Comunicado nº 130: 8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. Só o Socialismo garante a verdadeira emancipaçom das trabalhadoras

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8 de Março, Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

Só o Socialismo garante a verdadeira emancipaçom das trabalhadoras

A específica marginalizaçom, opressom e dominaçom que padecem as mulheres trabalhadoras no capitalismo deve ser denunciada e combatida.

Só mediante a mobilizaçom, só empregando todo tipo de mecanismos e métodos de luita, se pode lograr avançar na conquista dos direitos que formalmente estám contemplados na legislaçom, mas que na realidade nom passam de umha quimera na vida diária da imensa maioria das mulheres trabalhadoras que vendem a sua força de Trabalho.

Porém, nom passa de umha falsa ilusom gerada polo feminismo pequeno-burguês e liberal-“progressista”, acreditar na viabilidade de construirmos umha sociedade igualitária de mulheres e homens na sociedade capitalista. Nada mais falso que acreditar que isto poda ser possível sob um sistema caraterizado pola acumulaçom individual de riqueza mediante a exploraçom da força de trabalho social.

O atual discurso hegemónico, e portanto a orientaçom do movimento feminista galego, só alimenta o amorfismo, marasmo e fragmentaçom do movimento popular.

Um discurso deliberadamente orientado a nom deslindar a luita das mulheres trabalhadoras, das que padecem nas suas carnes a exploraçom do Capìtal, as taxas mais elevadas de desemprego, de precariedade laboral, as que recebem um salário mui inferior realizando idêntico trabalho que os homens, das que devem realizar umha dupla ou tripla jornada laboral assumindo as tarefas do cuidado e manutençom das suas famílias, que nom podem exercer os seus direitos sexuais e reprodutivos, as liberdades, combater com eficácia a violência machista, daquelas mulheres da aristocracia operária e da pequena burguesia funcionarial.

Porque o género nom define a luita pola emancipaçom e a exploraçom capitalista. Porque as mulheres em abstrato nom som um sujeito potencialmente revolucionário. É a classe e portanto as mulheres trabalhadoras, o eixo e sujeito articulador do movimento pola plena emancipaçom das mulheres que vendem a sua força de Trabalho.

Nom existe um nexo em comum entre os interesses objetivos de umha proletária do têxtil ou da conserva, com Marta Ortega, Ana Botín ou a “rainha” Letizia. Sim existem entre o proletariado feminino do setor da limpeza, do transporte ou da hotalaria com o proletariado masculino. É a classe e nom o género o núcleo vertebrador da luita contra a aliança simbiótica entre patriarcado e Capital.

Corresponde sem lugar a dúvidas às mulheres trabalhadoras dirgir o combate às contradiçons, ao machismo e ao patriarcado instalado no seio do conjunto da classe operária e do povo trabalhador e empobrecido, e nas suas organizaçons políticas e sociais.

Mas só umha sociedade superadora do capitalismo, umha sociedade Socialista, pode sentar as bases para erradicar o patriarcado das relaçons sociais, das mentalidades e das inércias de milhares de anos.

Mas o feminismo pequeno-burguês e liberal-“progressista”, que reproduz acriticamente o discurso postmoderno tam do gosto do Capital, que convoca inofensivas “greves gerais” apoiadas polas mulheres da burguesia e da oligarquia, que só distrai as mulheres trabalhadoras da contradiçom principal, está colaborando consciente ou inconscientemente com a desmobilizaçom, divisom e amorfismo no que está instalado o movimento operário.

8 de Março é o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, nom é o dia das mulheres, nem da mulher.

As origens do 8 de Março nom emanam das “sufragistas” burguesas, nem os seus objetivos se podem reduzir ao que brilhantemente descreveu Alexandra Kollontai. “Qual é o objetivo das feministas burguesas? Conseguir as mesmas vantagens, o mesmo poder, os mesmos direitos na sociedade capitalista que possuem agora os seus maridos, pais e irmaos.

Qual é o objetivo das operárias socialistas? Abolir todo tipo de privilêgios que derivem do nascimiento ou da riqueza. À mulher obreira é-lhe indiferente se o seu patrom é homem ou mulher”.

As origens do 8 de Março derivam da luita das mulheres bolcheviques. A data foi adotado em 1910 em Copenhaga, na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas. Está insdisoluvelmente ligada a Clara Zetkin, a Rosa Luxembrugo, a Alexandra Kollontai, a Nadezhda Krupskaya, a Inessa Armand, todas elas pioneiras no impulso desta data fundamental no calendário reivindicativo contra o capitalismo.

8 de Março é umha jornada reivindicativa e de luita onde nom se pode deslindar luita feminista da luita anticapitalista.

O feminismo hegemónico, tanto o liberal-“progressista” como o pequeno-burguês, nom questiona os alicerces da dominaçom burguesa, está esterilizado para encabeçar e dirigir umha mudança genuinamente revolucionária visada para superar a exploraçom, opressom e dominaçom que padece o conjunto do povo trabalhador galego.

Eis polo que boa parte do seu programa é assumido por as forças políticas sistémicas, tanto as social-liberais como as socialdemocratas, pois nom tem como objetivo dar xaque mate ao capitalismo.

Eis polo que o seu discurso é divulgado por umha parte dos meios de [des]informaçom sistémicos, perfeitamente conhecedores da sua funcionalidade para amortecer a contradiçom antagónica entre Capital-Trabalho.

Frente a este feminismo, as mulheres trabalhadoras que somos exploradas polas mulheres da burguesia, nas suas fábricas, nos seus centros de trabalho, nas tarefas domésticas das suas casas, temos que hastear a bandeira do feminismo de classe, do feminismo socialista galego.

Enquanto facilite a presença no movimento de forças reacionárias como o PSOE; enquanto se centre em tecer um artificial e disfuncional “unitarismo” oco; enquanto se continue a alimentar a ilusom de poder atingir as reivindicaçons no marco do capitalismo, o patriarcado e a dependência nacional, o movimento feminista nom logrará organizar e movimentar as mulheres trabalhadoras, incrementar a sua consciência.

Do contrário nunca lograremos acumular forças rebeldes visadas para organizar a Revoluçom Galega, única alternativa viável para sentar as bases do enterro do patriarcado e da sua aliança simbiótica com o capitalismo.

 Por um feminismo de classe e galego!

Viva a luita das mulheres trabalhadoras galegas!

 Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

 Na Pátria, 2 de março de 2020