Entrevista a Carlos Morais publicada polo portal anticapitalista LaHaine contrainfo.

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O membro da Direçom Nacional de Agora Galiza debulha a situaçom sociopolítica galega e os reptos e desafios do independentismo socialista e feminista.

Estamos às portas de um novo 25 de Julho, Dia da Pátria Galega, e estamos em conhecimento da intençom de Agora Galiza, organizaçom revolucionária e independentista galega, de organizar um mitim internacionalista esse dia em Compostela.

Sobre esta e outras questons conversamos com Carlos Morais, da Direçom Nacional de Agora Galiza.

 LH- O primeIro, para que a gente de fora da Galiza saiba quem sodes, que é Agora Galiza? Existe umha continuidade de AGZ com a desaparecida NÓS-UP?

Somos resultado dumha derrota, do traumático e fulgurante processo de implossom ao que se viu submetida a esquerda independentista e socialista galega entre 2014 e 2015.

Frente à grave crise gerada artificialmente no seio de NÓS-UP, que simplesmente perseguia a sua dissoluçom e enterro, um setor minoritário de militantes e simpatizantes contrários a arriar as bandeiras da Revoluçom Galega decidimos o mesmo dia da sua liquidaçom formal, em julho de 2015, fundar Agora Galiza. Com esta decisom tildada naquele momento de precipitada e carente de percorrido algum, logramos evitar a discontinuidade orgánica e sentamos as bases do atual processo de reconfiguraçom.

Embora só temos dous anos de vida nom emergemos da nada, assumimos como próprios, com todos os seus erros e acertos, a rica experiência e açom teórico-prática, a trajetória e o legado de NÓS-UP, da que somos pois a sua continuidade, a sua prolongaçom natural.

Agora Galiza define-se como organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional e sobre estes três eixos radica o projeto de construçom em curso.

 LH- Um pouco como vedes o panorama do independentismo galego de classe, visto desde afora da Galiza como dividido, confrontado …

A corrente marxista do independentismo com a que nos identificamos promoveu todos os processos e iniciativas, sem excepçom, de unidade de açom e orgánica que se ensaiárom no nosso país desde 1999.

Após um prolongado e profundo debate, a inícios da atual década, chegamos à conclusom que nom tinha sentido seguir promovendo processos “unitários” porque nom existiam as condiçons objetivas, como tampouco subjetivas, para o seu desenvolvimento e posterior êxito.

As diferenças políticas e ideológicas entre as forças, organizaçons e grupos que aparentemente nos situamos no mesmo campo, som profundas e reais, nom responden a personalismos como muitas vezes se tentava deliberadamente fazer acreditar.

Se a isto acrescentamos a carência de vontade para chegar a acordos, e sobre todo para cumprí-los por parte de quem convertia o “unitarismo” numha arma política, o resultado é evidente.

Agora Galiza é firme partidária da unidade do povo trabalhador galego sob um programa de luita. Mas consideramos negativos os acordos de superestruturas que só responden às fraquezas coletivas de quem os promovem e portanto som fruto do oportunismo, nom resultado de acordos concretos em base a similares leituras analíticas e de coincidências de intervençom nas luitas.

Tal como levamos fazendo desde a mudança de século, defendemos amplas unidades sob um programa avançado, nom unidades estreitas com programa minimalista. Este segue sendo o nosso gps, a nossa bússola.

O pluralismo político e ideológico que carateriza o povo trabalhador nom deve ser ocultado por espúreos interesses políticos nos que realmente prevalece a vontade de aniquilar o “adversário”. Esta é a nossa experiência das últimas duas décadas, e francamente hoje nom se vislumbram mudanças qualitativas que recomendem centrar energias e recursos em unidades orgánicas.
Sim unidades pontoais de geometria variável a escala setorial, local, comarcal e mesmo de ámbito nacional.

Respeito ao que definides como divisom do independentismo de classe consideramos que nom existe por umha razom muito simples. O único independentismo classista na Galiza é o que se articula em Agora Galiza. O resto de forças e difusos espaços defendem e/ou praticam unidades patrióticas com programas interclassistas dirigidos pola pequena-burguesia, ou tenhem vocaçom de ser um simples apêndice radicalizado do nacionalismo autonomista.

A conciliaçom de classes é um cancro que deve ser erradicado do movimento obreiro porque só serve para amortecer as contradiçons, desviar a atençom dos objetivos, desarmar o povo trabalhador, ocultar a ausência real de querer destruir o capitalismo e o resto das opresons a ele associadas.

LH- E a situaçom socio-política na Galiza….. Como a valorizades?

A nossa pátria leva décadas governada polo setor mais reacionário da burguesia autótone, pola direita neofranquista encistada nas instituiçons autonómicas e numha significativa parte das provinciais e municipais.

Contrariamente à imagem que se quer transmitir da Galiza ao exterior, por essa “esquerda” eleitoral quando é incapaz de vencer o PP nas urnas, o partido de Feijó só é votado por um de cada quatro galegos e galegas. Os dados estatísticos som inquestionáveis!

O PP nom só é essa organizaçom criminal que saqueia as arcas públicas para financiar as suas campanhas eleitorais, umha banda de delinquentes cujos dirigentes se enriquecem a custa do povo trabalhador. A sua sucursal galega é umha franquícia cuja única funcionalidade é aplicar as diretrizes políticas de Madrid e Bruxelas que procuram a destruçom definitiva da Galiza, a nossa asimilaçom como povo e naçom.

O PP, assim como o PSOE, som os responsáveis diretos de implementar o rol que o imperialismo nos tem asignado na divisom internacional do trabalho. País produtor de matérias primas, território onde instalar indústrias de enclave altamente contaminantes, de onde extrair mao de obra barata. De forma acelerada caminhamos a converter-nos num imenso eucalital para alimentar a indústria de celuloses, submetido a pavororos incêndios florestais, numha pilha para iluminar Espanha, cumhas taxas de contaminaçom superior à média dos países mais industrializados da Europa, num parque temático para um modelo de turismo agressivo.

A meados da década dos oitenta do passado século, a incorporaçom forçada da Galiza à atual UE polo governo do PSOE, provocou a destruçom dos nossos setores produtivos estratégicos. Esta decisom é causa da crítica situaçom que padecemos, dos atuais níveis de desemprego, precaridade laboral, emigraçom, dos índices de sinistralidade no trabalho, pobreza, mais elevados do Estado espanhol e da própria UE.

A sobre-exploraçom combinada do capitalismo e a dependência nacional é a causa de que classe trabalhadora galega tenha jornadas laborais com mais horas por menor salário e as pensons mais baixas do Estado.

O PP é o responsável direto de que a nossa continuidade como povo nom esteja assegurada. A hecatombe demográfica, um autêntico galicidio, tem convertido o país dos mil rios e os cinco mil castros num imenso geriátrico, com centenares de aldeias abandonadas, do que emigram anualmente mais de 15 mil jóvens procurando um futuro, um país no que semana a semana perde populaçom.

Respeito à sucursal galega do PSOE, está mui debilitada pola permanente crise interna derivada dos confrontos entre as fraçons do aparelho polo seu controlo. Segue sendo um partido sem projeto autónomo, sem iniciativa, sem liderato definido, submetido aos vaivens de Madrid e aos delírios populistas.

 LH- E a esquerda?

Dous espaços políticos pugnam pola hegemonia eleitoral no campo da “esquerda” institucional.

O BNG aparenta viver umha estabilidade interna após um longo processo de turbulências e crises concatenadas que provocou umha hemorragia de cisons e a perda das duas terceiras partes do teito eleitoral atingido a finais dos anos noventa. O seu posterior lavado de cara nom foi acompanhado pola consolidaçom da “viragem soberanista” da que fazia gala. Continua instalado na defesa do direito de autodeterminaçom, mas cumha prática autonomista com ligeiro verniz soberanista.

A sua mais destacada cisom do último quinquênio, protagonizada polos seguidores de Beiras, optou pola renúncia ao princípio de auto-organizaçom. Esta mutaçom facilitou primeiro umha exitosa aliança eleitoral com IU, posteriormente alargada a Podemos e outros grupos menores, que possibilitou converter-se na segunda força institucional no parlamento autonómico e gerir as alcaldias de três das mais importantes cidades.

Paradoxalmente esta musculatura eleitoral constrasta com a sua inconsistência orgánica. Marea padece umha grave crise interna, umha prolongada e laberíntica guerra intestina polo seu liderato, que impossibilita a sua consolidaçom e a optimizaçom dos seus destacados espaços de gestom e presença institucional.

Pola sua parte o movimento popular que mantinha umha dinámica iniciativa, desenvolvendo múltiplas luitas de resistência contra as políticas ultraliberais do PP, contra as agressons do Capital e de Espanha, atualmente se acha numha fase de refluxo. O ilusionismo eleitoral converteu-se numha metástase que o paralisou, burocratizou e desmobilizou progressivamente.

Assim se interpreta que o ano 2016 foi o de menos greves e conflitos laborais das últimas décadas.

O fetichismo das urnas e a falaz crença de poder atingir mudanças estruturais articulando umha maioria eleitoral ao PP, que propugnam as direçons pequeno-burguesas, tem calado com muita intensidade entre os setores mais avançados e comprometidos do povo trabalhador. O tumor eleitoralista tem desarmado a classe obreira e basicamente a juventude com inquedanças de compromisso político e social, gerando umha magmática atmósfera de combinaçom de promiscuidade amórfica com cleticismo inócuo que a fagocita e fascina para postulados inofensivos disfarçados de radicalismo estético e retórico.

As consequências destas dinámicas som evidentes, a crise estrutural do capitalismo senil e as suas especificidades no Estado espanhol, nom tenhem sido aproveitadas polas forças populares para acumular forças ruturistas. Todo o contrário, a crise capitalista debilitou as forças revolucionárias.

LH- A que te referes?

O regime emanado do lifting franquista, perante o incremento das luitas e a sua radicalizaçom nos primeiros anos da atual década, optou por aplicar um conjunto de medidas arriscadas, mas muito audazes, que se demonstrárom altamente eficazes para desmovimentar e cooptar à lógica institucional boa parte dos dirigentes populares.

Facilitando a abertura de válvulas de escape lográrom rebaixar a tensom, evitando que a indignaçom popular transitasse a formas mais avançadas de rebeliom popular. Assim entendemos a criaçom do 15M primeiro e posteriormente de Podemos.

Desta forma a casta cleptocrática, tutelada polo Ibex 35 e as elites da UE, evitárom que a crise económica poidesse evoluir num questionamento global do fraudulento modelo político e institucional imposto na Transiçom franquista.

Perante este panorama tam desalentador fai-se cada dia mais urgente e necessário reorganizar o campo da esquerda revolucionária galega.

A dependência nacional que padecemos como povo, e portanto a açom teórico-prática do princípio de auto-organizaçom, e a combinaçom ativa e permanente da reivindicaçom de independência e soberania nacional com mudança social, é a linha divisória entre as forças políticas e sociais revolucionárias e reformistas.

 LH- Após dous anos de pouca actividade, considerades com este Dia da Pátria dar um salto qualitativo na vossa organizaçom?

Seria absurdo ocultar a situaçom de extrema debilidade na que nos encontramos como consequência direta da detonaçom padecida há um par de anos. Mas após interiorizar e digerir lentamente esta crise, após passar a inicial e natural etapa de luto e posteriormente a de alívio, atualmente as nossas condiçons subjetivas som bem distintas.

Embora seguimos instalados na indigência organizativa, graças à perserveráncia logramos metabolizar o nosso recente passado, dotando-nos progressivamente de vontade para abrir umha nova etapa.

Até agora temos centrado basicamente as nossas energias e recursos em consolidar o núcleo militante que com enorme valor e coragem mantivo alçadas as banderas vermelha, lilas e azul, branca e rubra da Revoluçom Galega, frente às pressons ativas e passivas do derrotismo e oportunismo dos nossos antigos camaradas e companheiras de trincheira.

Estivemos dedicados à batalha ideológica, a demarcar com claridom o que somos e fundamentalmente o que pretendemos construir e ser. Temos estado mui volcados em deslindar política e ideologicamente o que deve ser a esquerda revolucionária galega para o século XXI, de toda forma de deturpaçom do marxismo por essas organizaçons que se declaram de “esquerda”. Ainda nos fica muito caminho para licuar tantas inércias, para depurar muitas ideias força, para encontrar o antídoto que nos vacine do desencanto e as tendências oportunistas, essas piruetas políticas de quem pretende “avançar” renunciando a os princípios. Porque nesta luita nom existem atalhos, há que fazer integramente todas as fases do caminho.

Passar de ser um grupo militante mais virtual que real é o nosso desafio imediato. Ganhar a suficiente referencialidade para começar a acumular forças organizadas sob o nosso programa para a rutura, sempre encaminhado à tomada do poder para edificar umha sociedade socialista de mulheres e homens emancipados.

Seguimos sendo um coletivo militante excessivamente vulnerável, com enormes carências em todos os ámbitos, mas temos a firme decisom de superar a situaçom presente, de intervir, de apreender com a nossa classe e o nosso povo nas luitas, de evitar cometer os erros do passado, de corrigir as nossas deficiências congénitas.

Como nunca fuimos, como nom somos, nem seremos, apêncide nem satélite de ninguem, nem tampouco cópia, consideramos que era necessário dar um salto qualitativo como bem apontades e convocar o Dia da Pátria. Convocar umha mobilizaçom com um projeto de perfil bem definido do que somos.

Previamente, o 1º de Maio ensayamos con certo êxito a necessidade de intervir coletivamente nas mobilizaçons populares. O tempo e os resultados confimarám se estamos no caminho correto.

 LH- Em que vai consistir basicamente o que tendes programado para o Dia da Pátria?

Numha das mais emblemáticas praças da Compostela reivindicativa convocamos umha concentraçom e ato político às 12 da manhá do 25 de Julho.

Como somos umha força genuinamente patriótica de libertaçom nacional, mas também internacionalista, optamos por dar voz às seis forças de outros territórios da Península Ibérica que nos acompanham.

Posteriormente realizaremos um jantar de confraternizaçom num parque próximo.

O dia anterior teremos umha reuniom com as organizaçons amigas convidadas de Andaluzia, Castela, Catalunha, País Basco, Madrid e Portugal para intercambiar análises e aprofundizar em iniciativas conjuntas.

LH- Um pouco tendes chamado a organismos e coletivos de marcado cariz e perfil comunista …

Nom exatamente. Mantemos praticamente intatas as relaçons internacionais que já tinhamos como NÓS-UP. Temos alargado outras e simultaneamente reativado vínculos com forças independentistas e partidos revolucionários com as que até o momento mantinhamos um perfil mais baixo.

A nossa firmeza ideológica como organizaçom independentista, socialista e feminista galega permite coincidir mais com aquelas forças marxistas comprometidas com a defesa intransigente do direito de autodeterminaçom frente aos independentismos socialdemocratas e etnicistas.

Agora Galiza sem ser um partido comunista, mas sim umha força marxista de libertaçom nacional, inspira-se nos exemplos e as achegas da Revoluçom Bolchevique dirigida por Lenine e na experiência do Che.
Ambos som insumos imprescindíveis que sempre nos acompanham na nossa mochila de combate.

 LH- Para finalizar… após do Dia da Pátria, o dia 26, 27, os próximos meses … Como os abordades?

A operaçom liquidacionista que provocou a voadura do movimento de libertaçom nacional galego há dous anos tem responsabilidades diretas na atual ausência dumha alternativa de luita com projeçom de massas, provocando um retrocesso de décadas na acumulaçom de forças atingida entre 2001 e 2014. Superar esta adversa situaçom é um repto que lograremos alcançar se conseguimos acertar polIticamente formando umha nova geraçom militante entregada à causa da Revoluçom Galega.

Para lograr estes objetivos é imprescindível aprofundar na batalha ideológica e confrontar sobre o terreno com os diversos reformismos, demonstrando a superioridade das propostas e alternativas do campo revolucionário.

Porque frente ao possibilismo e pragmatismo imperante, incapaz de aplicar as suas promessas eleitorais, nom pretendemos vertebrar umha maioria aritmética eleitoral que dispute ao PP o governo autonómico, tampouco articular umha aliança com o social-liberalismo e as forças pequeno-burguesas autonomistas e espanholistas que competem polo espaço à “esquerda” do PSOE, para que as suas elites desloquem a máfia do partido de Feijó das instituiçons burguesas.

O nosso objetivo nom é maquilhar nem regenerar o capitalismo, tampouco buscar um encaixe da Galiza na Espanha, nem alargar umha legislaçom aparentemente igualitária que nom questiona as bases do patriarcado das que emana a dominaçom que sofre a maioria do povo trabalhador, as mulheres.

Nom queremos reformar a constituiçom espanhola, nem submeter à monarquia imposta por Franco ao “controlo democrático”, tampouco que oligarcas como Amáncio Ortega maquilhem a evasom de impostos e as draconianas condiçons de exploraçom infantil com esmolas à sanidade pública.

Nom queremos enganar ninguém, nom temos vocaçom de ser umha força para remendar nada. Queremos transformar este presente conquistando o futuro.

Concebemos a rebeliom popular como umha ferramenta que possui o povo trabalhador e empobrecido na sua estrategia para gerar as condiçons subjetivas que permitam desputar a hegemonia a quem atualmente nos explora, oprime e repreme.

Numha naçom que sofre a opressom nacional por parte dumha metrópole instalada em Madrid, qualquer processo de transformaçom social está indisoluvelmente vinculado com a recuperaçom da independência e a soberania nacional conculcada polo Estado imperialista espanhol.

A equaçom independência/socialismo é o eixo do programa da Revoluçom Galega cujos três objetivos som libertar a pátria da opressom nacional de Espanha, da Uniom Europeia e os Estados Unidos, sentar as bases da edificaçom do socialismo, e emancipar às mulheres do patriarcado.

Sem socialismo nom é viável a soberania nacional.
Sem independência e mecanismos reais de decisom nom é posível edificar o socialismo.

Desenvolver e aperfeiçoar o programa para a Rebeliom Popular elaborado pola esquerda independentista antes da sua crise, é um dos desafios que temos que ir progressivamente implementando. A nossa alternativa ao atual caos do capitalismo e a destruçom das bases materiais e imateriais da Naçom Galega é articular forças rebeldes para tomar o poder e instaurar um governo obreiro e popular, patriótico e feminista.

Sabemos que esta tarefa de reconstruir ideologicamente a esquerda revolucionária é um objetivo muito ambicioso, para o que nom estamos preparados nem temos as condiçons. Restaurar os fundamentos do anticapitalismo é umha tarefa a escala internacional.

 LH- Nom queremos finalizar estas perguntas sem pedir-vos umha pequena valorizaçom da situaçom mundial, prebélica quase se pode dizer …

O capitalismo na sua fase senil está sementando o caos em amplas regions planetárias para apropriar-se das riquezas minerais e energéticas que lhe permitam atrasar o inevitável desenlace da sua crise sistémica.

Simultaneamente a pugna interimperialista entre os Estados Unidos e as potências que pretendem substituí-lo na hegemonia da economia mundo, alimenta o militarismo e as guerras de destruçom maciça em amplas áreas.

Estas breves pinceladas estariam incompletas sem mencionar que o movimiento popular, as organizaçons revolucionárias de caráter operário, de libertaçom nacional, as forças guerrilheiras e os partidos comunistas em armas, a nível global, vivemos um profundo processo de refluxo, umha crise de identidade sem precedentes.

A involuçom ideológica que potencia a ofensiva burguesa é responsável da domesticaçom e capitulaçom de luitas referenciais, contribuindo assim para reforçar a dominaçom do capitalismo na sua fase imperialista.

A falta de iniciativas salientáveis para comemorar o centenário da Revoluçom Bolchevique e a gesta guevarista, é expressom deste clima tam desfavorável para a causa da classe trabalhadora, os povos e as mulheres.

Perante esta situaçom nom somos neutrais, apoiamos a luita da Síria, do Iemem, do Iraque, do Afeganistám, para evitar ser destruídos polo imperialismo tal como fijo na Líbia. Apoiamos a causa palestiniana e catalana, a luita do povo trabalhador venezuelano para afiançar a sua segunda e definitiva independência, a insurgência colombiana, o conjunto das luitas dos povos contra toda forma de dominaçom e dependência.

Pois nada, graças por atender-nos e oxalá seja exitosa a jornada do Dia da Pátria.

Comunicado nº 64: Rebeliom contra a conculcaçom da liberdade de expressom em Compostela.

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Rebeliom contra a conculcaçom da liberdade de expressom em Compostela

Resulta inadmisível que o governo municipal da capital da Pátria reative umha ordenança municipal de indiscutível caráter represssivo que conculca o direito fundamental à liberdade de expressom.

Resulta inadmisível que, nas jornadas prévias ao Dia da Pátria, o alcaide de Compostela, Martinho Noriega, emita um bando municipal ameaçando com sançons económicas que oscilam entre os 1.501 e os 3.000€ à vizinhança que divulgue no coraçom da cidade [“a zona velha”] propaganda anunciando as jornadas patrióticas do 25 de Julho.

Embora a legislaçom vigorante é da etapa dos bipartidos do PSOE-BNG, é inadmisível que o governo de Compostela Aberta, que define à nossa capital como “cidade rebelde”, amague por implementar a política de ameaças e intimidaçons praticada por Conde Roa e o seu governo de delinquentes e fascistas.

Solicitamos a Martinho Noriega que reconsidere esta decisom antidemocrática, contrária aos valores que afirma defender, anulando este bando, evitando assim um artificial conflito com quem realmente amamos e defendemos o património da cidade histórica.

Lembramos ao governo de Compostela aberta que há umhas semanas podia ter evitado a agressom ao noso património histórico no edifício da Algália de Cima após o despejo do centro social Escárnio e Madizer, mas optou por deixar fazer.

Agora Galiza considera que dous anos de legislatura som mais que suficientes para ter derrogado esta ordenança que atenta contra os direios democráticos mais básicos, umha autêntica lei mordaça de ámbito municipal.

Agora Galiza, tal como a esquerda independentista e socialista galega tem historicamente feito perante as políticas repressivas dos governos de Bugalho e os bipartidos com o BNG, nom vai acatar nem submeter-se a esta vulneraçom de direitos democráticos.

Como o exercício de liberdade de expressom é um princípio indiscutível, apelamos a desobedecer o bando do governo municipal de Compostela Aberta, porque é legítimo o direito à rebeliom frente a decisons injustas.

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 13 de julho de 2017

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A IGNOMÍNIA DO PARDO

PP, PS E SYRIZA APOIAM ATAQUE IMPERIALISTA CONTRA A SÍRIA

No franquista palácio madrileno de “El Pardo” tivo lugar 10 de abril a III Cimeira dos Estados do sul da Europa que formam parte da UE.

Mariano Rajói exerceu de anfitriom na reuniom à que assistírom os primeros ministros da Itália, Paolo Gentiloni; de Portugal, António Costa; da Grécia, Alexis Tsipras; de Malta, Joseph Muscat; mais o presidentes de Chipre, Nicos Anastasiades, e da França, François Hollande.

O encontro constatou a fraude da nova política à hora de defender umha Europa alternativa à dos monopólios, os Estados, a guerra, a xenofobia e o patriarcado.

 

Tanto Alexis Tsipras, líder da Syriza grega, como António Costa, o primeiro ministro do governo português do PS apoiado polo reformista PCP e a nova socialdemocracia do Bloco de Esquerda, fechárom fileiras com os mandatários mais ultraliberais.

Um dos acordos mais destacados da declaraçom conjunta foi o apoio implícito ao ataque imperialista ianque contra a Síria realizado na madrugada de 7 de abril.

O manifesto pactuado entre os sete mandatários afirma que “O uso reiterado de armas químicas na Síria, tanto por parte do regime de Asad desde 2013 como por parte do Daesh, constituem crimes de guerra”. Para dissipar qualquer dúvida do alinhamento com o imperialismo os sete Estados consideram que “O ataque lançado polos EUA contra a base de Al Shayrat, na Síria, tinha a intençom compreensível de impedir e evitar a distribuiçom e o uso de armas químicas e centrou-se neste objetivo”.

Mais umha razom para apostarmos sem ambiguidades pola independência da Galiza e a saída da UE, pola construçom dumha Europa socialista de povos livres e soberanos.

Comunicado nº 56: Condenamos agressom do imperialismo ianque contra a República Árabe Síria

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Condenamos agressom do imperialismo ianque contra a República Árabe Síria

Há umhas horas os EUA atacárom a base aérea síria de Shayrat, situada na província de Homs, destruindo boa parte das suas instalaçons.

Este ataque unilateral representa umha flagrante violaçom da soberania nacional da naçom árabe.

Justificado como represália por um presunto ataque químico da aviaçom síria produzido 4 de abril na cidade de Jan Shijún, mais de meio centenar de mísseis tomahawk fôrom disparados desde os portavions ianques no Mediterráneo oriental.

Novamente o imperialismo inventa pretextos para atacar Estados soberanos. Em 2003 o governo de Georges W. Bush atacou o Iraque para “destruir” as inexistentes armas de destruiçom maciça. Agora o governo de Donald Trump justifica o ataque à Síria para “evitar” umha nova utilizaçom de armamento químico proibido polo protocolo de Genebra de 1925.

Resulta paradoxal que o país que empregou milhons de produtos químicos no Vietname, o país aliado da entidade sionista que emprega armamento químico contra o povo palestiniano, o país que emprega armamento proibido em todas as suas agressons imperialistas, utilize este obsceno argumento para atacar a Síria.

A agressom norteamericana contra a Síria tem lugar quando os grupos terroristas criados polas potências ocidentais, financiados e armados polos EUA, a França, a Gram Bretanha, Israel, Turquia e as monarquias feudais do Golfo Pérsico, estám perdendo a guerra iniciada nos primeiros meses de 2011.

Sem lugar a dúvidas o ataque contra esta base aérea é a resposta do imperialismo ianque às decisivas vitórias atingidas no campo de batalha polo Exército Árabe Sírio contra o Daesh, Al-Qaeda e a constelaçom de grupos terroristas conformados por dezenas de milhares de mercenários de oriundos de dúzias de países.

Após a recuperaçom e libertaçom de importantes cidades e áreas estratégicas da Síria polo seu exército, polos países e forças aliadas ao legítimo governo de Damasco [Rússia, Irám, Hizbullah libanês, milícias iraquianas e palestinianas entre outras], os EUA pretendem reverter a situaçom, favorecendo o terrorismo internacional que cinicamente afirmam combater.

O imperialismo procura destruir é dividir a naçom árabe, para apropriar-se dos seus fabulosos jazigos de petróleo e gâs, dos seus minerais estratégicos, pretende controlar a rota que une o extremo Oriente com a Europa, pretende favorecer a perpetuaçom do estado terrorista de Israel.

Agora Galiza condena sem paliativos esta agressom imperialista, manifesta o seu apoio ao povo sírio que heroicamente leva mais dumha década luitando pola soberania do seu país e solicita ao governinho galego de Feijó, ao governo espanhol de Rajói, aos governos municipais da “nova política” umha condena pública da violaçom da soberania nacional da Síria polos EUA.

Frente as ambiguidades calculadas, os silêncios cúmplices, as neutralidades que só favorecem os interesses da rapina imperial de Washington, Paris, Londres, Ankara, Teal Aviv e Riad, Agora Galiza manifesta a solidariedade internacionalista da esquerda independentista e socialista galega com a Síria e o seu povo.

Agora Galiza apoia incondicionalmente a independência e a soberania nacional da Síria e alinhamo-nos com as forças que no campo de batallha estám procurando a vitória militar sobre a múltipla agressom imperialista e terrorista em curso.

Síria vencerá!

Contra o imperialismo, solidariedade internacionalista!

Viva a independência e a soberania nacional da República Árabe Síria!

Ianques assassinos!

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 7 de abril de 2017

Comunicado nº 54: Tod@s somos Cassandra!

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Tod@s somos Cassandra!

A condena a um ano de prisom e sete de inabilitaçom a umha jovem por “humilhaçom às vítimas do terrorismo” exprime o caráter fascistizante do atual regime espanhol.

Cassandra Vera publicou umha série de tuits sobre a execuçom do almirante Luís Carrero Blanco, presidente do governo franquista em 1973, considerados um delito polo tribunal de exceçom espanhol continuador do Tribunal de Ordem Pública [TOP], a “Audiência Nacional”.

Durante décadas a criatividade popular adatou músicas e letras mui conhecidas para apluadir a execuçom do continuador natural de Franco.

Mas agora a involuçom fascistizante em curso do regime postfranquista e a carência dumha oposiçom de massas de orientaçom revolucionária, permite que o poder judicial espanhol em conivência com os interesses do bloco oligárquico, condene à prisom o exercício da liberdade de expressom.

A “justiça” espanhola possui um indiscutível caráter de classe, é umha justiça” benévola com os que realizam apologia do fascismo, da xenofobia e o machismo, permissiva com os que saqueiam as arcas públicas, evadem fortunas nom tributando, benigna com a monarquia, magnates, banqueiros, oligarcas e com os políticos bandidos.

É umha “justiça” ao serviço do Estado imperialista visando atingir por todos os meios possíveis a plena assimilaçom da Galiza e do resto das naçons oprimidas.

Mas obviamente é umha justiça que criminaliza as reivindicaçons da trabalhadoras e os trabalhadores, implacável com o povo empobrecido, com os humildes, com @s que luitam e se rebelam contra todo tipo de injustiças e opressons, com @s que exercem o direito sagrado à liberdade de expressom.

A condena da Cassandra constata novamente o que a esquerda independentista galega leva décadas denunciando: a “Audiência Nacional” age como umha nova inquisiçom.

Agora Galiza transmite a Cassandra a solidariedade galega e manifesta que a execuçom de Carrero Blanco foi legítima porque os regimes totalitários devem ser combatidos por todos os meios.

A dissoluçom da “Audiência Nacional”, assim como a revogaçom de toda legislaçom especial como a Lei de Partidos e a Lei de “segurança cidadá” [Lei mordaça] é umha reivindicaçom prioritária no quadro de um programa minimamente democrático.

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 29 de março de 2017

ATENTADOS: MANIPULAÇOM E INTOXICAÇOM MEDIÁTICA

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Atentados: Manipulaçom e intoxicaçom mediática

O recente atentado cometido em Londres está sendo novamente utilizado polos meios de [des]informaçom burgueses para gerar alarma social e confusom no povo.

A opacidade sobre os autores deste tipo de açons terroristas, contribuem a termos que analisá-los com enorme prudência pois nalguns casos todas as evidências provocam que tenhamos que caraterizá-los como de “falsa bandeira”, promovidos polos serviços de inteligência ocidentais por espúreos interesses políticos visados em injetar medo na sociedade e assim justificar mais cortes em direitos e liberdades.

As TVs, rádios e jornais que dedicam horas e horas em monstrar as imagens de Londres ocultam as brutais açons terroristas em Damasco, Bagdade ou Saná, nas cidades e povos da Síria, o Iraque e o Iemem, cometidas habitualmente polas mesmas organizaçons yihadistas.

A guerra de extermínio sionista contra o povo palestiniano também é habitualmente deformada e ocultada.
Ou é que vale mais a vida de um británico que a de umha síria ou umha iraquiana?

 Domingo 19 de março mais de 40 peregrinos iraquianos fôrom assassinados em Damasco num brutal atentado terrorista contra o seu autocarro. Nem umha só linha ou imagem nos meios que nos bombardeiam com as mortes em Londres, Paris ou Niza.

Quanto cinismo e hipocrisia!

 

CASO NÓOS: MAIS UM EXEMPLO DA IMPUNIDADE DAS ELITES NO ESTADO ESPANHOL

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A absolviçom da Infanta Cristina no caso Nóos define o atual regime bourbónico postfranquista.
A justiça espanhola nom é obviamente imparcial pola natureza burguesa do regime vigorante, mas para salvaguardar a toda custa a “família real” imposta por Franco nom guarda nem as formas.
A falsa democracia espanhola condena com sentenças duras de prisom e elevadas multas às trabalhadoras e trabalhadores que luitam para defender conquistas, direitos e liberdades.
Este mesmo sistema aplica penas benignas às elites que roubam e saqueiam para enriquecer-se ainda mais a custa da pobreza e miséria da maioria social.
A reaçom da maioria dos partidos do regime do 78 respeitando a sentença, e alavando a falsa divisom de poderes, constata que o atual sistema é irreformável e que a luita é o único caminho.

Rebeliom Popular!

GALIZA COM O CHILE QUE LUITA POLA REVOLUÇOM SOCIALISTA.

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GALIZA COM O CHILE QUE LUITA POLA REVOLUÇOM SOCIALISTA

No 43 aniversário do golpe de estado de Pinochet contra o governo da Unidade Popular, Agora Galiza manifesta a sua solidariedade internacionalista com o povo trabalhador chileno.
11 de setembro de 1973 era liquidada a sangue e fogo a “via chilena ao socialismo”. O imperialismo norteamericano finalizava com a ilusom reformista de construir o Socialismo sem derruvar o Estado burguês, sem desmontar os seus poderosos mecanismos de dominaçom.
Ao igual que na Galiza de julho de 1936 no Chile de 1973 o legalismo e o fetichismo parlamentarista da esquerda reformista vacilou à hora de armar a classe operária para derrotar a ofensiva fascista, tal como solicitavam as organizaçons revolucionárias.
O presidente Salvador Allende decidiu execessivamente tarde resistir e defender com as armas na mao as conquistas, direitos e liberdades atingidas polo governo da Unidade Popular.

mpmr-chile
A esquerda independentista galega transmite unha saudaçom revolucionária ao Chile insurgente e combativo, ao que nom arria as bandeiras de Manuel Rodríguez, Luis Emilio Recabarren e Miguel Enríquez.

A rebeliom nom só é um direito, é umha necessidade!
A luita é o único caminho!
Até a vitória sempre!

Comunicado nº 29. Agora Galiza condena a brutal repressom policial contra mestres de Oaxaca.

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Umha dúzia de mortos, centenares de ferid@s de bala, mais de 25 ativistas desaparecid@s, e dúzias de dirigentes sindicais detid@s, é o saldo provisório da repressom policial do governo mexicano contra a justa luita do professorado contra a neoliberal lei de educaçom.

As demandas do professorado mexicano sob a direçom da combativa Coordenadora Nacional de Trabalhadores da Educaçom (CNTE) som respondidas com chumbo, detençons e torturas por parte do criminal presidente Enrique Peña Nieto.

Um narcogoverno peom do imperialismo ianque que se permite o luxo de dar leiçons de democracia ao governo venezuelano enquanto mantém boa parte do seu povo na miséria, e emprega o exército e a polícia federal para afogar em sangue e fogo as reivindicaçons da classe trabalhadora e camadas populares do país de Emiliano Zapata.

Mais umha vez assistimos ao cinismo da ditadura mediática espanhola que oculta a repressom do governo mexicano, o que está contecendo em Oaxaca, manipulando os factos que provocam a luita popular, enquanto gera um globo mediático na guerra económica contra o povo trabalhador veenzuelano pola burguesia autótone dirigida por Washington.

Similar silêncio mantenhem os partidos do regime e os aspirantes a substituir o monopartidarismo bicéfalo da segunda transiçom bourbónica. No melhor dos casos nom passam de mornas condenas permitindo a impunidade repressiva contra o México rebelde. A loquacidade de Podemos neste caso nom passa de “observar com gravíssima preocupaçom e malestar os sucessos”.

A esquerda independentista e socialista galega transmite a sua solidariedade internacionalista ao professorado, ao povo trabalhador de Oaxaca e do conjunto do México, à CNTE e às forças revolucionárias e populares que participam na luita, e solicita ao governo espanhol a rutura de relaçons diplomáticas com o criminal e bandido narcogoverno de Peña Nieto.

A classe trabalhadora mexicana, como o proletariado francês, estám monstrando mais umha vez que a luita é o único caminho para frear a ofensiva do capitalismo, e que nada se pode conseguir grátis, que as conquistas e os direitos operários, populares e nacionais som fruto da luita e nom da delegaçom das urnas burguesas.

Na Pátria, 22 de junho de 2016

Direçom Nacional de Agora Galiza

COMUNICADO Nº 26. NA GALIZA SÓ EM GALEGO.

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NA GALIZA SÓ EM GALEGO

Gostaria que se utilizasse a grafia do português, conservando o nosso próprio idioma”

Manuel Maria

Mais um ano chegamos ao Dia das Letras numhas circunstáncias idênticas às que nos tenhem acompanhado desde que Espanha nos agasalhou com um grolinho do “café para todos” a inícios da década de 80.

O processo de substituiçom lingüistica continua reduzindo a comunidade de falantes, o galego perde espaço social e já está no ponto de passar de língua maioritária minorizada a língua minoritária minorizada, com o que o devalo é cada vez mais grave.

Nas semana prévia ao 17 assistiremos à habitual cerimónia da confusom, em que o espanholismo, da extrema-direita governante até a “nova” social-democracia falará das vitudes da nossa língua “sem impossiçons”, e do galeguismo “bem entendido”. Quando na realidade todas essas forças foráneas som distintas faces do minguante imperialismo espanhol, que desgraçadamente tem na nossa naçom os sucessos que lhe som negados nas outras naçons que oprime o nacionalismo espanhol.

No meio deste desesperançador panorama há iniciativas de futuro para o galego como as escolas de ensino em galego Semente, que nom deixam de medrar apesar das dificuldades.

Mas um dos perigos que ano após ano se revela mais letal para a nossa língua é a progressiva hibridaçom com a “língua teito”, o espanhol. Este processo, que é tam antigo como a secular imposiçom da língua mesetária, alcança nas últimas décadas, da mao dos mídia foráneos, um crescimento exponencial.

Nom é já o léxico galego o que está cada vez mais deturpado na fala e na escrita, o processo de hibridaçom, e por tanto espanholizaçom, alcança a prosódia, o sotaque, e as estruturas morfosintáticas mais genuínas da nossa fala. Esta hibridaçom aparece tanto em falantes primários como neofalantes. Na fala e na escrita da geralidade das pessoas falantes como em publicaçons, rádio e televisom em galego e filmes dobrados. E mesmo tanto em falantes anónimos como em pessoas comprometidas com a normalizaçom e a cultura.

Eis o presente dumha língua que nom só desaparece passeninhamente, senom que ao tempo se torna cada vez menos galego e mais espanhol.

É tempo de tornarmos-nos falantes conscientes e preocupad@s com a qualidade da língua que falamos, porque as percentagens de galego-falantes que aparecem nos inquéritos incluem grandes percentagens de falantes dum crioulo a meio caminho entre a nossa língua e o espanhol.

Estamos cert@s que o reintegracionismo é a opçom necessária para invertermos esta tendência. Necessária, mas nom suficiente. Sem umha decidida vontade coletiva de depurar a nossa língua, tanto escrita como falada, da contaminaçom que a abafante presença do espanhol tem poluído o galego, podemos igualmente acabar num dialeto regional do castelhano escrito com nh.

Outros povos com línguas minorizadas, que ao tempo, como no caso galego, som línguas nacionais plenamente normalizadas noutros países, já optárom nesta ineludível via há tempo com absoluto sucesso e conseguindo a desejada normalizaçom e plenitude de usos. É claro: faz falta vontade coletiva.

Perante o absoluto fracasso da estratégia de normalizaçom lingüística promovida polo nacionalismo galego nas últimas quatro décadas, é imprescindível um novo acordo alicerçado no reintegracionimo lingüístico e no monolinguismo social.

Porém, Agora Galiza é consciente que a plena normalizaçom do nosso idioma só será posível quando a Galiza conquiste a sua independência e soberania nacional.

Na Pátria, 17 de Maio de 2016