1º de Maio, Dia do Internacionalismo Proletário
Nom aos novos “Pactos da Moncloa”
SÓ A CLASSE OBREIRA SALVA A CLASSE OBREIRA
A efeméride internacional da nossa classe tem lugar numha conjuntura terrivelmente adversa para a maioria do povo trabalhador. A pandemia global do coronavírus está facilitando a implementaçom acelerada dos planos mais abjetos e depredadores da burguesia.
Os gansters da CEOE e o conjunto da oligarquia, querem aproveitar o confinamento ao que está submetido umha parte do proletariado e do povo trabalhador, para realizar despedimentos massivos, fechar empresas, reduzir salários, precarizar as condiçons laborais, para disciplinar ainda mais a nossa classe, endurecendo a exploraçom a que nos vemos submetidos polo Capital.
A pandemia está demonstrando que é só a classe trabalhadora quem produz e portanto quem gera riqueza, que somos nós quem fazemos funcionar o país. A burguesia só se apropria da maisvalia da venda da nossa força de trabalho.
É a classe trabalhadora nos hospitais quem está contribuindo para salvar vidas; é a classe trabalhadora quem sementa e recolhe da terra o que comemos; é a classe trabalhadora quem transporta e distribui os alimentos que consumimos nos supermercados.
Neste estado de shock, a burguesia só quer incrementar ainda mais os obscenos lucros que obtém da exploraçom e dominaçom à que estamos submetidos como classe.
Nestas semanas de confinamento, muitas companheiras e companheiros, constatárom como aos ricos, aos patrons, à burguesia em definitiva, a nossa saúde literalmente nom lhes importa nada. O sistema sanitário público, extenuado polas políticas do PSOE e do PP, de cortes e deterioramento das suas infraestruturas, carente de suficiente pessoal, submetido a baixos salários e contratos precários, estivo à beira do colapso e sem meios para impossibilitar centenares de mortes evitáveis.
Nestas semanas de confinamento constatamos como o lucro prevalece sobre a saúde e a vida da classe obreira. Eis polo que seguindo as diretrizes do Ibex 35, o governo de Pedro Sánchez e Pablo Iglesias obrigou o proletariado daqueles setores nom essenciais, ir trabalhar sem meios de proteçom, arriscando as suas vidas e as das suas famílias.
Mas se somos os únicos que fazemos funcionar as fábricas, os portos, a construçom civil, o comércio, o conjunto do setor serviços, o transporte de mercadorias e de trabalhadores, significa que temos umha enorme potencialidade e capacidade para conquistarmos o poder político que os donos do Capital usurpam sob a forma de “democracia parlamentar”.
EVITEMOS CAIR NOVAMENTE NOS HABITUAIS ENGANOS
Os novos “Pactos da Moncloa” que PSOE/Unidas Podemos oferta às social-democracias soberanistas [ERC, EH-Bildu, BNG], às burguesias do PNB e de JxC, mas também às três forças fascistas [PP, Vox e C´s], só pretendem ganhar tempo para estabilizar o regime postfranquista, salvar a monarquia, injetar oxigênio à falsa “normalidade democrática”, consensuar mecanismos eficaces para anestesiar a imensa capacidade de luita operária. A oligarquia quer que a classe trabalhadora paguemos as devastadoras consequências da crise económica e da crise sanitária.
Levamos décadas comprovando empiricamente como os pactos sociais, a política de concessons, de “negociaçons”, “consensos”, e acordos entre as cúpulas burocráticas do sindicalismo entreguista, o patronato e os governos de turno, só se tem traduzido em mais derrotas, mais retrocessos, mais perdas de direitos, liberdades e condiçons laborais.
Nom podemos voltar a permitir o que lográrom em 1977, nom podemos mansamente deixar que os desalmados Amancios Ortegas, Anas Botins, toda essa canalhada sem escrúpulos, de vampiros e sanguesugas, multipliquem ainda mais as suas indecentes fortunas, a custa do nosso suor, das nossas lágrimas e do nosso sangue.
Com o fascismo sem disfarces de Vox, com o neofalangismo de C´s, e com a extrema direita do PP, nada há que dialogar e ainda menos negociar. Simplesmente deve ser isolado, denunciado, ilegalizado e esmagado! Branqueá-lo com o jogo institucional burguês só contribui para reforçá-lo.
A IMENSA FORÇA DA CLASSE OBREIRA
Sem forças genuinamente operárias na sua composiçom, linha discursiva, açom teórico-prática e orientaçom, a classe trabalhadora galega seguirá esterilizada para fazer frente à ofensiva do Capital, e à ameaça fascista.
Afortunadamente a memória histórica do mundo do Trabalho custódia e ratifica que todas as conquistas e avanços, sem exceçom, fôrom atingidos na luita nas fábricas, nos centros de trabalho e nas ruas. Nengum dos grandes avanços históricos da classe operária e dos povos se atingírom defendendo remendinhos nos parlamentos burgueses.
Só vertebrando iniciativas operárias, classistas, poderemos evitar que a indignaçom, o descontentamento, os protestos, as explosons sociais, sejam capitalizadas pola demagogia fascista.
Só promovendo espaços de unidade e luita classista, estaremos em condiçons de pressionar, de evitar mais retrocessos, de frear a anunciada ofensiva do Capital.
Nos vindouros meses um setor mui importante da classe obreira galega, dos setores intermédios, veram-se irremediavelmente arrastados face a depauperaçom relativa e/ou absoluta. A miséria e a fame voltará a ser umha realidade tangível na Galiza de Feijó.
A crise sanitária do coronavírus constata a urgente necessidade de superar o paradigma do modo de produçom capitalista, de abandonar as políticas de remendinhos, das falsas alternativas do “capitalismo humanista” e outros farrapos de gaita similares, nos que segue instalada a “esquerdinha”.
O Socialismo/Comunismo é a única alternativa frente ao caos ao que nos conduz a acumulaçom ilimitada de lucro burguesa. A revoluçom Socialista é umha necessidade ineludível se nom queremos perecer no colapso ecológico ao que transitamos a curto prazo.
HORAS DE LUITAR
Nom podemos seguir instalados na resignaçom e no conformismo. Nom podemos acreditar ingenuamente nas falsas promessas da casta política assalariada da oligarquia, dos capatazes das multinacionais, a banca e o capitalismo monopolista.
Nom podemos confiar, e muito menos conformar-nos, com as insuficientes e curtoprazistas medidas adotadas polo governo “progre”. Nom passam de migalhas concedidas para amortecer as contradiçons entre Capital-Trabalho para atrasar e evitar o estalido social.
Basta de aplausos teledirigidos, basta de seguidismo alienante, basta de participarmos em domesticadas válvulas de escape para reduzir as enormes tensons e ansiedade perante um futuro incerto, acumuladas em semanas de confinamento. Basta de aplaudir os cans que numhas semanas vam malhar-nos nas ruas quando reclamemos trabalho, pam e liberdades.
Som horas de sacudir o marasmo, som horas de despreender-se do amorfismo, som horas de erguer o punho, som horas de alçar a voz, som horas de reclamar, som horas de de exigir, de organizar luitas e batalhas para conquistarmos o futuro e evitarmos que novamente nos imponham o passado. Nom nos podemos deixar enganar. Só a classe trabalhadora salva a classe trabalhadora!
Após o desconfinamento chegou a hora de luitar de verdade, sem concessons, nem timoratismos. As trabalhadoras e trabalhadores que 10 de novembro passado, sem entusiasmo algum, mas alarmados pola ameaçante besta fascista, favorecérom um governo de coaligaçom alternativo ao PP/Vox/C´s, sabem que o crédito no governo “porgre” já está praticamente amortizado, ja está à beira de finalizar.
O apoio a Pedro Sánchez e Pablo Iglesias deriva do pánico que gera a “alternativa” de psicópatas empoleirados nos aparelhos do Estado postfranquista, dos nostálgicos do pistoleirismo falangista, da possibilidade de padecermos um sincrético governo azul, verde e laranja, com incrustraçons magentas.
Temos que preparar-nos para participar ativamente, sem delegaçons nem tutelagens nas imprescindíveis dinámicas de luita, combate e mobilizaçom, para evitarmos caminhar como ovelhas face o confinamento permanente de direitos e liberdades. Nada nos foi regalado em balde! Os direitos nom fôrom concessons gratuítas do nosso inimigo irreconciliável.
SÓ A CLASSE OBREIRA PODE VENCER
Sem forças operárias na sua composiçom, sem um movimeto popular com linha discursiva, assentado numha açom teórico-prática classista, cumha orientaçom operária, a classe trabalhadora galega seguirá esterilizada para fazer frente à ofensiva do Capital, e à ameaça fascista.
No ano que comemoramos o 150 aniversário do nascimento de Lenine, devemos aplicar as suas ensinanças históricas. Só venceremos se agimos sob as premissas da independência de classe, a direçom operária e um programa genuinamente classista.
Ou bem renunciamos à luita e portanto assumimos submissamente a depauperaçom, ou bem optamos pola rebeliom. Nom existem caminhos intermédios. Agora Galiza-Unidade Popular tem claro qual é a resposta a esta disjuntiva: a luita é o único caminho. Há que desconfinar a rebeldia. A rebeliom nom só é um direito, é umha necessidade.
Agora Galiza-Unidade Popular apela para os setores mais avançados da classe operária e do povo trabalhador galego, a configurar um pólo classista e patriótico, que combata o fascismo e desmascare o fraudulento governo do tandem Pedro Sánchez/Pablo Iglesias.
QUE FAZERMOS NESTE 1ª DE MAIO?
Sob a justificaçom de assegurar a saúde da populaçom, o governo conculca o direito de manifestaçom.
No Dia Internacional da nossa classe nom podemos ficar calados, nem passivos. Temos que denunciar as agressons em curso e as que estám preparando contra os nossos direitos básicos.
Eis polo que Agora Galiza-Unidade Popular, conjuntamente com as organizaçons irmás Herritar Batasuna e Nación Andaluza, solicitamos à classe trabalhadora da Galiza, do País Basco e da Andaluzia, engalanar janelas e varandas com a bandeira vermelha, símbolo internacional do proletariado, e às 12 horas do 1º de Maio, fazer soar a Internacional.
Viva a classe obreira galega!
Viva o proletariado mundial!
Independência e Pátria Socialista!
Na Pátria, 26 de abril de 2020
[174 aniversário da Revoluçom Galega de 1846]