Comunicado nº 156. POR UM 2021 DE OFENSIVA REPUBLICANA E ANTIFASCISTA!

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POR UM 2021 DE OFENSIVA REPUBLICANA E ANTIFASCISTA!

A pandemia global mudou radicalmente o ano que finaliza, alterando as agendas políticas de governos e do conjunto do movimento operário e popular.

O Covid-19 tem-se convertido na grande oportunidade histórica, que habilmente está aproveitando a burguesia para implementar a aceleraçom das medidas previstas de endurecimento das condiçons de trabalho, de restriçom de direitos e amputaçom de liberdades, imprescindíveis para manter e perpetuar a sua taxa de lucro, e alongar a vida do capitalismo crepuscular.

Está logrando aplicá-las sem praticamente resistência e oposiçom. A estratégia desinformativa gerada à volta do vírus tem provocado resignaçom e desmobilizaçom geral, inclusive entre as forças políticas e sindicais operárias e de libertaçom nacional.

O medo -sistemática e deliberadamente inoculado nestes dez longos meses-, tem paralisado as capacidades e potencialidades de luita da nossa classe e do nosso povo. Mediante manobras de distraçom tenhem contribuído para desviar a atençom sobre as tarefas e necessidades, dividir-nos ainda mais, incidindo em preocupaçons banais, supérfluas e intrascendentes que nos fam mais vulneráveis.

O caldo de cultivo provocado deste estado shock que ainda nom superamos, o medo gerado pola crise sanitária e social em curso, tem favorecido o incremento e desenvolvimento do fenómemo do fascismo.

Os confinamentos, as medidas excecionais adotadas polo Governo espanhol e a Junta da Galiza -sempre justificadas no combate à pandemia-, tenhem restringido e cortado liberdades básicas, direitos essenciais, favorecendo umha atmófera visada para aceitar submissamente o cercenamento “voluntário” das conquistas atingidas com suor, lágrimas e sangue em décadas e décadas de luita e confronto organizado.

O isolamento imposto impediu durante meses a organizaçom operária e popular perante a impossibilidade de exercer o direito de livre circulaçom. Atualmente segue vigorante polas medidas governamentais e pola “autodisciplina” que penetrou no conjunto do povo trabalhador.

A falsa disjuntiva governo “progressista” vs oposiçom fascista

Nesta conjuntura tam adversa, o fraudulento Governo “progressista” do PSOE-Unidas Podemos tem logrado um magnífico aliado. As forças fascistas e reacionárias [PP, Vox e C´s] tenhem desfigurado a sua correta caraterizaçom de simples governo burguês ao serviço dos planos do Capital e submetido aos ditados imperialismo. Por muita fachada e relato “progre” do que se dotem alguns dos seus ministros, por muitos remendinhos que fagam e sobre todo prometam, nom é mais que um Governo que procura defender os interesses da oligarquia.

O eixo de gravidade “político-ideológico” está tam escorado para a extrema-direita, que mais um governo neoliberal do posfranquismo é apresentado sem pudor algum como o “mais progressista da história de Espanha”.

Que um conjunto de morninhas reformas visadas para amortecer a luita de classes, para estabilizar a crise estrutural da III restauraçom bourbónica, contem com o apoio explícito e implícito do conjunto das “esquerdinhas” social-demócratas periféricas, nom só manifesta o seu oportunismo genético, e exprime a profunda crise de identidade e perspetiva. É também resultado da dramática carência de ferramentas defensivas operárias e populares na atual fase da luita de classes e de libertaçom nacional.

Por muito que o fascismo mediático, militar e orgánico, o definida como um “governo social-comunista-bolivariano”, a esquerda revolucionária galega segue-o caraterizando como um governo social-liberal com incrustraçons social-demócratas no que nom depositamos as mais mínimas expetativas e confiança.

Há exatamente um ano, prognosticamos que frente aos silêncios cúmplices e os calculados oportunismos, o Governo PSOE-Podemos, ia ser umha estafa, um monumental engano. 365 dias depois temos comprovado a acertada análise.

Neste ano constatamos que mais alá da retórica e de mornas medidas neokeynesianas, nom derrogárom a reforma laboral, nem a lei mordaça, seguem instalados no chauvinismo espanhol negador do legítimo e necessário exercício da autodeterminaçom. Pactuárom com o Ibex 35 o “botim” do resgate “europeio”, que novamente vai ser absorvido polas grandes empresas a custa de alongar os ERTE, incrementar o desemprego, a precariedade laboral, a pobreza e a miséria de um povo trabalhador desorganizado e desarmado ideologicamente, portanto vítima da demagogia populista fascista.

Confrontar a monarquia e o fascismo

Nestes dez meses de pandemia, o vírus fascista tem-se extendido sem limitaçons. A desligitimaçom “democrática” do governo segundo os parámetros burgueses, tem justificado permanentes apelos ao golpe de estado. O franquismo, bem instalado nos aparelhos estatais do regime, age com absoluta impunidade porque bem sabe que Pedro Sánchez e Pablo Iglesias carecem de coragem.

Juízes, generais, diretores de meios de [des]informaçom, líderes políticos, organizaçons gremiais policiais, bispos, aristócratas, e resto da escória social franquista, levam meses criando um estado de opiniom visado para justificar umha nova involuçom política.

O núcleo mais poderoso do bloco oligárquico do Ibex 35, rearticulado e consolidado pola vitória do golpe de estado de 1936, nom atura que simples capataces estejam gerindo os seus interesses desde a Moncloa. Pretende suprimir intermediários.

E os capataces carecem de firmeza e decisom política para confrontar o fascismo e o grande Capital, optando por morninhas e inofensivas condenas, que só envalentonam ainda mais os seguidores da monarquia imposta por Franco.

A peça angular do regime emanado da maquilhagem franquista som os inquilinos do palácio da Zarzuela.

Juan Carlos I e Felipe VI representam a continuidade institucional do genocida regime militar imposto a sangue e fogo. Nem o capitalismo se pode reformar, nem a monarquia pode ser “democratizada”. Ambas som falazes ilusons dos falabaratos da “esquerdinha”, que só desviam a atençom de setores operários e populares na tarefa principal: tombar o regime de 78.

A sua queda nom derivará de maiorias artitméticas parlamentares, nem de acordos de cúpulas, será resultado da luita unitária e organizada da classe operária e o conjunto do povo trabalhador.

Nada podemos aguardar da “esquerdinha” que branquea e alterna com os partidos fascistas, que legitima o aparelho estatal posfranquista.

Frente o desencanto e a frustraçom devemos continuar configurando um bloco popular antifascista e republicano, hegemonizado pola classe trabalhadora. Eis a nossa tarefa principal na alvorada do novo ano que já se divisa no imediato horizonte.

2020, novamente um ano negativo para a classe obreira galega e a Galiza

O ano que acaba tem sido novamente nocivo para as condiçons de vida da maioria social, para o povo trabalhador e empobrecido da Galiza.

Tem sido também um ano de retrocessos das cada vez mais precárias bases materiais e imateriais da Naçom galega, submetida a umha opressom nacional de rasgos coloniais polo Estado imperialista espanhol e a UE.

Um ano no que as “esquerdinhas” se deixárom arrastar pola emboscada eleitoral de julho, bem calculada e desenhada por Feijó. Embora a maioria do povo trabalhador galego nom participamos no processo eleitoral, optando pola abstençom, a prevista relativa maioria absoluta revalidada polo PP só pode ser combatida nas ruas e nos centos de trabalho.

A oposiçom nom só está desaparecida no parlamentinho de cartom, tanto BNG como PSOE nom param de propor-lhe acordos ao PP. Com esta política conciliadora e pactista a rua recobra a sua trascendência.

A luita é o único caminho

Nom existe mais alternativa que luitar fora das instituiçons do regime de 78. A luita é pois o único caminho, tal como o constatou o proletariado de Alcoa na sua exemplar defesa dos postos de trabalho e continuidade da fábrica da Marinha, frente a decisom de desmantelamento promovida pola multinacional ianque.

Só mediante o confronto e a luita lograremos reverter a ofensiva do Capital, assim o entende o proletariado de Siemens Gamesa em Somoças.

Sem luita contundente seguiremos retrocedendo em direitos, conquistas e liberdades. Depositarmos esperanças em espetrais governos “alternativos” ao PP, em oportunistas operaçons políticas cujo estrepitoso fracasso ainda ecoa, é a mais eficaz receita para esterilizar as imensas potencialidades e capacidade de combate e vitória da classe operária.

Deslindar e confrontar com os discursos edulcorados dos “partidos de esquerda” pequeno-burgueses e as organizaçons satelitais, mas também promovendo alianças amplas em base a programas avançados derivados de acordos poliédricos, segue sendo hoje a folha de rota sobre a que devemos avançar na reconstruçom da esquerda revolucionária galega.

A conquista da nossa emancipaçom como classe, povo e naçom, só se atingira com o triundo da Revoluçom Socialista Galega, a nossa contribuiçom à Revoluçom mundial.

Mas esta nom será resultado de urnas, de post, de tuiters ou ingeniosos relatos, de exercer normalidade democrática. As grandes transformaçons no século XXI seguirám sendo resultado das barricadas, dos confrontos diretos com as forças repressivas do Capital, de insurreiçons e rebelions populares, do exercício do poder operário e popular, da expropriaçom dos meios de produçom, do lume purificador … da luita organizada e unitária do povo trabalhador e empobrecido. De lograrmos organizar com êxito a Revoluçom Socialista.

Apelos e desejos

Agora Galiza-Unidade Popular temos claro que em 2021, sempre arroupados e guiados polas bandeiras vermelhas da rebeliom, agindo com a firmeza dos princípios, a independência de classe e o optimismo da vontade, seguiremos avançando.

Continuaremos tecendo e participando nos espaços de coordenaçom e unidade da insurgência global, promovendo o internacionalismo prolétário, combatendo sem trégua toda tentativa de confrontar as classes trabalhadoras dos diferentes povos submetidos polo Estado espanhol mediante discursos chauvinistas.

Apelamos à juventude trabalhadora e estudantil galega, mas também à militáncia veterana que fruto do desencanto e a frustraçom optou polo repregamento, implicar-se ativamente na tarefa histórica de reconstruir as ferramentas de combate e vitória que necessita a nossa classe e a nossa naçom.

Sabemos que sem conquistarmos a independência e a soberania nacional nom é possível construir umha Galiza sem exploraçons nem opressons, que sem umha estratégia política de organizaçom e mobilizaçom social permanente e encadeada, empregando a rua e a combinaçom de todas as formas le luita, nunca se poderá disputar ao Capital a conquista do futuro que nos nega.

Saúdos a quem luita e a quem sem sabélo ainda tem que luitar para nom perecer

Nom queremos despedir-nos sem transmitir umha sincera saudaçom revolucionária a todas as pessoas que com diferentes graus de implicaçom e compromisso tenhem permitido avançar na reconstruçom do projeto revolucionário da esquerda independentista que Agora Galiza-Unidade Popular representa.

Também queremos saudar o conjunto da Galiza que acredita no povo galego, a classe obreira, a juventude, as mulheres trabalhadoras, o povo empobrecido e depauperado que participou nas luitas para conquistar um futuro melhor.

Saudar os presos e presas políticas galegas e do conjunto do Estado espanhol, tod@s @s represaliad@s, as organizaçons galegas e estrangeiras amigas, o movimento popular galego e os povos que em 2020 nom cedérom perante os embates do imperialismo, com destaque para o povos saraui, sírio, palestiniano, colombiano, venezuelano, iraquiano, afgao, iemeni, do Dombass … a todos eles a nossa solidariedade internacionalista.

Até a vitória sempre!

Denantes mortos que escravos!

Só a classe operária salva a classe operária!

Independência e Pátria Socialista! Venceremos!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 30 de dezembro de 2020

Comunicado nº 155: 6 de dezembro. Abaixo o Regime de 78. INDEPENDÊNCIA E SOCIALISMO

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6 de dezembro . Abaixo o Regime de 78

INDEPENDÊNCIA E SOCIALISMO

Novamente o ruído de sabres acompanha o nefasto aniversário da constituiçom espanhola de 1978.

O “venerado” texto que cristalizou a claudicaçom do “eurocomunismo” e da social-democracia espanhola perante os partidos herdeiros do “Movimiento Nacional” franquista, entrega poderes excepcionais às forças armadas emanadas do golpe de fascista de 1936.

Do artigo 2º que manifesta a “indisolúvel unidade da Naçom espanhola, pátria comum e indivisível”, deriva o artigo 8º, que sem rubor algum afirma que “as Forças Armadas, constituídas polo Exército de Terra, a Armada e o Exército de Ar, tenhem como missom garantir a soberania e independência de Espanha, defender a sua integridade territorial e o ordenamento constitucional”.

Embora nom nos surpreendam, som alarmantes as cartas deliberadamente filtradas com opinions sobre a situaçom política, de generais e coroneis destas forças armadas, que até há nom muito tempo comandavam divisons.

Os apelos a fusilar metade da populaçom do Estado espanhol, a bombardear Barcelona, a solicitar a Felipe VI que encabece um golpe de estado contra o atual governo de Pedro Sánchez, som consequência dos ignominiosos pactos da Transiçom e da maquilhagem do fascismo, que mantivo intacto o aparelho estatal franquista, e nom depurou os corpos repressivos.

A delirante caraterizaçom que realiza o fascismo civil ou militar sobre o atual governo social-liberal com inscrustraçons social-democratas, só contribui para deformar a sua verdadeira natureza, e mascarar o falso governo “progre”.

Governo que até o momento, perante a gravidade das declaraçons militares, só tem optado por “sacar ferro” ao assunto, por nom adotar medidas contundentes, por seguir incementando os gastos em armamemto e os privilégios da casta militar.

Nom só Vox aplaude os apelos ao golpe de estado e o fusilamento de milhons de trabalhadores e trabalhadoras.

A corruta e ilegítima monarquia bourbónica imposta por Franco em 1969 segue instalada no silêncio cúmplice. Quem cala outorga Felipe?

Mas, até que ponto estamos perante umha operaçom perfeitamente calculada para relegitimar, como no 23F de 1981, a cada vez mais desprestigiada monarquia?

Neste cenário recobra máxima atualidade e vigência, a necessidade de tecer a grande aliança antifascista que vimos teimudamente defendendo.

Agora Galiza-Unidade Popular apela para os setores mais avançados da nossa classe e do nosso povo a quebrar com as lógicas políticas sistémicas e a dar passos firmes na articulaçom de um bloco popular antifascista, nom para defender e restaurar os fundamentos da democracia burguesa “ameaçada”, e sim para avançar na articulaçom de um movimento operário e popular com direçom e linha genuinamente ruturista e socialista.

A ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA GALEGA NADA TEM QUE CELEBRAR ESTE 6D

A constituiçom espanhola e burguesa de 1978 é ilegítima, pois nom foi aprovada nem muito menos, pola maioria do povo trabalhador galego. No referendo realizado há 4 décadas, apenas 44.70% do recenseamento eleitoral galego votou afirmativamente numha consulta na que a abstençom atingiu 49.79%.

Espanha e o atual regime oligárquico é irreformável. Nom existe possibilidade algumha de mudá-lo. Só pode ser transformado pola via revolucionária.

Portanto, qualquer proposta de reformar a chave da abóbada da arquitetura jurídico-política vigente, ou releituras constitucionais “progressistas” perante a “ameaça fascista”, está inevitavelmente condenada a reforçar o sistema.

Em plena involuiçom e deriva reacionária do regime de 78, perante as ilusons sobre o falso governo “progressista”, perante o avanço do fascismo, é necessário e urgente construir ferramentas defensivas e combativas, articuladas à volta de umha alternativa estratégica, que só é possível fora de Espanha, da UE e da NATO.

Tanto a estratégia que promove o autonomismo socialdemocrata galego de conquistar mais transferências, de tentar mudar o sistema de financiamento autonómico, mediante negociaçons com Espanha, como mudar o modelo de estado monárquico por umha república federal que perpetua o projeto chauvinista espanhol, é simplesmente umha via morta.

Só a luita independentista e socialista, sob direçom e orientaçom obreira e popular, logrará a imprescindível rutura do regime postfranquista que permitirá a nossa emancipaçom como classe e libertaçom como naçom.

A luita é o único caminho!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 5 de dezembro de 2020

Comunicado nº 154 É LUITA DE CLASSES. Nom é confinamento.

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É LUITA DE CLASSES. Nom é confinamento.

Ao novo confinamento adotado esta semana polo governo bipartido espanhol, impondo um toque de recolher entre as 23 e 6h até a primavera, une-se-lhem os confinamentos perimetrais das sete grandes cidades da Galiza e parte das suas áreas metropolitanas, que entrárom em vigor às 15h de hoje, 30 de novembro de 2020.

Ambas decisons nom respondem a critérios científicos e epidemiológicos, som basicamente decisons políticas que aparentam vontade de querer combater e vencer a pandemia do Covid-19.

Nom se permitem reunions de mais de seis pessoas convivintes, nem interatuarmos nas ruas e nos centros de ócio, mas as crianças sim podem assistir a aulas com dúzias de nenos. A classe operária e o conjunto do povo trabalhador aos seus centros de trabalho, compartilhando espaços com dúzias, centenares e milhares de companheiros. Deslocando-nos no transporte público ateigado, que incumpre todas as recomendaçons e a cada vez mais asfixiante regulamentaçom.

Estamos quiçás assistindo ao maior experimento de controlo social de massas da História da humanidade.

Nem os sonhos distópicos mais aberrantes se atreveriam a atingir um cenário como o que atualmente estám logrando impor, sem praticamente oposiçom. De forma voluntária, sem uso da violência física, sem resistência organizada, estám logrando que bairros e cidades, que praticamente a totalidade da populaçom operária e popular respeite as restrinçons de mobilidade.

Após meses inoculando o medo paralisante mediante a manipulaçom informativa, as meias verdades, a demagogia populista, que facilita malear ao seu antolho umha sociedade desorganizada, conseguírom um elevado grau de autodisciplina social, inimaginável há umhas décadas.

As consequências psico-sociais da doutrina do shock para fazer frente a um inimigo invisível que falsamente afetaria todos, à margem da classe social e país, segue condicionando a carência de umha reaçom coletiva perante o corte e restriçons de liberdades fundamentais.

A gravidade do que estamos padecendo é que estám sentando as bases para adoutrinar as novas geraçons mediante o aparelho educativo -as atuais crianças e adolescentes-, na normalizaçom da obediência cega, no endurecimento do conformismo alienante e da resignaçom. Discrepar, criticar, disentir, pensar sem limitaçons, nom só está mal visto, está-se criminalizando.

Após fechar a hotalaria e a cultura mediante umha campanha de intoxicaçom deliberadamente planificada, passárom a criminalizar a juventude, apresentando as “festas” em incontrolados focos de contágio.

Pretendem converter cada indivíduo num polícia e num delator, em depositar na “responsabilidade individual” a garantia da saúde coletiva.

A covarde posiçom adotada polas esquerdinhas -seguidistas do discurso hegemónico polo seu já de por si medo congénito, agravado pola capitulaçom ideológica-, só contribui para o branqueamento dos planos da oligarquia para perpetuar o capitalismo crepuscular.

Nestes nove meses, na Galiza, a oligarquia e os seus capatazes nada figérom por investir e melhorar o sistema público de saúde e os geriátricos. Todo segue praticamente igual que em março. Privatizaçons encobertas, falta de recursos humanos e materiais, carência de meios, desproteçom do pessoal sanitário, ausência de planificaçom. Eis a realidade dos hospitais e centros de saúde geridos polo SERGAS. Nestes momentos nom só nom existe atençom médica primária, nom há nem suficientes vacinas para fazer frente à gripe estacionária.

As elites nom só incumprem as medidas impostas, tal como vimos há uns dias na gala do jornal reacionário “El Español”. Em pleno início do toque de recolher, mais de 150 membros da oligarquia e os dirigentes das suas fraçons de apoio, assistem a umha luxuosa festa.

Estes nove meses constatam que o capitalismo nom tem vontade real para combater e derrotar a pandemia em curso. Que as suas erráticas e negligentes decisons tenhem provocado na Galiza mais de 1.000 mortes, na sua imensa maioria claramente evitáveis.

Todos os indicadores ratificam que estám dilatando deliberadamente o final dumha pandemia da que nem explicam as suas origens, nem os seus vínculos com a crise ecológica derivada do depredador modo de produçom capitalista.

A burguesia pretende controlar a multicrise do capitalismo impondo um caos controlado global.

O cenário previamente desenhado, e que agora achou umha oportunidade imelhorável para implementar sem grandes resistências os planos que garantam a acumulaçom e expansom de capital, contemplam a depauperaçom acelerada de amplíssimos segmentos operários e populares, mas também de grandes contingentes pequeno-burgueses. Mas sem restriçons, amputaçons, cortes e eliminaçom de liberdades básicas e direitos laborais, nom seria possível.

Havia décadas que nom se apresentávam tam magníficas condiçons para facilitar de forma encoberta o endurecimento da ditadura da burguesia.

A nova fase do capitalismo senil alicerzará-se sobre o binómio mais exploraçom/menos liberdades.

Perante este cenário tam adverso para a causa do Trabalho e a emancipaçom da classe operária e dos povos, e tam ótimo para o desenvolvimento e avanço do fascismo, cumpre passar à ofensiva.

Nom podemos deixar que mexem por nós e dizer que chove! Há que reagir!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 30 de outubro de 2020

Comunicado nº 153: Novo estado de alarma e toque de recolher, novo engano para salvaguadar a reproduçom do Capital sacrificando a saúde e o futuro do povo trabalhador

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Novo estado de alarma e toque de recolher, novo engano para salvaguadar a reproduçom do Capital sacrificando a saúde e o futuro do povo trabalhador

Após oito meses de pandemia, o capitalismo espanhol opta por declarar um novo “estado de alarma”, aplicando um toque de recolher noturno.

Assistimos a mais de meio ano perdido para adotar as medidas imprescindíveis para fazer frente com êxito ao Covid-19.

Após a desescalada precipitada de junho, promovida polo governo de Pedro Sánchez e Pablo Iglesias, imposta pola pressom do Ibex 35 e das forças fascistas e de extrema dereita, o resultado som cerca de 1.000 pessoas falecidas na Galiza, e 50.000 no conjunto do Estado espanhol.

Nom só estamos perante a incompetência e negligência da Junta da Galiza e do governo espanhol, estamos perante a lógica perversa e criminosa da ecomomia de mercado, que sacrifica vidas para salvar os interesses do Capital.

Novamente para frear a expansom da pandemia opta-se por restringir e cortar liberdades e direitos básicos, por militarizar as ruas.

Mais de meio ano perdido para reforçar o sistema público de saúde e de residências geriátricas. Todo segue igual e mesmo pior que no mês de março.

Privatizaçons encubertas, deterioramento do sistema, carência de pessoal sanitário, de hospìtais e centros de saúde, de meios, …

O governo “progre” do PSOE-Unidas Podemos opta mais umha vez por repetir os erros da passada primavera, por facilitar o incremento da reproduçom do Capital, nom age em base a critérios epidemiológicos e sanitários. A suas decisons som as que demanda o Ibex 35 e o capitalismo monopolista.

Voltamos a lembrar que durante o estado de alarma vigorante entre março e maio, as 23 maiores fortunas do Estado espanhol incrementárom obscenamente a su riqueza em 14.000 milhons de euros.

As novas medidas adotadas serám devastadoras para o setor da hotalaria, sacrificando na Galiza milhares de postos de trabalho diretos e indiretos. Aparentando que se adotam medidas para frear o desenvolvimento da pandemia, o governo espanhol e o autonómico utilizam este setor como simples cabeça de turco.

Nem umha só medida para evitar contágios no transporte público, nas grandes fatorias, nos centros de trabalho.

A estratégia do medo pretende disciplinar-nos ainda mais, criminalizar a juventude e evitar a toda custa paralisar o incremento dos lucros do capital.

Pretende responsabilizar os individuos no combate à pandemia, de confrontar o povo trabalhador entre si, quando nom se adotam as medidas imprescindíveis para controlar o Covid-19.

Agora Galiza-Unidade Popular solicita à Junta da Galiza e ao governo espanhol:

  1. Imediata blindagem da Galiza, restringindo a mobilidade nas fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, do nosso país.

  2. Paralisaçom imediata de todos os setores económicos prescindíveis, carentes de releváncia estratégica, até atingirmos os rátios de contágio de 25 infetados por cada 100.000 pessoas.

  3. Proibiçom e substituiçom dos ERTEs por umha prestaçom universal do Estado que cubra 100% do salário das trabalhadoras e trabalhadores.

  4. Congelamento do pagamento dos serviços básicos [eletricidade, água, gâs, telefonia] para todas as famílias com membros em ERTE.

  5. Imposto progressivo às grandes fortunas. Os ricos devem pagar a crise.

  6. Plano integral de resgate do setor serviços, para garantir os postos de trabalho de asalariados e autónomos, proibindo despedimentos e reduçom salarial.

  7. Cancelaçom do pagamento das hipotecas e alugueres durante a crise sanitária, a todos os trabalhadores e trabalhadoras com dificuldades económicas.

  8. Aplicaçom dos protocolos de aforos e desinfeçom no transporte público para garantir a saúde das trabalhadoras e trabalhadores. Controlo estrito e clausura dos centros de trabalho que incumpram a normativa de prevençom, segurança, higiene e saúde laboral.

  9. Reforçamento da vigiláncia e controlo da inspeçom de Trabalho para evitar a implementaçom fraudulenta de ERTEs.

  10. Prestaçom de desemprego a todos os trabalhadores e trabalhadoras que perdérom os seus postos de trabalho pola crise sanitária e económica vigorante.

  11. Fortalecimento dos serviçps públicos. Dotar o pessoal sanitário, de limpeza, bombeiros e proteçom civil com os meios, EPIs e material necessário para realizar tarefas de desinfeçom e atençom de enfermos.

  12. Incautaçom dos laboratórios privados e nacionalizaçpm do sistema sanitário e das residências privadas, para fazer frente à crise sanitária e garantir a saúde dos setores mais vulneráveis do povo trabalhador.

  13. Nacionalizaçom de setores estratégicos da economia: companhias elétricas, água, gâs, transportes, telecomunicaçons, indústria farmaceútica, AP-9.

    A classe obreira galega e o conjunto do povo trabalhador e empobrecido deve luitar polos nossos direitos, por evitar que em base a demagógicas e falsas alternativas para superarmos a pandemia, se conculquem e suprimam.

    Unidos venceremos, divididos pereceremos!

    Viva o povo trabalhador galego!

    Só a clase obreira salva a classe obreira!

    Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

    Na Pátria, 26 de outubro de 2020


Comunicado nº 152: REGIME DE 78 É O GRANDE VENCEDOR DA MOÇOM DE CENSURA

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REGIME DE 78 É O GRANDE VENCEDOR DA MOÇOM DE CENSURA

É umha deliberada miragem o construto unánime de tertulianos, analistas e editoriais da imensa maioria dos meios de [des]informaçom burgueses à hora de diagnosticar o resultado da moçom de censura apresentada por Vox contra o governo de coaligaçom PSOE-Unidas Podemos.

Fica praticamente reduzido a um aplauso “unánime” à “viragem” do PP a posiçons de centro-direita.

Mas a imprevista “soidade” vivida ontem nas Cortes por Abascal e a sua bancada de hooligans nazi-franquistas, contribuirá para reforçar o pólo do fascismo sem complexos, em seguir erosionando a base franquista do PP.

Pois a moçom foi concebida por Vox como umha jogada tática que só pretendia aproveitar o alto-falante mediático da iniciativa institucional para erodir a base social do PP e do governo bipartido, para reforçar a sua base eleitoral atraíndo face os seus postulados demagógicos e populistas os cada vez maiores segmentos sociais decepcionados com a gestom do governo progre.

A rutura do PP com Vox, veementemente cenificada por Casado, contribui para procurar passeninhamente o restabelecimento do monopartidarismo bicéfalo, estabilizando assim o regime postfranquista.

Eis o principal objetivo do bloco oligárquico para poder assim aplicar as novas agressons contra as conquistas e os direitos do povo trabalhador, e poder lucrar-se em gerir os mais de 70 mil milhons de euros em “ajudas” da UE.

Paradoxalmente, facilitar a incorporaçom do PP a um grande acordo, exigia teatralizar o seu aparente, mas nom real e muito menos imediato, afastamento das posiçons “extremistas”.

Embora C´s, com muito menor peso institucional, já leva meses implemententando essa estratégia, o PP nom pode abandonar com tanta facilidade o seu flanco direito, pola pressom eleitoral a que o submete Vox.

O outro grande vencedor é o PSOE, sempre cómodo na cenificaçom da antítese do que realmente opiniam, pensam e aplicam os seus dirigentes.

O oportunista relato “antifascista” de Adriana Lastra, é funcional para ocupar. e paulatinamente ir reduzindo o cada vez mais vaporoso espaço podemita.

O discurso da porta-voz do PSOE nas Cortes é mui hábil para converter as socialdemocracias periféricas em simples forças seguidistas, imprescindíveis hoje, mas das que cumpre despreender-se a meio prazo, tal como tem formulada a folha de rota do inquilino da Moncloa.

A ausência de umha voz contundente, com um discurso genuinamente classista, anticapitalista, defensor dumha alternativa ruturista sem matizes nem timoratismos, constata que o debate ajustou-se exatamente aos parámetros sistémicos.

O Manifesto emitido simultaneamente polas forças socialdemocratas do País Basco, Catalunha, País Valencià e a Galiza, assinado por Unidas Podemos e Más Pais, rubricada polo social-liberal PSOE e as forças políticas da burguesias catalana e basca, confirmam a lamentável ausência da voz da classe obreira no Hemiciclo madrileno, da alternativa socialista e revolucionária.

Ontem ganhou Vox, ganhou o PP e ganhou Pedro Sánchez, ganhou portanto o Regime de 78.

Tecer um grande bloco popular antifascista desde postulados anticapitalistas é o dever histórico da classe trabalhadora para frear a cada vez mais poderosa ameaça a que estamos submetidos como classe e como povo oprimido.

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 23 de outubro de 2020

Comunicado nº 151: ALICERÇAR O REGIME DE 78 É A MELHOR ESTRATÉGIA PARA AFORTALAR O FASCISMO

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ALICERÇAR O REGIME DE 78 É A MELHOR ESTRATÉGIA PARA AFORTALAR O FASCISMO

É umha evidência que a moçom de censura promovida por Vox contra o governo espanhol carece de percorrido tático, pois nom conta com os apoios suficientes para tombar a coaligaçom PSOE-Unidas Podemos.

Porém, do ponto de vista estratégico, é um movimento eficaz para afortalar o processo de acumulaçom de forças no novo fascismo. Para ganhar adeptos mediante um delirante relato tam aparente como falsamente “antisistémico”, que vai calando entre setores pequeno-burgueses e camadas populares asustadas polo acelerado processo de depauperaçom e empobrecimento.

Desviando as responsabilidades diretas das políticas económicas desenhadas polo capitalismo monopolista espanhol e a UE, desqualificando estridentemente as mais retóricas que reais políticas “progressistas” do governo de Pedro Sánchez/Pablo Iglesias, o fascismo a cara descuberta que hoje representa a escória de Vox, vai calando entre um povo trabalhador tam desestruturado organicamente como frustrado polas falsas expetativas e promessas governamentais.

Subestimar os efeitos reais da iniciativa promovida por Abascal, só contribui para alimentar a suicida prática autista na que está instalada a “esquerdinha”.

Vox segue implementando a sua folha de rota visada para desputar a hegemonia “ideológica” a umhas forças progressistas e reformistas cada dia mais timoratas e acovardadas, uns partidos incapazes de despreender-se desse discurso politicamente correto inçado de eufemismos e malabarismos, do conforto institucional que hoje desfrutam.

Seguirmos de braços cruzados, infravalorizando o avanço fascista no ámbito social, na configuraçom de umha rede de entidades visadas para desputar a supremacia à direita liberal, que movimenta nas ruas cada vez setores mais amplos das camadas intermédias, que envenena com discursos demagógicos e populistas o povo trabalhador mais precarizado e empobrecido, só nos conduz diretamente à derrota frente a involuiçom reacionária.

Resulta indecente o comunicado conjunto assinado por dez forças políticas com representaçom nas Cortes espanholas.

O “Manifesto em favor da democracia” exemplifica a claudicaçom ideológica da “esquerda” institucional.

É um lavado de cara do Regime de 78, que emana diretamente do golpe fascista de 18J de 1936, umha maquilhagem da deleznável restauraçom monárquica imposta polo franquismo e das mudanças cosméticas da institucionalidade franquista travestida em democracia burguesa.

Perante o avanço do fascismo, a socialdemocracia espanhola e as socialdemocracias das naçons oprimidas, assinam um grotesco manifesto conjunto com forças reacionárias e liberais, cuja centralidade discursiva radica na defesa da democracia ameaçada pola “extrema-direita”.

A desmemória histórica carateriza um texto carregado de eufemismos. A renúncia a aplicar dialeticamente as leiçons emanadas da República de Weimar, “tentando” conter o avanço da barbárie nazista conciliando com as forças burguesas “moderadas” que o promoviam, renunciando portanto a tecer umha sólida aliança entre as organizaçons operárias, define a filosofia de um documento sucrito por três espaços políticos afins -BNG, CUP, e EH Bildu- por um lado, ERC, Compromís, Más Pais e Podemos por outro-, mais PNB, JxC e PSOE.

Todos unidos em “amor e companhia” denunciando que os “discursos racistas, xenófobos, machistas que temos escuitado no que vai de legislatura por parte da extrema-direita e a direita extrema som incompatíveis com os valores próprios de um sistema democrático e suponhem um perigo para a convivência”.

Rejeitamento à “extrema-direita, especialmente quando afete a governabilidade das instituiçons, já for por ativa ou passiva”.

O documento evita denunciar que o fenómeno em curso é consequência direta dos ignominiosos acordos da “Transiçom”. Que a fascistizaçom é promovida diretamente por umha fraçom do bloco de classes oligárquico, empregando os aparelhos de Estado que nom fôrom depurados, alimentada por essa imensa cloaca que configura as Salas de bandeiras militares, as organizaçons gremiais policiais, o poder judicial, os meios de [des]informaçom, a hierarquia católica, boa parte da Administraçom.

O auge do fascismo que mostra sem rubor as suas gadoupas, emana diretamente da atual “democracia” bourbónica. Nom é um fenómeno alheio, nom é um corpo estranho ao entramado institucional do Estado espanhol.

Ao uso das modas imperantes postmodernas, a crítica ao discurso de Vox plasmado no manifesto evita questionar o cerne que justifica a sua existência.

Vox e o conjunto do fascismo orgánico inerente ao aparelho estatal, está promovido polos banqueiros e os magnates do Ibex 35, polos grandes monopólios, basicamente para disciplinar a classe trabalhadora, para agir de eficaz ariete e grupo de choque contra as luitas que derivarám da crise económica do capitalismo senil, multiplicada pola pandemia em curso.

Vox e as forças aliadas que organicamente ainda continuam no PP e C´s, tem como principal tarefa reativar e alimentar o chauvinismo espanhol. Mediante este demagógico instrumento populista do nacionalismo espanhol logram desviar a atençom das massas trabalhadoras, fragmentando-as e confrontando-as, assegurando assim manter a unidade de mercado denominada Espanha, sem a qual o bloco oligárquico nom poderá perpetuar a acumulaçom e expansom de capital blindada polos pactos plasmados na Constituiçom de 1978.

O fascismo é a ditadura terrorista do Capital. Aparece e age nas etapas de profundas crises sistémicas para disciplinar ainda mais a classe trabalhadora. É a ferramenta empregue pola burguesia para dissuadir as luitas do movimento operário e derrotar as demandas do povo trabalhador e empobrecido.

Reduzir a ameaça de Vox ao simplista discurso do “ódio”, que alimenta o racismo, a xenofobia e o machismo, é desenfocar o verdadeiro caráter de classe do fascismo. É concentrar-se nos órgaos prescindíveis e nom disparar ao coraçom.

Alimentando esta falsa “normalidade democrática”, lavando a cara ao PSOE como principal peça da bóveda postfranquista, ocultando as suas responsabilidades diretas no terrorismo de Estado e articulaçom dos grupos parapoliciais, no infame amparo e proteçom do fascismo invernado durante mais de três décadas, as esquerdinhas socialdemocratas seguem facilitando o seu desenvolvimento. Alicerçar o Regime de 78 é a melhor estratégia para afortalar o fascismo.

A Vox, os fascistas do PP e C´s, a toda a laia fascista presente nos diversos estamentos estatais, nom se lhe combate com manifestos ligths, com inofensivas posses estéticas em defesa do regime de 78!

O fascismo só pode ser derrotado com contundência, firmeza e coragem, desenvolvendo um “cordom sanitário” real. Isolando-o, nom flertando com ele, expulsando-o das mobilizaçons populares, negando-se a debater com normalidade com os seus vozeiros. Mas basicamente combatendo-o sem trégua, expulsando-os das ruas e dos centros de trabalho e ensino.

A unidade antifascista é umha necessidade urgente. O conjunto das forças políticas e sociais antifascistas temos o dever histórico de construir um muro infranqueável que derrote esta ameaça, mas nom para defendermos as tímidas e cada vez mais raquíticas liberdades e direitos da reforma postfranquista que o neoliberalismo leva progressivamente aniquilando.

Há que combaté-lo e derrotá-lo desde posiçons anticapitalistas, porque o fascismo é umha expressom política extrema que emprega a burguesia nas etapas de crise, nom é um fenómeno alheio à ditadura burguesa denominada democracia liberal.

Cumpre avançar na configuraçom de Bloco Popular Antifascista alicerçado na unidade e no pluralismo, afastado do falso dilema democracia burguesa versus fascismo.

O dilema é Socialismo versus barbárie fascista.

Na Pátria, 22 de outubro de 2020

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Comunicado nº 150: AGORA GALIZA-UNIDADE POPULAR CONDENA A CRIMINALIZAÇOM DE CAUSA GALIZA E CEIVAR

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AGORA GALIZA-UNIDADE POPULAR CONDENA A CRIMINALIZAÇOM DE CAUSA GALIZA E CEIVAR

A reabertura do processo político pola Fiscalia da “Audiência Nacional” contra duas forças independentistas do nosso país, é mais umha expressom do processo de fascistizaçom do atual regime da terceira restauraçom bourbónica.

Os herdeiros do Tribunal de Ordem Pública franquista solicitam 102 anos de prisom para os 12 ativistas de Causa Galiza e Ceivar detidos em 2015, acusados de “pertença a organizaçom criminosa para a comissom de delitos de enaltecimento do terrorismo”.

Assistimos à vulneraçom dos mais básicos direitos democráticos pola casta judicial postfranquista, que age com absoluta impunidade para restringir as raquíticas liberdades que ainda desfrutamos.

Que podemos aguardar destas camarilhas empoleiradas nos altos tribunais que levam meses tentando promover um lawfare contra o governo progressista do PSOE-Unidas Podemos?

A conculcaçom de direitos básicos carateriza o agir do Estado espanhol, à margem de quem administre o seu governo.

A justiça espanhola é basicamente umha justiça burguesa. Benévola com os ricos e poderosos, e brutal com os pobres e oprimidos.

A involuiçom reacionária dos aparelhos repressivos do Estado espanhol nom só provoca indefensom nos setores operários e populares agredidos polas suas políticas ao serviço do Ibex 35, pretende injetar medo e dissuadir o povo trabalhador galego de luitar polos direitos e liberdades negados polo capitalismo e o projeto imperialista espanhol.

Agora Galiza-Unidade Popular manifesta a solidariedade da esquerda revolucionária galega com todas as pessoas encausadas, e denunciamos a tentativa de ilegalizar organizaçons independentistas galegas.

Combatemos idêntico inimigo, a criminal oligarquia que administra como umha empresa o regime de 78 a consequência da vitória militar da guerra de classes de 1936-1939, e dos posteriores ignominosos pactos da “Transiçom” que maquilhárom a ditadura numha pseudo democracia parlamentar.

Som horas de incrementar e radicalizarmos os protestos operários e populares, gerando condiçons para desbordar a maquinária repressiva da oligarquia espanhola e a sua alternativa fascista.

Agora Galiza-Unidade Popular apoia a manifestaçom convocada para as 12h do domingo 18 de outubro em Compostela para solicitar a absoluçom dos 12 encasuados na Operaçom Jaro.

A rebeldia é um direito e umha necessidade!
A luita é o único caminho!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 13 de outubro de 2020

Comunicado nº 149: “LEI DA MEMÓRIA DEMOCRÁTICA”, NOVA ESTAFA DA “ESQUERDINHA” PARA LEGITIMAR O REGIME DE 78

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LEI DA MEMÓRIA DEMOCRÁTICA”, NOVA ESTAFA DA “ESQUERDINHA” PARA LEGITIMAR O REGIME DE 78

A aprovaçom 15 de setembro do “Anteprojeto de Lei da Memória Democrática” polo Conselho de Ministros do governo espanhol, tem provocado umha reaçom histriónica polas organizaçons situadas no campo do fascismo.

A desmesura retórica habitual empregue polos herdeiros do terrorismo falangista responsáveis polo holocausto galego nos mais de 40 anos de longa noite de pedra, contribui para maquilhar de “progressista” o atual governo social-liberal do PSOE e a sua associada incrustraçom social-democrata de Unidas-Podemos.

Assim devemos interpretar a disparatada sobreatuaçom mediante diversas declaraçons de Vox, denunciando a vulneraçom de direitos fundamentais, apelando para a defesa da “Santa Cruz do Val dos Caidos”, ameaçada por um governo “liderado polos comunistas que perdeu umha guerra civil após sequestrar e destruir a democracia”. Ou afirmando “Querem ganhar o que perdérom no campo de batalha”.

Em linha similar, há que entender as do general na reserva Juan Chicharro Ortega, atual presidente da fundaçom “Francisco Franco”, apelando demagogicamente ao “exercício da liberdade de expressom” verteu graves acusaçons contra o governo “comunista”.

Nestes cada dia menos anómalos parámetros que caraterizam a democracia burguesa postfranquista, devemos avaliar o “Anteprojeto de Lei da Memória Democrática”, como um tímido avanço respeito à Lei da Memória Histótrica vigorante [Lei 52/2007 publicada no BOE 310 de 27 de dezembro de 2007].

Porém, tal como caraterizou a esquerda independentista e socialista galega na altura, se a lei de Zapatero era “limitada, insuficiente e procura reforçar a lógica institucional do postfraquismo”, o atual anteprojeto segue hipotecado às limitadas margens dos pactos ignominiosos da arquitetura jurídica-política que vernizou o regime de 1936 na atual monarquia parlamentar.

Treze anos após a sua entrada em vigor, poucas cousas tenhem mudado. A simbologia fascista segue inçando os espaços públicos perante a calculada ambigüidade da sua redaçom, que nom obriga a sua retirada em determinados casos pontoais, aos que se acolhe o franquismo que particamente está presente em quase todos os partidos do arco institucional.

Milhares de compatriotas assassinados polo pistoleirismo franquista seguem em fossas comuns.

A apologia do franquismo em particular, e do fascismo em geral, segue permitida num Estado no que umha boa parte dos meios de [desinformaçom] realizam com total impunidade lavado de cara do fascismo.

Entidades fascistas, com destaque para as fundaçons Francisco Franco, José Antonio Primo de Rivera, Yagüe, Pro-Infancia Queipo de Llano, Blas Piñar, Serrano Suñer, Ramiro Ledesma Ramos, Las Hijas de Millan Astray y Capitán Cortés, seguem legalizadas, e mesmo subsidiadas e financiadas polas instituiçons do regime de 78.

Seguem funcionando nos quarteis de forma semiclandestina, organizaçons fascistas como a UME [Unión Militar Española], que logrou a adesom em 2018 de mais de 1.000 oficiais das Forças Armadas espanholas a um manifesto intitulado “Declaraçom de respeito e desagravo ao general Francisco Franco Bahamonde”.

Associaçons gremiais, incorretamente definidas como sindicais, de caráter fascista, som hegemónicas no seio das forças policiais e da Guarda Civil, corpos repressivos que nunca fôrom depurados, e muito menos dissolvidos nos pactos da “Transiçom”.

O partido fascista Vox, mas também vozes destacadas do PP e de C´s, tenhem apelado nos últimos meses, de forma implícita, mas também explícita, para o golpe de estado contra o governo de Pedro Sánchez, sem que tenha intervido a Fiscalia Geral do Estado. Há uns dias um mamarracho como Abascal, qualificou desde a tribuna das Cortes -e nom desde a prisom na que deveria estar encarcerado-, o governo de Pedro Sánchez como “o pior dos últimos 80 anos”. A sua obscena apologia do fascismo nom tivo consequências penais de tipo algum!

Nesta excecional conjuntura, onde a crise sanitária e económica derivada da Covid-19, mantém o povo trabalhador anestesiado e atemorizado pola pánico inoculado deliberadamente polos meios de comunicaçom burgueses, o governo PSOE/Unidas-Podemos, aprova o “Anteprojeto de Lei da Memória Democrática”.

À margem da clara intencionalidade de recuperar credibilidade “progressista” entre os cada vez maiores setores populares defraudados, tentar cortar ou polo menos reduzir a hemorragia de desafeçom pola sua polÍtica económica continuista ao serviço da oligarquia e dos monopólios, este anteprojeto ainda tem um longo percorrido no que padecerá amputaçons, até a sua publicaçom definitiva no BOE.

A esquerda revolucionária galega nom pode apoiar um anteprojeto que pretende instaurar 31 de outubro -data da aprovaçom da atual constituiçom postfranquista, como o “dia da lembrança e homenagem a todas as vítimas”. Estamos pois perante umha nova burla da farsa da “Transiçom”, promovida quatro décadas depois polas mesmas forças políticas [PSOE e PCE/IU] que atraiçoárom o combate contra o franquismo, que renunciárom a reinstaurar a lelgaidade republicana, pactuando com a oligarquia esta falsa democracia cujo cerne é a corruta e criminal monarquia bourbónica imposta por Franco.

É um deleznável insulto às geraçons de antifascistas que desde os centros de trabalho e as montanhas, durante décadas luitárom pola justiça social e a liberdade da Galiza. É umha mofa contra os perto de dez mil galegos vítimas da repressom, contra as dezenas de milhares de torturados e encarcerados, instaurar este dia como o da lembrança das vítimas.

A início de 2021, no melhor dos casos, constataremos se realmente se declararám nulas todas as condenas e sançons ditadas polo ilegítimo governo de Burgos e o franquismo; se a Administraçom Geral do Estado buscará os que seguem esquecidos em fossas comuns mediante exumaçons; se poderám ser consultados sem restriçons os arquivos públicos e privados, boa parte dos quais seguem “custodiados” polo Exército vencedor na guerra de 1936-39; se obrigará à eliminaçom de toda a iconografia da ditadura; se retirará os títulos, distinçons, nomeamentos, condecoraçons concedidos polo regime franquista; se proibirá a exaltaçom ou enaltecimento do golpe de estado de 18 de julho, da guerra civil e da posterior ditadura; se dissolverám as fundaçons franquistas; se dotará o sistema educativo de conteúdos antifascistas, …

Nom podemos depositar expetativas democratizadoras e antifascistas num Estado cujo ordenamento jurídico emana diretamente do franquismo. Estamos pois perante um novo episódio do confusionismo programado que só procura um lavado de cara da “esquerdinha” timorata e covarde, que apresenta como grandes avanços um tímido conjunto de medidas tendentes a estabilizar e legitimar a terceira restauraçom bourbónica.

Estamos perante um novo brinde ao sol, de atrativas declaraçons de intençons que nom se implementarám, perante a estafa da venda de água choca como água mineral de máxima qualidade.

O “caminho de justiça para os heróis e heroinas espanholas que luitárom pola nossa democracia”, sintetiza os limites metabólicos consubstanciais a umha legislaçom que nom poderá reparar, dignificar e honrar todas as vítimas do golpe fascista de 18 de julho de 1936 e da posterior ditadura franquista, sem umha rutura com o atual regime.

Agora Galiza-Unidade Popular continuará retirando a simbologia fascistas das nossas praças e ruas, continuaremos contribuíndo para vertebrar um movimento antifascista galego unitário e plural, seguiremos participando nas homenagens populares às vítimas do fascismo, com firmeza e coragem seguiremos fazendo frente à escória fascista, desmascarando os seus verdadeiros objetivos visados para disciplinar a classe obreira.

O fascismo deve ser combatido sem trégua até lograrmos esmagá-lo!

Direçom Nacional de Agora Galiza-Unidade Popular

Na Pátria, 18 de setembro de 2020

MAIS 4 ANOS DE DESFEITA

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MAIS 4 ANOS DE DESFEITA

A investidura de Nuñez Feijó como presidente da Junta da Galiza, é resultado da maioria absoluta do PP no parlamentinho autonómico.

Os discursos das duas forças da oposiçom institucional na Cámara do Hórreo fôrom mornos, timoratos, inçados de ofertas para atingir consensos e acordos “polo interesse do país”.

A alternativa de pleno desenvolvimento do Estatuto de Autonomia de 1981, de atingir o máximo teito competencial, é umha falsa e enganosa receita.

A única forma de evitar, de frearmos as políticas anti-populares e anti-galegas do governinho de Feijó, dependerá basicamente da capacidade de auto-organizaçom e luita unitária e contundente do povo trabalhador galego.

É nas ruas onde se pode derrotar a plena entrega da Galiza às multinacionais energéticas e mineiras.

É nas ruas onde lograremos frear e reverter o processo de privatizaçom da sanidade e do ensino.

É nas ruas onde conquistaremos mais direitos, melhores condiçons laborais, serviços públicos de qualidade.

É nas ruas onde lograremos fracassar a estratégia de desgaleguizaçom, de assimilaçom espanholista, de destruicom do nosso idioma e cultura.

É nas ruas onde pararemos a involuiçom reacionária, e esmagaremos o fascismo.

É nas ruas onde avançaremos em alargarmos espaços de soberania, em acumular forças visadas na necessidade de lograrmos umha Pátria livre e socialista.

O movimento popular galego deve confiar nas imensas potencialidades de um povo unido, consciente e mobilizado.

A luita e a rebeliom popular é o único caminho!

FASCISMO E FARSA DEMOCRÁTICA ESPANHOLA

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FASCISMO E FARSA DEMOCRÁTICA ESPANHOLA

Todos o ex-presidentes do Governo espanhol vivos, e ex-secretários gerais de COOO UGT, encaminhárom infames cartas públicas de apoio a Rodolfo Martín Villa.

Nom nos deve surpreender esta adesom incondicional a umha das peças chave da repressom fascista e postfascista contra a classe operária e os setores populares.

As principais figuras públicas da casta política e do sindicalismo amarelo, tentam evitar que prospere a querela argentina contra este criminal.

Felipe González, José María Aznar, José Luis Rodríguez Zapatero e Mariano Rajói por umha banda, e Nicolás Redondo, Cándido Méndez, Antonio Gutiérrez e José María Fidalgo, pola outra, exprimem assim a grande farsa sobre o caráter democrático do atual regime bourbónico.

PSOE e PP compartilham o apoio e defesa do regime de 78, tentando maquilhar de “democratas” aos criminais involucrados em delitos de lesa humanidade, apoiando a sua impunidade.

Defender ou tombar este regime é a linha divisória entre as forças antifascistas, republicanas, revolucionárias, democráticas, e as que simplesmente nom o som.