governo de coaligaçom alternativo ao PP/Vox/C´s, sabem que o crédito no governo “porgre” já está praticamente amortizado, ja está à beira de finalizar.

O apoio a Pedro Sánchez e Pablo Iglesias deriva do pánico que gera a “alternativa” de psicópatas empoleirados nos aparelhos do Estado postfranquista, dos nostálgicos do pistoleirismo falangista, da possibilidade de padecermos um sincrético governo azul, verde e laranja, com incrustraçons magentas.

Temos que preparar-nos para participar ativamente, sem delegaçons nem tutelagens nas imprescindíveis dinámicas de luita, combate e mobilizaçom, para evitarmos caminhar como ovelhas face o confinamento permanente de direitos e liberdades. Nada nos foi regalado em balde! Os direitos nom fôrom concessons gratuítas do nosso inimigo irreconciliável.

SÓ A CLASSE OBREIRA PODE VENCER

Sem forças operárias na sua composiçom, sem um movimeto popular com linha discursiva, assentado numha açom teórico-prática classista, cumha orientaçom operária, a classe trabalhadora galega seguirá esterilizada para fazer frente à ofensiva do Capital, e à ameaça fascista.

No ano que comemoramos o 150 aniversário do nascimento de Lenine, devemos aplicar as suas ensinanças históricas. Só venceremos se agimos sob as premissas da independência de classe, a direçom operária e um programa genuinamente classista.

Ou bem renunciamos à luita e portanto assumimos submissamente a depauperaçom, ou bem optamos pola rebeliom. Nom existem caminhos intermédios. Agora Galiza-Unidade Popular tem claro qual é a resposta a esta disjuntiva: a luita é o único caminho. Há que desconfinar a rebeldia. A rebeliom nom só é um direito, é umha necessidade.

Agora Galiza-Unidade Popular apela para os setores mais avançados da classe operária e do povo trabalhador galego, a configurar um pólo classista e patriótico, que combata o fascismo e desmascare o fraudulento governo do tandem Pedro Sánchez/Pablo Iglesias.

QUE FAZERMOS NESTE 1ª DE MAIO?

Sob a justificaçom de assegurar a saúde da populaçom, o governo conculca o direito de manifestaçom.


No Dia Internacional da nossa classe nom podemos ficar calados, nem passivos. Temos que denunciar as agressons em curso e as que estám preparando contra os nossos direitos básicos.

Eis polo que Agora Galiza-Unidade Popular, conjuntamente com as organizaçons irmás Herritar Batasuna e Nación Andaluza, solicitamos à classe trabalhadora da Galiza, do País Basco e da Andaluzia, engalanar janelas e varandas com a bandeira vermelha, símbolo internacional do proletariado, e às 12 horas do 1º de Maio, fazer soar a Internacional.

Viva a classe obreira galega!

Viva o proletariado mundial!

Independência e Pátria Socialista!

Na Pátria, 26 de abril de 2020

[174 aniversário da Revoluçom Galega de 1846]