JOGADA MESTRA DO OPORTUNISMO
O inesperado movimento político anunciado hoje por Pablo Iglesias, renunciando à Vicepresidência do Governo espanhol para encabeçar a candidatura de Unidas Podemos à Comunidade Autónoma de Madrid, desbarata todo o taboleiro político espanhol.
Com este golpe de efeito tenta dar umha leiçom de “ética política”, nom aferrando-se ao poder e monstrando que está disposto a “sacrificar-se”, lançando-se à arena como primeiro espada para um desigual mano a mano com Díaz Ayuso.
Deste jeito vai lograr umha polarizaçom -mais artificial que real-, entre “antifascismo” e fascismo, Podemos versus PP.
Angel Gabilondo, asséptico candidato do PSOE, fica completamente fora de jogo.
Simultaneamente eclipsa às diversas fraçons de Más Madrid e do “errejonismo” em declive que pretende pescar na descomposiçom de C’s.
Por parte do líder de Podemos abre-se umha capacidade para arrastá-los a umha “frente antifascista”, gerando umha pressom entre as bases das diversas “esquerdinhas” e reformismos de concentrar voto útil contra a neofalangista que adiantou as eleiçons madrilenas.
Mesmo Pablo Iglesias provoca um efeito chamada e multiplicador que injeta ilusom e procura desativar o abstencionismo entre os setores operários e populares situados no espaço antisistémico, que perante a ameaça fascista, optaram polo voto útil contra Ayuso apoiando ao líder do partido púrpura.
Com este movimento logra evitar a fuga de Iolanda Díez para o PSOE, facilitando-lhe a Vicepresidência do Governo, assegurando e combinando assim as suas ambiçons políticas com a lealdade com Unidas Podemos.
A partir de hoje, até o 4 de maio, só se vai falar de Pablo Iglesias e da Ayuso.
Com esta jogada achou umha oportunidade de ouro para lograr sair pola porta grande de um governo no qual já nom tenhem praticamente percorrido as suas mornas propostas reformistas.
O bloqueio e o muro de contençom dos setores mais conservadores e ultraliberais do PSOE de Carmen Calvo e Margarita Robles estavam asfixiando-o politicamente, agravando o seu descrédito. Perante a incomodidade de formar parte de um conselho de MInistros que nom cumpre nem as expetativas mais baixas do podemismo, esta decisom facilita-lhe o abandono que andava procurando.
Esta jogada mestra de política eleitoral burguesa confirma que Podemos é a quarta pata do regime de 78, que nom pretende derrumbá-lo nem reformá-lo. O seu rol é basicamente evitar que a democracaia burguesa do pós-franquismo transite face um regime autoritário que demanda a fraçom mais criminosa e chauvinista da oligarquia espanhola.