Comunicado nº 131: 10 de Março, Dia da Classe Obreira Galega. Luita e mobilizaçom contra o fraudulento governo “progressista” e a ameaça fascista

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10 de Março, Dia da Classe Obreira Galega

Luita e mobilizaçom contra o fraudulento governo “progressista” e a ameaça fascista

Um setor considerável da nossa classe optou, 10 de novembro passado, por exercer o voto para retirar os inquilinos da Moncloa. Porém, boa parte das trabalhadoras e trabalhadores que favorecérom um governo de coaligaçom alternativo ao PP, figérom-no sem entusiasmo.

A lógica do “mal menor”, que define o comportamento eleitoral do proletariado galego, e do conjunto do povo trabalhador e empobrecido da Galiza, é consequência da dramática ausência

de umha força política classista com influência de massas, do estado de amorfismo, marasmo, resignaçom e desmobilizaçom que carateriza a classe obreira galega. Da carência de perspetivas e de dinámicas de luita, combate e mobilizaçom.

Ainda segue presente a errónea decisom de desconvocar a última hora, por puro taticismo elitoralista, a greve geral de 19 de junho de 2018, dando crédito, um cheque em branco, ao governo de Pedro Sánchez. Dous anos depois nom se materializárom nengumha das promessas do PSOE de revogar a reforma laboral, a lei mordaça e a LOMCE.

A esquerdinha segue instalada no eleitoralismo, hipotecada polo cretinismo parlamentar, obssesionada por gerir as migalhas institucionais que o sistema pemite, alimentando irresponsavelmente a falsa “normalidade democrática”, o interclassismo e cidadanismo que facilita a ofensiva burguesa contra nós, o povo trabalhador galego.

Sem forças genuinamente operárias na sua composiçom, linha discursiva, açom teórico-prática e orientaçom, a classe trabalhadora galega seguirá esterilizada para fazer frente à ofensiva do Capital, e à ameaça fascista.

Afortunadamente a memória histórica do mundo do Trabalho custódia e ratifica que todas as conquistas e avanços, sem exceçom, fôrom atingidos na luita nas fábricas, nos centros de trabalho e nas ruas. Som resultado do suor, das lágrimas e do sangue operário. Nada nos foi regalado em balde! Nom fôrom concessons gratuítas do nosso inimigo irreconciliável.

Nengum do grandes avanços históricos da classe operária e dos povos se atingírom defendendo remendinhos nos seus parlamentos. A institucionalizaçom dos direitos que agora estám sendo progressivamente desmantelados, foi consequência da nossa pressom, resultado da nossa mobilizaçom e firme vontade de construir um mundo novo sem exploraçom nem opressom.

Agora Galiza-Unidade Popular, perante o grau de desmobilizaçom da nossa classe, da situaçom de debilidade organizativa da esquerda revolucionária galega, nom considera tarefa prioritária participar nos processos eleitorais. 10 de novembro de 2019 optamos coerentemente pola abstençom.

A açom política do atual governo espanhol PSOE-Unidas Podemos, constata que mais alá de gestos e formas, é simplesmente mais do mesmo! É um governo social-liberal com incustraçons socialdemocartas, carente de ambiçom transformadora, dotado de um morninho programa neokeynesiano que já está incumprindo. Um governo obediente aos diktados da UE e submisso ao patronato, Ibex 35 e grande Capital.

Eis polo que 5 de abril, nem apoiamos nem participamos em nengumha das candidaturas que se apresentam.

É indiscutível a existência de umha aspiraçom socialmente compartilhada por um setor mui amplo do povo trabalhador da urgência de sacar o PP do governo da Junta da Galiza.

Embora descartamos apelar publicamente à abstençom, estamos conscientes que no caso de Feijó perder a maioria absoluta, o governo alternativo que se poda configurar nom aplicará políticas estruturalmente diferentes às do PP. Será um governo similar ao de PSOE e Unidas Podemos.

Nom podemos pois alimentar o ilusionismo eleitoral, nem falsas expetativas. As mudanças e profundas transformaçons que a classe trabalhadora galega demanda e a Galiza necessita, será resultado de um processo revolucionário, e nom derivará de aritméticas parlamentares do sistema eleitoral burguês. Nom é possível implementar políticas ao serviço do povo trabalhador sem tombar o regime postfranquista.

As tendências em curso de involuiçom política, de eclossom do fascismo sem complexos, só poderám ser freadas e derrotadas na rua.

Com o fascismo sem disfarces de Vox, com o neofalangismo de C´s, e com o viragem de extrema direita do PP, nem se se dialoga nem se negoceia. Simplesmente deve ser isolado, denunciado, ilegalizado e esmagado! Branqueá-lo com o jogo institucional burguès só contribui para reforçá-lo.

Neste 10 de Março nom só lembramos e honramos a luita operária de Ferrol de 1972, Daniel Niebla e Amador Rei, assassinados pola polícia por reivindicar direitos para o proletariado galego.

 

Neste Dia da Classe Obreira Galega também reivindicamos a figura e a vigência da causa de José Castro Veiga “Piloto”, um dos últimos combatentes da resistência político-militar ao fascismo, vilmente abatido a traiçom pola Guarda Civil a carom do regato das Andorinhas, em Chantada em 1965.

 

Neste novo 10 de Março cumpre recuperar o rol dirigente do proletariado galego no combate antifascista, na articulaçom do movimento popular que na década de setenta se desenvolvia sob um programa ruturista em prol dos direitos sociais e plenas liberdades sociais e nacionais.

   

Ou bem renunciamos à luita e portanto assumimos submissamente a depauperaçom, ou bem optamos pola rebeliom. Nom existem caminhos intermédios. Agora Galiza-Unidade Popular tem claro qual é a resposta a esta disjuntiva: a luita é o único caminho.

Agora Galiza-Unidade Popular apela para os setores mais avançados da classe operária e do povo trabalhador galego, a configurar um pólo classista e patriótico, que combata o fascismo e desmascare o fraudulento governo do tandem Pedro Sánchez/Pablo Iglesias.

Piloto, Amador, Daniel, a luita continua!

Viva a classe obreira galega!

Independência e Pátria Socialista!

Na Pátria, 7 de março de 2020