Comunicado nº 30. Independência e Pátria Socialista 27 de junho, 85 aniversário da República Galega

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Independência e Pátria Socialista

27 de junho, 85 aniversário da República Galega

Em 27 de junho de 1931 umha greve geral revolucionária promovida polo proletariado galego, no quadro da indignaçom popular que percorria o país, perante a paralisaçom das obras do caminho de ferro Corunha-Compostela-Ourense-Samora, proclama a 1ª República Galega.

Embora nos dias prévios em diferentes pontos do território nacional,como a Póvoa de Seabra e Ourense, diversas iniciativas populares já tinham proclamado a República Galega, foi em Compostela na tarde do 27 de junho de 1931 quando umha multidom -que tinha realizado um grande comício na Alameda e paralisado a atividade laboral da cidade-, ocupou a praça do Obradoiro e as instalaçons municipais do paço de Rajói para nomear Alonso Rios como presidente da Junta Revolucionária da República Galega.

Embora esta proclamaçom foi efémera pola hábil decisom do governo republicano espanhol de reinicar as obras do ferrocarril desativando assim o desenvolvimento do movimento insurrecional, a sua releváncia histórica é indiscutível.

A data de 27 de junho estivo durante décadas esquecida, adormecida nos manchetes dos jornais e na memória daquelas/es compatriotas que vibrárom com os discursos incendiários de Carnero Valenzuela, Eduardo Ponte e Alonso Rios no Obradoiro, e só esta ainda timidamente recuperada polo movimento de libertaçom nacional galego.

Mas este facto trascende ser umha simples declaraçom simbólica, é o cerne da luita e classes na Galiza. Pois nom só é impossível construir umha sociedade socialista sem conquistarmos a independência nacional da Galiza. Sem recuperarmos a soberania conculcada por Espanha e a UE nom há a mais mínima possibilidade de implementar um programa de reformas visadas a melhorar as condiçons de vida e os direitos sociais e as liberdades do conjunto do povo trabalhador.

Nom há mudança social sem Pátria soberana, sem proclamarmos a 2ª República Galega.

Debate e reivindicaçom deliberadamente ausente da campanha eleitoral

Nesta campanha eleitoral todas as candidaturas sistémicas prometem e enganam sobre as possibilidades de solucionar os nossos problemas sem rutura democrática e conquista da liberdade nacional.

PP, PSOE e C´s representam a defesa e a perpetuaçom da opressom nacional da Galiza, som os principais agentes destrutores deste País, negadores dos nossos direitos como povo. Eis razom polo qual som partidos políticos inimigos da Galiza e do seu povo trabalhador.

Mas também Podemos e IU -mais alá do enganoso formalismo retórico que empreguem-, som ferramentas políticas defensoras do status quo, partidos jacobinistas espanhóis, agentes divulgadores do pior chauvinismo sob aparente manto progressista, e corresponsáveis de nom querer alterar o atraso da Galiza e a sobre-exploraçom que padece a classe operária galega na divisom internacional do trabalho a que nos condena o imperialismo espanhol.

O BNG é incapaz de manter umha coerente linha política patriótica. Segue instalado na acomplexada e timorata defesa do direito de autodeterminaçom, de um nacionalismo estreito e filohispanista que renúncia à conquista do Estado Galego, e portanto segue estando esterilizado para articular forças populares visadas em dirigir o processo de libertaçom nacional. Nom se trata de “voz própria” nem grupo parlamentar galego em Madrid para condicionar o seu governo, e sim de conquistar umhas instituiçons galegas plenamente soberanas.

Anova nom pasa de agir como um ator secundário e cada vez mais irrelevante na campanha chauvinista de Podemos onde a Galiza simplesmente nom existe. Facilitando o desembarco dos charlatáns de Madrid que só reproduzem idêntico discurso ao de Múrcia ou Torrelodones. Esta campanha está constatando o erro estratégico do beirismo ao ter facilitado a recomposiçom eleitoral da moribunda socialdemocrata IU, e entrega do património e prestígio popular da sua trajetória a Podemos mediante umha mutaçom e renuncia aos princípios medulares da auto-organizaçom que identificam umha política patriótica e de esquerda.

Eis polo que Agora Galiza apela à abstençom vindouro 26J. Nom tem sentido votar porque nom existe nengumha candidatura com um programa genuinamente patriótico, socialista e feminista, porque nengumha candidatura defende que só umha República Galega de caráter socialista pode abrir o caminho a umha nova Galiza com justiça social, liberdades e plenos direitos.

 

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 22 de junho de 2016