Comunicado nº 28. Nada mais inútil que alimentar o “voto útil”

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26 de junho.

Nada esperamos!

Som quatro as candidaturas que tenhem praticamente assegurado eleger representantes nas “circunscriçons eleitorais galegas”, mais umha que aspira a recuperar a representaçom perdida.

A medida que se desenvolve a campanha eleitoral, as forças denominadas de “esquerda”, apelam ao “voto útil”, incidindo na necessidade de concentrar o apoio na sua candidatura para assegurar a derrota do PP. O mal denominado “voto útil” sempre recorre ao factor subjetivo do “medo à direita”, para ativar aqueles setores populares mais conscientes [ativistas sociais, militantes de forças da esquerda radical que nom concorrem no processo eleitoral, povo politizado] que podem optar no último momento por votar candidaturas contrárias à prática política e social que desevolvem e/ou afastadas das suas coordenadas ideológicas.

Agora Galiza nom só apela a nom participar 26 de junho, consideramos necessário que a esquerda política e social galega que nom acreditamos nas falsas promessas, nas mornas e descafeinadas alternativas das candidaturas situadas aparentemente no campo progressista -tanto as de ámbito galego como as de ámbito espanhol-, opte por nom secundar o “voto útil”, por exercer a abstençom ativa.

Obviamente o PP representa a continuidade do franquismo, é a força política vinculada à fraçom mais reacionária da oligarquia espanhola, aos interesses diretos do Ibex 35, submetida à troika e os compromissos imperialistas representados pola UE e a NATO.

É o partido responsável por desenvolver a política de austeridade e os pacotes neoliberais impostos por Bruxelas e Berlim, que tem provocado o empobrecimento e a progressiva perda de conquistas sociais e direitos laborais. O principal agente na destruiçom planificada das bases materiais da naçom galega.

O PP é umha organizaçom criminal que a estas alturas deveria estar ilegalizada e a sua direçom gansteril em prisom, cumprindo condenada por corrupçom, roubo e por implementar políticas que nos empobrecem e condenam a um futuro de miséria e escravagismo.

Porém, o PSOE é diretamente a outra cara da moeda do PP. Corresponsável direto dos acordos da Transiçom que perpetuárom a exploraçom do povo trabalhador pola burguesia enriquecida no saqueio e roubo amparado pola ditadura franquista. O partido que pactuou a restauraçom da corrupta monarquia bourbónica e a negaçom do direito a autodeterminaçom das naçons oprimidas, que aplicou constantes políticas tendentes para aprofundar na marginalizaçom e atraso da Galiza.

O partido da brutal reconversom industrial e liquidaçom do mundo rural implementada na década de oitenta e noventa do século passado. O partido que incorporou a Galiza na UE e na NATO. O partido das reformas laborais, da guerra imperialista contra o Iraque, a Jugoslávia, e o Afeganistám. O partido que promoveu os esquadrons da morte dos GAL e permitiu que por primeira vez um nazi participasse num desfile militar após a segunda guerra mundial.

O PSOE é um partido de direita. Nom nos enganemos com a cínica retórica “pogre” de Pedro Sánchez, e pensemos que quem realmente manda é a máfia de Susana Díaz e o lobby das multinacionais representado por Felipe González, o amigo das ditaduras.

C´s é a marca branca do PP. É o partido promovido pola banca para canalizar eleitoralmente aquela massa votante do PP crítica com a corrupçom geralizada que envolve o partido de Mariano Rajói, evitando assim que opte pola abstençom. É o partido bisagra para facilitar a continuidade do governo PP.

Albert Rivera, um artificial líder de mercadotécnica promovido polos meios de [des]informaçom da burguesia, representa a cara “amável” do neofascismo.

Nom condenou o levantamento de 1936, defende abertamente o despedimento livre e a liberalizaçom total das relaçons laborais tal como solicita a CEOE. É um peom da burguesia parasita, o “neno bonito de refinados modais”, tam do agrado das camadas intermédias atemorizadas polos efeitos da crise e em plena evoluiçom reacionária.

C´s é o mais parecido ao novo falangismo. Com um discurso aparentemente “imparcial e asséptico” de defesa dos valores gerais da “cidadania”, representa o anticomunismo primário, o discurso sem complexos do imperialismo espanhol e das corporaçons ultraliberias que o financiam.

Inimigo declarado da causa nacional galega, da nossa língua e cultura, é a semente do fascismo que aí vem e que a pseudoesquerda eleitoral faz de conta que nom vê.

Nom cansaremos de denunciar que Podemos é umha imensa fraude que promete aplicar “mudanças” no regime espanhol sobre duas falácias: sem golpear os alicerces económicos e a unidade do mercado chamada Espanha, e sem mobilizaçom e luita organizada da classe trabalhadora. Um ilusom inviável de implementar!

O seu tam simples como falso discurso triunfalista tem sido favorecido por um importante setor da ditadura mediática da burguesia espanhola, consciente da necessidade de frear a tendência à radicalizaçom da luita de massas que se estava produzindo antes da sua fundaçom em janeiro de 2014.

Podemos é umha versom modernizada da nova socialdemocracia, umha mistura entre um PSOE 2.0, nacional-populismo e postmodernismo.

A sua fulgurante “moderaçom”, substituindo o discurso rupturista polo do “cámbio”, exprime a ausência absoluta de vontade de aplicar reformas estruturais no regime.

É umha força criada para impossibilitar umha revolta social e para modernizar e naturalizar o chauvinismo espanhol.

A juventude dos seus principais líderes e umha hábil linha discursiva tem abduzido amplos setores juvenis e populares com um discurso transversal calculadamente enganoso.

Por muito que no nosso país conforme umha coaligaçom com forças de ámbito nacional galego, Podemos é um agente claramente espanholizador e inimigo da luita de libertaçom nacional e social.

A saída da UE e da NATO, umha República Galega independente e soberana, som parámetros essenciais para sentar as bases da construçom de umha nova sociedade. Três medidas rupturistas que nom contam com o aval de Podemos.

O atual BNG representa o nacionalismo galego interclassista e acomplexado de sempre. Esterilizado para encabeçar a conformaçom de um bloco operário, popular, patriótico e feminista após tantas décadas de gestom institucional e de alianças com o PSOE.

Incapaz de compreender as mudanças morfológicas inoculadas polas políticas assimilacionistas da UE e de Espanha na sociedade galega, continua pretendendo representar umha Galiza que ou bem já nom existe ou simplesmente é testemunhal. A defesa dos setores produtivos do campo e do mar -drasticamente mermados polas políticas económicas de Espanha e da UE-, prevale sobre a defesa da classe operária e do povo empobrecido.

O timoratismo genético frente à reivindicaçom independentista é a mais destacada expressom do seu oportunismo de duplo raseiro.

Boa parte do seu mais coerente discurso nom se corresponde com a sua prática. O respeito supersticioso pola legalidade vigorante e a sua composiçom de classe impossibilita-o para vertebrar o imprescindível pólo patriótico, anticapitalista e feminista que o povo trablhador necessita. Cada vez que semelha avançar na direçom correta imediatamente volta ao ponto inicial.

O BNG nom passa de ser umha força socialdemocrata galega que continua nutrindo o ilusionismo eleitoral como ferramenta prioritária para conquistar maiores quotas de “autogoverno” para a Galiza.

Obsessionado com o objetivo de ter “voz própria” nas Cortes espanholas alimenta erróneas unidades nacional-populares visando representar Galiza em instituiçosn alheias.

Porque nom devemos participar no processo eleitoral de 26J?

Perante este panorama careterizado pola ausência de umha alternativa eleitoral anticapitalista galega, que conceba a intervençom nas instituiçons burguesas como umha tarefa meramente instrumental, para questionando o seu caráter antidemocrático exercer de caixa de resonáncia das luitas populares e das reivindicaçons operárias, nom há mais opçom que a abstençom consciente.

Agora Galiza como organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional nom pode apelar a votar em candidaturas pequeno burguesas que só alimentam o ilusionismo eleitoral bloqueando a imprescindível recomposiçom da esquerda revolucionária.

Na atual conjuntura tam desfavorável da luita de classes e de libertaçom nacional as principais tarefas som deslindar e confrontar com os diversos oportunismos para assim gerar as condiçons subjetivas que permitam acumular e organizar as forças da Revoluçom Galega.

Passa o que passar 26J nom se vam produzir as mudanças que solicita umha boa parte do povo trabalhador.

A opçom de um governo alternativo ao PP é um engano. O PSOE está comprometido até a médula com os interesses do grande capital e após 26 de junho o mais provável e que vai facilitar um governo do PP com C´s, ou optar pola fórmula da grande coaligaçom mais do gosto da troika.

E um governo entre PSOE e Podemos manterá umha política económica similar à atual, aplicando os diktames de Bruxelas e Berlim, perpetuando a marginalizaçom e atraso da Galiza, tal como na Grécia leva demonstrando a claudicante Siryza.

Os direitos e as conquistas só se logram com a luita nos locais de trabalho, nos centros de ensino, e na rua, sob umha linha classista e patriótica galega, orientadas numha estratégia revolucionária dirigida e ao serviço do povo trabalhador.

Na Pátria, 15 de junho de 2016

Direçom Nacional de Agora Galiza