Comunicado nº 132: MEDIDAS ANUNCIADAS POLO GOVERNO ESPANHOL NOM GARANTEM DIREITO AO TRABALHO NEM EVITARÁM DEPAUPERAÇOM DE AMPLAS MASSAS POPULARES

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MEDIDAS ANUNCIADAS POLO GOVERNO ESPANHOL NOM GARANTEM DIREITO AO TRABALHO NEM EVITARÁM DEPAUPERAÇOM DE AMPLAS MASSAS POPULARES

Há pouco mais de 72 horas afirmamos que sob o combate ao coronavírus, e com a declaraçom do estado de alarma, o governo espanhol de coaligaçom de Pedro Sánchez e Pablo Iglesias, aplicaria um pacote de medidas restritivas em direitos e liberdades básicas.

Que as medidas adotadas polo governo espanhol PSOE-Unidas Podemos, para combater o coronavírus, som insuficientes, ineficaces e improvisadas.

Afirmamos que assistiriamos a umha centralizaçom administrativa, e sobretodo à concentraçom de poderes bonapartistas em Pedro Sánchez e na sua camarilha de ministros.

A reaçom do Ibex 35 às medidas adotadas há umhas horas polo Conselho de Ministros, subindo um 6%, e o aplauso da CEOE e dos aparelhos sindicais amarelos, exprimem com nitidez quem beneficia primordialmente o pacote económico anunciado por Pedro Sánchez.

Num inapropriado tom “épico”, emulando ridiculamente momentos trascendentais da história contemporánea mundial, o presidente Sánchez evitou mais umha vez adotar as medidas execionais que a situaçom reclama.

O pacote de medidas por valor de 200.000 milhons de euros aprovado polo Conselho de Ministros, em realidade nom passa de umha série de migalhas para a classe trabalhadora e pensionistas, que nom evitará condenar à depauperaçom amplíssimos setores populares.

Nom se garante proibir a reduçom de salários, o incemento de horários laborais, a perda de direitos e o corte das conquistas adquiridas na luita operária e popular.

Mas sim, com estas medidas anunciadas, o governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos agiliza os ERTE, assumindo o Estado os custos salariais dos despedimentos sem nengumha responsabilidade para o empresário.

Nom só renúncia a incrementar as taxas impositivas ao grande Capital, opta por facilitar-lhe mais de 150 mil milhons das arcas públicas sem contrapartida algumha.

Renunciou à incautaçom e nacionalizaçom do sistema sanitário privado para fazer frente com eficácia e sem “danos colaterais” ao coronavírus, e garantir assim a saúde do povo trabalhador e empobrecido da Galiza, basicamente das suas fraçons mais vulneráveis.

Renunciou à incautaçom e nacionalizaçom de setores estratégicos da economia [sistema elétrico, água, gâs, transportes, telecomunicaçons, indústria farmaceútica] para assim poder fazer frente com eficácia ao vírus. Renunciou a apropriar-se de ingentes recursos em maos da oligarquia para garantir que o impacto económico recaia sobre o povo trabalhador e empobrecido.

É hora de exigir que a banca devolva os 70.000 mil milhons de euros injetados polo governo de turno para salvar a rapina ilimitada dos banqueiros que só provocam sofrimento e dor entre a maioria social.

Em vez de solicitar que a corruta monarquia bourbónica que continua parasitando e roubando, entregue os milhares de milhons acumulados em comisons e negócios ilegais, depositados em paraísos fiscais, Pedro Sánchez reitera o seu apoio incondicional à monarquia postfranquista.

Com este conjunto de medidas de choque visadas fundamentalmente para “tranquilizar” os ánimos, para amortecer as contradiçons de umha sociedade ainda dominada pola parálise e o shock que gera o medo e a incerteza, sobrebombardeada deliberadamente com notícias alarmantes, Pedro Sánchez também pretende ganhar tempo e basicamente satisfazer a natureza insaciavelmente depredadora da oligarquia.

Unicamente som dias duros para os que vendemos a nossa força de trabalho, para os que vivimos do nosso suor e esforço. Nom nos deixemos manipular nem enganar!

Perante este cenário tam adverso, apelamos para a classe operária galega, ao povo trabalhador e empobrecido, estar alerta perante as consequências negativas da crise sanitária e económica para a nossa classe e para a naçom galega.

É hora da unidade da nossa classe para defender as conquistas e direitos atingidos com suor, lágrimas e sangue em mais de 170 anos de luita obreira. O capitalismo nom só nom garante o direito à vida. Pretende que paguemos a sua negligência, improvisaçom e lógica depredadora.

Claro que o combate ao vírus entende de classes, territórios e ideologias. Eis polo que continua sem fechar Madrid, facilitando a expansom do contágio.

Os ricos salvaram-se, enquanto os pobres no momento em que colapse um sistema sanitário mui afastado da realidade idílica que nos apresentam, seremos submetidos ao darwinismo social. A classe operária segue sendo obrigada a assistir às fabricas, talheres, obras, empregos, para assegurar o ganho do Capital.

A burguesia está praticando puro terrorismo ao desprezar a saúde dos trabalhadores e trabalhadoras e pretendendo fazer-nos pagar esta crise sanitária global.

Agora Galiza-Unidade Popular solicita que Galiza deve ser blindada de imediato por terra, mar e ar, paralisando o seu transporte com o exterior, e impondo o feche da indústria e setores produtivos que nestes momentos nom tenhem relevância estratégica.

Solicitamos a retirada imediata do exército espanhol das nossas ruas e a sua reclusom nos quartéis.

Alertamos o povo trabalhador e empobrecido da Galiza a nom deixar-se manipular e instrumentalizar, a cuidar do mais prezado que temos, a nossa saúde, a exercer a solidariedade de classe, nom deixar-se arrastar polos boatos e a psicose coletiva promovida polos meios de [des]informaçom da oligarquia, mas também preparar-se para defender com firmeza e contundência as conquistas, direitos e liberdades que tentarám suprimir e reduzir. Nom podemos deixar-nos fumigar polas falaces justificaçons de que todos deveremos colaborar na “recuperaçom económica”.

Quando se controle a pandemia virám tempos ainda mais turbulentos, onde só a nossa luita organizada e unida poderá inclinar a balança para o nosso campo e nom para os responsáveis desta catástrofe social.

Unidos venceremos, divididos pereceremos!
Viva o povo trabalhador galego!
Viva o país dos mil rios e dos dez mil castros!
Até a vitória sempre!

Na Pátria, 17 de março de 2020 [no terceiro dia do estado de alarma]