[OPINIOM]
No ano que comemoramos o 150 aniversário do nascimento de Lenine, divulgamos artigo de opiniom do camarada Paulo Vila, membro da Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular.
VIGÊNCIA DA ESTRATÉGIA INSURRECIONAL DE LENINE
“A democracia na sociedade capitalista nunca pode ser mais do que umha democracia truncada, miserável, falsa, umha democracia apenas para os ricos, para as minorias”.
Neste 150 aniversário do nascimento de Lenine,a esquerda revolucionária galega reivindica o exemplo, legado e total vigência do seu pensamento, imprescindível na luita pola causa da emancipaçom do proletariado e libertaçom dos povos oprimidos.
Perante a situaçom de crise sanitária e de confinamento, cumpre ter mui presente as leiçons do indobregável bolchevique, líder da Revoluçom Russa. Nas suas teorias e prática insurrecional estám as ferramentas para podermos combater os problemas existentes na sociedade capitalista e organizarmos a alternativa revolucionária para a tomada do poder.
Defensor do partido de vanguarda sob direçom e programa operário, Lenine demonstrou que nom existe a neutralidade política, nengum Estado, nem governo na história, foi ou é neutral.
Toda infraestrutura governamental, legalidade e instituiçons estám feitas a imagem e semelhança da classe que está no poder, ou servem a burguesia ou o proletariado.
O Estado capitalista pola sua natureza, só serve para administrar os negócios da burguesia. Eis polo que no capitalismo a burguesia nom permite realizar concessons que fagam perigar os seus privilégios pola via pacífica, por muito jogo parlamentar e eleiçons que se ganhem.
Lenine, e portanto o leninismo, demonstrou que os grandes problemas que sofrem os oprimidos e explorados só se podem resolver pola força, mediante a queda violentado regime burguês.Um regime sustentado sob a exploraçom, saqueio, brutal violência e repressom contra a maioria da populaçom.
No Estado espanhol perante a pandemia de coronavírus, o governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos nom implementou medidas para proteger mínimamente a maioria da populaçom e povo trabalhador. As medidas fôrom adotadas seguindo instruçons do patronato(CEOE) e do capitalismo monopolista representado no Ibex35.
Agilizárom ERTEs, nom proibirom os despedimentos, só se encarecérom, nom nacionalizárom setores estratégicos e incautárom laboratórios, hospitais e clícinas privadas, nom exigírom à banca a devoluçom dos 65 mil milhons de euros, nem impostos progressivos aos lucros das grandes empresas e fortunas, etcétera. A insuficiente renda mínima nom passam de ser migalhas para aliviar os graves problemas económicos dos setores mais vulneráveis do povo trabalhador.
Na Galiza, a crise do coronavírus desmascara as desigualdades entre ricos e pobres. A lamentável gestom e ineficácia da Junta de Galiza, só contribuiu para empiorar a situaçom das camadas populares.
Além das graves negligências cometidas, o governo da Junta encabeçado por Feijó, tem possibilidades de sair reforçado nas vindouras e leiçons autonómicas, mantendo a maioria absoluta ao nom existir umha oposiçom forte à hora de fazer-lhe frente nas instituiçons e nas ruas.
Todo isto agrava-se mais com a nova crise socio-económica em curso. O mal chamado governo progressista de Pedro Sánchez, vai implementar medidas económicas para salvaguardar e reforçar os privilégios da oligarquia, como assim o constata o projeto dos novos “Pactos da Moncloa”. Sob este cenário o Estado espanhol opta por implementar medidas visadas para aumentar a repressom, como maior controlo das redes sociais, telecomunicaçons ou reforçamento do aparelho policial, consciente das futuras luitas operárias.
Como acertadamente apontou Lenine, o Estado sempre prioriza por acima os interesses da classe que controla o poder. A oligarquia aproveita a crise do coronavírus para estabelecer medidas visadas para enducerecer a exploraçom, dominaçom, aumentar o controlo sobre as masas e blindar os seus privilêgios.
Serve-se dos diferentes partidos burgueses sob o falso jogo e amalgama “do parlamentarismo democrático” para embaucar os obreiros. Eis da plena vigência e importância do partido de vanguarda de Lenine sempre sob direçom e programa operário para garantir defesa dos interesses da nossa classe perante as acometidas da burguesia.
“As reformas som demasiado importantes como para deixá-las nasmaos dos reformistas”.
Lenine ensinou-nos que o reformismo ainda que seja sincero nom é mais que um instrumento da burguesia para adormecer os obreirose evitar que virem cara posiçons revolucionárias. A própria natureza do reformismo impossibilita atingir reformas que sem questionar o quadro jurídico-político do Estado burgués, melhorem as condiçons de vida da classe operária.
Só aspiram, guardando pleitesia e ajoelhando-se perante a burguesia, a conseguir simples migalhas que nom afetam nem o mais mínimo o poder, como é a insignificante renda mínima estabelecida polo governo espanhol, impulsionada principalmente polo setor social-democrata, por Unidas-Podemos.
O seu respeito à legalidade e “normalidade” institucional só desarma a nossa classe, fazendo-os retroceder nas reivindicaçons e reforçando o fascismo sem complexos, que se proclama como primeira força de choque sem achar a resistencia exigível.
Inclusivepara atingir reformas é necessária a via revolucionária. A organizaçom, confrontaçom e combate nas ruas sem trégua até forçar a burguesia a ceder continua sendo a única alternativa eficaz.
No seio da esquerda também existe luita de classes, por isso seguindo o exemplo leninista devemos deslindarmos e confrontar como oportunismo, e com todacorrentepequeno-burguesa e interclassista. O reformismo,seja autonomista galego ou umha mera sucursal espanholista, é inimigo dos nossos interesses de classe.
Desmascara-lo é um dos principais objetivos que devemos realizar para podermos construir umha alternativa revolucionária e patriótica galega com bases e projeçom de massas.
Com o exemplo de Lenine também apreendimos que nom há que renunciar a luita de classes sob nengum conceito.
Sob o pretexto da alerta sanitária, o reformismo está colaborando ativamente com os partidos burgueses, fazendo crer à populaçom que o primeiro é superar a pandemia e que é necessário deixar as “diferenças ideológicas”. Do mesmo jeito aplaude, em vez de combater, a nojenta filantropia do patronato.
A lógica interclassista e antimarxista do reformismo, negando a luita de classes, democratiza e lava a imagem do inimigo ao inimigo. Nestas situaçons comprovam-se as carências dos partidos burgueses, do governo, e o próprio Estado capitalista em geral à hora de defender os interesses operários.
A vía revolucionária constata que nom devemos renunciar nunca à defesa dos interesses de classe por mui difícil e complexo que seja o contexto e situaçom, ao contrário, devemos ser mais firmes e intransigentes com o inimigo.
“Se queremos enterdermos o que significa a autodeterminaçom das naçons, sem jogar a definiçons jurídicas nem “inventar” definiçons abstratas, mas sim examinando as condiçons históricas e económicas dos movimentos nacionais, chegaremos inevitavelmente à conclusom seguinte: por autodeterminaçom das naçons entende-se a sua separaçom estatal das coletividades de outra naçom, entende-se a formaçom de um Estado nacional independente”.
Queremos reivindicar o Lenine internacionalista, defensor do direito de autodeterminaçom das naçons oprimidas. Lenine ligou dialeticamente os princípios do internacionalismo proletário e do direito dos povos submetidos o domínio e opressom nacional.
O reconhecimento por parte do proletariado da naçom opressora dos direitos nacionais do proletariado da naçom oprimida é indispensável para a uniom de ambos na luita contra o capitalismo.
A unidade de Espanha junto com a monarquía bourbónica som as pedras angulares do Estado espanhol. A uniom territorial imposta com a força das armas,nom é mais que umha“unidade” de mercado funcional aos ricos, visada para permitir à burguesi a lucrar-se dos recursos e explorar a classe trabalhadora das diferentes naçons oprimidas.
Fomentam o chauvinismo e o supremacismo espanhol como objetivo nom só de negar a luita de classes, também posicionar o movimento operário contra o independentismo das diferentes naçons na legitima luita pola autodeterminaçom e soberania, alinhando-se com a classe exploradora e naçom opressora.
Os aplausos às forças repressivas, as arengas reacionárias dos militares nas comparecências públicas ou o hiper-centralismo do Estado limitando, suspendendo e apropriando-se das competências transferidas as Comunidades Autónomas, demonstram que a burguesia também aproveita a alerta sanitária para combater e silenciar os conflitos nacionais, para avançar no proceso de assimilaçom.
Eis polo que seguindo o exemplo leninista, e tendo em conta as caraterísticas concretas da nossa naçom, entendemos que unicamente poderemos lograr a plena emancipaçom do povo trabalhador galego, ligando a luita pola libertaçom nacional com o socialismo.
Só mediante a reconstruçom da esquerda revolucionária galega sob posicionamentos e programa operário, deslindando e confrontando as tendências reformistas e autonomistas pequeno burguesas, inspirados nas ensinanças, linha estratégica e tática de Lenine para fazer a revoluçom socialista, poderemos conquistarmos a indepêndencia e proclamar a República Socialista Galega.
Galiza, 4 de maio de 2020